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Farmacotécnica de supositórios (PRONTO)

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Discente: Marciele Rodrigues Dias 
	Curso: Farmácia 9º A
	Docente: Tatiana 
	Estágio Supervisionado de Manipulação
INTRODUÇÃO
Anatomia e fisiologia da região anorretal
	Reto: é o segmento terminal do tubo digestivo com cerca de 15 a 19 cm de comprimento. Sua localização é mediana, anterior ao sacro. Posiciona-se atrás da bexiga e próstata (no homem) ou útero e vagina (na mulher). Apresenta-se dilatado, na forma de ampola, que se estende do seu extremo superior até o diafragma pélvico. É inervado pelos plexos hemorroidários superiores, plexo hemorroidário que emana do plexo hipogástrico e pelo nervo hemorroidário ou anal. Na ampola retal está presente uma pequena quantidade de um líquido viscoso do tipo mucina (cerca de 2mL), de pH em torno de 7,2 a 7,4. A capacidade de absorção é semelhante à mucosa do intestino delgado, mas a superfície absorvente é mais limitada. 
Usos, aspectos fisiológicos, farmacocinéticos e biofarmacêuticos
	Os supositórios oferecem uma alternativa como veículo para administração de fármacos de uso sistêmico para pacientes que não podem ingerí-los por via oral, tais como pacientes pediátricos, pacientes inconscientes ou sujeitos a vômito. Os supositórios também constituem em uma opção para administração de alguns fármacos que são ineficazes quando administrados por via oral porque são extensivamente metabolizados pela primeira passagem hepática ou que podem ser afetados pela ação dos sucos digestivos. A progesterona constitui um exemplo de fármaco que é administrado tanto por via retal como por via vaginal para efeito sistêmico. O uso de supositórios é também indicado para administração de fármacos que podem causar náusea quando administrados por via oral. A via retal pode ser ainda uma opção para a administração de fármacos com características organolépticas desagradáveis. 
	Os fármacos podem ser administrados na forma de supositórios com o objetivo de se obter efeito local ou sistêmico. A absorção dependerá de vários fatores tais como as características físico-químicas do fármaco (exemplos: solubilidade, coeficiente de partição, pKa, tamanho de partícula, peso molecular, afinidade com a base excipiente), da sua concentração, das características físico-químicas da base e adjuvantes, da idade do paciente (ex. a mucosa retal das crianças é mais permeável) e da velocidade de absorção. 
	A dose dos fármacos na forma de supositórios é geralmente maior que a dose oral. Todavia, existem fármacos que são veiculados em supositórios em doses similares à oral por apresentarem biodisponibilidade relativa próximas. 
	Sabe-se que cerca de 50 a 70% da quantidade absorvida de um fármaco pela via retal caem diretamente na circulação sistêmica. As veias hemorroidárias inferiores que rodeiam o cólon e o reto confluem na veia cava e assim evitam o fígado, atingindo a circulação geral. 
Composição básica de um supositório 
	• Fármaco ou ativo. 
	• Agente suspensor: empregado quando o fármaco não é solúvel na base. Seu uso neste caso é necessário para que não haja sedimentação do fármaco na base do supositório durante o processo de solidificação, enquanto a base ainda se encontra fluida. A sílica gel micronizada (ex. Aerosil® 200) pode ser utilizada como agente suspensor na concentração usual de 1%. 
	• Base excipiente (massa): a base para supositório deve ser estável, bem tolerada pela mucosa (não irritante), quimicamente e fisiologicamente inerte e compatível com uma variedade de fármacos. 
	• Antioxidantes: seu uso é opcional em preparações extemporâneas. 
1.0 FARMACOTÉCNICA DE SUPOSITÓRIOS
Bases (excipientes) utilizadas para manipulação de supositórios
	• Manteiga de Cacau (base graxa, oleaginosa ou lipófila): A manteiga de cacau é composta por uma mistura de triglicérides de ácido oléico, palmítico e esteárico. A manteiga de cacau é bem tolerada pela mucosa retal e é sólida à temperatura ambiente. Funde-se entre 29 e 34°C, fundindo-se na temperatura do corpo humano. O seu ponto de solidificação pode situar-se entre 22 e 26°C. Em regra, o tempo necessário para solidificação é de 6 minutos. Quando aquecida à temperatura superior a seu ponto de fusão ocorre transformação alotrópica dos glicerídeos constituintes, com diminuição substancial do ponto de solidificação e do ponto de fusão da massa que solidificou. A presença de formas metastáveis, resultante do superaquecimento altera profundamente as suas características, não só os pontos de solidificação-fusão, como também no tempo necessário para que a massa solidifique. 
	• Novata® tipo B (base graxa, oleaginosa ou lipófila): A Novata® é uma base da Henkel, constituída por misturas de mono/di e triglicerídeos de ácidos graxos saturados. As vantagens da sua utilização estão relacionadas à rapidez de produção dos supositórios e óvulos e a obtenção de produtos com uma melhor apresentação. Esta base se funde na faixa de 33,5 -35,5oC. A Novata® é fundida isoladamente sem a necessidade de adição de outros componentes, acrescentando-se somente o(s) ativo(s). 
	• Suppocire® (base graxa, oleaginosa ou lipófila): A Suppocire são misturas eutéticas de mono, di e triglicerídeos derivados de óleos vegetais naturais. Apresenta a fusão compreendida entre 35 – 36.5°C. É indicada como excipiente para a preparação de óvulos e supositórios uma vez que se fundem facilmente à temperatura do corpo, liberando então os princípios ativos. Deve ser utilizada pura, apenas adicionada dos princípios ativos e agente suspensor caso necessário. 
	• Witepsol® (base graxa, oleaginosa ou lipófila): Formada por misturas de triglicerídeos de ácidos graxo com porções variadas correspondente aos glicerídeos parciais. Disponível em diversas especificações com diferentes pontos de fusão. Exemplos: Witepsol® H-5 (PF =35,2oC); Witepsol® H-12 (PF = 32- 33oC).
	• Base com Polietilenoglicóis ou PEGs (bases hidrófilas ou hidrossolúveis): Os polietilenoglicóis são polímeros de óxido de etileno, com cadeias alcoólicas primárias de diversos pesos moleculares. As fórmulas de bases para supositórios ou óvulos e que contém estes excipientes, consistem em uma mistura de polietilenoglicóis com diferentes PM em proporções adequadas para a obtenção de um produto final com ponto de fusão próximo a 37°C. Não são tóxicos, porém podem causar alguma irritação por causar uma desidratação da mucosa por retirada de água. Possuem a desvantagem de apresentar maior probabilidade de incompatibilidades com fármacos, quando comparados aos outros excipientes. A base de PEGs é incompatível com sais de prata, ácido tânico, aminopirina, quinino, ictiol, ácido acetilsalicílico, benzocaína, viofórmio, sulfonamidas, fenobarbital sódico, ácido salicílico e cânfora. 
Sugestão - Massa para Supositórios e Óvulos com PEG: 
PEG 1500........... 70% 
PEG 4000........... 10% 
PEG 400............. 20% 
Preparo: Fundir os componentes. Adicionar os princípios ativos no excipiente fundido ou em parte do PEG 400 micronizando- os. 
	• Base de glicerina: A base de glicerina é composta por glicerina, estearato de sódio e água destilada. Normalmente é empregada para o preparo do tradicional supositório de glicerina. A seguir uma formulação de supositório de glicerina proposta: 
Supositório de Glicerina 
Glicerina ............................................... 91 g 
Estearato de sódio* ................................... 9 g 
Água destilada........................................... 5g 
	*Nota: O estearato de sódio pode ser obtido na ocasião do preparo dos supositórios de glicerina, fazendo reagir, nas proporções adequadas, o ácido esteárico com o hidróxido de sódio. Indicação: laxativo. 
	Procedimento de preparo: 1. Aquecer a glicerina em um recipiente adequado até a temperatura de 120°C. 2. Dissolver o estearato de sódio na glicerina quente com agitação suave. 3. Adicionar a água destilada, misturar e em seguida verter a mistura aquecida para o molde adequado. Se o molde for de metal este deve ser aquecido previamente. 4. Deixar esfriar completamente antes de retirardo molde. 
	 
Compatibilidade e estabilidade dos ingredientes
	De modo geral, as bases oleaginosas são menos reativas que as bases PEG e portanto menos sujeitas do que estas últimas a problemas de incompatibilidades e estabilidade com os fármacos veiculados. Um problema comum de incompatibilidade relatado para bases graxas é a redução do ponto de fusão das mesmas com a adição de fármacos e outros componentes que formam misturas eutéticas de baixo ponto de fusão. Um exemplo clássico de mistura eutética, é adição de hidrato de cloral na manteiga de cacau. Todavia, este problema pode ser superado com a adição de uma pequena quantidade de cera branca para elevação do ponto de fusão. 
As bases graxas são mais sensíveis à temperatura que as bases PEG. Os supositórios preparados com estas bases devem ser armazenados em temperatura ambiente controlada ou sob refrigeração. 
Preparação de supositórios
	Os dois principais processos de preparo de supositórios são a solidificação e a compressão. 
	Processo da solidificação: neste processo o excipiente (a massa base) é fundido, aditiva- do com os ingredientes da formulação e vertido em moldes apropriados, previamente untados com vaselina líquida ou óleo mineral (para moldes de metal). A utilização de moldes embalagens (moldes dispensáveis) dispensa a lubrificação prévia. 
	Processo de compressão: consiste em fazer passar a massa através de orifícios apropriados de uma máquina. Este processo é realizado a frio em processos industriais. 
Na farmácia magistral o processo normalmente empregado é o processo de solidificação. 
Moldes de supositórios
Os moldes empregados para o preparo de supositórios e óvulos podem ser constituídos de vários materiais, como alumínio, bronze, acrílico e PVC (moldes dispensáveis). Embora os moldes dispensáveis sejam preferidos atualmente, os moldes de metal produzem doses unitárias mais uniformes que os primeiros e apesar de requererem um maior investimento inicial são mais econômicos com o decorrer do tempo. 
Lubrificação dos moldes
 Os moldes de metal requerem lubrificação do seu uso. A lubrificação é realizada facilmente utilizando óleo vegetal ou óleo mineral em frasco spray. Os moldes dispensáveis não necessitam de lubrificação prévia. Na preparação de supositórios à base de PEG não é necessário lubrificar o molde. Os moldes de metal devem ser levemente aquecidos antes de se verter a base fundida equilibrando sua temperatura com a temperatura ambiente. 
	Os moldes deverão ser previamente calibrados, vertendo-se a base pura (não aditivada) fundida sobre os mesmos, preparando-se inicialmente um "branco" dos supositórios. Determina-se a seguir o peso médio dos supositórios obtidos com determinado tipo de base que se pretenda utilizar. O peso médio dos supositórios produzidos com cada tipo base utilizada deve ser anotado para uso futuro em cálculos na determinação da quantidade base necessários para o preparo de uma determinada formulação.
Cálculo da quantidade de excipiente
	O preparo extemporâneo de supositórios envolve a incorporação de um ou mais fármacos na base. O molde contém um volume conhecido e invariável e o peso do supositório produzido no mesmo é variável com o tipo de base utilizada base. Na preparação de supositórios, a base é misturada com o fármaco. Entretanto, a base e o fármaco podem apresentar diferentes densidades aparentes. Uma determinada quantidade de fármaco com baixa densidade deslocará uma maior quantidade da base que um peso similar de um fármaco com uma maior densidade. 
	Existem vários métodos para calcular a quantidade de excipiente necessária para preparar supositórios, entretanto o método mais comum é o que emprega o Fator de des- locamento ou de substituição. O fator de deslocamento é definido como a quantidade de base excipiente em gramas deslocada por 1 grama do fármaco. Por exemplo, o ácido bórico possui o fator de deslocamento igual a 0,67 o que significa que 1 grama do mesmo desloca 0,67 g da base excipiente. 
Cálculo do fator do deslocamento 
fd = 100 (p . G) +1
(G) (X)
	fd: fator de deslocamento p: peso dos supositórios de base pura (branco) G : peso dos supositórios com X% do fármaco. 
	
Os fatores de deslocamento dos fármacos habitualmente veiculados na forma de su- positórios estão tabelados e disponíveis em literaturas especializadas e foram determina- dos utilizando-se como base padrão, a manteiga de cacau, para qual foi atribuída o valor 1. A maioria das bases sintéticas produzida atualmente apresenta densidades similares à manteiga de cacau e portanto os fatores de deslocamentos tabelados podem ser aplicados também para estas bases. 
	Pode-se calcular a quantidade de base que é substituída ou deslocada pela adição de ingredientes ativos na base do supositório. Para isto deve se multiplicar a massa dos ingredientes a serem aditivados pelo seu respectivo fator de deslocamento (valor tabelado) e o resultado é então subtraído do peso médio dos supositórios produzidos somente com a base ou “teste em branco” (o peso médio que foi determinado na calibração do molde para uma base em específico). 
No caso de não se conhecer o valor de deslocamento específico de um dado fármaco, pode se determinar experimentalmente a quantidade de base deslocada (1) ou então utilizar o fator de deslocamento universal (2): 
 Determinação experimental do fator de deslocamento: funde-se a base, preenchendo em excesso as cavidades do molde correspondente. Deixa-se esfriar um pouco e se retira o excesso de excipiente que se forma acima das cavidades do molde com uma espátula. Quando a massa se resfriar por completo extrair os supositórios do molde e pesar, anotando o peso em g (p). Prepara-se outra massa do excipiente, em quantidade claramente insuficiente para preencher as cavidades do molde e se adiciona os gramas de fármaco requeridos. Verte-se a mistura fundida nas cavidades e completa-se o preenchimento destes com o excipiente fundido isento de fármaco. Deixa-se esfriar e procede-se conforme indicado anteriormente, anotando o peso em gramas (G) dos supositórios obtidos. A diferença entre este último peso e o do fármaco adicionado (p') corresponde ao peso do excipiente necessário para se preparar os supositórios finais. O valor de (p) antes indicado menos o valor (G - p') corresponde ao peso do excipiente deslocado pelo fármaco. Dividindo-se este valor por p', se obtém o fator de deslocamento (fd) em gramas. 
Cálculo para determinação experimental do fator de deslocamento 
fd = p - ( G - p' )
p'
	fd " fator de deslocamento p " peso do supositório placebo ou branco G " peso do supositório com o fármaco p5" peso do fármaco aditivado 
	(2) - Utilização do fator de correção universal ou Fator de Densidade Estimado: o fator de universal é um valor constante da ordem de 0,7. Salvo as exceções de substâncias muito densas este valor constitui-se em um valor médio para maioria dos compostos e poderia ser aplicado de forma geral e prática na indisponibilidade do valor do fator de deslocamento específico. Portanto, para se determinar a quantidade de base excipiente base realizarmos o seguinte cálculo:
Cálculo da quantidade de excipiente a ser utilizado 
M = 1,1 x p – 1,1 ( p’ x fd)
M: quantidade de base excipiente a ser utilizada (em gramas)
p: peso médio do supositório produzido só com a base (branco ou placebo)
fd : fator de deslocamento do fármaco aditivado (valor tabelado) ou valor de deslocamento universal (0,7)
1,1: corresponde ao fator de sobrecarga de 10%. 
Nota: A unidade de massa adotada para os cálculos deve ser g (grama)
O valor resultante deste cálculo (M) será a quantidade de base excipiente a ser utilizada por unidade de supositório. Basta multiplicar este valor pelo número de unidades requeridas na prescrição, acrescentando também um valor de sobrecarga de 10 % (fator 1,1) para compensar as perdas no processo de preparação, aplicando esta sobrecarga também aos ingredientes ativos. 
Em caso de formulações de supositórios que contenhamassociação de fármacos, deve- se multiplicar o peso da quantidade de cada fármaco em gramas pelo seu respectivo fator de deslocamento ou na ausência deste pelo fator de deslocamento universal, somando-se a estes valores obtidos. O resultado desta soma é então deduzido do peso do supositório placebo. 
Exemplos de cálculos da quantidade de bases
	Exemplo 1: Calcular a quantidade de base para supositório necessária para a manipulação de 10 supositórios de Diclofenaco de potássio 75 mg. Calcular, também, a quantidade de ativo necessária levando em conta a perda durante o procedimento de preparo. O peso médio dos supositórios preparados somente com a base é de 2g. 
A quantidade de ativo é de 75 mg e portanto menor que 100 mg, portanto não é necessário empregar o fator de deslocamento. Quantidade de base por supositório = 2 g - 0,075 g = 1,925 g Quantidade total de base necessária = 1,925 g x 10 = 19,25 g x 10%(excesso) = 21,175 g Quantidade total de ativo necessário = 0,075g x 10 = 0,75 x 10% (excesso) = 0,825 g
	Exemplo 2: Calcular a quantidade de base para supositório necessária para a manipulação de 10 supositórios de Fluconazol 200 mg. Calcular, também, a quantidade de ativo necessária levando em conta a perda durante o preparo. O peso médio dos supositórios preparados somente com a base é de 2g. 
	A quantidade de ativo são de 200 mg e portanto maior que 100 mg, portanto é necessário empregar o fator de deslocamento. Quantidade de base deslocada pelo ativo para supositório = 0,2g(fluconazol) x 0,7 = 0,14 g Quantidade de base por supositório = 2g – 0,14g = 1,86 g Quantidade total de base necessária = 1,86 g x 10 = 18,6 g x 10% = 20,46g Quantidade total de ativo necessário = 0,2g x 10 = 2 g x 10% = 2,2 g 
Procedimento de preparo
	Passo 1: Calibrar, previamente, o molde de supositório, caso não tenha sido utilizado, anteriormente, com a base a ser utilizada. Verificar se o molde encontra-se limpo e seco an- tes do uso. Lubrificar antes de utilizar o molde (moldes dispensáveis não necessitam de lubrificação). Caso utilize molde de metal, aquecê-lo levemente antes de utilizá-lo de forma a equilibrar a sua temperatura com a temperatura ambiente. Passo 2: Calcular a quantidade necessária de cada ingrediente, adicionando-se cerca de 10% extra, para compensar perdas e permitir o preenchimento do molde com excesso. Pesar ou medir com precisão cada ingrediente. (Veja acima o cálculo para determinação da quantidade de excipiente). Passo 3: Ligar e ajustar o aquecimento do banho-maria. Adicionar a base excipiente em um béquer, aquecendo aos poucos até a fusão da base. Deve ser evitado o superaqueci mento, pois o mesmo altera as propriedades de fusão do supositório (não aquecer acima de 55°C). Passo 4: Adicionar os ativos. Misturar bem com bastão de vidro. Os ingredientes sólidos (ativos) devem ser misturados diretamente na base ou, previamente triturados e leviga- dos, antes da incorporação. O agitador magnético também pode ser utilizado para realizar a mistura. Passo 5: Deixar esfriar um pouco. Verter a mistura ainda fluida para o molde montado com as placas formadoras de sulcos, preenchendo o mesmo, com excesso da massa pa- ra prevenir a retração durante a solidificação. Passo 6: Deixar resfriar na temperatura ambiente por 15 a 30 minutos, retirar o excesso de massa sobre o molde com uma espátula ou faca e refrigerar por mais 30 minutos. Passo 7: Remover, cuidadosamente, os supositórios. Embalar, um a um em papel laminado ou sachê de alumínio. Acondicionar os supositórios em embalagem apropriada. Passo 8: Rotular.
Controle de qualidade
• Controle organoléptico: os supositórios e óvulos devem ter um aspecto homogêneo na superfície e na sua profundidade. A superfície deve ser única, lisa e brilhante. Não devem apresentar fissuras (normalmente decorrente de resfriamento repentino ou da retirada precoce ou tardia do molde). Não deve ter eflorescências esbranquiçadas resultantes de más condições de resfriamento e nem a cristalização de ingredientes ativos na superfície. A parte basal (porção final) do supositório deve estar plana (para isto é necessário que a raspagem do excesso no molde seja bem feita e realizada no momento certo quando a base tenha adquirido uma boa consistência, porém sem a sua completa solidificação). É recomendável a supervisão em profundidade, a qual poderá ser realizada cortando-se o supositório ou óvulo no sentido do seu comprimento (no sentido longitudinal) e transversalmente. Neste exame não deve ser observado aglomeração ou sedimentação dos ingredientes aditivados, o aspecto deverá ser homogêneo e sem a presença de bolhas de ar.
	• Uniformidade de massa (peso médio): Pesar 20 unidades dos supositórios ou óvulos e obter o peso médio. O peso individual deve estar compreendido dentro dos limites de ± 5% do peso médio. Não mais que 10% das unidades ensaiadas podem afastar da média do desvio de ± 5%. 
	• Dureza: os supositórios devem estar suficientemente duros na temperatura ambiente. Permitindo, a sua manipulação, uso e acondicionamento. 
	• Ponto de fusão: o ponto de fusão deve ser determinado em diferentes condições de acordo com a natureza do excipiente. O teste será realizado de forma diferente para bases graxas e para bases solúveis em água para esta última realiza-se o teste de dissolução. 
Determinação do ponto de fusão (bases graxas e a base de triglicerídeos): 1. Aquecer 200 mL de água em um béquer a 37°C, utilizando um agitador magnético com aquecimento a 50 rpm. 2. Adicionar uma unidade do supositório ou óvulo preparado na água do béquer. Pode ser necessário utilizar um contra-peso anexado a forma farmacêutica para mantê-la abaixo da superfície da água (ex. um clips). Mantenha um termômetro mergulhado no béquer utilizado no teste para o monitoramento da temperatura. 3. Após 30 minutos, registrar as observações se o supositório ou óvulo se fundiu, não fundiu ou se fundiu parcialmente. Para supositórios preparados com bases graxas devem se fundir totalmente a 37°C. 
Teste de dissolução (para bases solúveis ou dispersíveis (emulsionáveis) em água: PEG, gelatina glicerinada, etc) 1. Proceder de forma idêntica à realizada no teste de fusão. 2. Após 30 minutos, observar se a forma farmacêutica se dissolveu, não dissolveu ou dis- solveu parcialmente. Para a maioria dos excipientes hidrodispersíveis ou hidrossolúveis o tempo de dissolução varia entre 5 a 20 minutos. 
2.0 FORMULÁRIO
Supositórios Retais
1) Supositórios com Hamamelis com óxido de zinco 
Hamamelis ext. seco ………………… 200mg 
Óxido de zinco.................................. 640mg 
Manteiga de cacau qsp 1 supositório 
Indicação: tratamento de hemorroidas. Ação: adstringente. Posologia: a critério médico. 
1. Calcular a quantidade requerida de cada ingrediente, levando em consideração os respectivos fatores de desloca- mento (consultar tabela). Fundir a manteiga de cacau em banho-maria a 35o C. 2. Levigar os pós, triturando-os em um gral ou espatulando em uma placa com qs da base fundida. 3. Misturar o passo 2 na base fundida e misturar continuamente até homogenizar(durante a levigação a base fundida pode se solidificar , raspe-a totalmente das paredes do grau ou da superfície da placa e misture com a base fundida. Ela se fundirá novamente permitindo a dispersão homogênea dos ativos.). 4.Agitar até completa dispersão com o aquecimento desligado. 5.Verter para o molde e deixar solidificar em temperatura ambiente. 6.Embalar e rotular. Conservação: conservar sob refrigeração. Prazo de validade estimado: 6 meses. 
2) Supositórios com Lidocaína (base)
Lidocaína (base)............................... 2% 
Base graxa qsp 1 supositório (tamanho adulto) 
Indicação: anestésico para pacientes com hemorróidas. 
Modo de usar: a critério médico, se necessário. 
	Método de preparo: 1. Fundir a base com baixo aquecimento, 45o –50o C. 2. Utilizando o agitador magnético em velocidade média, adicione a lidocaína e agite por 5 minutos ou até a base fundida se tornar límpida, mantendo a temperaturaacima mencionada. 3.Deixe a mistura esfriar até começar a se espessar e então verta para o molde. Conservação: conservar sob refrigeração. Prazo de validade estimado: 6 meses. 
3) Supositórios com Sulfato de Morfina
Sulfato de morfina............................. 5 – 30mg
Sílica gel micronizada....................... 15mg 
Base graxa (Triglicerídeos de ac. Graxos saturados) qsp 1 supositório (tamanho infantil)
Indicação: analgésico     Posologia: a critério médico. 
	Modo de preparo: 1.Triturar 2. Fundir a o base sulfato mantendo de morfina a temperatura com a sílica entre gel micronizada, 50o – 55o C. 3. Adicionar os pós à base fundida e agitar. Desligue o aquecimento e verta para o molde lubrificado. Conservação: conservar em local fresco ou sob refrigeração. Prazo de validade estimado: 2 meses 
4) Supositórios de liberação lenta
Sulfato de Morfina............................. 25 – 50mg 
Ácido algínico*.................................. 25% 
Base graxa qsp 1 supositório (tamanho adulto) 
Indicação: tratamento de dor moderada a severa em casos onde a administração é apro- priada. Posologia: critério médico. 
	Modo de preparo: 1. Calibrar o molde de supositórios utilizando somente a base, para determinar a quantidade requerida pela prescrição. 2. Pesar cada ingrediente com precisão. 3.Passar o ácido algínico por um tamis de 200 mesh. 4. Fundir a base em um béquer de vidro. 5.Polvilhar o ácido algínico na base fundida e misturar. 6. Polvilhar o sulfato de morfina a mistura anterior 7. Coloque a mistura no banho de ultrassom até (com a temperatura próxima a 45o C- 50o C) mistura completa. Agitar por 10 minutos para completa dispersão e mistura. 8.Resfrie um pouco e antes de solidificar verta de forma contínua para o molde embalagem. Deixe resfriar em temperatura ambiente até solidificar. 9. Selar, embalar e rotular. Conservação: conservar em local fresco ou sob refrigeração. Prazo de validade estimado: 2 meses.
 
5) Supositórios antieméticos (pacientes em quimioterapia)
Lorazepam........................................ 0,33mg
Cloridrato de difenidramina............... 12,5mg
Haloperidol........................................ 2mg 
Sílica gel micronizada....................... 15mg 
Base PEG qsp 1 supositório (tamanho infantil) 
Indicação: náusea e vômitos em pacientes submetidos à quimioterapia. Posologia: Critério médico. 
	Modo de preparo: 1. Fundir a base a 50o – 55o C. 2. Triturar o lorazepam, a difenidramina, o haloperidol e a sílica gel micronizada. 3.Verter os pós à base fundida e agitar até completa dispersão. 4.Verter para o molde e deixar resfriar em temperatura ambiente até a completa solidificação. Conservação: conservar em local fresco ou sob refrigeração. Prazo de validade estimado: 3 meses 
6) Supositórios com Ibuprofeno
Ibuprofeno......................................... 400mg 
Sílica gel micronizada......................... 25mg 
Base graxa ou Base PEG qsp 1 supositório (tamanho adulto) 
Indicação: analgésico e anti-inflamatório não esteroidal. Posologia: Critério médico. 
	Modo de preparo: 1. Calcular a quantidade requerida de cada ingrediente para a quantidade total para ser preparado. 2. Pesar e/ou medir cada ingrediente com precisão. 3. Triturar o fármaco com a sílica gel micronizada, misturando bem. 4. Aquecer a base a 50 o – 55o C, misturando. 6. Lentamente e sob agitação, incorpore a mistura de pós do passo 3 na base fundida. Misturar bem. 6. Deixar resfriar um pouco sob agitação e então verta para o molde. 7. Deixar resfriar em temperatura ambiente. 8. Sele o molde embalagem, embale e rotule. Conservação: conservar em local fresco ou sob refrigeração. Proteger da luz. Prazo de validade estimado: 6 meses 
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Anderson de Oliveira. Guia prático da farmácia magistral. 4 ed. v.1. 736 p. São Paulo: Pharmabooks, 2010.

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