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Métodos Eletroanalíticos - Potenciometria Análise Instrumental Engenharia Química – 4 Ano Métodos Eletroanalíticos • Compreendem um grupo de métodos analíticos baseado nas propriedades elétricas das soluções de um analito em uma célula eletroquímica. • Propriedades elétricas monitoradas: • Diferença de Potencial: Potenciometria • Resistência: Condutometria • Corrente: Voltametria • Carga: Coulometria Métodos Eletroanalíticos • Medem concentrações de espécies eletroativas, fazendo uso da seletividade do potencial e do material do eletrodo, no equilíbrio ou fora da condição de equilíbrio • As propriedades elétricas podem ser medidas em função do tempo, ou do volume (titulações). • Vantagens: • Baixos limites de detecção, • Especiação química (diferentes espécies de um dado elemento), • instrumentação barata. Fonte: SERRA Métodos Eletroanalíticos • Potenciometria • Baseada na medida de diferença de potencial entre dois eletrodos em uma célula galvânica: o eletrodo indicador e o eletrodo de referência; • Baseia – se na medida de potencial de uma célula eletroquímica, na ausência de corrente • Potenciometria Direta: medida direta da diferença de potencial entre os eletrodos se relaciona com a concentração do íon de interesse; • Titulação Potenciométrica: medida da diferença de potencial de uma célula durante uma titulação. A partir do ponto final da titulação pode – se determinar a contração do analito Métodos Eletroanalíticos Potenciometria direta (Fonte: LESSA) Titulação potenciométrica (Fonte: JULIANO) Revisão de Conceitos Básicos de Eletroquímica Célula Galvânica • Componentes de uma Célula Eletroquímica: • 2 condutores imersos em uma solução contendo eletrólitos (eletrodos) • 1 condutor eletrônico externo para permitir o fluxo de elétrons • 1 condutor iônico para evitar o contato direto dos reagentes e permitir o fluxo de íons (neutralidade de cargas) – Ponte salina • Anodo: eletrodo onde ocorre o processo de Oxidação (perda de elétrons) • Catodo: eletrodo onde ocorre o processo de Redução (ganho de elétrons) Célula Galvânica Fonte: Introdução à Eletroanalítica Célula Galvânica • Diferença de Potencial em uma Célula Eletroquímica Realizando Trabalho é a medida da tendência da reação ocorrer em direção ao equilíbrio 2 Ag+ (aq) + Cu(s) ⇌ 2 Ag(s) + Cu2+ (aq) • Equação de Nernst: • Relaciona as atividades das espécies envolvidas na semirreação com potencial de eletrodo, E, e o seu potencial de eletrodo padrão, E0; • E° é o valor do potencial do eletrodo, relativo ao potencial do eletrodo padrão de hidrogênio, quando as atividades de todas as espécies são unitárias Célula Galvânica • Potencial da Célula Eletroquímica: calculado a partir do potencial dos eletrodos • 1 º Caso: Reação de oxirredução: • São usados os potenciais de redução das semirreações envolvidas. E = E (catodo) – E (anodo) • E (catodo) e E (anodo) são os potenciais de cada semirreação (redução e oxidação, respectivamente), obtidos pela equação de Nernst Célula Galvânica • Potencial da Célula Eletroquímica: calculado a partir do potencial dos eletrodos • 2 º Caso: Reação que não envolve processos redox: • Por convenção, o potencial da célula é a diferença entre o potencial do eletrodo indicador e o de referência E = E (indicador) – E (referência) • Eletrodo indicador: desenvolve um potencial que depende da atividade do analito. • Eletrodo de referência: apresenta um potencial conhecido, constante, e independente da composição da solução em estudo. Equação de Nernst • Considerando a célula representada ao lados, tem – se: • Semirreação de oxidação: Cu ⇌ Cu2+ + 2 e • Semirreação de redução: Ag+ + 1 e ⇌ Ag (X2) • Reação Global: Cu + 2 Ag+ ⇌ Cu2+ + 2 Ag Equação de Nernst • A diferença de potencial estabelecida entre os eletrodos, ou o potencial da célula, é dada pela Equação de Nernst: Δ𝐸 = Δ𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 • [Produtos] e [Reagentes] são as concentrações das espécies iônicas, de reagentes e produtos, elevados aos respectivos coeficientes estequiométricos; • E° é a diferença de potencial padrão, estabelecida entre o catodo e o anodo E° = E°(catodo) – E°(anodo) • T = temperatura (Kelvin) • R = constante dos gases (8,314 J K – 1 mol – 1 ) • F = constante de Faraday (96500 C/mol) Equação de Nernst • Para a célula eletroquímica anterior: Cu + 2 Ag+ ⇌ Cu2+ + 2 Ag Δ𝐸 = Δ𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝐶𝑢2+ 1 𝐴𝑔+ 2 Δ𝐸𝑜 = 𝐸° 𝐴𝑔 + /𝐴𝑔 − 𝐸°(𝐶𝑢2 + /𝐶𝑢) • E°: potencial padrão do eletrodo, medido em relação ao Eletrodo Padrão de Hidrogênio Equação de Nernst • O potencial de célula também pode ser determinado aplicando – se a Equação de Nernst a cada um dos eletrodos individuais, sempre no sentido da Redução, e fazendo – se: E = E(catodo) – E (anodo) • Neste caso, o catodo é o eletrodo de maior potencial (portanto sofre redução), e o anodo é o eletrodo de menor potencial (sofre oxidação) Equação de Nernst Exemplo: 1) Uma célula é formada pela imersão de um eletrodo de cobre, em solução de íons Cu2+ igual a 0,1 mol/L, e eletrodo de zinco imerso em solução de íons Zn2+ igual a 0,01 mol/L. Determine o potencial da célula, utilizando a equação de Nernst para a Equação Global, e para as semirreações, sabendo que: E° (Cu2+/Cu) = + 0,34 V E° (Zn2+/Zn) = – 0,76 V Equação de Nernst Exemplo: a) Equação global: Como E° (Cu2+/Cu) > E° (Zn2+/Zn), então: • Eletrodo de cobre é o catodo (sofre redução) • Eletrodo de zinco é o anodo (sofre oxidação) • Oxidação: Zn (s) → Zn 2+(aq) + 2e • Redução: Cu2+ (aq) + 2 e → Cu (s) • Reação Global: Cu2+ (aq) + Zn (s) → Cu (s) + Zn 2+(aq) Equação de Nernst Exemplo: Cu2+ (aq) + Zn (s) → Cu (s) + Zn 2+(aq) Δ𝐸 = Δ𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln [𝑍𝑛2+] 𝐶𝑢2+ Δ𝐸° = 𝐸° 𝑐𝑎𝑡𝑜𝑑𝑜 − 𝐸° 𝑎𝑛𝑜𝑑𝑜 Δ𝐸° = 0,34 𝑉 − −0,76 𝑉 ⟹ Δ𝐸° = 1,10 𝑉 Equação de Nernst Exemplo: Δ𝐸 = Δ𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln [𝑍𝑛2+] 𝐶𝑢2+ Δ𝐸 = 1,10 𝑉 − 8,314 𝐽 𝐾−1 𝑚𝑜𝑙−1 . 298 𝐾 2 . 96500 𝐶 𝑚𝑜𝑙−1 ln [0,01] 0,1 Δ𝐸 = 1,10 𝑉 − 0,0128 𝐽 𝐶 ln 0,1 ⟹ Δ𝐸 = 1,10 𝑉 − 0,0128 𝑉 . (−2,30) Δ𝐸 = 1,13 𝑉 Equação de Nernst Exemplo: b) Semirreações: neste caso, as duas semirreações são escritas no sentido da Redução: • Eletrodo de Cobre: Cu2+ + 2 e → Cu 𝐸 = 𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 [𝐶𝑢2 + ] 𝐸 = 0,34 𝑉 − 8,314 𝐽 𝐾−1 𝑚𝑜𝑙−1. 298 𝐾 2. 96500 𝐶 𝑚𝑜𝑙−1 ln 1 0,1 Equação de Nernst Exemplo: 𝐸 = 0,34 𝑉 − 8,314 𝐽 𝐾−1 𝑚𝑜𝑙−1. 298 𝐾 2. 96500 𝐶 𝑚𝑜𝑙−1 ln 1 0,1 𝐸 = 0,34 𝑉 − 0,0128 𝐽 𝐶−1 (2,303) 𝐸 = 0,31 𝑉 Equação de Nernst Exemplo: • Eletrodo de Zinco: Zn2+ + 2 e → Zn 𝐸 = 𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 [𝑍𝑛2 + ] 𝐸 = −0,76 𝑉 − 8,314 𝐽 𝐾−1 𝑚𝑜𝑙−1. 298 𝐾 2. 96500 𝐶 𝑚𝑜𝑙−1 ln 1 0,01 Equação de Nernst Exemplo: 𝐸 = −0,76 𝑉 − 8,314 𝐽 𝐾−1 𝑚𝑜𝑙−1. 298 𝐾 2. 96500 𝐶 𝑚𝑜𝑙−1 ln 1 0,01 𝐸 = −0,76 𝑉 − 0,0128 𝐽𝐶−1 ln 100 𝐸 = −0,819 𝑉 Equação de Nernst Exemplo: • Como E (Cu2+/Cu) > E (Zn2+/Zn), então: • Eletrodo de cobre é o catodo (sofre redução) • Eletrodo de zinco é o anodo (sofre oxidação) 𝐸 = 𝐸 𝑐𝑎𝑡𝑜𝑑𝑜 − 𝐸 𝑎𝑛𝑜𝑑𝑜 𝐸 = 0,31 𝑉 − −0,819𝑉 𝐸 = 1,13 𝑉 Potenciometria Potenciometria • Potenciometria: • Técnica baseada na medida da diferença de potencial estabelecida entre dois eletrodos (eletrodo indicador e de referência), em uma célula galvânica; • Mede-se o potencial da célula (ou a diferença de potencial entre dois eletrodos - indicador e o de referência), mergulhados numa solução a analisar, através da qual não passa corrente • A resposta instrumental é a diferença de potencial entre os eletrodos da célula (ou o potencial da célula), que se relaciona com a concentração da espécie de interesse Potenciometria • Potenciometria: • Potenciometria direta: a medida direta da diferença de potencial da célula se relaciona com a concentração do íon de interesse; • Titulação Potenciométrica: é medida a diferença de potencial da célula durante uma titulação; variação brusca desta diferençade potencial indica o ponto final da titulação Potenciometria • Na análise potenciométrica: ∆𝐸 = 𝐸 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟 − 𝐸 (𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎) • Eletrodo Indicador: eletrodo sensível à espécie que se deseja determinar; desenvolve um potencial que depende da concentração do analito • Eletrodo de Referência: possui potencial constante e exatamente conhecido, independente da concentração do analito ou de outro íon presente na solução Potenciometria • Na análise: • Valor medido: potencial da célula (Ecel ou E) • Valor conhecido: potencial do eletrodo de referência (Eref) • Valor a ser determinado: potencial do eletrodo indicador (Eind) • A partir do valor do Eind, pode – se determinar, utilizando a Equação de Nernst, a concentração da espécie de interesse Potenciometria 1) Eletrodo de Referência: • Idealmente tem um potencial exatamente conhecido, constante, e completamente insensível à composição da solução do analito • Deve ser robusto, fácil de construir e manter o potencial constante mesmo com a passagem de pequenas correntes Potenciometria 1.1. Eletrodo Padrão de Hidrogênio (EPH): • Metal condutor é um pedaço de platina recoberto com platina finamente dividida (platina platinizada); • Platina imersa em solução aquosa ácida contendo íons H+ com atividade constante e conhecida (1,0); • Solução mantida saturada de hidrogênio (H2), borbulhando – se o gás sobre o eletrodo à pressão constante (1,0 atm); Potenciometria • A semirreação responsável pelo potencial desenvolvido neste eletrodo é: 2 𝐻+ 𝑎𝑞 + 2 𝑒 ⇋ 𝐻2 𝑔 𝐸° = 0,00 𝑉 • O Potencial do EPH pode ser determinado através da Equação de Nernst: 𝐸(𝐸𝑃𝐻) = 𝐸𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑃(𝐻2) 𝑎𝐻+ 2 Potenciometria • O potencial desenvolvido pelo eletrodo depende, portanto, da pressão do gás e da atividade (ou concentração) do íon H+; • Como a atividade dos íons H+ é mantida constante e igual a 1,0, e a pressão do gás é mantida constante e igual a 1,0 atm, então: 𝐸(𝐸𝑃𝐻) = 𝐸𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 1 • Como E°(H+/H2) = 0,0 V, então: 𝐸 𝐸𝑃𝐻 = 𝐸𝑜 = 0,0 𝑉 Potenciometria 1.2. Eletrodo de Prata/Cloreto de Prata: • Consiste de um fio de prata, revestido com cloreto de prata; • Fio é imerso em uma solução saturada de cloreto de potássio com cloreto de prata; • O eletrodo é preparado com uma solução saturada de KCl, ou com concentração igual a 3,5 mol/L Potenciometria • O potencial do eletrodo é determinado pela semirreação: 𝐴𝑔𝐶𝑙 𝑠 + 𝑒 ⇋ 𝐴𝑔 𝑠 + 𝐶𝑙− 𝑎𝑞 𝐸° = +0,222 𝑉 • O potencial do eletrodo de prata/cloreto de prata é calculado através da equação: 𝐸 = 𝐸𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln[𝐶𝑙−] Potenciometria • O potencial do eletrodo depende, portanto, tanto da temperatura quanto da concentração de Cloreto da solução; • Quando estas variáveis são mantidas constantes, o potencial do eletrodo não varia; Potencial / V (vs EPH) T /°C Ag/AgCl (KCl 3,5 mol/L) Ag/AgCl (KClSaturado) 15 0,212 0,209 20 0,208 0,204 25 0,205 0,199 30 0,201 0,194 35 0,197 0,189 Potenciometria 1.3. Eletrodo de Calomelano Saturado (ECS): • Formado por Mercúrio em contato com uma solução saturada de cloreto de mercúrio I (Calomelano), e que também contém uma concentração conhecida de cloreto de potássio; • O eletrodo é preparado com uma solução saturada de KCl, em contato com KCl sólido, ou com concentração igual a 3,5 mol/L Potenciometria • O potencial desenvolvido pelo Eletrodo de Calomelano Saturado: 𝐻𝑔2𝐶𝑙2 𝑠 + 2 𝑒 ⇋ 2 𝐻𝑔 𝑙𝑖𝑞 + 2 𝐶𝑙 − 𝑎𝑞 𝐸° = +0,268 𝑉 • O potencial do eletrodo de prata/cloreto de prata é calculado através da equação: 𝐸 = 𝐸𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝐶𝑙− 2 Potenciometria • O potencial do eletrodo também depende somente da temperatura e da concentração de Cloreto da solução, e quanto estas variáveis são mantidas constantes, o potencial do eletrodo não varia; Potencial / V (vs EPH) T /°C Calomelano (KCl 3,5 mol/L) Calomelano (KCl Saturado) 15 0,254 0,251 20 0,252 0,248 25 0,250 0,244 30 0,248 0,241 35 0,246 0,238 Potenciometria 2) Eletrodo Indicador: • Idealmente responde de forma rápida e reprodutível a variações na concentração de um analito, ou grupo de analitos; • Idealmente deve também ser seletivos ao íon analisado • Podem ser de 2 tipos: eletrodos metálicos e eletrodos de membrana; • Os eletrodos metálicos podem ser classificados em Ativos (Eletrodo de Primeira Classe e Segunda Classe) e Inertes (eletrodos para sistemas Redox) Potenciometria 2.1. Eletrodos Metálicos: • Desenvolvem um potencial que é determinado pela posição de equilíbrio de uma reação redox na superfície do eletrodo. • Estes eletrodos são classificados em função da sua composição, que define também sua capacidade de responder a uma determinada espécie iônica Potenciometria a) Eletrodos Metálicos de Primeira Classe: • Consiste em um metal puro em equilíbrio direto com seu cátion em solução; • A única reação que está envolvida, e ocorre na superfície do eletrodo é: 𝑀𝑛+ 𝑎𝑞 + 𝑛 𝑒 ⇋ 𝑀 𝑠 𝐸° ( ൗ𝑀 𝑛+ 𝑀) • O potencial do eletrodo é dado por: 𝐸 = 𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 [𝑀𝑛+] Potenciometria a) Eletrodos Metálicos de Primeira Classe: • Não são amplamente utilizados em determinações potenciométricas pois: • Não são muito seletivos, uma vez que respondem ao cátion do metal e a cátions que possuem maior potencial de redução (mais facilmente reduzidos); • Alguns metais podem ser oxidados em meio ácido, e então o eletrodo só pode ser utilizado em meio neutro ou alcalino; • Alguns metais podem ser oxidados pelo oxigênio, então somente são utilizado em meios desaerados; • Podem não fornecer potenciais reprodutíveis Potenciometria b) Eletrodos Metálicos de Segunda Classe • Um eletrodo metálico que responde à atividade de um ânion ao qual seu cátion forma um precipitado ou um complexo estável; • Estes eletrodos são usados para medir a concentração de ânions em solução. • Estes ânions são espécies que formam precipitados com o metal do eletrodo, ou um complexo estável. Potenciometria b) Eletrodos Metálicos de Segunda Classe • Um eletrodo de prata, por exemplo, pode ser utilizado para determinar a concentração de íons cloreto, na presença de AgCl (s) 𝐴𝑔 + 𝑎𝑞 + 1 𝑒 ⇋ 𝐴𝑔 𝑠 𝐸° ൘ 𝐴𝑔+ 𝐴𝑔 • Para este eletrodo, tem – se: 𝐸 = 𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 [𝐴𝑔+] Potenciometria b) Eletrodos Metálicos de Segunda Classe • AgCl é um sal pouco solúvel, então: 𝐴𝑔𝐶𝑙 𝑠 ⇋ 𝐴𝑔 + 𝑎𝑞 + 𝐶𝑙 − 𝑎𝑞 (𝐾𝑠) 𝐾𝑠 = 𝐴𝑔+ . 𝐶𝑙− 𝐴𝑔+ = 𝐾𝑠 𝐶𝑙− Potenciometria b) Eletrodos Metálicos de Segunda Classe • Como: 𝐸 = 𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 𝐴𝑔+ • e: 𝐴𝑔+ = 𝐾𝑠 𝐶𝑙− • Então: 𝐸 = 𝐸° − 𝑅 𝑇 𝑛𝐹 ln 1 ( ൗ𝐾𝑠 𝐶𝑙− ) • Em uma solução saturada com cloreto de prata, um eletrodo de prata pode servir como um eletrodo indicador para o íon cloreto Potenciometria c) Eletrodos Metálicos Inertes (eletrodos para sistemas redox): • O metal não participa da reação, servindo apenas como condutor de elétrons do processo redox; • Atuam como fontes ou depósito de elétrons transferidos a partir do sistema de óxido-redução presente na solução; • Materiais como ouro, platina, paládio podem ser utilizados para monitorar sistemas redox; • Por exemplo, o eletrodo de platina pode ser utilizado em solução contendo Fe (II) e Fe (III): Potenciometria c) Eletrodos Metálicos Inertes (eletrodos para sistemas redox): • Por exemplo, o eletrodo de platina pode ser utilizado em solução contendo Fe (II) e Fe (III): • Para este sistema, a reação é: 𝐹𝑒3+ 𝑎𝑞 + 1 𝑒 ⇌ 𝐹𝑒2+ 𝐸° ൗ𝐹𝑒 3+ 𝐹𝑒2+ • O potencial do eletrodo é dado por: 𝐸 = 𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝐹𝑒2+ [𝐹𝑒3+] Potenciometria • Exemplo 1: Deseja – se determinar a concentração de íons prata em uma solução; para isso mediu – se a diferença de potencial estabelecida entre um eletrodo indicador de prata, e um eletrodo de prata/cloreto de prata como referência. Considerando que a diferença de potencial foi de 0,430V, determinar a concentração da solução. E(AgCl/Ag) = 0,199 V E° (Ag+/Ag)= 0,800 V Potenciometria • Exemplo 1: E = 0,430 V E (ref) = 0,199 V [Ag+] = ? E = E(ind) – E(ref) 0,430 V = E (ind) – 0,199 V E(ind) = 0,629 V Como E(ind) = prata, então: Ag+ + 1 e ⇌ Ag 𝐸(𝑖𝑛𝑑) = 𝐸° − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 𝐴𝑔+ Potenciometria • Exemplo 1: Portanto: 0,629 𝑉 = 0,800 𝑉 − 8,314 𝐽 𝐾−1 𝑚𝑜𝑙−1 298 𝐾 1. 96500 𝐶 𝑚𝑜𝑙−1 ln 1 𝐴𝑔+ 0,629 𝑉 − 0,800 𝑉 = −0,0257 𝑉 . ln 1 𝐴𝑔+ − 0,171𝑉 = −0,0257 𝑉 (ln 1 − ln[𝐴𝑔+] − 0,171 𝑉 − 0,0257 𝑉 = − ln[𝐴𝑔+] Potenciometria • Exemplo 1: − 0,171 𝑉 − 0,0257 𝑉 = − ln[𝐴𝑔+] 6,65 = − ln[𝐴𝑔+] 𝐴𝑔+ = 𝑒− 6,65 𝐴𝑔+ = 1,3 . 10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿 Potenciometria • Exemplo 2: Qual a concentração de íons X+ em uma solução, sabendo que uma célula galvânica contendo o metal X e o eletrodo de Calomelano Saturado apresenta diferença de potencial igual a + 0,350 V? E° (X+/X) = 0,750 V E (ECS) = 0,244 V Potenciometria • Exemplo 3: Eletrodos de platina e de calomelano saturado são mergulhados em solução contendo solução de Br2 (aq) a 2,7. 10 – 3 mol/L e Br– (aq) a 0,234 mol/L. Qual o potencial líquido (E) desta célula? E° (Br2/Br –) = 1,098 V E (ECS) = 0,244 V E = E(ind) – E (ref) E = E (ind) – 0,244 V Potenciometria • Exemplo 4: Qual a concentração de íons cloreto em uma solução saturada de AgCl, sabendo que quando um eletrodo de prata e um eletrodo de calomelano saturado são imersos na solução, a diferença de potencial estabelecida entre eles é igual a 0,082 V? E° (Ag+/Ag) = 0,800 V E (ECS) = 0,244 V Ks (AgCl) = 1,8 . 10 – 10 Potenciometria • Exemplo 5: A 100 mL de uma solução de NaCl 0,100 mol/L foi adicionada solução de AgNO3 0,100 mol/L, e a diferença de potencial estabelecida entre um eletrodo de prata medido e um eletrodo de calomelano saturado foi medida. Qual será a diferença de potencial quando o volume de nitrato de prata adicionado for igual a: a) 60 mL b) 120 mL E° (Ag+/Ag) = 0,800 V E (ECS) = 0,244 V Ks(AgCl) = 1,8 x 10 – 10 Potenciometria • Exemplo 6: 50 mL de solução de AgNO3 0,010 mol / L são tratados com solução de KSCN a 0,025 mol / L, utilizando – se eletrodo de prata/cloreto de prata como eletrodo de referência, e um eletrodo metálico de prata, como eletrodo indicador. Qual o potencial da célula após a adição dos seguintes volumes de KSCN: a) 5 mL antes do ponto estequiométrico b) No ponto estequiométrico c) 5 mL após o ponto estequiométrico E(Ag+/Ag) = + 0,80 V E (Ag/AgCl) = 0,199 V Ks (AgBr) = 5 x 10 – 13 Potenciometria • Exemplo 7: A seguinte célula foi usada para a determinação de p(CrO4): ECS || Ag2CrO4(sol. sat.), CrO4 2– (x mol/L) | Ag E° (Ag2CrO4/Ag) = 0,446 V Calcule o pCrO4 se o potencial da célula for 0,336 V Potenciometria • Atividade: 30 mL de solução de NaBr 0,05 mol / L são tratados com solução de AgNO3 a 0,100 mol / L, utilizando – se eletrodo de calomelano saturado como eletrodo de referência, e um eletrodo metálico de prata, como eletrodo indicador. Qual a diferença de potencial entre os eletrodos, após a adição dos seguintes volumes de AgNO3: a) 10 mL b) 20 mL E(Ag+/Ag) = + 0,80 V E (ECS) = 0,244V Ks (AgSCN) = 5 x 10 – 13 Potenciometria • Potencial de Junção Líquida: • Quando um eletrodo de referência é imerso em uma solução, é gerada uma diferença de potencial na interface entre as duas soluções (do eletrodo e a de estudo) • Esta diferença de potencial se deve à diferença na composição das soluções eletrolíticas, e é chamado de Potencial de Junção; • Este potencial de junção é o resultado de uma distribuição desigual de cátions e ânions através da vizinhança, devido às diferenças nas taxas em que estas espécies se difundem Potenciometria • Potencial de Junção Líquida: • Considerando, por exemplo, uma solução de HCl 1,00 mol/L em contato com uma solução 0,01 mol/L deste mesmo ácido, separados por uma placa porosa: • Tanto o íon Hidrogênio quanto os íons cloreto tendem a se difundir da solução mais concentrada para a solução mais diluída; • Como os íons hidrogênio possuem maior mobilidade do que os íons cloreto, estes íons irão atravessar a placa porosa mais rapidamente do que os íons cloreto; Potenciometria • Potencial de Junção Líquida: • Como consequência, o lado mais diluído da vizinhança torna – se carregado positivamente por causa da difusão mais rápida do íon H+; • O lado mais diluído da vizinhança torna – se carregado positivamente, enquanto que o mais concentrado adquire carga negativa, devido ao excesso de íons cloreto Potenciometria • Potencial de Junção Líquida: • A carga desenvolvida na interface impede que a difusão continue, de tal forma que uma condição de equilíbrio é atingida rapidamente; • A grandeza do Potencial de Junção Líquida (Ej) pode ser minimizada pela colocação de uma ponte salina entre as duas soluções; • A ponte salina é mais efetiva se as mobilidades dos íons positivos e negativos nela presentes forem aproximadamente iguais e suas concentrações elevadas; • Um sal que apresenta tais características é o KCl, e por isso uma solução saturada de KCl é utilizada para minimizar os efeitos do Potencial de Junção Líquida Potenciometria 2.2. Eletrodo de Membrana – Eletrodo de íon seletivo (EIS): • Potencial se deve a um potencial de junção entre a membrana que separa a solução do eletrodo da solução da espécie a ser analisada. • Baseiam-se na formação de potenciais através de membranas semipermeáveis, que devem deixar passar tão seletivamente quanto possível, a espécie iônica interessada (analito). • O eletrodo responde seletivamente a um determinado tipo de íon; os eletrodos de íons seletivo não envolvem um processo redox • A principal característica de um eletrodo de íon seletivo ideal é a presença de uma fina membrana que, idealmente se liga apenas ao íon de interesse Potenciometria 2.2. Eletrodo de Membrana – Eletrodo de íon seletivo (EIS): • O potencial observado é um tipo de Potencial de Junção, que se desenvolve através da membrana que separa a solução do analito de uma solução de referência • Os EIS são constituídos de dois eletrodos de referência, um interno e outro externo. Potenciometria • Propriedades da membrana: • Mínima solubilidade: solubilidade da membrana na solução da espécie a ser analisada deve ser praticamente zero; • Condutividade elétrica: membrana deve apresentar um mínimo de condutividade elétrica; • Reatividade seletiva com a espécie a ser determinada – a membrana deve ser capaz de ligar-se seletivamente ao íon que pretende-se determinar (troca-iônica, complexação, cristalização) Potenciometria • Supondo que se deseja medir a [C+ ] em uma solução desconhecida, através de um EIS conforme o esquema anterior: • A membrana é constituída de um polímero impregnado com um líquido contendo um ânion hidrofóbico (R–), e um ligante L, capaz de se ligar seletivamente ao cátion C+ • A parte interna do eletrodo encontra – se cheia de solução que contém também o íon C+ (além de B –) e a parte externa do eletrodo é mergulhada na solução do analito; • O ligante da membrana se liga seletivamente ao íon que se deseja determinar (C+) (idealmente, o ligante somente se liga ao analito); Potenciometria • Supondo que se deseja medir a [C+ ] em uma solução desconhecida, através de um EIS conforme o esquema anterior: • C+ que se encontra que se encontra ligado ao ligante L, pode se difundir através da interface, mas a o R– (hidrofóbico) não pode sair da membrana e o ânion A– não pode penetrar na membrana • Após a difusão de uma pequena quantidade de C+, que ocorre através da membrana até a solução aquosa, haverá uma separação de cargas, criando uma diferença de potencial que se opõe a uma maior difusão de C+ para dentro da fase aquosa. • C+ se difunde para a solução interna e externa, surgindo um excesso de carga positiva na fase aquosa; Potenciometria • Supondo que se deseja medir a [C+ ] em uma solução desconhecida, através de um EIS conforme o esquema anterior: • A separação entre as cargas cria uma diferença de potencial elétricoque se opõe a uma maior difusão de C+ para dentro da fase aquosa; • A diferença de potencial entre a solução interna e externa é E = Eext – Eint; • O potencial externo (Eext) depende somente da concentração de C+ na solução contendo o analito e na região da membrana próxima à superfície externa • O valor do potencial interno é constante, pois a concentração de C+ no interior do eletrodo é constante; Potenciometria • Eletrodo de Vidro: • Exemplo mais comum de um EIS; • O Eletrodo Indicador é composto por uma fina membrana de vidro, sensível ao pH, selada na ponta de um tubo de vidro ou de plástico; • Um pequeno volume de HCl diluído, saturado com AgCl está contida no interior do tubo; • Um fio de prata forma um Eletrodo de Referência, conectado a um dos terminais do dispositivo de medida de potencial Potenciometria • Eletrodo de Vidro: • Eletrodo de Referência interno de Ag/AgCl está localizado no interior da membrana, mergulhado numa solução de HCl 0,1 mol/L, saturada em AgCl; • A diferença de potencial ocorre através de uma membrana de vidro que separa a solução desconhecida de uma solução de referência, cuja [H+] é conhecida • Para a medida de diferença de potencial é necessária a utilização de um Eletrodo de Referência Externo Potenciometria • Eletrodo de Vidro Combinado: • O eletrodo de vidro combinado possui, em um mesmo dispositivo, os eletrodos de referência interno e externo; • Ambos os Eletrodos de Referência são eletrodos de Ag/AgCl, e medem a diferença de potencial através da membrana de vidro; • O eletrodo interno de referência é parte do eletrodo, porém não é o elemento sensível ao pH Potenciometria • Eletrodo de Vidro Combinado: • A membrana fina do bulbo de vidro na ponta do eletrodo que responde ao pH; • A concentração de íons H+ no interior da membrana é constante enquanto que na parte externa varia; • Esta diferença de concentração produz diferença de potencial, que é medida como pH; • A membrana de Vidro é um retículo irregular de um tetraedro de SiO4 , onde os íons Na + se movem lentamente. Potenciometria • Eletrodo de Vidro Combinado: • A membrana de vidro possui uma estrutura irregular e átomos negativos de oxigênio podem se ligar a íons positivos; • Íons Na+ podem se mover lentamente no retículo de silicato e os íons H+ da solução podem se mover para dentro da membrana, substituindo o íon metálico, através de uma reação de troca iônica H+ (solução) + Na+vidro– (membrana) ⇌ Na+ (solução) + H+vidro– (membrana) Potenciometria • Para o Eletrodo de Vidro Combinado, a notação de barras é: Potenciometria • O lado que tem maior concentração de H+ fica com uma carga positiva maior; • Para medir a diferença de potencial, deve haver fluxo de cargas; • Os íons Na+ conduzem a corrente elétrica, migrando através da membrana; • Como os eletrodos de referência interno e externo são de Ag/AgCl, a diferença de potencial depende da concentração de Cl– em cada um deles • A concentração de íons Cl– é fixa, e a de H+ constante no interior da membrana de vidro; • A única variável é o pH da solução que contém o analito, situada na parte externa da membrana de vidro. Potenciometria • A diferença de potencial resultante existente entre as duas superfícies do vidro (parte interna e externa da membrana) é o potencial de interface (Ei), que está relacionado às atividades (e portanto às concentrações) de íons H+ em cada uma das soluções; • Esta diferença de potencial é descrita por uma equação similar à Equação de Nernst 𝐸𝑖 = 𝐸𝑒𝑥𝑡 − 𝐸𝑖𝑛𝑡 Potenciometria 𝐸𝑖 = 𝐸𝑒𝑥𝑡 − 𝐸𝑖𝑛𝑡 • Eext = potencial da interface do lado externo da membrana (em contato com a solução a ser medida) • Eint = potencial da interface do lado interno da membrana (em contato com a solução do eletrodo 𝐻+ 𝑎𝑞 + 1 𝑒 ⇌ 𝐻2(𝑔) 𝐸𝑒𝑥𝑡 = 𝐸 𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑃𝐻2 1/2 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) 𝐸𝑖𝑛𝑡= 𝐸 𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑃𝐻2 1/2 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) Potenciometria • Para a interface externa, considerando – se 𝑃𝐻2 = 1,0 bar: 𝐸𝑒𝑥𝑡 = 𝐸 𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑃𝐻2 1/2 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) 𝐸𝑒𝑥𝑡 = 𝐸 0 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 − ln 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) 𝐸𝑒𝑥𝑡 = 𝐸 0 + 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) Potenciometria • Para a interface interna, considerando – se 𝑃𝐻2 = 1,0 bar: 𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝐸 𝑜 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑃𝐻2 1/2 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) 𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝐸 0 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 1 − ln 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) 𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝐸 0 + 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) Potenciometria 𝐸𝑖 = 𝐸𝑒𝑥𝑡 − 𝐸𝑖𝑛𝑡 𝐸𝑖 = 𝐸0 + 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) – (𝐸 0 + 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) ) 𝐸𝑖 = 𝐸0 + 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) – 𝐸 0 − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) 𝐸𝑖 = 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) − 𝑅𝑇 𝑛𝐹 ln 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) Potenciometria • Considerando T = 25°C (298 K), então: 𝐸𝑖 = 0,0257 ln 𝑎𝐻+(𝑒𝑥𝑡) −0,0257 ln 𝑎𝐻+(𝑖𝑛𝑡) • Como a atividade do íon H+ na solução interna ao eletrodo é constante, então: 𝐾 = −0,0257 ln 𝑎 𝐻+ 𝑖𝑛𝑡 Potenciometria 𝐸𝑖 = 𝑘 + [0,0257 ln 𝑎 𝐻+ 𝑒𝑥𝑡] 𝐸𝑖 = 𝑘 + 0,0257 𝑥 2,303 log 𝑎𝐻+ 𝑒𝑥𝑡 ⟹ 𝐸𝑖 = 𝑘 + [0,0592 log 𝑎𝐻+ 𝑒𝑥𝑡] • Fazendo log (a H+) = log [H +], temos: 𝐸𝑖 = 𝑘 + [0,0592 log 𝐻+ ] • Mas: 𝑝𝐻 = − log 𝑎 𝐻+ 𝐸𝑖 = 𝑘 − 0,0592 𝑝𝐻 Potenciometria • Exemplo 8: Uma cela composta por um eletrodo de vidro e um eletrodo de calomelano saturado foi calibrado à 25°C com uma solução tampão padrão com pH 4,01, que resultou um potencial de 0,814 V. Qual potencial será obtido se uma solução de HAc 1,00 x 10-3 mol/L for colocada na cela? Ka (Hac) = 1,85x10-5 E1 = 0,814 V; pH1 = 4,01 E2 = ?; Hac = 0,001 mol/L E1 = K – 0,0592 pH1 0,814 = K – 0,0592. 4,01 E2 = K – 0,0592 pH Potenciometria • Exemplo 9: Um eletrodo de vidro/ECS desenvolve o potencial de – 0,412 V quando mergulhado em um tampão de pH 6,00 e –0,2004 V quando mergulhado em uma solução desconhecida. Qual o pH da solução? E1 = - 0, 412 V; pH1 = 6,0 pH2 = ?; E2 = - 0,2004 V 𝐸𝑖 = 𝑘 − 0,0592 𝑝𝐻 Potenciometria Exemplo 10: Um eletrodo de vidro combinado foi calibrado à 25°C com uma solução tampão padrão com pH 4,0, que resultou um potencial de 0,750 V. Qual potencial será obtido se uma solução de ácido fórmico 0,01 mol/L for colocada na cela? Ka (HCOOH) = 1,8x10 – 4 Potenciometria • Titulações Potenciométricas: • A medida do sinal de um eletrodo indicador é usada para acompanhar a variação da concentração de uma espécie iônica envolvida na reação e, assim, detectar o ponto final; • Um eletrodo indicador e um eletrodo de referência são convenientemente associados para construir uma cela galvânica, cuja diferença de potencial é medida no curso da titulação • Na titulação potenciométrica é medido o potencial de um eletrodo indicador adequado, em função do volume de titulante; Potenciometria • Titulações Potenciométricas: • A informação fornecida por uma titulação potenciométrica é a diferente dos dados obtidos em uma medida de Potenciometria direta; • Fornecem dados que são mais confiáveis que aqueles gerados por titulações envolvendo indicadores químicos; • São úteis com soluções coloridas e turvas, para aquelas em que não há um indicador adequado ou ainda para soluções diluídas ou em meio não aquoso; Potenciometria • Titulações Potenciométricas: • Podem ser automatizadas (tituladores automáticos), mas quando realizadas de forma manual consomem mais tempo do que as utilizando indicadores; • Oferecem vantagens adicionais sobre a Potenciometria direta: não dependem do valor absoluto do potencial da célula utilizada na medida; • A medida se baseia no volume do titulante necessário para provocar uma alteração significativa na diferença de potencial entre os eletrodos indicador e referência; Potenciometria • Titulações Potenciométricas: • O instrumento potenciométrico sinaliza a quantidade de titulante que provoca uma variação rápida no potencial próximo do ponto estequiométrico (ponto final) e comporta – se de modo idêntico a um indicador químico; • O potencial do eletrodo de referência não precisa ser exatamenteconhecido, nas titulações potenciométricas; Instrumentação utilizada na Titulação Potenciométrica Potenciometria • Titulações Potenciométricas – Detecção do Ponto Final: Pode – se construir um gráfico d a) Pode – se construir um gráfico do potencial da célula em função do volume de titulante; faz – se então uma estimativa visual do ponto de inflexão da porção mais vertical da curva e este é determinado como ponto final Potenciometria Potenciometria b) Pode – se também determinar o ponto final através da variação do potencial por unidade de titulante (E/V); este método é o método da primeira derivada da curva de titulação. O gráfico (E/V) em função do volume médio produz uma curva com um máximo (ou mínimo), que corresponde ao volume no ponto final (ponto de inflexão da curva de titulação) (𝜕𝐸) (𝜕𝑉) = (𝐸2 − 𝐸1) (𝑉2− 𝑉1) • Titulação Potenciométrica – Detecção do Ponto Final: Potenciometria • Titulações Potenciométricas – Detecção do Ponto Final: c) Pode – se também utilizar a segunda derivada para determinação do ponto final. O ponto no qual a segunda derivada (2E/V2) passa pelo zero é o ponto de inflexão, que é tomado como o ponto final da titulação (𝜕2𝐸) (𝜕V2) = 𝜕𝐸 𝜕𝑉 2 − 𝜕𝐸 𝜕𝑉 1 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜2 − 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜1 Potenciometria • Titulação Potenciométrica – Detecção do Ponto Final • Exemplo: Na Titulação de HCl por NaOH foram verificados os valores listados na tabela abaixo. Qual o volume de titulante, no ponto estequiométrico? V (NaOH)/L pH 85 4,25 86 4,40 87 4,63 88 4,93 89 5,27 90 5,53 91 5,72 93 5,98 Potenciometria • Titulação Potenciométrica – Detecção do Ponto Final • Em uma titulação potenciométrica, o potencial da célula se relaciona ao pH; então pode – se escrever: 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑉1 + 𝑉2 2 𝑃𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎: (𝜕𝑝𝐻) (𝜕𝑉) = 𝑝𝐻2 − 𝑝𝐻1 𝑉2 − 𝑉1 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎: (𝜕2𝑝𝐻) (𝜕V2𝑚é𝑑𝑖𝑜) = 𝜕𝑝𝐻 𝜕𝑉 2 − 𝜕𝑝𝐻 𝜕𝑉 1 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜2 − 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜1 Potenciometria • Titulação Potenciométrica – Detecção do Ponto Final • Exemplo: Titulação de HCl por NaOH V (NaOH)/L pH Vmédio/ L dpH (pH/V) (V2 ) médio (2pH/V2) 85 4,25 86 4,40 85,5 0,15 0,15 87 4,63 86,5 0,23 0,23 86 (0,23-0,15)/(86,5-85,5) =0,08 88 4,93 87,5 0,30 0,30 87 (0,30 – 0,23)/(87,5 – 86,5) = 0,07 89 5,27 88,5 0,34 0,34 88 (0,34-0,30)/(88,5 – 87,5) = 0,04 90 5,53 89,5 0,26 0,26 89 (0,26 – 0,34)/(89,5 – 88,5) = - 0,08 91 5,72 90,5 0,19 0,19 90 (0,19 – 0,26)/(90,5 – 89,5) = - 0,07 93 5,98 92,0 0,26 0,13 91,25 (0,13 – 0,19)/(92 – 90,5) = - 0,04 Potenciometria • Titulação Potenciométrica – Detecção do Ponto Final • Exemplo: Titulação de HCl por NaOH V (NaOH)/L pH Vmédio/L (pH/V) (V2 ) médio (2pH/V2) 85 4,25 86 4,40 85,5 0,15 87 4,63 86,5 0,23 86,0 0,08 88 4,93 87,5 0,30 87,0 0,07 89 5,27 88,5 0,34 88,0 0,04 90 5,53 89,5 0,26 89,0 - 0,09 91 5,72 90,5 0,19 90,0 - 0,07 93 5,98 92,0 0,13 91,3 -0,04 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 p H Volume de NaOH Curva de Titulação de HCl por NaOH 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 85 86 87 88 89 90 91 92 93 ( p H / V ) V(médio) NaOH Curva Primeira Derivada da Titulação de HCl por NaOH Curva Segunda Derivada da Titulação de HCl por NaOH -0,1 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 85 86 87 88 89 90 91 92 ( 2 p H / V 2 ) V2(médio) NaOH Potenciometria • Exemplo: titulação de NaCl por AgNO3 V (AgNO3)/mL E/mV Vmédio (E/V) (V 2) (2E/V2) 23,0 0,138 23,5 0,146 23,8 0,161 24,0 0,174 24,1 0,183 24,2 0,194 24,3 0,233 24,4 0,316 24,5 0,340 24,6 0,351 24,7 0,358 25,0 0,373 25,5 0,385 Potenciometria • Exemplo: titulação de NaCl por AgNO3 V (AgNO3)/mL E/mV Vmédio (E/V) (V 2) (2E/V2) 23,0 0,138 23,5 0,146 23,25 0,016 23,8 0,161 23,65 0,050 23,45 0,085 24,0 0,174 23,90 0,065 23,78 0,060 24,1 0,183 24,05 0,090 23,98 0,167 24,2 0,194 24,15 0,110 24,10 0,200 24,3 0,233 24,25 0,390 24,20 2,800 24,4 0,316 24,35 0,830 24,30 4,400 24,5 0,340 24,45 0,240 24,40 – 5,900 24,6 0,351 24,55 0,110 24,50 – 1,300 24,7 0,358 24,65 0,070 24,60 – 0,400 25,0 0,373 24,85 0,050 24,75 – 0,100 25,5 0,385 25,25 0,024 25,05 – 0,065 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 22,5 23 23,5 24 24,5 25 25,5 26 E/ m V V(AgNO3) Curva de Titulação de NaCl por AgNO3 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 23 23,5 24 24,5 25 25,5 ( E/ V ) Vmédio (AgNO3) Curva Primeira Derivada da Titulação de NaCl por AgNO3 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 23,2 23,4 23,6 23,8 24 24,2 24,4 24,6 24,8 25 25,2 ( 2 E/ V 2 ) V2 médio (AgNO3) Curva Segunda Derivada da Titulação de NaCl por AgNO3 Potenciometria Atividade: 10,0 mL de solução de HCl foi titulada potenciometricamente com solução de NaOH 0,098 mol/L, conforme os dados apresentados abaixo: V(NaOH)/mL pH Vmédio (NaOH) (E/V) V2médio (NaOH) (2pH/V2 ) 1,0 1,71 3,0 1,81 5,0 1,93 7,0 2,10 9,0 2,40 10,0 2,66 10,5 2,82 11,0 3,41 11,2 4,39 11,4 9,05 11,6 9,97 11,8 10,36 12,0 10,59 13,0 10,85 Complete a tabela, construa os gráficos da titulação e das derivadas primeira e segunda, e determine a concentração do ácido, em mol/L e g/L. Referências • Introdução à Eletroanalítica. Disponível em: https://www.ufjf.br/nupis/files/2016/08/Potenciometria21.pdf • Potenciometria. Disponível em https://www.dracena.unesp.br/Home/Graduacao/potenciometria.pdf • SERRA, A.A. Métodos Eletroanalíticos. Disponível em: https://ufsj.edu.br/portal- repositorio/File/frankimica/Quimica%20Analitica%20Aplicada%20II/Introd u%E7%E3o%20aos%20M%E9todos%20Eletroanal%EDticos.pdf https://www.ufjf.br/nupis/files/2016/08/Potenciometria21.pdf https://www.dracena.unesp.br/Home/Graduacao/potenciometria.pdf https://ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/frankimica/Quimica%20Analitica%20Aplicada%20II/Introdu%E7%E3o%20aos%20M%E9todos%20Eletroanal%EDticos.pdf Referências • LESSA, T. O uso da potenciometria na análise clínica. Disponível em: http://www.petquimica.ufc.br/o-uso-da-potenciometria-na-analise- clinica/ • JULIANO, V.F. Introdução aos Métodos Eletroanalíticos. Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/1609110/ http://www.petquimica.ufc.br/o-uso-da-potenciometria-na-analise-clinica/ https://slideplayer.com.br/slide/1609110/ Referências • BARBOZA, J.C.S, SERRA. A. A., Eletrodos e Potenciometria. Disponível em: http://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840768/LOQ4001/Final%203a%2 0Aula%20(Parte%20II)%202S%202019%20(Potenciometria)%202S%202019%20- %20Aarao.pdf • Introdução à Eletroanalítica. Disponível em: https://www.ufjf.br/nupis/files/2012/03/Potenciometria3.pdf • Potenciometria – Análise Potenciométrica. Disponível em: https://analiticaqmc20132.paginas.ufsc.br/files/2013/11/potenciometria- rev.pdf http://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840768/LOQ4001/Final%203a%20Aula%20(Parte%20II)%202S%202019%20(Potenciometria)%202S%202019%20-%20Aarao.pdf https://www.ufjf.br/nupis/files/2012/03/Potenciometria3.pdf https://analiticaqmc20132.paginas.ufsc.br/files/2013/11/potenciometria-rev.pdf Referências • Eletrodos Indicadores. Disponível em: https://ufsj.edu.br/portal- repositorio/File/frankimica/Quimica%20Analitica%20Aplicada%20II/P otenciometria%20-%20parte%202.pdf • Introdução à Eletroanalítica. Disponível em: https://www.ufjf.br/nupis/files/2016/08/Potenciometria.pdf • Titulação Potenciométrica. Disponível em: https://www.ufjf.br/baccan/files/2010/10/Aula-4-Eletroanalitica_1o- Sem-2016-parte-2.pdf https://ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/frankimica/Quimica%20Analitica%20Aplicada%20II/Potenciometria%20-%20parte%202.pdf https://www.ufjf.br/nupis/files/2016/08/Potenciometria.pdf https://www.ufjf.br/baccan/files/2010/10/Aula-4-Eletroanalitica_1o-Sem-2016-parte-2.pdf
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