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unesp Dermatofitoses Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” FMVA - Araçatuba Drª Caroline C. Carreiro Profª Subst.Clínica Med.Veterinária É uma infecção fúngica nos tecidos queratinizados, extrato córneo, pêlo e unha. As lesões são caracterizadas por alopecia anular ou circinada, encobertas por escamas e de rápida expansão centrífuga. (SCOTT et al., 2001; MORIELLO, 2004). Dermatofitose Tinha ou tinea; Peladura; Pelada; Impigem; Classificação dos dermatófitos Geofílicos Característica primária a habilidade de manter sua viabilidade vital em SOLOS ricos em resíduos de queratina humana e/ou animal. Classificação dos dermatofitos Zoofílicos Antropofílicos Mantêm a sua viabilidade através do parasitismo em espécies ... Classificação dos dermatofitos Geofílicos Zoofílicos Antropofílicos Potencial Zoonótico É a infecção de transmissão mais fácil entre espécies Principais gêneros: Microsporum, Trichophyton ou Epidermophyton. Microsporum canis Microsporum canis Principal agente causador de dermatofitose zoofílicas; Maior ocorrência em cães e gatos; Principal responsável pelas infecções dermatofíticas zoofílicas em seres humanos. Microsporum canis Cães e gatos exercem um importante papel como reservatório; Portadores assintomáticos??? A infecção humana ocorre através da exposição aos artroconídios ou hifas presentes nos pelos desses animais (sadios???). Gatos de pelos longos são frequentemente assintomáticos é bastante habitual e representa um risco para os seus contactantes. Microsporum gypseum Espécie geofílica; Causa dermatofitose em animais e humanos; Microsporum gypseum A fonte de contaminação é o solo, principalmente aqueles ricos em debris de queratina como jardins, onde os animais costumam cavar Trichophyton Trichophyton T. mentagrophytes var. mentagrophytes; Causar dermatofitose em animais e no homem; Ocorrência no Brasil é menor em relação às espécies do gênero Microsporum. Trichophyton Dermatófito zoofílico, cujos principais hospedeiros são os roedores domésticos ou silvestres. Trichophyton A transmissão ocorre através do contato com roedores infectados ou portadores assintomáticos, ou através do contato com materiais contaminados (pelos e escamas) presentes no meio ambiente. PINTER & STRITOF, 2004 Aspectos Epidemiológicos (SIDRIM & ROCHA, 2004). Elevada prevalência mundial; Homem x animais ; Estão entre as zoonoses + comuns do mundo, sendo distúrbios de pele mais freq. em crianças (-12 anos). Patogenia A infecção ocorre após o contato de hifas ou artroconídios com a pele, estes se desenvolvem penetrando na camada córnea da epiderme e crescem de maneira circular e centrífuga, dando origem a lesões circulares com vesículas margeando a região central, denominadas clinicamente de herpes circinada. Utilização a queratina como fonte de carbono e nitrogênio Patogenia Produção de queratinase A prevalência é afetada pela temperatura e umidade e pode variar de acordo com a localização geográfica e estação climática. A ocorrência causada por espécies geofílicas, em geral, é maior em regiões de clima quente. Embora possa acometer animais de qualquer idade, sexo ou raça, animais jovens e de determinadas raças são mais susceptíveis. CABAÑES et al., 1997 Predisposição relacionada a diferenças qualitativas e/ou quantitativas na defesa cutânea, pela produção sebácea ou pela pelagem longa. Predisposição Racial Yorkshire terriers são mais acometidos que animais sem definicão racial, sendo M. canis o principal agente causador. Concomitância com outras doenças debilitantes. (leishimaniose, erlichiose, diabets...etc) Nos felinos, as raças de pelagem longa como Persa, têm sido apontadas como as mais predispostas a infecções por dermatófitos zoofílicos. A corticoterapia torna essas infecções mais disseminadas e prolongadas, devido à inibição da resposta inflamatória local. A dermatofitose em cães sadios, em geral é autolimitante. A falta de imunidade específica nos animais jovens também os torna mais susceptíveis. São infecções das hastes dos pelos e dos folículos pilosos. As hastes se tornam frágeis e quebradiças, contendo nos seus fragmentos os artroconídios infecciosos, meio mais eficiente de transmissão. As hastes e as escamas infectadas, podem ainda manter-se no ambiente, como fonte de infecção, durante muitos meses. Manchas descamativas ou crostosas, alopécicas ou com pelos tonsurados, de forma circular ou irregular, que podem se unir até cobrir grandes porções do corpo. Características macroscópicas Manchas descamativas ou crostosas, alopécicas ou com pelos tonsurados, de forma circular ou irregular, que podem se unir até cobrir grandes porções do corpo. Características macroscópicas Entretanto, podem ocorrer apresentações clínicas do tipo kérion, pseudomicetoma ou onicomicose Características macroscópicas Lesão em kérion, apresentam-se como placas eritematosas elevadas ou nodulares, com infecção bacteriana secundária e aspecto piogranulomatoso Características macroscópicas Resultante de uma reação de hipersensibilidade do hospedeiro estimulada pelos metabólitos do dermatófito. Os fungos tendem a morrer nas áreas de inflamação no centro das lesões, sendo mais ativos perifericamente, podendo formar um anel eritematoso. Nos casos de onicomicoses, observam- se unhas de cor alterada, malformadas, friáveis, quebradas ou esfaceladas. Em geral, dermatófitos não invadem tecidos subcutâneos e profundos, mas lesões pseudotumorais (micetoma, pseudomicetoma) afetando tecidos subcutâneos tem sido descritos em gatos Persas. Diagnóstico A infecção fúngica interrompe o crescimento piloso, levando ao aparecimento de áreas de alopecia parcial ou completa, com ou sem eritema Inspeção Cutânea Lesões alopécicas de padrão circular, eritematosas e encobertas por escamas. Diagnóstico diferencial Demodiciose Foliculite bacteriana Disqueratinizações Alergopatatias Dermatopatias alopécicas (gatos) Diagnóstico Exame com Lâmpada de Wood Exame com Lâmpada de Wood Diagnóstico Exame com Lâmpada de Wood A fluorescência ocorre devido à presença de pteridina, uma substância secretada pelo fungo. Essa substância só é produzida por fungos em crescimento ativo, não podendo ser obtida de uma infecção pilosa in vitro. Diagnóstico Exame com Lâmpada de Wood Fluorescência amarelo-esverdeada Microsporum canis (50 a 60% casos) Aquecimento da lâmpada por 5 a 10 minutos; Manter a lâmpada pelo menos 5 min; Diagnóstico Exame com Lâmpada de Wood Ausência de fluorescencia: inconclusiva Falso-positivo: algumas espécies de bactérias (Pseudomonas aeruginosas, P. pyocianae e Corynebacterim minutissium), crostas, algodão ou iodo; Falso-negativo: medicação tópica; Diagnóstico Exame Direto Consiste em removidos, de maneira asséptica, com uma pinça ou lâmina de bisturi e armazenados em recipientes estéreis (lâmpada de wood) Colocadas em laminas e clarificadas em solução de hidróxido de potássio (KOH 10-40%) e cobertas com uma lamínula. Diagnóstico Exame Direto Presença de hifas e esporos; Resultados falso negativos: difícil visualização dos elementos fúngicos Diagnóstico Cultura de fungo Remoção de maneira asséptica,com uma pinça ou lâmina de bisturi e armazenados em recipientes estéreis (lâmpada de wood) A identificação do agente etiológico associado às micoses cutâneas é importante para o diagnóstico, o tratamento, o prognóstico e para as decisões relacionadas à saúde pública. Local de escolha: borda da lesão alopécica; Indicado para lesões nodulares (quérion e pseudomicetoma) Achados: perifoliculite crônica, foliculite supurativa + hifas e esporos Não identifica espécie (baixa sensibilidade) Diagnóstico Histopatológico Tratamento Lesões??? Tratamento tópico Distribuição Localizadas Disseminadas Generalizadas tratamento tópico e sistêmico tratamento tópico Xampus, pomadas, loções, creme Vodol, Nistatina, Cetoconazol, quadriderme, miconazol Xampus: 1 a 2 banhos semanais Cetoconazol 2%, miconazol 2%, clorexidine 2-4% Solução (Strawnard): Tintura de iodo........10ml Violeta de genciana 2% ..........10ml Tintura de Benjoim.......... 1ml 2 semanas após cura clínica / culturas negativas Terapia tópica Autolimitante em animais sadios Tosa: diminui substrato para proliferação do fungo; Higiene adequada; Tratamento Tratamento Lesões??? Tratamento tópico e sistêmico Disseminadas (multifocais) ou Generalizadas Griseofulvina 50-150 mg/kg SID Efeitos colaterais: êmese, diarreia, icterícia, aumento de FA e ALT, relatos de supessão de medula óssea em gato com FIV Itraconazol 5-10mg/kg SID Efeitos colaterais: êmese, diarreia, icterícia, aumento de FA e ALT, relatos de dermatite ulcerativa em felinos Terapia sistêmica Quadro generalizado ou ausência de resposta ao tratamento tópico após 2 a 4 semanas Terapia sistêmica Cetoconazol 5-10mg/kg SID Menos eficaz e maior ocorrência de efeitos colaterais Efeitos colaterais: inapetência, êmese, diarreia, aumento de FA e ALT, icterícia, queimadura Terbinafina 10mg/Kg (cães) 20mg/kg (gatos) Efeitos colaterais: êmese, diarreia, aumento de FA e ALT, icterícia *Cefalexina 25mg/Kg/BID 2 semanas após cura clínica / culturas negativas Profilaxia Vacina disponível induz imunidade humoral Melhora clínica da infecção por dermatófitos associada a imunidade celular Não protege animal contra reiinfecção Pode auxiliar no tratamento associada a antifúngicos sistêmicos Profilaxia Desinfetante hipoclorito de sódio (1:10); Temperatura alta; Fômites ; Tratamento de contactantes ; Esporos viáveis no ambiente por até 18 meses
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