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O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 1 Materiais necessários Algodão Alfinete Lanterna pequena Diapasão Cartão de snellen e Martelo Chave Odores Exame neurológico Consciência Neuropsicológico (status mental) Motricidade Coordenação motora Sensibilidade superficial e profunda Equilíbrio estático e dinâmico Sinais de irritação meníngeas e radicular Exame dos nervos cranianos Avaliação da consciência Consciente (estado de vigília) o Estado de alerta e percepção consciente do mundo exterior e interior Obnubilação o Consciência comprometida discretamente e estado de alerta comprometido moderadamente. Sonolência o Desperta facilmente, resposta apropriada comprometida e volta logo a dormir. Confusão mental o Perda da atenção, o pensamento não é claro, desorientação tempo-espacial, resposta lenta. Torpor ou estupor o Desperta os estímulos mais fortes, sem abrir os olhos e mantém movimentos espontâneos. Coma o Não desperta com estimulação forte e não possui movimentos espontâneos. o Graduação do coma: Coma discreto: se estimulado dolorosamente, sua atividade motora restringe-se a defender o local afetado. Coma moderado: entre o coma discreto e o profundo. Coma profundo: o paciente não mantém contato verbal. Constitui-se apenas de movimentos reflexos, como por exemplo aumento de atividade respiratória e postura em descorticação ou descerebração. Coma irreversível: também designado morte cerebral. O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 2 O critério universalmente usado consiste no conjunto dos seguintes dados: coma profundo com total arreflexia, midríase paralítica bilateral, apnéia, hipotensão grave, ROC e ROV abolidos (serão comentados na avaliação do coma), eletroencefalograma mostrando ausência de atividade elétrica cerebral, com mais de 24 horas de duração Aspectos quantitativos da consciência perda do alerta ou do despertar o Sonolência – torpor e coma Aspectos qualitativos da consciência o Conduzido e curso do pensamento, percepção do meio interno e externo. Perceptividade o Compreende a capacidade para responder as perguntas simples (como vai?), informar coisas corriqueiras (nome de familiares, endereço) e realizar cálculos ou atender a ordens (tire a camisa). Reatividade o Capacidade de reagir a estímulos inespecíficos (desviar a cabeça para um ponto onde há barulho), estímulos dolorosos, estímulos as reações verbais ou corporais. Deglutição o Avaliar a deglutição do paciente com um copo d’agua. Escala de coma de Glasgow Escala de ordem neurológica capaz de medir e avaliar o nível de consciência de uma pessoa. A nova escala de coma de Glasgow, passa a incluir também a resposta pupilar do paciente, sendo que dependendo da resposta será somada uma pontuação ao paciente. Avaliação do coma Classificação de Fisher define os déficits de consciência: o Sonolência o Obnubilado o Torpor o Coma (superficial, moderado/profundo e irreversível) o O coma pode ser classificados em de causas orgânicas e psíquicas. o O de causas orgânicas pode ainda ser classificados em de origem estrutural e metabólica. Estrutural Existe destruição anatômica de áreas do tronco encefálico ou de hemisférios cerebrais. O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 3 Uma lesão do tronco encefálico acima do nível da ponte, ainda que os hemisférios cerebrais estejam íntegros, levam ao coma. Metabólica Ruptura dos processos metabólicos do neurônio. O coma metabólico, a lesão funcional atinge difusamente todo o encéfalo e o coma pode ocorrer pela interrupção do fornecimento de substrato energético ou pela alteração das respostas fisiológicas das membranas neurais (intoxicação, concussão, etc.) Diante de um paciente em coma, cabe ao médico esclarecer sua causa orgânica ou psíquica; se orgânica classificá-la em estrutural ou metabólica; se a evolução está melhorando ou piorando e o prognóstico (se o processo é reversível ou se existe morte cerebral). Estas respostas serão obtidas avaliando-se: o Respiração Lesão de hemisférios e diencéfalo respiração de cheyne-stockes Surge a respiração periódica de Cheyne Stokes, caracterizada por padrão respiratório que vem crescendo de frequência e intensidade, atinge o ápice e decresce progressivamente chegando à apnéia. É o padrão respiratório mais comum no s comas metabólicos. Lesão mesencefálica: Hiperventilação neurogênica. Surge hiperventilação neurogênica central, que se caracteriza por atividade hiperventilatória continuada. Como consequência, ocorre hipocapnia Lesão de ponte: respiração apnêustica (parada da inspiração). Pode surgir a respiração apnêustica, caracterizada por um padrão respiratório com parada na fase de inspiração. Lesão de bulbo: respiração de Biot e apnéia (lesão completa) Há tendência para hipoventilação e parada respiratória. Algumas vezes, precedendo a apnéia, nota-se um padrão respiratório anárquico, irregular em sequência e intensidade (respiração atáxica de Biot). Uma lesão bulbar completa provocará parada respiratória. o Pupilas Lesão dos hemisférios Sem alteração pupilar Lesão diencéfalo e mesencéfalo Midríase por disfunção do nervo oculomotor, e consequentemente ação não balanceada do simpático. O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 4 Lesão do uncus (hérnia de uncus ao lado da midríase) Midríase unilateral (anisocoria) por disfunção do nervo oculomotor, e consequentemente ação não balanceada do simpático. Lesão funcional da ponte: Pupilas diminuirão de tamanho em relação ao estágio anterior, mantendo-se não reativas à luz. o Movimentos oculares Existem 3 centros motores: Centro frontal, responsável pelo desvio voluntário do olhar. Centro occipital, responsável pelo reflexo de fixação do objeto avistado; Centro pontino, localizado na ponte. Os dois primeiros centros, supratentoriais, produzem desvio de olhar para o lado oposto (olham para o lado sadio), e o centro pontino produz desvio ipsilateral dos olhos (olham para o lado paralisado). Centro frontal: responsável pelo desvio voluntário do olhar. Centro occipital: responsável pelo reflexo de fixação do objeto avistado Uma lesão no lobo frontal direito produz hemiparesia esquerda e desvio do olhar para a direita. Centro pontino: produz desvio ipsilateral dos olhos. Uma lesão no lado direito da ponte produz hemiplegia a esquerda e desvio do olhar par a esquerda. Pode-se produzir movimentos conjugados do olhar utilizando-se manobras de reflexo oculocefálico (ROC) e oculovestibular (ROV). Reflexo óculocefálico – ROC (Olhos de boneca) Deve ser avaliado em pacientes inconscientes sem trauma cervical. Avalia a integridade do mesencéfalo e da ponte. A avaliação do ROC pode ser realizado com movimentos horizontais e verticais o Lateralização da cabeça – olhar conjugado contralateral a cabeça o Flexão da cabeça – olhar conjugado para cima o Extensão da cabeça – olhar conjugado para baixo pode ser induzido girando-se rapidamente a cabeça do paciente para um lado. Os olhos imediatamente desviam- se para o lado oposto. Ao se estender ou fletir a cabeça, obtêm-se movimentos verticais do olhar. o Uma lesão que compromete o teto mesencefálico produzirá desvio fixo dos olhos para baixo (Sinal de Parinaud). o O ROC será negativo em pessoas conscientes ou com coma cujas funções do fascículo longitudinal e medial estão destruídas. Uma resposta normal indica tronco encefálico preservado. Resultados: O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 5 o Consciente – desvio dos olhos ipsilateral o Reflexo preservado – movimento conjugado em direção oposta à rotação o Olhar desconjugado – lesão do fascículo longitudinal medial (ponte) – paciente mantem o olhar direcionado para frente. o Reflexo ausente – lesão de tronco encefálico. Movimentos oculares: ROC, ROV, e movimentos verticais do olhar o Lesão supratentorial Desvios do olhar conjugado olham para o lado sadio. o Lesão infratentorial (pontineo) Desvios olham para o lado da lesão, e são mais duradouros e não se alteram com a estimulação vestibular Reflexo óculo-vestibular (ROV) Injeção de soro gelado no conduto auditivo. Elevando-se a cabeça do paciente a 30°, obtém-se desvio do olhar para o lado estimulado. Para se provocar movimento vertical para cima, eleva-se a cabeça a 60° e estimulamse os ouvidos bilateralmente. Na pessoa consciente, o ROV não produzirá desvio tônico, mas sim nistagmo. O ROV estará ausente nos comas que comprometem as funções do tronco encefálico. Atividade motora Lesão bilateral em nível mesencefálico alto (decorticação) Lesão bilateral na parte superior da ponte (decerebração) Decorticação o Lesão acima do núcleo rubro o Prognostico ruim o Ocorre opistótono, além de flexão de membros superiores e extensão de membros inferiores. Ocorre nas lesões funcionais dos hemisférios cerebrais e do diencéfalo. Descerebração o Lesão entre o núcleo vestibular e o rubro o Disfunção de tronco cerebral o Prognóstico péssimo. o Há Opistótono e extensão dos quatro membros. Ocorre quando a lesão atinge o mesencéfalo, que tende a desaparecer quando a lesão acomete a ponte, tornando o paciente arrefléxico. Semiologia dos comas supratentoriais (onde tem a lesão) Diencéfalo O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 6 o Respiração de cheynes stockes, pupilas reativas a luz de tamanho nromal, ROC e ROV presentes e postura descorticação. Mesencéfalo o Hiperventilação neurogênica central, pupilas dilatadas não reativas a luz, ROC ausente e ROV comprometido, postura descerebração. Ponte o Hipoventilação ou respiração de biot, pupilas puntiformes não reativas a luz, ROC e ROV ausentes e muscular. Miniexame do estado mental Orientação o É a capacidade de uma pessoa saber quem ela é (autopsíquica) e de localizar-se no tempo e no espaço. o Orientação em tempo Informa a hora, dia da semana, dia do mês e ano. o Orientação espacial Informa o local, bairro, cidade, estado e pais. o Orientação psíquica Informa seus dados pessoais. o Desorientação temporal – espacial – psíquica. Memoria o É a capacidade de recordar, e de reviver estados de consciência anteriores, de localiza-los em tempo e espaço. o Memoria de fixação Capacidade de registrar e fixar fatores e informações. o Memoria de evocação Capacidade de retornar à consciência o que foi aprendido e conservado. o Memoria recente Fatores recentes, ocorridos há minutos, dias ou semanas. o Memoria remota Fatos ocorridos há meses ou anos. Atenção Evocação O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 7 Linguagem Fala e linguagem (abordado em exame físico geral) Disartria o Alterações da fala, decorrente de neuropatia central ou periférica. Dislexia o Perda da capacidade de ler Disgrafia o Perda da capacidade de escrever, pode ser caracterizada ainda como macrografia (cerebelopatias) e micrografia (parkinsoniana). Disfasia o Alteração na elaboração cortical da fala. o Alterações mínimas ou perda total da fala Disfasia de recepção ou sensorial (a pessoa não interpreta o que escuta) Disfasia de expressão ou motora (interpreta mas não consegue falar direito) Disfasia mista Não compreende nem fala direito. Equilibrio Equilibrio dinâmico Inspeciona-se a maneira pela qual o paciente se locomove. A todo e qualquer distúrbio da marcha dá-se o nome de disbasia, a qual pode ser uni ou bilateral. A ausência da marcha denomina-se abasia e, a marcha normal ou atípica, denomina-se eubasia. Semiotecnica: o Pede-se que o paciente ande em linha reta: usualmente com os olhos abertos por 30 segundos e depois com os olhos fechados por mais 30 segundos e com os calcanhares na frente dos artelhos com olhos abertos e depois com olhos fechados. o O examinador estará a direita observando para a pesquisa de disbasia. Marchas anormais (resumo de exame físico geral) Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica: lembra o movimento de uma foice em ação, ocorre nos pacientes que apresentam hemiplegia, cuja causa mais comum é acidente vascular cerebral. Marcha anserina ou de pato: lembra o andar de um pato, sendo observada em doenças musculares e traduz uma diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. Para caminhar, o paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco ora para direita e ora para esquerda. Marcha parkinsoniana: o doente anda como um bloco enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A cabeça permanece inclinada para frente e os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão de que a pessoa corre atrás do seu centro de gravidade e que irá sofrer uma queda para frente. Ocorre na síndrome parkinsoniana. Marcha cerebelar ou marcha do ébrio: o doente ao caminhar faz ziguezagues como uma pessoa embriagada. Traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. Marcha tabética: indica perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula (ex: tabes dorsalis). Paciente caminha com o olhar fixo no chão, os membros inferiores são levantados abruptamente e ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo de modo intenso. Marcha de pequenos passos: passos muito curtos e arrastados. Ocorre na paralisia pseudobulbar e em doenças extrapiramidais. Marcha vestibular: decorre de lesão vestibular. O paciente apresenta lateropulsão quando anda, é como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. Também conhecida como marcha em estrela. Marcha escarvante: toca a ponta do pé no solo e tropeça ao caminhar, e para evitar isso levanta acentuadamente o membro inferior (passo de ganso). Ocorre quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé. O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 8 Marcha em tesoura ou espástica: marcha frequente nas formas espásticas da paralisia cerebral. O movimento das pernas lembra uma tesoura em ação, onde o paciente anda com os membros inferiores enrijecidos e espásticos. Marcha claudicante: o paciente manca. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. Marcha do idoso: marcha alentecida, com passos curtos e diminuição dos movimentos associados de membros superiores. Equilíbrio estático (prova de romberg) Paciente em posição vertical (ortostática, empé) com os pés juntos, olhando para frente por 30 segundos). Solicitar que o paciente feche as pálpebras durante 30 segundos. Examinador a direita observara ligeiras oscilações do corpo (romberg negativo) A prova é positiva (romberg positivo) caso o paciente apresente oscilações do corpo, com desequilíbrio e forte tendência a queda.. Romberg sensibilizado o Paciente em posição vertical (ortostática, em pé) com um pé a frente do outro, o calcanhar encostando no hálux, olhando para frente por 30 segundos. Solicitar que o paciente feche as pálpebras durante 30 segundos. o Examinador a direita observará ligeiras oscilações do corpo. (negativo) o Romberg positivo: paciente apresenta oscilações do corpo com desequilíbrio e forte tendência de queda. o A forte tendência a queda pode ser: Para qualquer lado e imediatamente após interromper a visão, indicando lesão das vias da sensibilidade proprioceptiva consciente (tabes dorsais, degeneração medular e polineuropatia periférica. (clássico ou funicular) Sempre para o mesmo lado após transcorrer pequeno período de latência, traduzindo lesão do aparelho vestibular (labirintopatias) (romberg vestibular) o Em lesões cerebelares o paciente não consegue permanecer de pé (astasia) ou faz com dificuldade (diastasia) alargando a base de sustentação pelo afastamento dos pés para compensar a falta de equilíbrio. Nesta situação a prova de romberg negativo. Motricidade Via piramidal (motricidade voluntária) o Trato corticoespinhal lateral o Trato cortico bulbar Via extrapiramidal (motricidade involuntária) o Trato rubroespinhal, reticuloespinhal, vestíbulo espinhal e olivo-espinhal. Cerebelo o Coodernação motora. Exame da motricidade, envolve os exames do: o Trofismo muscular o Tônus muscular o Força muscular o Reflexos Superficiais e profundos. Tônus muscular É estado normal de tensão constante a que estão submetidos os músculos, tanto em repouso (tônus de postura), como em movimentos (tônus de ação). Avalia-se: O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 9 o Inspeção o Palpação o Movimentos passivos Pode ser observado: o Hipotonia Tônus diminuído o Hipertonia Tônus aumentado o Miotomia Miotonia é o fenômeno da diminuição da velocidade de relaxamento muscular após contração, estímulo mecânico ou elétrico. Você pede para o paciente fechar a mão e abrir, ele faz esse movimento lentificado. o Distonia Distonia é um tipo de movimento involuntário que pode ocorrer em qualquer região do corpo de maneira localizada (focal) ou mesmo generalizada e se caracteriza por uma contração de músculos agonistas (favoráveis ao movimento) e antagonistas (desfavoráveis ao movimento) simultaneamente. o Paratonia. Paratonia ou gegenhalten é definido como "uma forma de hipertonia e com uma resistência variável, durante o movimento involuntário passivo.". Em outras palavras, a tentativa de mover o membro de uma pessoa com paratonia irá resultar em que a pessoa involuntariamente resistindo ao movimento. O valor da resistência é determinada pela velocidade do movimento: mais rápido, mais movimentos vigorosos irá resultar em maiores quantidades de resistência. Também está presente, independentemente do sentido do movimento . Ou seja, a ridigidez aumenta com a velocidade que você puxa o braço do paciente. Semiotécnica o Inspeção: Observa-se se há ou não achatamento das massas musculares de encontro ao leito. o Palpação: Averígua-se o grau de consistência muscular, que está aumentada nas lesões centrais e diminuídas nas periféricas. o Movimentos passivos: Movimentação normal de flexão e extensão nos membros. Passiva: se há passividade aquém do normal (tônus diminuído) e se há resistência (tônus aumentado). Extensibilidade: se há ou não exagero no grau de extensibilidade da fibra muscular. Hipotonia (achados) o Achatamento das massas musculares no plano de leito o Consistência muscular diminuída o Passividade aumentada o Extensibilidade aumentada o Prova do balanço exageradas com oscilações. Hipertonia o Consistência muscular e extensibilidade diminuídas o Passividade diminuída o Prova do balanço com reduzidas oscilações. Hipertonia piramidal (espasticidade) o É eletiva com predomínio dos extensores dos MMII e flexores dos MMSS. O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 10 o Elástica o Sinal do canivete presente o Espasticidade, é eletiva, atingindo globalmente os músculos, mas com predomínio dos extensores dos membros inferiores e flexores dos membros superiores (clássica postura de Wernicke-Mann). É elástica, com retorno à posição inicial de um segmento do corpo no qual se interrompeu o movimento passivo de extensão. Tem o sinal do canivete. É observada na hemiplegia, na diplegia cerebral infantil, na esclerose lateral amiotrófica e na mielopatia compressiva. o Espasticidade é quando ocorre um aumento do tônus muscular, envolvendo hipertonia e hiperreflexia, no momento da contração muscular, causado por uma condição neurológica anormal. Hipertonia extrapiramidal (rigidez) o Não eletiva, acomete globalmente a musculatura agonista, sinergista e antagonista. o É plástica o Sinal da roda denteada presente; o Rigidez, não é eletiva, porquanto acomete globalmente a musculatura agonista, sinergista e antagonista. É plástica, com resistência constante à movimentação passiva. Está geralmente associada ao sinal da roda dentada, que se caracteriza por interrupções sucessivas ao movimento. Ocorre no parkinsonismo e na degeneração hepatolenticular. Força muscular Semiotécnica: o Paciente sentado ou em decúbito dorsal executa movimentos de motricidade espontânea abrir e fechar as mãos, estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o pé). o Examinador aplica oposição ao movimento do paciente. Quando observa-se discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros realizam-se as denominadas “provas deficitárias”. Provas deficitárias: o Prova de Mingazzini: Paciente em decúbito dorsal. Coxas fletidas em ângulo reto com a bacia e pernas em ângulo reto com as coxas. Membros superiores estendidos ao lado do corpo. O paciente em questão, deverá permanecer nesta posição em torno de 1 minuto. Observar-se-á se há oscilações, queda lenta ou queda abrupta o Prova de Barré: Paciente em decúbito ventral. Pernas em ângulo reto com as coxas. A prova pode ser sensibilizada, diminuindo o ângulo para 45 graus. Poder-se-á observar oscilações e queda. o Prova dos braços estendidos: Sentado, o paciente estende os membros superiores na horizontal. Observar-se-á oscilações e queda de um deles nas hemiparesias e hemiplegias. o Prova do pé: Paciente em decúbito dorsal. Havendo deficiência dos rotadores internos da coxa, o pé cai em abdução (lado externo). É o chamado pé de cadáver. o Prova de Raimiste: Paciente em decúbito dorsal. Antebraços e mãos em linha reta que se colocam em ângulo reto com o braço. Sensibilizando, o ângulo poderá ser de 45 graus. Haverá oscilações e queda. Os resultados podem ser anotados de duas formas: O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 11 o Através do modo como se vê o teste escrevendo: força normal, discretamente diminuída, moderadamente diminuída, força muito reduzida ou abolida. o Ou classificamos por uma tabela: o Termos semiológicos Paresia – alteração da força muscular. Plegia – abolição da força muscular. Monoparesia/monoplegia (um membro) Paraparesia/ paraplegia (membros superiores ou inferiores) Hemiparesia/ hemiplegia (Metade esquerda ou direita do corpo) o Completa ou incompleta o Proporcionada e desproporcionada o Predomínio braquial o Predomínio crural Tetrapresia/ tetraplegia (quatro membros) Diparesia/ diplegia (ambos os lados) Reflexos o Superficiais Esta classe de reflexos, os estímulos são realizados sobre a pele ou mucosas e provocam contrações musculares, geralmente circunscritas aos grupos musculares da região excitada. Reflexo cutâneo abdominal: pesquisado pelo estímulo dos quadrantes do abdômen com um objeto pontiagudo. A resposta normal é a contração abdominal com desvio da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Cremastérico: pesquisado pelo estímulo da pele da região superior e medial da coxa em homens. A resposta normal é a elevação unilateral do testículo. o Profundos: o estímulo para avaliar os reflexos profundos deve ser um estiramento rápido do músculo causado pela percussão do tendão, realizada com o auxílio do martelo neurológico. Clônus do tornozelo: o terapeuta flexiona ligeiramente o joelho do paciente e dorsiflexiona abruptamente o tornozelo. Quando positivo, uma forte rigidez denteada aparece. Teste de Babisnk: faz parte do reflexo de flexão primitivo. Quando presente, após 16 meses de idade, indica lesão do trato corticoespinhal. O teste é executado dando-se um estímulo com um instrumento pontiagudo na sola do pé. A resposta normal é a flexão e adução dos dedos. Resposta anormal (Babisnk presente) é a dorsiflexão do hálux e a abertura dos demais dedos em leque. o Avaliar reflexos tendíneos (patelar), plantar, cutâneos, abodminais e pupilares. Reflexo pupilar Via Aferente: Nervo óptico, Via Eferente: Nervo oculomotor, Localização: Mesencéfalo O reflexo pupilar à luz ou reflexo fotomotor é um reflexo que controla o diâmetro das pupilas em resposta à intensidade (luminância) da luz que incide sobre a retina dos olhos, auxiliando, desse modo, na adaptação a vários níveis de iluminação. Reflexos exteroceptivos ou superficiais Reflexo cutaneoplantar (SINAL DE BABINSKI) o Paciente em decúbito dorsal, com os MMII estendidos O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 12 o Examinador estimula superficialmente a região plantar, próxima à borda e no sentido posteroanterior (calcanhar para o hálux), fazendo um leve semicírculo na parte mais anterior. o RESPOSTA NORMAL: flexão dos dedos. o Resposta anormal: extensão do hálux com abertura dos demais dedos em forma de leque, constitui o SINAL DE BABINSKI. Sucedâneos de babinski o Pesquisados em outras topografias, mas apresentam o mesmo significado. o Sinal de Chaddock: estímulo procedido sob o maléolo externo o Sinal de Gordon: compressão da panturrilha. o Oppenheim: estimulação da crista tibial, em direção descendente. o Faustino-Austregésilo-Esponsel: estimulação da face interna da coxa. o Schaefer: compressão do tendão de aquiles Reflexo cutaneoabdominais o Paciente em decúbito dorsal, mantendo a parede abdominal em completo relaxamento. o Examinador estimula o abdome no sentido da linha mediana em três níveis (superior, médio e inferior). o Resposta normal: contração dos músculos abdominais, que determina leve descolamento da cicatriz umbilical para o lado estimulado. o Resposta anormal: sem resposta, abolida na síndrome piramidal. Reflexos profundos Fazer percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser examinado. Deve-se avaliar: o I.Aquileu (Tendão calcâneo); o II. Bicipital (Articulação radio-ulna); o III. Tricipital; o IV. Flexor dos dedos; o V. Estilo-radial (polegar-radio); o VI. Patelar. Deve-se avaliar arreflexia, hiporreflexia, Normorreflexia, reflexo vivo e hiperreflexia O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 13 Reflexo de Mendel-Bechterew: no osso lateral do pé (perto dos dedos), se fletir os dedos (lesão piramidal). Clono do pé, clono da rótula: o É um reflexo patológico observado quando provocamos o estiramento brusco de um grupo muscular e tentamos manter estirado, e ocorre movimentos de flexão e extensão, sinal da síndrome piramidal. Sensibilidade O exame da sensibilidade é uma das partes mais laboriosas do exame neurológico, pois depende de informações subjetivas do paciente Sensibilidade especial o Olfação, visão, audição, gustação Sensibilidade geral o Superficial ou extroceptiva o Profunda ou proprioceptiva o Visceral ou interoceptiva o Discriminativa o Combinada Sensibilidade cutânea (superficial) o Protopática Sensibilidade grosseira e difusa Dor, temperatura e tato grosseiro. o Epicrítica Sensibilidade mais apurada Trato fino, percepção de leves mudanças de temperatura, poder de localização e discriminação. Sensibilidade superficial Tátil o Algodão seco, gaze ou pincel O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 14 Dolorosa superficial o Alfinete ou agulha de costura (romba) Térmica o Tubo com agua quente e gelada. Nesta avaliação é importante investigar áreas suspeitas (áreas de manchas, alopecia, alterações da sensibilidade). Perguntar se o paciente sente a estimulação, o que sente (quente ou frio), se dói, e principalmente comparar uma região com outra. Sempre perguntar se o que ele sente em uma área é a mesma coisa que sente na outra. Considerar anestesia, hiperestesia e Hipoestesia. Estereognosia É a capacidade de reconhecer um objeto com a mão sem o auxílio da visão. É função tátil discriminativa ou epicrítica com componente proprioceptivo. Quando se perde essa função, diz-se agnosia tátil, indicativa de lesão do lobo parietal contralateral. Sensibilidade profunda Cinético-postural o Artrestesia: propriocepção ou sensibilidade cinético-postural (posição da articulação, coordenação e marcha). o É a batiestesia, deve ser explorada deslocando-se suavemente qualquer segmento do corpo (comumente o hálux, o polegar, o pé ou a mão) em várias direções. o Depois fixa-se o segmento em uma determinada posição que deverá ser reconhecida pelo paciente. Vibratória ou palestesia o Usa-se o diapasão para sensação vibratória com diapasão nas eminencias ósseas. Dolorosa profunda Pressórica (pressão) o É avaliada mediante compressão moderada de massas musculares e tendões. o Barestesia. Coordenação motora o Coordenação adequada traduz o bom funcionamento de pelo menos dois setores do SN, sendo eles o cerebelo (centro coordenador) e a sensibilidade proprioceptiva. A perda de coordenação é denominada ataxia, a qual pode ser de três tipos: cerebelar, sensorial e mista. o Prova indicador-nariz: Com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz com o indicador. Repete-se a prova algumas vezes, primeiro com os olhos abertos, depois fechados. o Prova calcanhar-joelho: Na posição de decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o joelho com o calcanhar do membro a ser examinado. Repete-se a prova algumas vezes, primeiro com os olhos abertos, depois fechados. o Prova dos movimentos alternados: o paciente deve realizar movimentos rápidos e alternados (ex: abrir e fechar a mão). Pode ser feito prova do índexíndex. Prova dos movimentos alternados (marionetes) Determina-se ao paciente realizar movimentos rápidos e alternados, tais como abrir e fechar a mão, movimentos de supinação e pronação, extensão e flexão dos pés. o Prova de Stewart-holmes (rechaço) O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 15 Incapacidade de abortar um movimento quando se retira a oposição ao mesmo, lembrar de Katia Lin Página 3 13/9/2010 proteger o rosto do pcte. para evitar que a continuidade do movimento machuque o pcte. Se não abortar o paciente bate na própria cara. o Marcha Diadococinesia é a capacidade que uma pessoa tem em realizar movimentos rápidos alternadamente. Devem-se avaliar: o Eudiadococinesia o Disdiadococinesia incapacidade de executar movimentos coordenados e alternados, p. ex., pronação e supinação das mãos. o Adiadoconicesia Incapacidade de realizar movimentos alternados rápidos. o Dismetria Imperfeição na realização de um movimento. o Rechaço. Incapacidade de abortar um movimento quando se retira a oposição ao mesmo o Ataxia Falha da coordenação motora que se traduz na irregularidade ou incapacidade de realização correta e sincrônica de um movimento Sinais de irritação meníngea Rigidez de nuca o Paciente em decúbito dorsal o Examinador a direita do paciente coloca a mao na região occipital do paciente e, suavemente, tenta fletir a cabeça do mesmo. Caso o movimento seja fácil e amplo, não há rigidez da nuca, a nuca é livre. o A prova é positiva se houver resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca, situação frequente na meningite ou hemorragia subaracnóidea. Brudzinski o Paciente em decúbito dorsal com membros estendidos o Examinador a direita do paciente com uma das mãos sobre o tórax e, com outra, colocada na região occipital do paciente, executa flexão forçada da cabeça o A prova é positiva quando o paciente flete os membros inferiores (flexão dos joelhos e facies de dor. Lasègue o Paciente em decúbito dorsal com membros inferiores estendidos o Examinador faz elevação de um membro inferior estendido. o Positiva: quando o paciente refere dor na face posterior do membro examinado, logo no inicio da prova com cerca de 30 graus de elevação. Prova Kerning o Paciente em decúbito dorsal com o membro inferior em flexão em ângulo reto com a bacia e a perna sobre a coxa. o Examinador realiza a extensão da perna. o Positiva: quando o paciente sente dor e tenta impedir o movimento. Manobra de kerning o Paciente em decúbito dorsal com MMII estendidos. O Circo RESUMO SEMIOLOGIA Assunto: Exame neurológico 16 o Examinador faz a elevação de ambos os MMII ao mesmo tempo. o A prova é positiva quando o paciente sente dor e ocorre a flexão dos joelhos.
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