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Mãos na Cadeia Epidemiológica

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Faculdade de Tecnologia de Ribeirão Preto – SP
Tecnólogo em Sistemas Biomédicos
1º Semestre
A função das mãos na Cadeia Epidemiológica
Prof.ª Dra. Daniela Rodolpho
Antônio de Pádua M. Fernandes RA 2640611823002
Ribeirão Preto
Novembro/2018
INTRODUÇÃO
A higienização das mãos sempre foi considerada uma medida básica para o cuidado ao paciente. Desde o estudo de Semmelweis, no século XIX, as mãos dos profissionais de saúde vêm sendo implicadas como fonte de transmissão de microrganismos no ambiente hospitalar (CDC, 2002). A lavagem das mãos é a medida mais simples e importante na prevenção da infecção hospitalar (IH). Se feita corretamente, remove das mãos microrganismos adquiridos transitoriamente no contato com pacientes. É uma conduta de baixo custo e de grande valor (Sítio BLOGENFERMEIRANDO. Disponível em: https://blogenfermeirando.wordpress.com/tag/tecnica-para-lavar-as-maos/. Acesso em: 22 de novembro de 2018).
A contaminação das mãos dos profissionais pode ocorrer durante o contato direto com o paciente ou por meio do contato indireto com produtos e equipamentos no ambiente próximo a este, como bombas de infusão, barras protetoras das camas e estetoscópio, entre outros. Bactérias multirresistentes e mesmo fungos como Candida parapsilosis e Rhodotorula spp. podem fazer parte da microbiota transitória das mãos e assim se disseminar entre pacientes (CDC, 2002; HUANG et al., 1998; SILVA et al., 2003; CHAKRABARTI et al., 2001).
Vários registros na literatura mostram a importância da transmissão da infecção cruzada como fonte de surtos de infecção relacionada à assistência à saúde. Indiretamente, mesmo sem a comprovação da colonização das mãos dos pro-fissionais de saúde, já havia sido demonstrado que a baixa adesão à higienização das mãos era uma das causas dos surtos de colonização e infecção por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus MRSA) (WANG et al., 2001; WEBER et al., 2002).
Surtos causados por bacilos Gram-negativos já foram associados à baixa adesão às práticas de higienização das mãos e ao número reduzido de funcionários (PESSOA-SILVA et al., 2002).
Entre as medidas implementadas no controle de surtos de infecção relacionada à assistência à saúde, a higienização das mãos sempre exerceu um papel preponderante. Muitos surtos são con-trolados após a adoção de medidas que melho-ram a adesão a essa prática, como intervenção educacional, uso de novos produtos como gel al-coólico e melhorias relacionadas ao número e à localização de lavatórios/pias (CDC, 2002; LEVIN et al., 1998; BOSZCZOWSKI et al., 2005).
A lavagem básica das mãos com água e sabão visa à remoção da maioria dos microrganismos da flora transitória, de células descamativas, de pêlos, de suor, de sujidades e de oleosidades. O objetivo da lavagem é reduzir a transmissão de microrganismos pelas mãos, prevenindo as infecções. A eficácia da lavagem das mãos depende da duração e da técnica utilizada (Sítio BLOGENFERMEIRANDO. Disponível em: https://blogenfermeirando.wordpress.com/tag/tecnica-para-lavar-as-maos/. Acesso em: 22 de novembro de 2018).
Figura 1 – Procedimento para lavagem e desinfecção das mãos
Fonte: (blogenfermeirando, acesso em: 22/11/2018)
E igualmente importante é ter noções básicas de saúde, como saber da importância que as mãos tem na transmissão de doenças e a importância de se lavar corretamente as mãos e objetos utilizados no dia a dia, tanto na rotina da área de saúde como na rotina das pessoas em geral.
CONCLUSÃO
É evidente a importância de ter noções básicas de saúde, como saber da importância que as mãos têm na transmissão de doenças, através das transmissões de microrganismos pelas mãos. O procedimento de lavagem e desinfecção das mãos exemplificado na figura 1, mostra a maneira correta com que as pessoas tem que realizar essa atividade simples. Principalmente profissionais da área da saúde, onde os meios de contaminação são dos mais variados. Para evitar isso três elementos são essenciais para essa prática: agente tópico com eficácia antimicrobiana procedimento adequado ao utilizá-lo, com técnica adequada e no tempo preconizado; e adesão regular ao seu uso, nos momentos indicados.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANVISA. Segurança do paciente em serviços de saúde higienização das mãos. Brasília. ANVISA, 2009.
BLOGENFERMEIRANDO. Técnica para lavar as mãos. Disponível em: <https://blogenfermeirando.wordpress.com/tag/tecnica-para-lavar-as-maos/>. Acesso em: 22 de novembro de 2018.
CDC (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION). Guidelines for hand hygiene in health-care settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR Recomm Rep, Atlanta, v. 51, n. RR-16, p. 1-45, 2002.
CHAKRABARTI, A. et al. Outbreak of Pichia anomala infection in the pediatric service of a tertiary-care center in Northern India. J Clin Microbiol, Washington, DC, v. 39, n. 5, p. 1702-1706, May 2001.
HUANG, Y. C. et al. Yeast carriage on hands of hospital personnel working in intensive care units. J Hosp Infect, London, v. 39, n. 1, p. 47-51, 1998.
SILVA, V. et al. Yeast carriage on the hands of Medicine students. Rev Iberoam Micol, [S.l.], v. 20, n. 2, p. 41-45, 2003.
WANG, J. T. et al. A hospital-acquired outbreak of methicillin-resistant Staphylococcus aureus infection initiated by a surgeon carrier. J Hosp Infect, London, v. 47, n. 2, p. 104-109, Feb. 2001.
WEBER, S. et al. An outbreak of Staphylococcus aureus in a pediatric cardiothoracic surgery unit. Infect Control Hosp Epidemiol, Chicago, v. 23, n. 2. p. 77-81, Feb. 2002.
PESSOA-SILVA, C. L. et al. Infection due to extended-spectrum beta-lactamase-producing Salmonella enterica subsp. enterica serotype infantis in a neonatal unit. J Pediatr, New York, v. 141, n. 3, p. 381-387, Sept. 2002.
LEVIN, A. S. et al. Candida parapsilosis fungemia associated with implantable and semi-implantable central venous catheters and the hands of healthcare workers. Diagn Microbiol Infect Dis, North Liberty, v. 30, n. 4, p. 243-249, Apr. 1998.
BOSZCZOWSKI, I. et al. Outbreak of extended spectrum beta-lactamase-producing Klebsiella pneumoniae infection in a neonatal intensive care unit related to onychomycosis in a health care worker. Pediatr Infect Dis J, Philadelphia, v. 24, n. 7, p. 648-650, July 2005.

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