Buscar

DIREITO AMBIENTAL ANOTAÇÕES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO AMBIENTAL 
DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL 
Introdução – 12 de fevereiro de 2021 
 
1º momento: Análise do art. 225, CRFB 88. 
Como está estruturado o Direito ambiental na CF 88. 
ART. 225 ART. 22 ART. 24 ART. 26 ART. 21 ART. 23 
ART. 30 
 
Como está estruturado o art. 225 da CF. 
Eu faço uma divisão que não é propriamente a divisão 
apresentada pela doutrina, mas é de mais fácil 
compreensão. 
 §1º - Os deveres do Poder Público 
Art. 225 §§ 2º 3º - Os deveres da Coletividade. 
REGRA §§ 4º e 5º - Bens ambientais protegidos 
MATRIZ §§ 6º e 7º - Regras específicas 
 
O § 7º foi incorporado em 2017, por isso precisamos 
pensar uma outra forma de analisar este artigo. 
 
Vamos ao “caput”. 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder 
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações. 
São feitas algumas marcações. 
A 1ª delas é: quem têm direitos e tem deveres em relação 
ao meio ambiente. 
Ao mesmo tempo aponto: bem de uso comum do povo. 
Por fim, uma característica importantíssima para o nosso 
tempo: futuras e presentes gerações. 
São algumas características importantes: 1- Todos têm 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; 2- 
O poder público e a coletividade tem direitos e deveres em 
relação ao meio ambiente e 3- que se trata de um direito 
inter geracional e 4- que o bem ambiental é de uso comum 
do povo (inaugura uma nova classificação de bens que não 
aquela bem público e bem privado. Falaremos mais). 
Pertence a toda uma coletividade sendo impossível a 
quantificação. Não dá para quantificar quantas pessoas 
tem direito. 
Uma discussão importante que se tem sobre a esse artigo é 
sobre a utilização do pronome “todos”. Quem são todos. 
Faremos uma análise pois isso tem sido objeto de 
discussão constante no STF. 
De primeiro aponto que a Ministra Rosa Weber no 
julgamento da ADI 4066 de 27.08.2017 aponta que o 
direito ambiental é: 
“... cláusula constitucional proclamadora do direito 
fundamental ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado como essencial a sadia qualidade de vida.” 
Um direito fundamental pertencente a quem. A todos seres 
humanos. Aos animais, a flora. 
Rosa Weber conclui em seu raciocínio que estamos diante 
de uma visão antropocêntrica do Direito que é norteada 
pela dignidade da pessoa humana. 
O que quer dizer visão antropocêntrica¿ 
Quer dizer que o “todos” mencionado no art. 225 se refere 
somente a seres humanos. É a visão de Celso Pacheco 
Fiorillo. O pronome todos inaugura uma visão 
antropocêntrica do direito ambiental. Os seres humanos no 
centro das relações. 
“... a CF de 1988, ao incluir entre seus princípios 
fundamentais a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), 
como fundamento destinado a interpretar todo sistema 
constitucional, adotou explicitamente uma visão 
antropocêntrica, que reflete toda a legislação 
infraconstitucional – o que abarca também a legislação 
ambiental”. (que o meio ambiente sirva os seres humanos 
e não o contrário. Nessa visão, eu posso utilizar dos 
animais para alimentação, posso me utilizar dos animais 
para práticas desportivas: um rodeio, uma vaquejada. 
Nessa leitura, utiliza-se o meio ambiente da forma que me 
couber, porque o ser humano é considerado centro das 
relações. 
Porém, essa análise é muito rasa e superficial. Nós não 
podemos parar por aí, até porque nesse caso o STF estava 
analisando um problema relacionado à saúde, uma 
substância tóxica. E para afastar a utilização do elemento 
tóxico, o STF se valeu da visão antropocêntrica. 
Isso não quer dizer que o STF reconhece o 
antropocentrismo de forma ilimitada. 
O pronome todos do caput se refere a seres humanos: eu, 
você, o colega que está assistindo a aula, os professores da 
universidade. Todos nós é que temos direito ao meio 
ambiente equilibrado. Não é um direito para fauna. Não é 
um direito para flora. Já foi utilizada pelo STF e defendida 
pelo Celso Pacheco Fiorillo (moralidade ambiental 
antropocêntrica) 
Essa visão ganhou novos contornos. 
b) Moralidade ambiental antropocêntrica equilibrada: 
apenas o art. 225 é antropocêntrico, como direito 
fundamental da pessoa humana. Contudo, os parágrafos do 
art. 225, equilibra-se o antropocentrismo com o 
biocentrismo. Ex: Paulo Affonso Leme Machado. 
c) Moralidade ambiental híbrida (antropocentrismo 
mitigado) – antropocentrismo convive com biocentrismo e 
ecocentrismo. Ex: Antonio Hernan Benjamin. 
Fazendo a análise das duas outras visões, percebemos dois 
termos que ainda não conhecemos: biocentrismo e 
ecocentrismo. 
Ecocentrismo – é o meio ambiente no centro das relações. 
Biocentrismo – Uma visão mais equilibrada entre o seres 
humanos e os ecossistemas. Uma visão mais centrista. 
STF: 
• ADIN 4.983 CEARÁ – julgamento da prática 
desportiva “vaquejada”. 
• Ministro Luís Roberto Barroso: reconhece que o 
caput é antropocêntrico, mas o §1º traz uma visão 
biocêntrica. 
“.. eu insisto que o bem protegido nesse inciso VII, do §1º, 
do art. 225, CF, possui, a meu juízo, uma matriz 
biocêntrica, dado que a Constituição confere valor 
intrínseco também às formas de vidas não humanas, os 
seres sencientes ..” 
STF: 
• ADIN 4983 CEARÁ 
• Ministra Rosa Weber: acompanha o entendimento, 
apontando que o §1º inciso VII traz uma superação à 
visão antropocêntrica. Defende o biocentrismo no 
§1º, VII, art. 225. 
 
“... A Constituição, no seu art. 225, §1º, VII, acompanha o 
nível de esclarecimento alcançado pela humanidade no 
sentido de superação da limitação antropocêntrica que 
coloca o homem no centro de tudo e todo o resto como 
instrumento a seu serviço, em prol do reconhecimento de 
que os animais possuem uma dignidade própria que deve 
ser respeitada. 
STF 
• ADIN 4983 CEARÁ 
• Ministro Ricardo Lewandowski. 
“.. gostaria de dizer que eu faço uma interpretação 
biocêntrica do art. 225 da Constituição Federal, em 
contraposição a uma perspectiva antropocêntrica, que 
considera os animais como “coisas”, desprovidas de 
emoções, sentimentos ou quaisquer direitos. ..” 
 
Conclusão: O nosso STF aponta como concepção ética a 
visão antropocêntrica equilibrada. Ou seja, o caput do art. 
225 é antropocêntrico e os parágrafos trazem uma visão 
antropocêntrica equilibrada com o biocentrismo. 
 
 § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: 
 I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
Manter a qualidade ambiental dos ambientes e ecossistemas hoje. 
Faça com que a intervenção humana seja mitigada. Ou que não 
haja a intervenção humana. Se tiver necessidade de diminuir esse 
bioma, então é necessário que essas espécies sejam manejadas 
para uma outra localidade. 
Exemplo: uma obra pública que será feita em uma grande área 
verde. Será que o Poder público pode fazer essa obra¿ 
Em um primeiro momento caberia ao Poder Público preservar 
essa área, mas havendo interesse público ele pode sim intervir 
nessa área verde para garantir o melhor desenvolvimento daquela 
cidade. 
Só a partir do momento que o meio ambiente será degradado é 
preciso fazer o manejo para uma outra localidade, porque o Poder 
Público precisa fazer o manejo ambiental para ter o equilíbrio. 
A Constituição em momento nenhum proíbe o desenvolvimento 
econômico, o desenvolvimento social, seja visão antropocêntrica 
ou biocêntrica. 
O ponto é que se for desenvolver que se faça o manejo 
 II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
Organismos geneticamente modificados. 
Qualquer atividade que venha desenvolver pesquisas 
relacionadas às atividadesgenéticas serão fiscalizadas pelo 
Poder Público. 
 III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; Unidades de Conservação 
(SNUC) 
Vamos estudar melhor! 
“Reserva de lei” (ordinária) para alteração e a suspensão. 
A Unidade de Conservação pode ser criada por ato do 
Poder Executivo (DECRETO) e ampliada por ato do 
Poder Executivo (DECRETO). O que não pode é a 
extinção e a supressão por DECRETO. Tem que ser por 
lei. Trataremos mais na aula de Unidades de Conservação. 
 IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo 
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
Uma atividade de BAITA impacto ambiental. 
Vamos estudar mais adiante. 
 V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o 
meio ambiente; 
Controle: Produção 
 Comercialização 3 verbos (ações) 
 Emprego 
Ex: símbolo dos “transgênicos” nos produtos alimentícios. 
Quer dizer que o poder público controlou desde a 
produção, comercialização e o emprego das técnicas ... do 
alimento transgênico. Caberá ao consumidor decidir. 
 VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
Principio da Educação Ambiental. Foi criado em 1972, por 
meio da Convenção de Estocolmo. Por ser uma regra 
estabelecida entre todos os países que participaram da 
Convenção de Estocolmo inaugurou um novo parâmetro 
ecológico. Propôs a criação de uma espécie de uma 
cidadania ambiental. Somente a partir desse principio é 
pudemos ver novas condutas em termos de direito 
ambiental. 
 VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
Foi apontado como exemplo do biocentrismo. O § 7º 
relativiza essa regra. 
 § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público 
competente, na forma da lei. (coletividade) 
Não somente em relação aos agentes privados mas 
também em relação ao Poder Público. Porque as vezes o 
Poder Público também age como poluidor, quando exerce 
uma atividade econômica. 
A exploração dos recursos minerais é permitida, mas terá 
que recuperar. 
 § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (coletividade) 
Disciplina o principio da responsabilidade, do poluidor – 
pagador. Quem polui responde em 3 esferas: civil, adm e 
penal. Não há bis in idem. São esferas independentes. Foi 
reforçado no final do ano de 2018 pelo STJ. 
 § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o 
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua 
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
 § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por 
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
 § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização 
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
 § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não 
se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que 
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição 
Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio 
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o 
bem-estar dos animais envolvidos. 
AULA 2 – 19 DE FEVEREIRO DE 2021 
• O meio ambiente como bem de uso comum do povo. 
Pergunta: Bem de uso comum do povo é o mesmo que “bem público”¿ 
Resposta: Não! O bem de uso comum do povo pode ser tanto público como 
também privado. 
Lei nº 6938.81, Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio- econômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes 
princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, 
tendo em vista o uso coletivo. – Principio da Ação Governamental. 
 
O que isso significa¿ Significa que tanto o Estado como a coletividade possuem o DEVER 
de protege- lo 
 
Exemplo: Na minha fazenda (privada, particular) existe uma parte da Mata 
Atlântica. Aquilo é meio ambiente¿ SIM. Aquilo precisa ser preservado¿ 
SIM 
 
Assim, o meio ambiente é um direito que oscila entre PÚBLICO e 
PRIVADO. 
 
Ele pode ser PUBLICO¿ PODE! 
Ele pode ser PRIVADO¿ PODE SIM! E isso gera o que¿ 
 
Isso gera a intervenção do Estado na propriedade. O Estado possui o 
chamado DOMINIO IMINENTE. E quais são as formas de intervenção do 
Estado¿ 
 
Classificação. Diogo Figueiredo Moreira. A intervenção pode ser 
BRANDA ou DRASTICA. 
BRANDA → Não há perda da propriedade. 
DRÁSTICA → Perde a propriedade 
 
Assim, na minha fazenda, onde há uma parte de Mata Atlântica, existe um 
bioma. É um bem público¿ NÃO. É UM PATRIMÔNIO PUBLICO! 
Poderei usufruir economicamente, desde que de forma sustentável. 
Essa área é um bem de relevante interesse público. Isso gera o que¿ Gera 
intervenção do Estado na propriedade. 
E o Estado vai intervir como¿ De forma drástica (retirando) ou de forma 
branda (restringindo o uso). 
 
Existem 6 formas de intervenção: 
1- Desapropriação 
2- Requisição 
3- Servidão administrativa 
4- Ocupação 
5- Tombamento 
6- Limitação 
 
O tombamento e a limitação administrativa são formas mais comuns no 
direito ambiental. 
Por exemplo, o tombamento é uma restrição no uso da propriedade que visa 
proteger o patrimônio histórico cultural. 
 
Observe que o art. 225 propõe que: meio ambiente é um BEM DE USO 
COMUM DO POVO essencial à SADIA QUALIDADE DE VIDA. 
Vladimir Passos propõe 5 classificações para o meio ambiente: 
1- NATURAL 
2- ARTIFICIAL 
3- HISTÓRICO 
4- INTELECTUAL 
5- TRABALHO 
O tombamento possui qual objetivo¿ Preservar sítios 
arqueológicos, paisagens naturais, artificiais, monumentos 
históricos, monumentos artificiais e naturais. 
Exemplo: Cristo Redentor, RJ, Morro do Corcovado. O Morro do 
Corcovado é um monumento natural. 
O Pão de Açúcar é um monumento natural. 
O bondinho e o próprio Cristo Redentor são monumentos 
artificias criados pelo homem. 
A limitação administrativa é um amplo instrumento de restrição 
utilizado pelo Direito Ambiental. Para assegurar a efetividade: 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; Unidades de Conservação 
(SNUC) 
Ou seja, o Estado restringe criando AREAS (espaços) 
especialmente protegidos. 
 
 
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE 
PROTEGIDOS (ETEP) 
 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC): 1- Proteção Integral: 5 
categorias; 2- Usosustentável: 7 categorias. Lei nº 9985.00 
(SNUC) 
AREAS PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) - Código 
Florestal – Lei nº 12.651.2012 
RESERVA LEGAL – Código Florestal – Lei nº 12.651.2012 
OUTROS: quilombos e terras indígenas. 
 
Observação. É muito comum dizer que APP é uma UC e está 
ERRADO 
 
APP – AREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
 
Código Florestal – Lei nº 12.651.2012 
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com função 
ambiental de preservar recursos hídricos, paisagens, estabilidade 
geológica e facilitar o fluxo da fauna e flora, proteger o solo e 
assegurar o bem estar das populações. 
Por exemplo: nascente de rio→ raio 50 metros 
 
 
 
 
 
Por exemplo: Matas ciliares. Que protegem a margem dos rios. 
Área das faixas marginais (cobertas ou não vegetação) 
 
 
 
 
LISTA DE APPs: 
Faixas marginais (acompanham os cursos) 
Faixas em torno da nascente (50m) 
Encostas com declividade maior de 45º 
Restingas, vegetação fixadoras de dunas e estabilizadoras 
Vegetação de topo de morro com mais de 1800 metros 
Veredas (largura mínima de 50 metros) 
 
 
 
 
 
 
 
Quem degradou ou desmatou o meio ambiente dessas áreas 
deverá ser responsabilizado. E qual é a função ambiental¿ A 
vegetação de encosta de morro, por exemplo, é evitar erosão. 
Se a mata ciliar for retirada, a estabilidade geológica do solo, 
pode sofrer erosão ou assoreamento. 
A APP possui a função de assegurar o bem estar das populações. 
Pois o desmatamento dessas áreas pode gerar diversos desastres 
ambientais. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA STJ – 2013 
OBRIGAÇÃO PROPTER REM, isto aderem ao TÍTULO DE 
DOMINIO OU POSSE, INDEPENDENTE DO FATO DE TER 
SIDO PROPRIETÁRIO AUTOR DA DEGRADAÇÃO 
AMBIENTAL. Caso em que não se fala em culpa nem no nexo 
causal. 
Resumindo: Os deveres associados às APPs e às Reservas Legais 
tem natureza de obrigação propter rem. 
 
Intervenção ou supressão da vegetação na APP. Há 3 hipóteses de 
exceção: 
1- Utilidade Pública. 
Obs. A vegetação nativa protetora das nascentes, fixadora de 
dunas e restingas só poderá ser suprimida no caso de 
utilidade pública. 
2- Interesse social 
3- Baixo impacto ambiental 
 
RESERVA LEGAL → É uma área, localizada no interior de 
uma propriedade rural, com a função ambiental de assegurar o uso 
econômico e sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, 
auxiliar a conservação e reabilitação dos problemas ecológicos e 
promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e 
a fauna silvestre da flora nativa. 
 
APP → ZONA RURAL e também ZONA URBANA 
R.L, → ZONA RURAL 
→ Observem que o imóvel pode ser particular ou público. 
Como é determinada a área de R.L. 
1º - Verifique se a área está na AMOZONIA LEGAL. 
Se estiver na AMAZONIA LEGAL: 
- Área de Floresta = 80% 
- Área de Cerrado = 35% 
- Área de Campos Gerais = 20% 
 
OBSERVEM!!! EU DISSE AMAZONIA LEGAL E NÃOOO!!! 
FLORESTA AMAZONICA. 
 2º - Se o imóvel não estiver situado na Amazônia Legal. – Se o 
imóvel estiver situado nas “demais regiões do país”. A Reserva 
Legal é de 20%, independente do bioma. 
 
 
 
 
 
 
- FLORESTA = 80% 
- CERRADO = 35% 20% 
- CAMPOS GERAIS= 20% 
 
 
RESERVA LEGAL 
AMAZONIA LEGAL DEMAIS 
REGIÕES 
SISTEMA NACIONAL DAS UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO 
Lei nº 9985. 00 
 
Conceito: art. 2º, I da Lei nº 9985. 2000 que instituiu o 
Snuc. 
Resumo: 
- Espaço Territorial especialmente Protegido → art. 225, 
1º, III, da Constituição Federal. Dispõe que incumbe ao 
Poder Público definir as Unidades de Conservação. 
- Legalmente Constituído 
- Trata –se de uma obrigação comum entre os entes 
federados. 
- Objetivo de Conservação 
- Regime especial de administração. 
- garantias adequadas de proteção 
 
Dessa forma, todos entes Federados possuem competência 
para criar as Unidades de Conservação. 
Classificação: 2 grupos: 
1) UC DE PROTEÇÃO INTEGRAL (UC P.I.) 
Objetivo: 
a) preservar a natureza 
b) Permitir o uso indireto 
 
5 categorias de UC de Proteção Integral 
 
2) UC DE USO SUSTENTÁVEL (UC U.S.) 
a) Conservação da natureza 
b) Uso sustentável. 
 7 categorias de UC de Uso Sustentável 
 
Previsão: art. 225, §1º, III, CF → “Reserva de Lei” 
• Criação: ato do Poder Executivo 
 Fundamento: art. 22 da Lei nº 9985. 00 
• Ampliação: ato do Poder Executivo 
 Fundamento: art. 22 da Lei nº 9985. 00 
• Redução: Lei ordinária específica 
 Fundamento: art. 225, 1º, III 
• Extinção: Lei ordinária específica 
 Fundamento: art. 225, 1º, III 
• Transformação: 
a) UC US → UC PI = Ato do Poder Executivo. Art. 22, 
§5º. 
b) UC PI → UC US = Lei Ordinária 
 
 
 
 
 
 
Obs. 1 - nesse momento vamos analisar se essas Unidades 
de Conservação são Públicas ou Privadas. 
Obs 2 – Vamos começar pela única UC que é de domínio 
privado → RPPN (Reserva Particular do Patrimônio 
Nacional) 
PROT. INTEGRAL USO SUSTENTÁVEL 
Estação Ecológica (ESCO) Área de Prot. Ambiental (APA) 
Reserva Biológica (REBIO) Área Relevante Int. Ecol. ARIE 
Parque Nacional(PARNA) Floresta Nacional (FLONA) 
Monumento Natural(MONA) Reserva de Fauna (REFAU) 
Refúgio da Vida Silvestre (RVS) Reserva Extrativista (RESEX) 
 Res. Desenv. Sustentavel RDS 
 Res Particular Pat. Nat (RPPN) 
 
Obs 2 – Existem 4 unidades que podem ser de domínio 
público ou privado: (Pub- priv) 
- MONUMENTO NATURAL (MONA) 
- REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE (RDS) 
- AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) 
- AREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLOGICO 
(ARIE) 
 
Obs 3- Todas as demais unidades de conservação são de 
domínio público. 
 
LEMBRETE PARA MEMORIZAR: 
UC US 
R eserva * 
A rea 
F loresta 
• Reserva Biológica é de Proteção Integral 
 
AULA DIA 05 DE MARÇO DE 2021 
 
CRIAÇÃO DA UC (Decreto nº 4.340. 2002) 
O que deve constar no ato da criação. Precisa estar 
presente: 
1- DENOMINAÇÃO, categoria de manejo, os 
objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão 
responsável por sua administração. 
 
2- A população tradicional beneficiária e aqui é somente 
no caso das Reservas Extrativistas e das Reservas de 
Desenvolvimento Sustentável. 
 
 
3- Precisa estar presentes a população tradicional no 
caso das Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais. 
 
4- E as atividades econômicas, de segurança e defesa 
nacional envolvidas. Necessário a toda e qualquer 
unidade de conservação independente de qualquer 
modalidade. 
 
Requisitos para criação: 
 
- órgão proponente deve: 
a) elaborar estudos técnicos preliminares; 
b) realizar, quando for o caso, consulta pública e os 
demais procedimentos administrativos necessários. 
 
 
Observação: A consulta pública (reuniões, audiências 
públicas) não é obrigatória para toda espécie de UC. Há 
duas que não demandam a consulta pública: Estação 
Ecológica e a Reserva Biológica. 
 
A lei traz para nós alguns requisitos que deverão ser 
observados na denominação. Ela deve se basear 
preferencialmente na característica mais significativa 
daquela área. Então, ela se enquadrar em qual tipo de UC, 
vai depender da característica natural mais significativa. 
 
DENOMINAÇÃO 
- A denominação de cada unidade de conservação deverá 
basear-se, preferencialmente, na sua característica mais 
significativa, ou na sua denominação mais antigo, dando-
se prioridade, neste ultimo caso, às designações indígenas 
ancestrais. 
 
 
 
 
ZONA DE AMORTECIMENTO 
É o entorno da Unidade de Conservação. 
 
 
 
CORREDORES ECOLÓGICOS 
 
 
 
 
Zona de amortecimento: 
 - Conceito: o entorno de uma unidade de conservação, 
onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e 
restrições específicas, com o propósito de minimizar os 
impactos negativos sobre a unidade. 
- Obrigatoriedade: As unidades de conservação, exceto 
Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do 
Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de 
amortecimento e, quando conveniente, corredoresecológicos. 
- Os limites da zona de amortecimento e dos corredores 
ecológicos e as respectivas normas de que trata o § 1o 
poderão ser definidas no ato de criação da unidade ou 
posteriormente. 
 
Corredor Ecológico: 
São ecossistemas NATURAIS ou SEMI NATURAIS que 
ligam as unidades de conservação e permitem o fluxo e 
movimento das espécies. 
 
Importante! Art. 25 da Lei 9985 de 2000. Temos que as 
Z.A. são obrigatórias para todas UCs, exceto: APA e a 
RPPN. 
 
Mosaico de UC: 
- Quando existir um conjunto de unidades de conservação 
de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou 
sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou 
privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto 
deverá ser feita de forma integrada e participativa, 
considerando-se os seus distintos objetivos de 
conservação, de forma a compatibilizar a presença da 
biodiversidade, a valorização da sócio diversidade e o 
desenvolvimento sustentável no contexto regional. 
 
 
 
Mosaico de UC: 
- Arts. 8º a 10º do Decreto 4.340/02: 
O mosaico de unidades de conservação será reconhecido 
em ato do Ministério do Meio Ambiente, a pedido dos 
órgãos gestores das unidades de conservação. 
O mosaico deverá dispor de um conselho de mosaico, com 
caráter consultivo e a função de atuar como instância de 
gestão integrada das unidades de conservação que o 
compõem. 
Compete ao conselho de cada mosaico: 
I - elaborar seu regimento interno, no prazo de noventa 
dias, contados da sua instituição; 
 II - propor diretrizes e ações para compatibilizar, integrar 
e otimizar: 
a) as atividades desenvolvidas em cada unidade de 
conservação, tendo em vista, especialmente: 
1. os usos na fronteira entre unidades; 
2. o acesso às unidades; 
3. a fiscalização; 
4. o monitoramento e avaliação dos Planos de Manejo; 
5. a pesquisa científica; e 
6. a alocação de recursos advindos da compensação 
referente ao licenciamento ambiental de empreendimentos 
com significativo impacto ambiental; 
b) a relação com a população residente na área do 
mosaico; 
III - manifestar-se sobre propostas de solução para a 
sobreposição de unidades; e 
IV - manifestar-se, quando provocado por órgão executor, 
por conselho de unidade de conservação ou por outro 
órgão do Sistema Nacional do Meio Ambiente - 
SISNAMA, sobre assunto de interesse para a gestão do 
mosaico. 
 
PLANO DE MANEJO 
Conceito: documento técnico mediante o qual, com 
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de 
conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas 
que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos 
naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas 
necessárias à gestão da unidade; 
- Obrigatoriedade: As unidades de conservação devem 
dispor de um Plano de Manejo (art. 27 da Lei 9985/00). 
- Abrangência: deve abranger a área da unidade de 
conservação, sua zona de amortecimento e os corredores 
ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua 
integração à vida econômica e social das comunidades 
vizinhas. 
- Prazo: O Plano de Manejo de uma unidade de 
conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a 
partir da data de sua criação. 
- Aprovação: O Plano de Manejo da unidade de 
conservação, elaborado pelo órgão gestor ou pelo 
proprietário quando for o caso, será aprovado: 
I - em portaria do órgão executor, no caso de Estação 
Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, 
Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de 
Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse 
Ecológico, Floresta Nacional, Reserva de Fauna e Reserva 
Particular do Patrimônio Natural; 
II - em resolução do conselho deliberativo, no caso de 
Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável, após prévia aprovação do órgão executor. 
 
TAXAS DE VISITAÇÃO 
 
- Possibilidade: UCPI 
- Destinação dos valores: recursos obtidos pelas unidades 
de conservação do Grupo de Proteção Integral mediante a 
cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes 
de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade 
serão aplicados de acordo com os seguintes critérios: 
I - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco 
por cento, na implementação, manutenção e gestão da 
própria unidade; 
II - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco 
por cento, na regularização fundiária das unidades de 
conservação do Grupo; 
III - até cinquenta por cento, e não menos que quinze por 
cento, na implementação, manutenção e gestão de outras 
unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. 
 
EXERCÍCIOS: 
 
1- As Unidades de Conservação do Sistema Nacional de 
Unidades Conservação são divididas em 3 grupos: 
Unidades de Proteção Integral, Unidades de Uso 
Sustentável e Unidades de Preservação Permanente. 
( ) VERDADEIRA 
( X ) FALSA 
 
2 – O objetivo básico das Unidades de Conservação de 
Proteção Integral é preservar a natureza sendo admitido o 
uso indireto de seus recursos naturais, com exceção dos 
casos previstos em lei. 
( X ) VERDADEIRA 
( ) FALSA 
 
3 – O Sistema Nacional de Unidades de Conservação, 
instituído pela Lei nº 9985.00 estabelece que as Unidades 
de Conservação, integrantes do sistema, dividem em dois 
grupos: unidades de conservação de proteção integral e 
unidades de uso sustentável. Constituem exemplos de 
unidades de conservação de proteção integral e de uso 
sustentável, respectivamente: 
a) Área de proteção ambiental e estação ecológica 
b) Reserva biológica e reserva extrativista 
c) Reserva de fauna e refúgio da vida silvestre 
d) Floresta nacional e monumento natural 
e) Reserva Particular do Patrimônio natural e Parque 
nacional. 
 
4- Tratando- se de unidades de conservação, considera-se 
de uso sustentável: 
a) Monumento Natural 
b) Estação Ecológica 
c) Reserva Biológica 
d) Parque Nacional 
e) Reserva Extrativista 
 
5- Dadas as assertivas abaixo, podem ser constituídas por 
terras particulares: 
I- APA 
II- RVS 
III- Reserva Biológica 
IV- Área de Relevante Interesse Ecológico 
V- Reserva Extrativista 
 
AULA DIA 12 DE MARÇO DE 2021 
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 
Art. 36 da Lei nº 9985. 00 
Decreto 6848 de 2009. 
• Instrumento financeiro 
• Obriga o empreendedor a apoiar a implementação e a 
manutenção de UCs. 
• Nos casos de: licenciamento ambiental de 
empreendimentos que causem significativos impactos 
ambientais (com fundamento no EIA – RIMA) 
• O que é muito cobrado em prova é a decisão do STF 
sobre compensação ambiental. 
• O STF estabeleceu que a compensação ambiental é 
constitucional. Porém, o piso de 0,5% foi declarado 
inconstitucional. Obs. ADIN 3378 -6 de 2008 DF, 
Confederação Nacional dos Industriários. 
• Esse valor de 0,5% dos custos totais para implantação 
do empreendimento foi declarado inconstitucional. 
• O piso não é mais aplicado. Mas, a compensação é 
sim constitucional e continua sendo aplicada. 
• Outro detalhe importante: No caput do art. 36 a lei 
menciona que será a manutenção das UC de PI. 
Mas, o § 3º desse artigo temos disposto que se uma 
unidade de uso sustentável ou sua zona de 
amortecimento for também atingida, essa unidade 
(mesmo que não for de PI) também será beneficiada 
pela compensação ambiental. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1- Com o julgamento da ADIN 3378- 6 de 2008 DF, 
ajuizada pela Confederação Nacional dos Industriários, 
pelo STF, a compensação ambiental de que fala o art. 36 
da Lei nº 9985 de 2000 foi considerada inconstitucional 
não podendo mais ser exigida pelo órgão ambiental 
competente nos processos de licenciamento ambiental. 
( ) VERDADEIRA 
( x ) FALSA 
 
 
2- Nos casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos de significativo impacto ambiental, 
assim considerado pelo órgão ambiental competente, com 
fundamento no EIA e respectivo relatório (EIA-RIMA). O 
empreendedor é obrigado a apoiar a implantaçãoe 
manutenção de UC do grupo proteção integral. 
( x ) VERDADEIRA 
( ) FALSA 
 
3- Quando o empreendimento sujeito à compensação 
ambiental afetar zona de amortecimento de uma APA essa 
Unidade de Conservação deverá ser uma das beneficiárias 
dos recursos de compensação ambiental. 
( ) VERDADEIRA 
( x ) FALSA 
 
4- O montante de recursos destinados pelo empreendedor 
a título de compensação ambiental não pode ser inferior a 
0,5% dos custos totais previstos para implantação do 
empreendimento. Sendo o percentual fixado pelo órgão 
ambiental licenciador de acordo com o grau de impacto 
ambiental causado prelo empreendimento. 
( ) VERDADEIRA 
( x ) FALSA 
 
 
 
 
5- A Lei nº 9985 de 2000 instituiu a compensação 
ambiental que posteriormente foi julgada pelo STF. É 
correto afirmar que: 
 
a) A compensação ambiental será realizada pelo 
empreendedor pelo plantio de mudas de espécies nativas 
no entorno das UCs visando reduzir o impacto ambiental 
dos empreendimentos potencialmente poluidores que 
emitem gases geradores do efeito estufa. 
 
b) A compensação ambiental é exigida nos processos de 
licenciamento ambiental de empreendimentos 
potencialmente causadores de impactos significativos no 
meio ambiente e será exigida em espécie apurando –se seu 
valor de acordo com o grau do impacto ambiental causado, 
sendo os seus recursos utilizados para uma Unidade de 
Conservação de Uso Sustentável. 
 
c) A compensação ambiental é exigida nos processos de 
licenciamento ambiental de empreendimentos 
potencialmente causadores de impactos significativos no 
meio ambiente e será exigida em espécie apurando –se seu 
valor de acordo com o grau do impacto ambiental causado, 
sendo os seus recursos utilizados para uma Unidade de 
Conservação de Proteção Integral. 
 
d) A compensação ambiental foi considerada 
inconstitucional por violar o Principio Pagador Poluidor, 
uma vez que permitia o empreendedor compensar os 
possíveis danos ambientais de seu empreendimento, por 
meio de pagamento em espécie, destinado a uma Unidade 
de Conservação de Proteção Integral. Logo, não pode ser 
exigida ou mesmo oferecida pelo órgão ambiental 
competente. 
 
 
COMPETÊNCIA AMBIENTAL 
 
a) COMUM 
 
COMPETÊNCIA 
MATERIAL b) EXCLUSIVA 
 
 
 
 
 
a) PRIVATIVA 
 
COMPETÊNCIA 
LEGISLATIVA b) CONCORRENTE 
 
 
 
 
 
 
COMPETENCIA MATERIAL: 
A) Competência Comum: 
Denomina-se competência material ou administrativa aquela conferida aos 
entes políticos para o exercício da fiscalização do meio ambiente. O poder 
de polícia decorrente da competência constitucional material é exercido 
pelos órgãos pertencentes ao Sistema Nacional de Meio Ambiente – 
SISNAMA. 
O parágrafo único aponta que: “Lei complementar fixará normas para a 
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito 
nacional”. 
LC nº 140/2011, que fixa normas de cooperação para o exercício da 
competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à 
proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas 
formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora. 
Referida lei complementar prevê instrumentos de cooperação entre os 
entes, como consórcios, convênios, comissões, fundos públicos e privados, 
instrumentos econômicos e delegação de competência. 
Em relação à delegação, de acordo com o art. 5º, um ente pode transferir o 
seu poder a outro, mediante a assinatura de um convênio, desde que o ente 
que receber possua um órgão ambiental capacitado a executar as ações 
administrativas a serem delegadas e um conselho de meio ambiente. Para 
que não haja conflito de interesse, a lei complementar discriminou 
situações que deverão ser fiscalizadas por cada um dos entes políticos. 
Os demais órgãos ambientais, que não sejam aqueles relacionados com o 
licenciamento da atividade, podem proceder à fiscalização do 
empreendimento ou da atividade. Porém, nesses casos, a LC nº 140/2011 
determina que o órgão competente seja comunicado imediatamente para 
tomar as providências cabíveis. 
Vale lembrar, inclusive, que o STJ entende que, se o ente político deixar de 
fiscalizar e de preservar o meio ambiente, sua omissão poderá ser 
interpretada como causa indireta do dano. Vejamos: 
 
(...) O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que o ente 
federado tem o dever de fiscalizar e preservar o meio ambiente e combater 
a poluição (Constituição Federal, art. 23, VI, e art. 3º da Lei 6.938/1981), 
podendo sua omissão ser interpretada como causa indireta do dano 
(poluidor indireto), o que enseja sua responsabilidade objetiva. 
Precedentes: AgRg no REsp 1.286.142/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell 
Marques, Segunda Turma, DJe 28/2/2013; AgRg no Ag 822.764/MG, Rel. 
Ministro José Delgado, Primeira Turma, DJ 2/8/2007; REsp 604.725/PR, 
Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 22/8/2005. (...)” (STJ – 
REsp 1.666.027/SP – j. 19-10-2017). 
 
De acordo com o art. 23 e art. 225, CF → TODOS os 
entes possuem competência para fiscalizar → mas, se mais 
de um ente aplicar a infração, isso precisa ser afastado 
para não gerar bis in idem. Dessa forma, prevalece o auto 
de infração que tenha sido lavrado pelo órgão que 
licenciou (essa regra está no art. 17, §3º, da LC 140 de 
2011). 
 
AULA DO DIA 19 DE MARÇO DE 2021 
COMPETENCIA MATERIAL (ainda) 
b) Competência Exclusiva: 
A competência exclusiva pressupõe o poder conferido a um único órgão, 
sem qualquer possibilidade de transferência. O art. 21 da CF prevê as 
hipóteses de competência material exclusiva da União. São elas: 
Art. 21. Compete à União: 
 
(...) IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do 
território e de desenvolvimento econômico e social; (...) XIX – instituir 
sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios 
de outorga de direitos de seu uso; XX – instituir diretrizes para o 
desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e 
transportes urbanos; 
 
 
O art. 30 da CF disciplina as matérias de competência material exclusiva 
dos Municípios. São elas: 
 
Art. 30. (...) VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento 
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da 
ocupação do solo urbano; e IX – promover a proteção do patrimônio 
histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora 
federal e estadual. 
 
 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
A) Competência Privativa: 
No primeiro caso, temos o art. 22, que disciplina matérias que pertencem à 
competência privativa da União. São elas: 
 
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) XII – jazidas, minas, outros 
recursos minerais e metalurgia; (...) XXVI – atividades nucleares de 
qualquer natureza. 
 
 
É privativa, e não exclusiva. 
No parágrafo único do art. 22 há expressa previsão permitindo a 
transferência do Poder Legislativo da União para os Estados, desde que 
regulamentado por meio de lei complementar. 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: 
B) Competência Concorrente: 
Quanto à competência concorrente, diferentemente da comum, ela 
pressupõe uma relação hierárquica, vertical. 
 
NORMAS GERAIS → UNIÃO 
 
 
 →ESTADOS→ suplementar 
 
➔ MUNICÍPIOS 
➔ especificar 
 
 
De acordo com o art. 24 da CF, para determinadas matérias, a União cria 
normas gerais, ao passo que os Estados só podem complementar o que já 
foi anteriormente disciplinado pelo Governo Federal. Os Municípios detêm 
um poder ainda menor, já que, de acordo com o art. 30, podem suplementar 
a legislação federal e a estadual, no que couber, sobre assuntos de interesse 
local. 
Art. 24. (...) I – direito tributário, financeiro, penitenciário,econômico e 
urbanístico; (...) VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da 
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio 
ambiente e controle da poluição; VII – proteção ao patrimônio histórico, 
cultural, artístico, turístico e paisagístico; e VIII – responsabilidade por 
dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
 
- §§ 3º e 4º do art. 24, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os 
Estados poderão exercer a competência legislativa plena, para atender a 
suas peculiaridades, sendo que, com a superveniência de lei federal sobre 
normas gerais, as estaduais ficarão com sua eficácia suspensa, no que lhe 
for contrário. 
 
 
INFORMATIVOS DE JURISPRUDÊNCIA 
 
1- Informativo 937: “A legislação impugnada dispõe sobre a 
pesca semiprofissional ou esportiva. O colegiado esclareceu que 
se trata de hipótese de competência legislativa concorrente e, 
portanto, cabem à União as normas gerais; e ao estado-membro, 
as normas complementares. No entanto, a unidade federativa 
desrespeitou a distribuição de competência e usurpou 
competência geral; 
2- Informativo 916: “O legislador tocantinense, ao conferir às 
Áreas de Proteção Ambiental (APP’s) proteção deficitária em 
comparação ao regramento nacional (Código Florestal), 
extrapolou os limites da competência suplementar, decorrente da 
competência concorrente entre União e Estados (CF, art. 24, 
caput, VI, § 2º). O colegiado reconheceu, ainda, a 
inconstitucionalidade material”. 
3- Informativo 874: “Isso significa, também, não se admitir que 
a legislação estadual possa adentrar a competência da União e 
disciplinar a matéria de forma contrária à norma geral federal. No 
caso, a Lei 9.055/1995 admite, de modo restrito, o uso do 
amianto, de modo que a legislação local não poderia, em tese, 
proibi-lo totalmente. Porém, no momento atual, a legislação 
nacional sobre o tema não mais se compatibiliza com a 
Constituição, razão pela qual os Estados-Membros passaram a ter 
competência legislativa plena sobre a matéria até que sobrevenha 
eventual nova lei federal”. 
 
 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – PNMA 
Lei nº 6938-81 
 
Princípios: 
- I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo; 
- II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
- Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
- IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
- V - controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
 - VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
- VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
- VIII - recuperação de áreas degradadas; 
- IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
- X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para 
participação ativa na defesa do meio ambiente 
 
Conceitos: 
- Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, 
abriga e rege a vida em todas as suas formas; 
- Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das 
características do meio ambiente; 
- Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
- a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
- b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
- c) afetem desfavoravelmente a biota; 
- d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente. 
- e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos; 
 - Poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade 
causadora de degradação ambiental 
- Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o 
subsolo, os elementos da biosfera, da fauna e da flora. (essa lista 
não é exaustiva) 
 
SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
- Artigos 6º - 8º da Lei 6.938/81 
Em cumprimento ao disposto no art. 23, VI, da CF, que determina 
que a competência para a proteção do meio ambiente é comum 
entre todos os entes políticos, o art. 6º da PNMA institui órgãos 
que, juntos, formam o chamado Sistema Nacional do Meio 
Ambiente. 
Art. 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as 
fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela 
proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o 
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim 
estruturado: 
 
1) ÓRGÃO SUPERIOR: o Conselho de Governo, com a função 
de assessorar o Presidente da República na formulação da política 
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e 
os recursos ambientais. 
09 DE ABRIL DE 2021 
2) ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO: o Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de 
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes 
de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos 
naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas 
e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
O CONAMA: 
• O regimento interno atual do Conama é regulamentado pela 
Portaria nº 630/2019. De acordo com o seu art. 2º, o órgão 
tem a seguinte estrutura: o Plenário, o Comitê de Integração 
de Políticas Ambientais – Cipam, as câmaras técnicas – 
CTs, os grupos de trabalho – GTs e os grupos de assesores – 
GAs. O Ministério Público Federal poderá se fazer 
representar por um titular e por um suplente, que participam 
do Plenário, na qualidade de membros convidados, sem 
direito a voto. 
O CONAMA: 
O Plenário se reúne sempre em sessão pública, em caráter 
ordinário, a cada três meses, no Distrito Federal e, 
excepcionalmente, quando convocado pelo Presidente, por 
iniciativa própria ou a requerimento de pelo menos dois terços de 
seus membros. A votação é feita por maioria simples dos 
membros com direito a voto, cabendo ao Presidente o voto de 
qualidade. 
Vale ressaltar que a participação dos membros do Conama é 
considerada serviço público de natureza relevante, não 
remunerada, cabendo aos órgãos e às entidades que integram o 
Plenário o custeio das despesas de deslocamento e estada de seus 
conselheiros. 
Até o ano de 2015, funcionou nos quadros do Conama a chamada 
Câmara Especial Recursal – CER, cuja função era examinar e 
julgar, como última instância administrativa, os recursos 
interpostos em face de autos de infração lavrados pelo IBAMA. 
Tal competência encontrava previsão no art. 8º, III, da PNMA, 
que foi revogado pela Lei nº 11.941/2009. Em que pese subsistir, 
ainda, o art. 130 no Decreto nº 6.514/2008, a verdade é que, 
atualmente, os autos de infração passam, apenas, por duas 
instâncias recursais. 
Conforme previsão contida no art. 8º da PNMA, o Conama tem 
competência para: 
I – estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios 
para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo 
IBAMA; 
II – determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos 
das alternativas e das possíveis consequências ambientais de 
projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, 
estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as 
informações indispensáveis para apreciação dos estudos de 
impacto ambiental, e respectivos relatórios,no caso de obras ou 
atividades de significativa degradação ambiental, especialmente 
nas áreas consideradas patrimônio nacional; 
V – determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou 
restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em 
caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de 
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito; 
VI – estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de 
controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e 
embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; 
VII – estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle 
e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso 
racional dos recursos ambientais, principalmente hídricos. 
Dentre suas atribuições, a publicação de resoluções se mostra de 
grande relevância para o ordenamento jurídico ambiental. Elas 
permitem a inclusão de critérios técnicos na ordem jurídica, 
apontando padrões, critérios e normas para a melhoria da 
qualidade ambiental. De acordo com o STJ, as Resoluções são 
normas gerais que devem ser respeitadas pelas normas estaduais e 
municipais, nos termos do art. 24 VI, §§ 1º e 4º, da CF (REsp 
194.617/PR). 
O art. 6º, § 1º, da PNMA aponta que o caráter de norma geral das 
Resoluções Conama vincula os Estados e os Municípios no que 
tange à criação de normas supletivas e complementares que 
definam padrões relacionados com o meio ambiente. 
*Resoluções CONAMA x Constitucionalidade 
“RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE REGISTRO DE 
LOTEAMENTO ÀS MARGENS DE HIDRELÉTRICA. 
AUTORIZAÇÃO DA MUNICIPALIDADE. IMPUGNAÇÃO 
OFERECIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. ÁREA DE 
PROTEÇÃO AMBIENTAL. RESOLUÇÃO N. 4/85-CONAMA. 
INTERESSE NACIONAL. SUPERIORIDADE DAS NORMAS 
FEDERAIS. No que tange à proteção ao meio ambiente, não se 
pode dizer que há predominância do interesse do Município. Pelo 
contrário, é escusado afirmar que o interesse à proteção ao meio 
ambiente é de todos e de cada um dos habitantes do país e, 
certamente, de todo o mundo. Possui o CONAMA autorização 
legal para editar resoluções que visem à proteção das reservas 
ecológicas, entendidas como as áreas de preservação permanentes 
existentes às margens dos lagos formados por hidrelétricas. 
Consistem elas normas de caráter geral, às quais devem estar 
vinculadas as normas estaduais e municipais, nos termos do artigo 
24, inciso VI e §§ 1º e 4º, da Constituição Federal e do artigo 6º, 
incisos IV e V, e §§ 1º e 2º, da Lei n. 6.938/81. Uma vez 
concedida a autorização em desobediência às determinações 
legais, tal ato é passível de anulação pelo Judiciário e pela própria 
Administração Pública, porque dele não se originam direitos. (...)" 
(art.3º, inciso V). Recurso especial provido.” (REsp 194.617/PR, 
Rel. Ministro FRANCIULLI NETTO, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 16.04.2002, DJ 01.07.2002 p. 278) . 
ATENÇÃO: O reconhecimento das resoluções como normas 
gerais pelo STJ não lhes confere caráter legal capaz de autorizar a 
interposiçao de recurso especial, com fundamento no art. 105, III, 
a, da CF. Vejamos: 
 (...) Ademais, apesar de terem sido invocados dispositivos legais, 
o ponto central da controvérsia levantado pelo insurgente 
fundamenta-se em portarias e normas regulamentadoras. No 
entanto, esclareço que o apelo nobre não constitui via adequada 
para análise de ofensa a resoluções, portarias ou instruções 
normativas, por não estarem tais atos normativos compreendidos 
na expressão “lei federal”, constante da alínea “a” do inciso III do 
artigo 105 da Constituição Federal (STJ – REsp 1.613.147). 
 
 
3) ÓRGÃO CENTRAL: 
- a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (Ministério 
do Meio Ambiente), com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar 
e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente. 
Em 1992, por meio da Lei nº 8.490, é que o Ministério do Meio Ambiente 
(MMA) foi concebido como conhecemos hoje. É certo que ao longo dos 
anos sua denominação sofreu alterações: em 1993, foi chamado de 
Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal; em 1995, foi chamado 
de Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia 
Legal; e, em 1999, voltou ao nome orginal, que persiste até os dias de hoje. 
Atuando como órgão central do Sisnama, o MMA, que teve sua estrutura 
regimental aprovada em 2 de janeiro de 2019 por meio do Decreto nº 
9.672, tem a função de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como 
órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas 
para o meio ambiente. 
 
4) ÓRGÃOS EXECUTORES: 
o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e 
fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio 
ambiente, de acordo com as respectivas competências; 
Criado em 22 de fevereiro de 1989, por meio da Lei nº 7.735, o Ibama é 
uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, 
com autonomia administrativa e financeira e vinculação ao Ministério do 
Meio Ambiente. 
De acordo com a referida norma, tem como principais atribuições o 
exercício de poder de polícia ambiental, a execução das políticas nacionais 
de meio ambiente (relativas ao licenciamento, ao controle da qualidade 
ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização e 
controle ambientais) e a execução de ações supletivas. 
No plano federal, tem-se, ainda, o Instituto Chico Mendes (ICM-Bio). 
Criado em 28 de agosto de 2007, por meio da Lei nº 11.516, a autarquia 
federal – que, assim como o Ibama, é dotada de personalidade jurídica de 
direito público, possui autonomia administrativa e financeira e é vinculada 
ao MMA – tem a função de: 
Art. 1º (...) 
 I – executar ações da política nacional de unidades de conservação da 
natureza, referentes às atribuições federais relativas à proposição, 
implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das unidades 
de conservação instituídas pela União; 
II – executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais 
renováveis e ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas 
unidades de conservação de uso sustentável instituídas pela União; 
III – fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e 
conservação da biodiversidade e de educação ambiental; IV – exercer o 
poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação 
instituídas pela União; e V – promover e executar, em articulação com os 
demais órgãos e entidades envolvidos, programas recreacionais, de uso 
público e de ecoturismo nas unidades de conservação, onde estas atividades 
sejam permitidas. 
Percebe-se que as atribuições do ICM-Bio não se confundem com aquelas 
relativas ao Ibama. Isso porque aquele órgão atua, especificamente, no 
controle e fiscalização das denominadas unidades de conservação criadas 
pela Lei nº 9.985/2000. Em que pese essa competência especial, vale 
ressaltar que ela não exclui o poder de polícia do Ibama para fiscalização 
das unidades de conservação como órgão supletivo. 
5) ÓRGÃOS SECCIONAIS: 
os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, 
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a 
degradação ambiental; 
 Exemplos: CETESB (SP), FEPAM (RS), IMA (SC), IAP (PR), IEA (RJ), 
IEMA (ES), SEMAD (MG), SEMA (MT), Imasul (MS), Naturatins (TO), 
INEMA (BA), IBRAM (DF), IPAAM (AM), IMAC (AC), SEDAM (RO), 
FEMARH (RR), SEMAS (PA), SEMARH (SE), IMA (AL), IDEMA (RN), 
SEMA (MA), SEMAR (PI), IMAP (AP), CPRH (PE), SEMACE (CE), 
SUDEMA (PB) e SEMAD (GO). 
6) ÓRGÃOS LOCAIS: 
os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e 
fiscalização dessasatividades, nas suas respectivas jurisdições. 
 
INSTRUMENTOS DA PNMA – art. 9º da Lei 9.938-81 
 
- O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental: 
Compete ao Conama a publicação dos padrões de qualidade ambiental por 
meio das suas resoluções. Pela lista apresentada no capítulo anterior, foi 
possível perceber que estão em vigor padrões relativos à qualidade do ar, 
das águas, do solo e dos ruídos. 
De acordo com o STJ, o estabelecimento de critérios e padrões de 
qualidade ambiental deve ser expresso em “termos claros, em que se 
estabeleça um tipo seguro, a ser observado pelo destinatário da norma”; 
além disso, apontou para a importância de fixação de unidades de medida 
“através da qual, se tenha segurança de que os limites de emissões de 
odores foram respeitados” (STJ – REsp 399.355/SP, j. 11-11-2003). 
16 de abril de 2021 
- O zoneamento ambiental: 
Zonear significa ordenar o desenvolvimento do território. 
Sob o aspecto ambiental, o art. 2º do Decreto nº 4.297/2002 aponta que o 
zoneamento deve ser obrigatoriamente respeitado pelo Poder Público, para 
a implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas. 
O zoneamento divide o território em zonas, de acordo com as necessidades 
de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do 
desenvolvimento sustentável. 
Também chamado de Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE, o 
zoneamento tem por objetivo organizar as decisões dos agentes públicos e 
privados “quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou 
indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção 
do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas” (art. 3º). 
A competência para a elaboração do ZEE nacional ou regional é de 
competência do Poder Público Federal, 
“quando tiver por objeto biomas brasileiros ou territórios abrangidos por 
planos e projetos prioritários estabelecidos pelo Governo Federal” (art. 6º 
do Decreto nº 4.297/2002). 
O processo de elaboração e implementação do ZEE deve respeitar as 
seguintes diretrizes, dispostas nos incisos I a III do art. 4º do Decreto nº 
4.297/2002: 
Art. 4º (...) I – buscará a sustentabilidade ecológica, econômica e social, 
com vistas a compatibilizar o crescimento econômico e a proteção dos 
recursos naturais, em favor das presentes e futuras gerações, em 
decorrência do reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a 
seus componentes; II – contará com ampla participação democrática, 
compartilhando suas ações e responsabilidades entre os diferentes níveis da 
administração pública e da sociedade civil; e III – valorizará o 
conhecimento científico multidisciplinar. 
 
- Avaliações de Impacto Ambiental e Licenciamento 
Estudaremos adiante em outra aula. 
- Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou 
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade 
ambiental: 
Os instrumentos tributários podem ser utilizados de forma a garantir o 
desenvolvimento e o aprimoramento de práticas que insiram melhores 
práticas ambientais. 
- A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder 
Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção 
ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas: 
Já estudamos esses instrumentos em aulas anteriores 
- Sistema nacional de informações sobre o meio ambiente (Sinima): 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Sinima é uma 
plataforma conceitual que integra e compartilha informações entre os 
diversos sistemas existentes. 
Em suas palavras, (...) o SINIMA, portanto, é o instrumento responsável 
pela organização, integração, compartilhamento e disponibilização das 
informações ambientais, de modo a disponibilizar informações ambientais 
no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) . 
- Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa 
Ambiental: 
Trata-se de um instrumento administrado pelo Ibama e regulamentado pela 
Resolução Conama nº 01/88 e pelas Instruções Normativas Ibama nº 31/09 
e nº 10/13. 
 
- Penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação 
ambiental: 
Por meio deste instrumento, a PNMA prevê medidas de cunho repressivo 
para penalizar aquele que causa dano ao meio ambiente. As infrações 
administrativas, atualmente, encontramse previstas no Decreto nº 
6.514/2008, ao passo que os crimes ambientais se encontram na Lei nº 
9.605/1998. 
 
- Instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser 
divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: 
Trata-se de um documento que deveria ser publicado, anualmente, pelo 
Ibama, apontando um panorama sobre o estado da qualidade ambiental no 
Brasil, sintetizando informações ambientais para a gestão dos recursos 
naturais e dos ecossistemas. 
O primeiro e último RQMA foi apresentado em 2013 e trouxe dados sobre 
atmosfera, água, terra, biodiversidade, florestas, ambiente costeiro e 
marinho e ambiente urbano. 
 
- Garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, 
obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes: 
Nos termos do art. 5º, XIV, da CF, o acesso às informações é assegurado a 
toda a população, resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional. Tal instrumento deve ser aplicado em conjunto com 
o Sinima. Além de garantia interna, no âmbito internacional, o direito à 
informação foi também objeto de tratados internacionais – vide o Princípio 
10 da Declaração do Rio e a redação da Agenda 21. 
 
Em 2003, foi publicada a Lei nº 10.650, que dispõe sobre o acesso público 
aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades 
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama. De acordo 
com a referida norma, os órgãos e entidades da Administração Pública, 
direta, indireta e fundacional, integrantes do Sisnama, são obrigados a 
permitir o acesso público aos documentos, expedientes e processos 
administrativos que tratem de matéria ambiental e fornecer todas as 
informações ambientais que estejam sob sua guarda, em meio escrito, 
visual, sonoro ou eletrônico. 
 
- Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
e/ou utilizadoras dos recursos ambientais: 
De acordo com a Instrução Normativa Ibama nº 06/13, são obrigadas a se 
inscrever no CTF/APP as pessoas físicas e jurídicas que se dediquem, 
isolada ou cumulativamente, às seguintes atividades: 
I – atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos 
ambientais que estejam descritas no Anexo I da IN nº 06/13; II – extração, 
produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente 
perigosos ao meio ambiente; III – extração, produção, transporte e 
comercialização de produtos e subprodutos da fauna e flora. 
A inscrição no CTF/APP dessas pessoas físicas e jurídicas é condição 
indispensável para que consigam acessar os serviços prestados pelo Ibama. 
Como a inscrição é auto declaratória, a IN nº 06/13 aponta que a declaração 
de atividades que constem do objeto social ou da inscrição no Cadastro 
Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ não desobriga a pessoa jurídica de 
declarar outras atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de 
recursos ambientais que estejam relacionadas em seu Anexo I e que sejam 
exercidas pelo estabelecimento. 
O cadastro no CTF/APP é realizado conforme as seguintes etapas: a 
inscrição, modificação dos dados de identificação, de atividades e de portes 
e a modificação da situação cadastral da pessoa inscrita. 
 
Quando exigível e na forma de Instruções Normativas do Ibama, a 
inscrição no CTF/APP não desobriga a pessoa inscrita: 
I – da inscrição no Cadastro Técnico Federal de Instrumentos de Defesa 
Ambiental; II – da entrega de relatórios anuais; III –do cumprimento de 
obrigações tributárias, principais e acessórias; IV – da inscrição em outros 
cadastros, de declarações e relatórios previstos em legislação ambiental 
específica. 
 
- Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão 
ambiental, seguro ambiental e outros: 
 Diferentemente dos anteriores, que são técnicos, o inciso XIII prevê a 
criação de instrumentos econômicos que possam servir para incentivar 
condutas protetivas. Em um cenário de constante evolução da educação 
ambiental, com o surgimento de pessoas cada vez mais preocupadas com a 
qualidade do meio ambiente, a figura do protetor vem ganhando relevo. 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
- Conceito e natureza jurídica: 
 (Artigo 1º, I da Res. CONAMA 237/97) 
 Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais , 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as 
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao 
caso. 
 
- Etapas: 
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do 
empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários 
ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser 
requerida; 
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado 
dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a 
devida publicidade; 
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , 
dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização 
de vistorias técnicas, quando necessárias; IV - Solicitação de 
esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, 
integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos 
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, 
podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e 
complementações não tenham sido satisfatórios; 
 
Escolha do órgão Competente → organização dos documentos → 
apresentação do requerimento → 1ª análise 
 
Solicitação de esclarecimentos → Apresentação dos esclarecimentos → 
Emissão do parecer técnico jurídico conclusivo → Expedição da 
licença 
 
 
Licença Prévia → Licença de instalação → Licença de operação 
Até 5 anos até 6 anos de 4 a 10 anos 
 
A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 
120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado 
na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a 
manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
- Tipos: 
Licença Prévia (LP) 
- concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou 
atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade 
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
Licença de Instalação (LI) 
- autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as 
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, 
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da 
qual constituem motivo determinante; Licença de Operação (LO) 
- autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação 
do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as 
medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a 
operação. 
 
- Prazos: 
Órgão Ambiental 
- prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o 
requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos 
em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de 
até 12 (doze) meses. 
Requerente 
- deverá atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, 
formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo de 4 
(quatro) meses, a contar do recebimento da respectiva notificação. 
 
- Não cumprimento dos prazos: 
Órgão Ambiental 
- O não cumprimento dos prazos estipulados, sujeitará o licenciamento à 
ação do órgão que detenha competência para atuar supletivamente e o 
empreendedor ao arquivamento de seu pedido de licença. 
Requerente 
- O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a 
apresentação de novo requerimento de licença, que deverá obedecer aos 
procedimentos estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de 
custo de análise. 
 
- Não cumprimento dos prazos: 
Cuidado: 
A contagem do prazo será suspensa durante a elaboração dos estudos 
ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo 
empreendedor. 
Os prazos estipulados poderão ser alterados, desde que justificados e com a 
concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. 
 
- Obrigatoriedade do licenciamento: 
Art. 10 - PNMA. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva 
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. 
 
- Obrigatoriedade do licenciamento: 
Estarão sujeitas ao licenciamento, de acordo com o artigo 2º da Resolução 
CONAMA 237/97, as atividades relacionadas no anexo I da citada 
Resolução, que traz um rol NÃO taxativo, pois o ente ambiental poderá 
complementa-lo, fundamentando a necessidade, conforme as 
especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do 
empreendimento ou atividade. 
- Publicação: 
Art. 10 - PNMA. § 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a 
respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, bem como em 
periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de 
comunicação mantido pelo órgão ambiental competente. 
- Competência: 
Constituição Federal - Art. 23. É competência comum da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio 
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; LC 140/11 
- Art. 7o São ações administrativas da União: 
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e 
atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país 
limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma 
continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados ou 
desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em 
unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) 
ou mais Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos 
de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das 
Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de 
junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, 
transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou 
que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, 
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou h) 
que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de 
proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de 
um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e 
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da 
atividade ou empreendimento; (transforma esse rol em um rol meramente 
exemplificativo, porque pode ser ampliado) 
Art. 8o São ações administrativas dos Estados: 
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou 
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmentepoluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o; - 
competência residual 
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou 
empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades de 
conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção 
Ambiental (APAs); 
Art. 9o São ações administrativas dos Municípios: 
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas 
nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das 
atividades ou empreendimentos: 
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, 
conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio 
Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza 
da atividade; ou 
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, 
exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, 
conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de 
infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de 
infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou 
atividade licenciada ou autorizada. 
§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração 
ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de 
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir 
representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de 
seu poder de polícia. 
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade 
ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá 
determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando 
imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis. 
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes 
federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de 
empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou 
utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, 
prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a 
atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
- Competência: 
Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de 
competência apenas. 
Avaliações de Impacto Ambiental (AIA): 
- EIA/RIMA: 
Trata-se de uma avaliação de impacto ambiental, que deve ser apresentada 
ao órgão competente, com vistas a subsidiar a análise do pedido de licença 
ambiental apresentado pelo empreendedor de atividade de 
SIGNIFICATIVO impacto ao meio ambiente. 
- EIA/RIMA: 
Art. 225 - §1º, IV, CRFB/88: “IV - exigir, na forma da lei, para instalação 
de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação 
do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade”. 
 
REQUE→ LIC. PRÉVIA→ LIC. DE INSTAL→ LIC DE OPERAÇÃO 
 Prazo até 5 Prazo até 6 anos Prazo de 4 a 10 anos 
 
EIA – RIMA 
Audienc. Púb. 
 
- Desenhar o procedimento do EIA-RIMA 
 
Avaliações de Impacto Ambiental (AIA): 
 - EIA/RIMA: 
Regulamento: Resolução CONAMA 01/86 
• Custos – Empreendedor 
• Equipe – Multidisciplinar 
• Audiências públicas: 
“Art. 11 – 
§2º Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e 
apresentação do RIMA, o órgão estadual competente ou a SEMA ou, 
quando couber o Município, determinará o prazo para recebimento dos 
comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, 
sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública 
para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do 
RIMA”. 
• Audiências públicas: 
Resolução CONAMA 09/87 
Art. 2º. Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade 
civil, pelo Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos, o 
Órgão de Meio Ambiente promoverá a realização de audiência pública. 
Procedimento: 
Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA, fixará 
em edital e anunciará pela imprensa local a abertura do prazo que será no 
mínimo de 45 dias para solicitação de audiência pública. 
Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão licenciador, através de 
correspondência registrada aos solicitantes e da divulgação em órgãos da 
imprensa local. 
A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos interessados. A 
audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão licenciador 
que, após a exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abrirá 
as discussões com os interessados presentes. Ao final de cada audiência 
pública será lavrada uma ata sucinta. 
Serão anexadas à ata, todos os documentos escritos e assinados que forem 
entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção. 
Advertências: 
No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão 
Estadual não realizá-la, a licença concedida não terá validade; 
Em função da localização geográfica dos solicitantes, e da complexidade 
do tema, poderá haver mais de uma audiência pública sobre o mesmo 
projeto de respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. 
 
 
• RIMA: 
Advertências: 
Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões 
do estudo de impacto ambiental (...) 
Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e 
adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em 
linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e 
demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender 
as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências 
ambientais de sua 38 implementação 
 
1. Potencial Poluidor e Utilizador de Recursos Naturais (PPGU). 
 
Valores da TCFA - Anexo IX da Lei Federal nº 6.938/1981 
Atualizado pela Lei 13.196, de 01/12/2015 
A partir do 4º trimestre de 2015 
Porte 
PPGU 
Pessoa 
Física 
Microempresa Empresa 
de 
Pequeno 
Porte 
Empresa de 
Médio Porte 
Empresa 
de Grande 
Porte 
Pequeno Isento Isento R$ 289,84 R$ 579,67 R$ 
1.159,35 
Médio R$ 463,74 R$ 927,48 R$ 
2.318,69 
Alto R$ 128,80 R$ 579,67 R$ 1.159,35 R$ 
5.796,73 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13196.htm

Outros materiais