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D2 - Formação Econômica do Brasil

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a) Explique um dos motivos do aumento da imigração estrangeira para terras paulistas em torno da produção do café. (30%)
b) Apresente o principal produto brasileiro de exportação, indicando a região. (20%)
c) De que forma as mudanças socioeconômicas do período contribuíram para o desenvolvimento das primeiras favelas. (50%)
a) Os motivos para a atração de imigrantes são bastante complexos. Em termos econômicos, pode-se destacar a dificuldade de transformação automática de uma população embrutecida por século de escravidão, trabalhadores assalariados com costumes e valores desse tipo de sociedade. O longo domínio do sistema escravagista e de outros sistemas arcaicos, a exploração impiedosa e a opressão social que as camadas dos despossuídos, tanto os escravos como os pobres livres sofreram durante várias gerações, mutilaram-nas moral, psicológica e fisicamente. Além disso, o primitivismo dos seus hábitos de trabalho, que se combinava frequentemente com a deficiência física, assim como tradições e costumes que lhes foram inculcados, criavam sérios obstáculos à exploração capitalista da mão de obra".
Outro fator importante para o aumento da imigração estrangeira para terras paulistas em torno da produção do café é o de que o estoque de mão de obra brasileiro se encontrava localizado de forma esparsa pelo território, fator de dificuldade de concentrá-la e distribui-la nos focos de produção do Sudeste. Além do que, ainda assim, constituía-se aquém das necessidades da ampliação da produção cafeeira nas grandes lavouras que se expandiam. 
 
A preferência pela mão de obra estrangeira se explica, também, pelo nível de destreza de trabalho dos imigrantes. Ainda que provenientes de espaços marcados pela guerra, como é o caso da Itália, na conjuntura de sua integração (1863), os trabalhadores estavam mais habituados às disciplinas e valores do trabalho assalariado.
b) O café continuaria sendo o principal produto brasileiro e o centro dinâmico da economia como um todo. Entretanto, houve uma mudança territorial de seu cultivo, com o café do interior de São Paulo se destacando em relação ao café carioca. Mudança, que está estritamente relacionada com a reorganização da forma do trabalho. 
 
A princípio, o café avançou sobre o Vale do Paraíba, a partir do Rio de Janeiro, mantendo, assim, o porto carioca ainda como um importante escoadouro da produção.  
 
Em um momento subsequente, a ligação ferroviária entre Santos-Jundiaí tornou-se fundamental para a conexão da produção de um espaço mais amplo do território do estado de São Paulo: planalto paulista. 
 
Neste segundo espaço, a chegada da companhia São Paulo Railway, em meados da década de 1860, deu condições de expansão de linhas férreas que conectaram uma longa parcela do território paulista e o transformou em um dos polos de produção de café.  
 
Importante também foi a expansão de outras duas redes de trens: a Sorocabana e Mogiana, que no final do século já ligavam uma ampla região, como Botucatu e Mogi-Mirim, respectivamente, à cidade de São Paulo. 
 
A expansão de forma não tão organizada não se deu sem um propósito. Certamente a expansão das ferrovias paulistas não possuía um caráter de interligação das regiões do país de forma a criar uma infraestrutura nacional. 
 
De forma bastante pragmática, as ferrovias interligavam uma séria de fazendas de figuras importantes da política regional aos portos em que serviam o café aos mercados europeus e estadunidenses, principalmente ao porto de Santos que se tornava gradativamente o mais importante do país.

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