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2015060212119_OAB1FASE_DIR_AMB_AULA_01

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DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL 
 
1. Direito Ambiental Constitucional 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essenci-
al à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo 
para as presentes e futuras gerações. 
 
Deveres do Poder Público (§1º, art. 225, CF): 
a) “Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecos-
sistemas” – Preservar as unidades de conservação; 
b) “Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à 
pesquisa e manipulação de material genético” – Organismos Geneticamente Modificados; 
c) “Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmen-
te protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização 
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção” – Unidades de Conservação. 
d) “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade” – EIA/RIMA; 
e) “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem 
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente” - Organismos geneticamente modificados; 
f) “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação 
do meio ambiente”; 
g) “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, 
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”. 
 
Deveres da Coletividade (§§2º e 3º, art. 225, CF): 
a) “Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo 
com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei”; 
b) “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos cau-
sados”; 
 
Bens ambientais constitucionalmente protegidos: 
§4º - “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem 
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais’. 
§5º - “São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, neces-
sárias à proteção dos ecossistemas naturais”. 
 
Regras especiais previstas na CF: 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que 
não poderão ser instaladas. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas 
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta 
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, 
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. 
 
Competência em Matéria Ambiental: 
6.1. Competência Administrativa em Matéria Ambiental: 
a) Competência comum: 
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
 
 
 
 
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IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor históri-
co, artístico e cultural; 
[...] 
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos 
e minerais em seus territórios”. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distri-
to Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
 
b) Competência privativa da União: 
“Art. 21. Compete à União: 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econô-
mico e social; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos 
de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes 
urbanos; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a 
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
 
c) Competência privativa dos Municípios: 
“Art. 30. Compete aos Municípios: 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora 
federal e estadual. 
 
Competência Legislativa em Matéria Ambiental: 
a) Competência privativa da União: 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal (crimes ambientais, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial 
e do trabalho; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das 
matérias relacionadas neste artigo. 
“Energia nuclear. Competência legislativa da União. Artigo 22, XXVI, da Constituição Federal. É inconstitucio-nal 
norma estadual que dispõe sobre atividades relacionadas ao setor nuclear no âmbito regional, por violação da 
competência da União para legislar sobre atividades nucleares, na qual se inclui a competência para fiscalizar a 
execução dessas atividades e legislar sobre a referida fiscalização. Ação direta julgada procedente.” ADI 1.575, de 
07.04.2010. 
 
b) Competência concorrentes: 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, prote-
ção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, esté-
tico, histórico, turístico e paisagístico. 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos 
Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for 
contrário. 
 
 
 
 
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Afirmações declaradas corretas pela FGV em provas anteriores: 
 
1) Questão 35 – Exame XXII: Em caso de instalaçãode obra ou atividade potencialmente causadora de significa-
tiva degradação do meio ambiente, é exigível a realização de Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), sem o 
qual não é possível se licenciar nesta hipótese. 
 
2) Questão 36 – Exame XX – Reaplicação em Salvador: A conduta de Luiz Periquito está em desconformidade 
com a Constituição de 1988, já que há expressa vedação constitucional às práticas que submetam os animais à 
crueldade, na forma da lei. 
 
3) Questão 35 – Exame XVII: União, Estados, Distrito Federal e Municípios têm competência material ambiental 
comum, devendo leis complementares fixar normas de cooperação entre os entes. 
 
4) Questão 35 – Exame XII: Com relação aos ecossistemas Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do Mar, 
Pantanal matogrossense e Zona Costeira, assinale a afirmativa correta. (...) Tais ecossistemas são considerados 
patrimônio nacional, devendo a lei infraconstitucional disciplinar as condições de utilização e de uso dos recursos 
naturais, de modo a garantir a preservação do meio ambiente. 
 
5) Questão 58 – Exame VI – Reaplicação em Duque de Caxias: o Congresso Nacional irá definir, mediante a 
edição de lei, qual município receberá a usina nuclear. 
 
POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE 
Lei 6.938/81 
2. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) 
Lei 6.938/81 
 Conceitos Jurídicos (art. 3º): 
 
 
 
 O SISNAMA (art. 6º): 
Art. 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem 
como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, 
constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
1) ÓRGÃO SUPERIOR: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na for-
mulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; 
 
2) ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finali-
dade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o 
meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compa-
tíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
 
*Resoluções CONAMA x Constitucionalidade 
“RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE REGISTRO DE LOTEAMENTO ÀS MARGENS DE HIDRELÉTRICA. AU-
TORIZAÇÃO DA MUNICIPALIDADE. IMPUGNAÇÃO OFERECIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. ÁREA DE 
 
 
 
 
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PROTEÇÃO AMBIENTAL. RESOLUÇÃO N. 4/85-CONAMA. INTERESSE NACIONAL. SUPERIORIDADE DAS 
NORMAS FEDERAIS. No que tange à proteção ao meio ambiente, não se pode dizer que há predominância do 
interesse do Município. Pelo contrário, é escusado afirmar que o interesse à proteção ao meio ambiente é de to-
dos e de cada um dos habitantes do país e, certamente, de todo o mundo. Possui o CONAMA autorização legal 
para editar resoluções que visem à proteção das reservas ecológicas, entendidas como as áreas de preservação 
permanentes existentes às margens dos lagos formados por hidrelétricas. Consistem elas normas de caráter ge-
ral, às quais devem estar vinculadas as normas estaduais e municipais, nos termos do artigo 24, inciso VI e §§ 1º 
e 4º, da Constituição Federal e do artigo 6º, incisos IV e V, e §§ 1º e 2º, da Lei n. 6.938/81. Uma vez concedida a 
autorização em desobediência às determinações legais, tal ato é passível de anulação pelo Judiciário e pela pró-
pria Administração Pública, porque dele não se originam direitos. (...)" (art.3º, inciso V). Recurso especial provido.” 
(REsp 194.617/PR, Rel. Ministro FRANCIULLI NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em 16.04.2002, DJ 
01.07.2002 p. 278) 
 
3) ÓRGÃO CENTRAL: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (Ministério do Meio Ambien-
te), com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as 
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
 
4) ÓRGÃOS EXECUTORES: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBA-
MA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de 
executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com 
as respectivas competências; 
 
5) ÓRGÃOS SECCIONAIS: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, proje-
tos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
 
6) ÓRGÃOS LOCAIS: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas ativi-
dades, nas suas respectivas jurisdições. 
 
 
 Os instrumentos da PNMA (art. 9º): 
a) ZONEAMENTO AMBIENTAL - instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na im-
plantação de planos, obras e atividades públicas e privadas: a1) Ordenamento federal – Zoneamento Ecológico 
Econômico – Dec. 4297/02: O ZEE dividirá o território em zonas, de acordo com as necessidades de proteção, 
conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
 
 
 
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a2) Ordenamento municipal – Zoneamento urbano - instrumento utilizado nos planos diretores, através do qual a 
cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo, es-
pecialmente os índices urbanísticos. O zoneamento urbano atua, principalmente, por meio do controle de dois 
elementos principais: o uso e o porte (ou tamanho) dos lotes e das edificações. Através disso, supõe-se que o 
resultado final alcançado através das ações individuais esteja de acordo com os objetivos do município, que inclu-
em proporcionalidade entre a ocupação e a infra-estrutura, a necessidade de proteção de áreas frágeis e/ou de 
interesse cultural, a harmonia do ponto de vista volumétrico, etc. 
 
 
b) AVALIAÇÕES DE IMPACTO AMBIENTAL – são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais 
relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado 
como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle am-
biental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área de-
gradada e análise preliminar de risco. 
Modalidades: a avaliação de impactos ambientais ou estudos ambientais constitui um gênero, que engloba desde 
o famoso e complexo Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) às modalida-
 
 
 
 
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des mais simples, tais como o Relatório Ambiental, o Relatório Ambiental Preliminar, o diagnóstico ambiental, o 
plano de manejo e outros. 
 
 
O Estudo de Impacto Ambiental – EIA ou EPIA é a modalidade mais complexa, com berço constitucional, sendo 
incumbência do Poder Público, a fim de assegurar a efetividade do direito fundamental ao meio ambiente ecologi-
camente equilibrado : 
 “IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degra-
dação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”. 
Em regra, o EIA deverá preceder a concessão de licença prévia, pois este ato administrativo aprova o projeto e 
declara a sua viabilidade ambiental, tendo o estudo ambiental como pressuposto lógico. 
O EIA é regulamentado pelo Res. CONAMA 01/86. 
 
O EIA/RIMA será exigível apenas se atividade for de significativo impacto ambiental, devendo a qjuestão ser ava-
liada elo órgão ambiental. 
Há casos em que a legislação presume a existência de significativa degradação ambiental, em que deverá serelaborado o prévio EIA/RIMA, conforme lista EXEMPLIFICATIVA, do artigo 2º, da Res. 01/86: 
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
II - Ferrovias; 
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66; 
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; 
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 
10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de 
cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; 
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; 
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de 
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); 
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; 
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atin-
gir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; 
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério 
da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; 
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia. 
 
Custos – competirá ao proponente arcar com os custos de confecção do EIA/RIMA, que será elaborado por uma 
equipe multidiscilplinar contratada pelo empreendedor. 
 
Audiência pública – de acordo com o artigo 2º da Res. CONAMA 09/87, a critério do órgão licenciador, poderá 
ser realizada audiência pública no EIA/RIMA. A audiência tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo 
do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes e críticas e suges-
tões a respeito. 
 
 
 
 
 
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c) LICENCIAMENTO AMBIENTAL – procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licen-
cia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos 
ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas apl icá-
veis ao caso. 
 
 
CUIDADOS 
*A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde 
que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II 
**O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Ope-
ração (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encer-
ramento ou modificação em prazos inferiores. 
 Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovan-
do sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condi-
cionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
 Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especifi-
cações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e 
demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; 
 Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efeti-
vo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes 
determinados para a operação. 
 
Obrigatoriedade do licenciamento – estarão sujeitas ao licenciamento, de acordo com o artigo 2º da Resolução 
CONAMA 237/97, as atividades relacionadas no anexo I da citada Resolução, que traz um rol NÃO taxativo, pois 
o ente ambiental poderá complementa-lo, fundamentando a necessidade, conforme as especificidades, os riscos 
ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade. 
 Competência para o licenciamento ambiental – há muitos anos a questão é discutida na doutrina. Em 2011, 
tivemos a publicação da Lei Complementar 140, que regula as competências ambientais comuns entre a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, principalmente, no que concerne ao licenciamento ambiental. 
 Importante frisar que mesmo que se conclua pela competência de um órgão ambiental para a promoção do 
licenciamento ambiental, não resta excluído o poder de fiscalização dos demais de outras esferas. 
 
De início, são dois os principais critérios definidores de competência material para promover o licenciamento am-
biental: 
a) critério da dimensão do impacto ou dano ambiental e 
b) critério da dominialidade do bem público afetável. 
 
 
 
 
 
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Afirmações declaradas corretas pela FGV em provas anteriores: 
 
1) Questão 35 – Exame XXI: B) Para uma nova atividade industrial utilizadora de recursos ambientais, se efetiva 
ou potencialmente poluidora, é necessária a obtenção da licença ambiental, por meio do procedimento administra-
tivo denominado licenciamento ambiental. 
 
2) Questão 36 – Exame XIV: Para o início da produção de calçados, é imprescindível a obtenção de licença de 
operação, sendo concedida após a verificação do cumprimento dos requisitos previstos nas licenças anteriores. . 
 
3) Questão 35 – Exame XI: É possível a fiscalização do IBAMA o qual pode, inclusive, lavrar auto de infração, 
que, porém, não prevalecerá caso o órgão estadual de fiscalização também lavre auto de infração. . 
 
4) Questão 35 – Exame IX (Reaplicação em Ipatinga): O licenciamento ambiental pode ocorrer sem que haja 
audiência pública. Porém, havendo EIA, esta pode ser realizada de ofício pelo órgão ambiental ao julgar necessá-
ria ou requerida por, no mínimo, 50 cidadãos, por entidade civil ou pelo Ministério Público, em razão dos princípios 
da informação e da participação popular. 
 
5) Questão 90 – Exame III: A elaboração de estudo de impacto de vizinhança não substitui a elaboração de estu-
do prévio de impacto ambiental, requerida nos termos da legislação ambiental. 
 
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
 
Lei 9.985/00 
 
 DOS CONCEITOS: 
Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limi-
tes definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
 
 DA CRIAÇÃO, REDUÇÃO OU EXTINÇÃO: 
 
 
 
 
 
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Criação ou redução – A CRIAÇÃO pode ser por DECRETO, mas para serem EXTINTAS ou REDUZIDAS dever 
ser por meio de LEI (ordinária) – art. 225, §1º, III da CF. 
Podem ser criadas em áreas públicas ou privadas, neste caso, constituindo desapropriação, deverá o particu-
lar ser indenizado. 
 
REDUÇÃO POR MEIO DE MP: 
Caso Limite dos Parques Nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos e Mapinguari, das Florestas 
Nacionais de Itaituba I, Itaituba II e do Crepori e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós 
VOTO: "A supressão ou redução de uma unidade de conservação ambiental, como regra geral, não constituirá 
providência de urgência capazde preencher os requisitos do artigo do caput do art. 62 da CF. É possível, em te-
se, e por exceção, que o poder executivo seja capaz de superar o ônus argumentativo da demonstração da ur-
gência“ – STF – ADIN 4717 – 05/08/2018. 
 
 DAS MODALIDES E ESPÉCIES: 
Grupos: 
a) Unidades de Proteção Integral ou 
b) Unidades de Uso Sustentável; 
 
Unidades de Proteção Integral – deverá ser observada a manutenção dos ecossistemas livres de alterações 
causadas por interferência humana, se admitindo, em regra, apenas o uso indireto dos atributos naturais. 
 
Unidades de Uso Sustentável – dar-se-á a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos re-
cursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos eco-
lógicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. 
 
 
 
 
 
 
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 DAS REGRAS GERAIS: 
 
Zona de amortecimento – as UC terão uma zona de amortecimento para a sua proteção, exceto a APA e a Re-
serva Particular do Patrimônio Natural. Nesse entorno, as atividades humanas estarão sujeitas a normas e 
restrições específicas, visando preservar o espaço especialmente protegido; 
 
Taxa de visitação – poderá ser cobrada taxa de visitação quando se tratar de unidade de conservação de prote-
ção integral, cujos recursos deverão ser aplicados nas áreas. 
 
Afirmações declaradas corretas pela FGV em provas anteriores: 
 
 
 
 
 
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1) Questão 35 – Exame VIII: As RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios 
privados, gravadas com perpetuidade, e deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no 
Registro Público de Imóveis. 
 
2) Questão 36 – Exame XIII: É possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômi-
ca da pousada, desde que o Poder Público Estadual indenize Bruno pelos prejuízos que a instituição da unidade 
de conservação causar à sua atividade. . 
 
3) Questão 36 – Exame XVII: A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os 
efeitos concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também se aplica à desa-
fetação. 
 
4) Questão 36 – Exame XVI: A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os 
efeitos concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também se aplica à desa-
fetação. 
RESPONSABILIDADE EM MATÉRIA AMBIENTAL 
 
 
 
 Prescrição Administrativa Ambiental (art. 21): 
 
 Processo Administrativo Ambiental: 
 
Responsabilidade Penal Ambiental: 
 
Intervenção mínima do direito penal 
STF: A finalidade do Direito Penal é justamente conferir uma proteção reforçada aos valores fundamentais com-
partilhados culturalmente pela sociedade. Além dos valores clássicos, como a vida, liberdade, integridade física, a 
honra e imagem, o patrimônio etc., o Direito Penal, a partir de meados do século XX, passou a cuidar também do 
meio ambiente, que ascendeu paulatinamente ao posto de valor supremo das sociedades contemporâneas, pas-
sando a compor o rol de direitos fundamentais ditos de 3a geração incorporados nos textos constitucionais dos 
Estados Democráticos de Direito. (...). 
 
Parece certo, por outro lado, que essa proteção pela via do Direito Penal justifica-se apenas em face de danos 
efetivos ou potenciais ao valor fundamental do meio ambiente; ou seja, a conduta somente pode ser tida como 
criminosa quando degrade ou no mínimo traga algum risco de degradação do equilíbrio ecológico das espécies e 
dos ecossistemas. Fora dessas hipóteses, o fato não deixa de ser relevante para o Direito. Porém, a responsabili-
zação da conduta será objeto do Direito Administrativo ou do Direito Civil. O Direito Penal atua, especialmente no 
âmbito da proteção do meio ambiente, como ultima ratio, tendo caráter subsidiário em relação à responsabilização 
civil e administrativa de condutas ilegais. (...). 
 
 
 
 
 
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(...) Esse é o sentido de um Direito Penal mínimo, que se preocupa apenas com os fatos que representam graves 
e reais lesões a bens e valores fundamentais da comunidade. 
 
Responsabilidade da pessoa jurídica 
 
Pessoa jurídica – novidade legislativa – prevista no artigo 225, CF – art. 3º, da Lei 9.605/98 - As pessoas jurídicas 
serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a 
infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no inte-
resse ou benefício da sua entidade. 
 
*Teoria da dupla imputação 
Afirmações declaradas corretas pela FGV em provas anteriores: 
 
1) Questão 35 – Exame XIX: Pedro, por ter causado danos ao meio ambiente cultural, poderá ser responsabiliza-
do administrativa, penal e civilmente, sendo admissível o manejo de ação civil pública pelo Ministério Público, 
demandando a condenação em dinheiro e o cumprimento de obrigação de fazer. 
 
2) Questão 36 – Exame VIII: Luísa, residente e domiciliada na cidade de Recife, após visitar a Austrália, traz con-
sigo para a sua casa um filhote de coala, animal típico daquele país e inexistente no Brasil. Tendo em vista tal 
situação, assinale a afirmativa correta. D) Ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental, pois o introduziu no 
Brasil sem licença e sem parecer técnico oficial favorável, sendo a Justiça Federal competente para julgar a even-
tual ação. 
 
3) Questão 58 – Exame VII: A decomposição de material orgânico continua ocorrendo, e é considerada perigosa 
à saúde humana e ao meio ambiente. Logo, o shopping center em questão poderá ser obrigado pelo órgão ambi-
ental competente a adotar medidas para promover a dispersão do gás metano, de forma a minimizar ou anular os 
riscos ambientais, mesmo que já possua licença de operação válida. 
 
4) Questão 57 – Exame V: a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de 
conservação, é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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