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apelação civil

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA /CE 
Processo nº: ………………….
JÚNIA, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, interpor:
	RECURSO DE APELAÇÃO 
Em face da decisão que indeferiu o pedido de responsabilização da construtora pela venda de uma vaga de garagem no prédio a terceiro não condômino, em ação ajuizada em face de Ápice Engenharia Ltda., CNPJ n° _____________, com sede na Rua..., nº ..., Bairro..., em Fortaleza/CE. 
Requer, desde já o seu recebimento no efeito suspensivo, com a imediata intimação do recorrido para, querendo, oferecer as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de para os fins aqui aduzidos. 
Termos em que pede e aguarda deferimento. 
RAZÕES RECURSAIS:
Apelante: Júnia
Apelado: Ápice Engenharia Ltda.,
Processo de origem nº ……………, da Comarca do Fortaleza/CE
EGRÉGIO TRIBUNAL, 
COLENDA CÂMARA.
Eméritos Desembargadores,
1. BREVE SÍNTESE E DA DECISÃO
Trata-se de Ação Ordinária de indenização por descumprimento de obrigação de fazer cumulada com pedido de cumprimento de obrigação de não fazer proposta pela apelante, pleiteando o pagamento de indenização correspondente a R$ 50.000,00 pela entrega do imóvel em condições diversas do panfleto de propaganda; e (ii) o desfazimento da venda da vaga de garagem a terceiro estranho ao condomínio, sob pena de perdas e danos. 
Após trâmite regular, a ação obteve a seguinte decisão terminativa que indeferiu todos os pedidos formulados pela parte autora e determinou que a mesma promovesse o pagamento de todas as parcelas de aluguel em atraso devidas à Ápice Engenharia Ltda.,
Ocorre que referida decisão merece reparo, pois a apelante adquiriu o apartamento 201 e uma vaga de garagem no Edifício Belo Lar, situado na capital cearense. A vendedora foi a apelada. O apartamento foi entregue à agravada em 10 de julho de 2014. Ao receber o apartamento, esta notou que o acabamento interno estava diferente do que constou no panfleto de propaganda Direito Civil – Espelho de Correção – Seção 3 6 divulgado pela apelada à época em que adquiriu o imóvel. Além disto, a vaga de garagem ao lado da adquirida pela agravada foi vendida pela apelada a uma pessoa que não tinha nenhuma outra unidade no prédio, embora a Convenção de Condomínio entregue à agravada não contenha nenhuma previsão expressa autorizando a prática deste ato. Por este motivo, a agravada ajuizou a presente ação. 
A agravante recorreu da decisão, alegando que o panfleto de propaganda contém a seguinte previsão: “este panfleto é meramente ilustrativo, sendo o acabamento do imóvel definido no contrato celebrado com a construtora”. Alegou ainda que o contrato celebrado entre as partes contém previsão de que o acabamento do apartamento 201 seria exatamente como foi entregue. Também alegou que a Convenção de Condomínio foi alterada pelos condôminos, permitindo a venda e locação de vagas a terceiros, estranhos ao condomínio, o que poderia ser confirmado pelo síndico do prédio, Ademar Silveira. Este inclusive se dispôs a se manifestar no processo a este respeito para esclarecer a situação, tendo em vista que também vendeu uma de suas vagas a terceiro não condômino, pelo que requereu a intervenção de Ademar no processo. Além disso, o contrato celebrado entre as partes previa que a agravada também compraria uma loja do Edifício Belo Lar no prazo de até 10 anos, período durante o qual a construtora se comprometeu a alugá-la à agravada e a não aliená-la a terceiro. Ocorre que a apelante não efetuou o pagamento dos alugueis nos últimos 4 anos, ensejando o pagamento dos valores em atraso acrescidos da correção e multa de 2% ajustada no item 8.3 do referido contrato. Após estas manifestações das partes no processo, o juiz proferiu decisão interlocutória indeferindo o pedido de intervenção de terceiro formulado pela agravante para que o síndico do prédio, Ademar Silveira, prestasse-lhe assistência 
DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos dos Arts. 219 e 1.003, §5º do CPC, o prazo para interpor o presente recurso é de 15 dias úteis, sendo excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento nos termos do Art. 224 do CPC/15. 
Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário Oficial na data de ……., tem-se por tempestivo o presente recurso, devendo ser acolhido. 
DO MÉRITO DA AÇÃO 
O direito do Recorrente vem primordialmente amparado na Lei nº , em especial em seu Art. que assim dispõe: . 
Ou seja, diante do , como já destacado anteriormente, o Recorrente tem direito ao conforme precedentes sobre o tema: 
Portanto, fica perfeitamente demonstrado o direito do Recorrente, razão pela qual merece provimento o presente recurso. 
DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA 
Pelo que se depreende da sentença recorrida, o pedido inicial foi negado considerando o único argumento de. 
Ou seja, não há completa fundamentação que ampare a decisão do Juiz pelo indeferimento do pedido. A ausência da devida fundamentação afronta diretamente a Constituição Federal em seu Art. 93: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
A mesma redação é disposta no artigo 11 do CPC/2015, amplamente reforçado pela doutrina: 
"O dever de fundamentação das decisões judiciais é inerente ao estado Constitucional e constitui verdadeiro banco de prova do direito ao contraditório das partes. Sem motivação a decisão judicial perde duas características centrais: a justificação da norma jurisdicional para o caso concreto e a capacidade de orientação de condutas sociais. Perde, em uma palavra, o seu próprio caráter jurisdicional. O dever de fundamentação é informado pelo direito ao contraditório como direito de influência -não por acaso direito ao contraditório e dever de fundamentação estão previstos na sequência no novo Código Adiante, o art. 489, §§ 1º e 2º, CPC, visa a delinear de forma analítica o conteúdo do dever de fundamentação."(MARINONI, ARENHART e MITIDIERO CPC Comentado. 2ªed.rev.atual.. RT. 2016- ref. artigo 11): 
A fundamentação da decisão, portanto, não é uma faculdade, uma vez que inerente e indispensável ao pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, razão pela qual artigo 489 do CPC corrobora o entendimento, expondo taxativamente a fundamentação como requisito essencial da sentença: "Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
(…)
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processos capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;" 
Razão pela qual, se uma decisão judicial não é fundamentada, carece dos requisitos legais de eficácia e validade, pois ilegal! Este entendimento predomina nos tribunais: 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E MORAL - Sentença não fundamentada – Ofensa ao art. 93, IX, da Constituição Federal, e artigo 458, II, do CPC/73 – Sentença anulada, com determinação de remessa dos autos à origem – RECURSO PROVIDO. (TJ-SP - APL: 00147882520138260176 SP 0014788-25.2013.8.26.0176, Relator: J.B. Paula Lima, Data de Julgamento: 13/12/2016, 28ª Câmara Extraordinária de Direito Privado, Data de Publicação: 16/12/2016) 
PROCESSO CIVIL. SENTENÇA NÃO FUNDAMENTADA. NULIDADE. JULGAMENTO DO MÉRITO. BUSCA E APREENSÃO. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE MORA. 1-O ordenamento processual considera
não fundamentada sentença que não enfrenta a tese deduzida pela parte capaz de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador. Ausência de fundamentação que torna o ato nulo e os que dele decorrem. 2(...). (TJ-RJ - APL: 00949368920128190002 RIO DE JANEIRO NITEROI 5 VARA CIVEL, Relator: MILTON FERNANDES DE SOUZA, Data de Julgamento: 13/12/2016, QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 15/12/2016) Ao dispor sobre a fundamentação, a doutrina complementa: "Fundamentação. A fundamentação das decisões judiciais é ponto central em que se apoia o Estado Constitucional, constituindo elemento inarredável de nosso processo justo (art. 5º, LIV, CF). (...) A fundamentação deve ser concreta, estruturada e completa: deve dizer respeito ao caso concreto, estruturar-se a partir de conceitos e critérios claros e pertinentes e conter uma completa análise dos argumentos relevantes sustentados pelas partes em suas manifestações. Fora daí, não se considera fundamentada qualquer decisão (arts. 93, IX, CF, e 9º, 10, 11 e 489, §§ 1º e 2º, CPC)." (MARINONI, ARENHART e MITIDIERO CPC Comentado. 2ªed.rev.atual.. RT. 2016- ref. artigo 489) Razão pela qual, considerando que a sentença não se mostra devidamente fundamentada, seve ser considerada nula para que seja devidamente revista.
DOS PEDIDOS 
Por estas razões REQUER: 
O recebimento do presente recurso nos seus efeitos ativo e suspensivo, nos termos do Art. 1.012 do CPC para fins de julgar procedentes os pedidos interpostos na peça;
Seja deferido novo pedido de gratuidade de justiça, nos termos do Art. 98 do CPC/15; 
A intimação do Recorrido para se manifestar querendo, nos termos do §1º, art. 1.010 do CPC; 
Seja julgado procedente o pedido para (i) pagar a indenização correspondente a R$ 50.000,00 pela prática do não cumprimento de obrigação de fazer; (ii) desfazer a venda de vaga de garagem a terceiro estranho ao condomínio, sob pena de perdas e danos. 
A total procedência do recurso para reformar a decisão recorrida e determinar Informa que deixou de efetuar o preparo por ser beneficiário da justiça gratuita 
A condenação do recorrido ao pagamento das despesas processuais e sucumbência. 
Seja julgado procedente o pedido para (i) pagar a indenização correspondente a R$ 50.000,00 pela prática do não cumprimento de obrigação de fazer; (ii) desfazer a venda de vaga de garagem a terceiro estranho ao condomínio, sob pena de perdas e danos. 
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data 
ADVOGADO OAB/...

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