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Métodos Eletroanalíticos Profa. Renata Luz UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Instituto de Ciência Exatas Departamento de Química Química Analítica Qualitativa Métodos Eletroanalíticos - O uso de técnicas eletroquímicas para caracterizar uma amostra - Lida com a relação entre eletricidade e química (sinais analíticos) - Os cálculos analíticos baseiam-se na medição de quantidades elétricas (corrente, potencial, carga ou resistência) e sua relação com parâmetros químicos Métodos Eletroanalíticos Vantagens dos métodos eletroanalíticos - Especificidade: medidas eletroquímicas específicas para um estado particular de oxidação de uma elemento - Baixo limite de detecção: capacidade de detectar analitos em baixas concentrações. -Instrumentação de fácil acesso: equipamentos simples e baratos Eletroanalítica compreende um grupo de métodos analíticos baseado nas propriedades elétricas das soluções - Potenciometria - Condutimetria - Voltametria Propriedades elétricas monitoradas: Diferença de potencial Resistência Corrente em função do potencial aplicado Métodos Eletroanalíticos Relembrando alguns conceitos -Eletroquímica -O estudo das relações entre reações químicas e eletricidade - O estudo da interconversão de energia química e energia elétrica -O estudo das reações redox - Processos eletroquímicos envolvem a transferência de elétrons de uma substância para outra Métodos Eletroanalíticos Espécies Eletroativas -Espécies que sofrem oxidação ou redução durante a reação - Espécie pode ser complexada, solvatada, molécula ou íon - As espécies podem estar em solução aquosa ou não aquosa Relembrando alguns conceitos -Eletroquímica Métodos Eletroanalíticos Reação redox - Reação de oxidação-redução - Reações em que os elétrons são transferidos de um reagente para outro Oxidação - Perda de elétrons Redução - Ganho de elétrons Conceitos Fundamentais Espécies Oxidadas - As espécies que perdem elétrons para uma substância que tem grande afinidade por elétrons. - O agente redutor (redutor) - Causa Redução Fe(s) ↔ Fe2+(aq) + 2e- Conceitos Fundamentais Espécies Reduzidas - As espécies que ganham elétrons - Agente Oxidante (oxidante) -Causa oxidação Ce4+(aq) + e- ↔ Ce3+(aq) Conceitos Fundamentais Reação de oxidação-redução - Podemos dividir qualquer reação de oxidação-redução em duas semi-equações: - Quando se trabalha com as reações de oxidação-redução, tem que se ter cuidado com o balanceamento das cargas (balanço de cargas) e com o número de átomos de cada elemento. Conceitos Fundamentais Reação de oxidação-redução Exemplo de balanceamento: A oxidação do Fe2+ por MnO4 -, as semi-reações são: Conceitos Fundamentais - Muitas reações redox são reversíveis - Reação de redução se torna reação de oxidação quando é invertida e vice-versa - A soma das reações de oxidação e redução dá reação redox ou a reação global - Nenhum elétron aparece na reação global Conceitos Fundamentais A reação global - Tanto uma oxidação quanto uma redução devem ocorrer em uma reação redox -O agente oxidante aceita elétrons do agente redutor Cu2+(aq) + Fe(s) ↔ Cu(s) + Fe2+(aq) Conceitos Fundamentais - Agente oxidante - Espécies reduzidas - ganho de elétrons - Agente redutor - Espécies oxidadas - Perda de elétrons As reações redox podem ser realizadas por duas formas: -Primeiro por contato direto: Onde o oxidante e o redutor estão em contato direto, em um recipiente adequado. Reações de Oxidação-Redução em Células Eletroquímicas As reações redox podem ser realizadas por duas formas: -Primeiro por contato direto: Reações de Oxidação-Redução em Células Eletroquímicas As reações redox podem ser realizadas por duas formas: -Segunda forma: a reação é realizada em uma célula eletroquímica na qual os reagentes não estão em contato direto uns com os outros Reações de Oxidação-Redução em Células Eletroquímicas Célula eletroquímica: -O agente oxidante e o agente redutor estão fisicamente separados; -A ponte salina isola os reagentes, mas mantém o contato elétrico entre as duas metades da célula; -Quando um voltímetro de resistência interna elevada é conectado, como mostrado, diz-se que a célula está em circuito aberto e desenvolve todo o seu potencial. -O voltímetro mede a diferença de potencial, ou voltagem, entre os dois eletrodos a qualquer instante. -Essa voltagem é uma medida da tendência da reação da célula de prosseguir em direção ao equilíbrio. Reações de Oxidação-Redução em Células Eletroquímicas Célula eletroquímica: -Na célula mostrada, o cobre metálico é oxidado no eletrodo do lado esquerdo, os íons prata são reduzidos no eletrodo direito e os elétrons fluem através do circuito externo para o eletrodo de prata Reações de Oxidação-Redução em Células Eletroquímicas energia potencial da célula é convertida em energia elétrica para acender uma lâmpada, acionar um motor ou realizar qualquer outro trabalho elétrico. À medida que a reação prossegue, o potencial da célula que inicialmente era de 0,412 V, quando o circuito estava aberto, diminui continuamente e s e aproxima de zero quando a reação global se aproxima do equilíbrio. Quando a célula está em equilíbrio, ambas as semi-reações ocorrem com a mesma velocidade e a voltagem da célula é zero (não realiza trabalho). As células eletroquímicas podem ser galvânicas ou eletrolíticas. Células galvânicas ou voltaicas: -armazenam energia elétrica (baterias); - As reações que ocorrem nos eletrodos tendem a prosseguir espontaneamente e a reação líquida que ocorre durante a descarga é chamada reação espontânea da célula. Tipos de Células Eletroquímicas Células eletrolíticas: requer uma fonte externa de energia elétrica para sua operação. Tipos de Células Eletroquímicas - A célula pode ser operada eletroliticamente conectando-se o pólo positivo de uma fonte externa de voltagem, que tenha um potencial superior a 0,412 V, ao eletrodo de prata e o pólo negativo da fonte ao eletrodo de cobre. -Uma vez que o pólo negativo da fonte externa de voltagem é rico em elétrons, estes vão fluir desse pólo para o eletrodo de cobre, no qual a redução de Cu 2+ para Cu(s) ocorre. -A corrente é sustentada pela oxidação de Ag(s) para Ag+ que ocorre no eletrodo localizado do lado direito, produzindo elétrons que fluem para o pólo positivo da fonte de voltagem. - O eletrodo de prata é forçado a se tornar o ânodo, ao passo que o eletrodo de cobre é forçado a se tornar o cátodo. -A reação líquida que ocorre quando uma voltagem maior que aquela da célula galvânica é aplicada é oposta à reação espontânea da célula galvânica. Representação Esquemática das Células Limites entra as fase (interface), onde o Potencial se desenvolve Representa dois limites, um cada extremidade Da ponte salina Um potencial de junção líquida se desenvolve em cada uma dessas interfaces. O potencial de junção líquida pode alcançar valores tão elevados quanto alguns centésimos de volt, mas eles podem ser pequenos e desprezíveis se o eletrólito da ponte salina tiver um ânion e um cátion que migrem aproximadamente na mesma velocidade. Ponte de salina - Conecta as duas meias-células (ânodo e cátodo) - Recheada com gel contendo sal aquoso saturado solução (KCl) - Íons migram para manter a eletroneutralidade (saldo de carga) - Impede o acúmulo de carga que pode interromper o processo de reação Células eletroquímicas Ponte de salina - Um potencial é desenvolvido em cada extremidade da pontesalina POTENCIAL DE JUNÇÃO LÍQUIDA - Mobilidade dos cátions e ânions presentes na solução da ponte salina for semelhante PODE ASSUMIR POTENCIAL DE JUNÇÃO LÍQUIDA SENDO DESPREZÍVEL. Células eletroquímicas Potenciais de Célula Potencial Junção - É produzido quando há diferença de concentração ou tipos de íons das duas meias-células - É criado na junção da ponte de sal e a solução - Pode ser uma fonte de erro - Minimizado na ponte salina de KCl devido a similar mobilidades de K+ Cl- Potenciais de Célula Potencial Junção Formado na interface entre duas soluções de diferentes eletrólitos HCl 1,00 mol L-1 HCl 0,01 mol L-1 H+ H+ H+ Cl- Cl- Cl- Cl- H+ H+ Cl- Ej- + Porcelana Porosa Água Cl- K+Cl - K+ Solução de KCl Ej Células eletroquímicas Movimento de cargas: 1- Os elétrons, responsáveis pelo transporte de carga, move-se do eletrodo de zinco, através do condutor externo, para o eletrodo de cobre; 2- No interior das soluções, o fluxo de carga é resultante da migração de cátions e ânions na ponte salina; 3- Na superfície dos dois eletrodos as reações de oxidação e redução, acopladas ao processo de migração de íons e movimento de elétrons, completam o círculo e transferência de carga. Células eletroquímicas Movimento de cargas: e- e- K+ K+ Cl- Cl- e- e- e- e- e- Cu2+ Cu2+ Cu2+ SO4 2- SO4 2- - Ag+ Ag+ NO3 NO3 NO3 e- e- e- e- e- e- Oxidação Interface Eletrodo/solução Interface Eletrodo/solução Redução AgNO3CuSO4 Carga (q) Carga (q) do elétron= - 1.602 x 10-19 C Carga (q) do próton = + 1.602 x 10-19 C C = coulombs Carga de um mol de elétrons = (1.602 x 10-19 C)(6.022 x 1023/mol) = 96.485 C/mol = Faraday constant (F) Alguns Conceitos Fundamentais O potencial da célula Ecel está relacionado à energia livre da reação G , dada pela seguinte equação: G = nFEcel Se os reagentes e produtos estão em seus estados padrão, o potencial da célula resultante é chamado potencial padrão da célula, sendo relacionada à variação da energia livre padrão para a reação e, portanto, com a constante de equilíbrio por: G0 = nFE0cel = -RTInKeq em que R é a constante dos gases e T, a temperatura absoluta. O potencial de uma célula é a diferença entre dois potenciais de meia-célula ou de um eletrodo, um associado com a semi-reação do eletrodo da direita (Edireita), o outro associado com a semi-reação do eletrodo da esquerda (Eesquerda). POTENCIAIS DE ELETRODO Potenciais de Meia-célula O potencial de uma célula é a diferença entre dois potenciais de meia-célula ou de um eletrodo, um associado com a semi-reação do eletrodo da direita (Edireita), o outro associado com a semi-reação do eletrodo da esquerda (Eesquerda). De acordo com a convenção de sinais da IUPAC, enquanto o potencial de junção líquida for desprezível ou não haja junção líquida, podemos escrever o potencial da célula Ecélula como: Ecélula = Edireita - Eesquerda Embora não possamos determinar os potenciais absolutos para eletrodos como estes, podemos determinar facilmente os potenciais relativos de eletrodo POTENCIAIS DE ELETRODO Potencial Padrão de Eletrodo Para padronizar as determinações de potencial de uma semi-célula existe a possibilidade de realizar medidas em função de um eletrodo de referência, ao qual todos os outros possam ser comparados. O eletrodo padrão de hidrogênio é uma semi-célula muito utilizada como eletrodos de referência. 2H+ + 2e- ↔ H2 (g) (reação reversível) Potencial do EPH = 0,000 v Potencial de Eletrodo e Potencial Padrão de Eletrodo Um potencial de eletrodo é definido como o potencial de uma célula na qual o eletrodo em questão é aquele do lado direito e o eletrodo padrão de hidrogênio é o da esquerda. Nessa célula, a meia-célula da direita consiste em uma lâmina de prata pura em contato com uma solução contendo íons prata; o eletrodo do lado esquerdo é o eletrodo padrão de hidrogênio. Potenciais de Célula Meia reação F2 + 2e - ↔ 2F- MnO4 - + 5e- ↔ Mn2+ Ce4+ + e- ↔ Ce3+ (in HCl) O2 + 4H + + 4e- ↔ 2H2O Ag+ + e- ↔ Ag(s) Cu2+ + 2e- ↔ Cu(s) 2H+ + 2e- ↔ H2(g) Cd2+ + 2e- ↔ Cd(s) Fe2+ + 2e- ↔ Fe(s) Zn2+ + 2e- ↔ Zn(s) Al3+ + 3e- ↔ Al(s) K+ + e- ↔ K(s) Li+ + e- ↔ Li(s) Eo (V) 2.890 1.507 1.280 1.229 0.799 0.339 0.000 -0.402 -0.440 -0.763 -1.659 -2.936 -3.040 A u m e n ta d o o p o d e r o x id a n te A u m e n ta n d o o p o d e r re d u to r Agentes oxidantes Agentes redutores Potenciais de Célula - Elementos que são agentes redutores mais poderosos que o hidrogênio mostram potenciais negativos - Elementos que são agentes redutores menos potentes que o hidrogênio mostram potenciais positivos - Metais com Eo mais negativos são mais ativos - Metais mais ativos deslocam metais menos ativos da solução Fe irá deslocar Cu2+ da solução Zn se dissolve em HCl, mas Cu não Efeito da Concentração sobre os Potenciais de Eletrodo: Equação de Nernst Um potencial de eletrodo é uma medida da extensão na qual as concentrações das espécies presentes em uma meia-célula diferem de seus valores no equilíbrio. Dessa forma, por exemplo, existe maior tendência para o processo ocorrer em uma solução concentrada de prata(I) do que em uma solução diluída desse íon. Ag+ + e- Ag(s) Segue daí que a grandeza do potencial do eletrodo para esse processo também precisa tornar-se superior (mais positivo) à medida que a concentração de íons prata de uma solução aumenta. Efeito da Concentração sobre os Potenciais de Eletrodo: Equação de Nernst A equação de Nernst dá a relação entre o potencial de uma célula eletroquímica e a concentração de reagentes e produtos. Considere a semi-reação reversível Efeito da Concentração sobre os Potenciais de Eletrodo: Equação de Nernst O potencial de eletrodo para esse processo é dado pela equação: Efeito da Concentração sobre os Potenciais de Eletrodo: Equação de Nernst Se substituirmos as constantes pelos valores numéricos, convertermos para o logaritmo na base 10 e especificarmos a temperatura de 25 °C, teremos Efeito da Concentração sobre os Potenciais de Eletrodo: Equação de Nernst Efeito da Concentração sobre os Potenciais de Eletrodo: Equação de Nernst Exemplo: São divididos em duas classes: métodos interfaciais e não-interfaciais. Os primeiros são caracterizados por fenômenos que ocorrem na fina camada de interface eletrodo/solução, enquanto os segundos ocorrem no seio da solução, sendo indesejado qualquer fenômeno interfacial. Métodos Eletroanalíticos Tipos de Métodos Eletroanalíticos Métodos Eletroanalíticos Métodos interfaciais Estáticos (i=0) Potenciometria (E) Titulação potenciométrica (vol) Dinâmicos (i>0) Potencial controlado Voltametria i = f(E) Titulações amperométricas (vol) Eletrogravimetria (m) Coulometria com E constante (Q = It) Corrente constante Titulações coulométricas (Q = It) Eletrogravimetria (m) Métodos não- interfaciais Condutometria (G=1/R) Titulações condutométricas (vol) Potenciometria Os métodos potenciométricos de análises são baseados na medida do potencial de célula eletroquímicas, sem o consumo de valores apreciáveis de corrente. O equipamento empregado nos métodos potenciométricos é simples e barato e inclui um eletrodo de referência, um eletrodo indicador e um dispositivo de medida do potencial.O eletrodo de referência é uma meia célula com um potencial de eletrodo conhecido com precisão, Eref, constante e completamente insensível à concentração do analito ou de quaisquer outros íons na solução em estudo. Um eletrodo indicador tem um potencial que varia de uma forma conhecida com alterações na concentração do analito. A força eletromotriz da célula galvânica não depende exclusivamente da diferença de potencial entre os eletrodos, mas também, de um potencial elétrico denominado potencial de junção (Ej) que se desenvolve na interface de duas soluções de concentrações iônicas diferentes ligadas por ponte eletrolítica (ponte salina) Eletrodo de referência Ponte salina Sol. do analito Eletrodo indicador Ecélula = Eind. – Eref.+ Ej Potenciometria – Princípios gerais A célula típica para análise potenciométrica pode ser representada por -Para muitos métodos eletroanalíticos, o potencial de junção é suficientemente pequeno que pode ser desprezado. - Para métodos potenciométricos, o potencial de junção e suas incertezas podem ser os fatores que limitam a precisão e a extidão das medidas. Ecélula = Eind. – Eref.+ Ej Potenciometria – Princípios gerais Eletrodos de Referência Um eletrodo de referência ideal (potencial conhecido) - Tem um potencial fixo ao longo (constante) do tempo e temperatura - Estabilidade de longa duração - Ser completamente insensível ‘a composição da solução do analito - Capacidade de retornar ao potencial inicial após a exposição a pequenas correntes (reversíveis) -Deve ser robusto, fácil de construir e deve manter um potencial constante mesmo com a passagem de pequenas correntes - Obedeça a equação de Nernst Eletrodos de Referência Eletrodo de Hidrogênio Padrão (SHE) E = 0.000 V Eletrodo de Calomelano Saturado (SCE) Composto por mercúrio metálico em contato com solução saturada de cloreto mercuroso (calomelano, Hg2Cl2) e que também contém uma concentração conhecida de cloreto de potássio. x representa a concentração de cloreto de potássio na solução, em mol L-1. As concentrações de cloreto de potássio, comumente empregadas em eletrodos de referência de calomelano, são 0,1 mol L-1, 1,0 mol L-1 e saturado (cerca de 4,6 mol L-1). Eletrodos de Referência Eletrodo de Calomelano Saturado (SCE) A reação do eletrodo na meia-célula de calomelano é O eletrodo de calomelano saturado (ECS) é o mais amplamente utilizado porque pode ser facilmente preparado e o mais depende da temperatura. Eletrodos de Referência Eletrodo de Calomelano Saturado (SCE) Eletrodos de Referência Eletrodo de Referência de Cloreto de Prata / Prata (Ag / AgCl) - Consiste de um eletrodo de prata imerso em uma solução de cloreto de potássio saturada com cloreto de prata Semi-reação: AgCl(s) + e- ↔ Ag+ + Cl-
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