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O debate entre Jean Piaget e Noam Chomsky, por Piaget

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Blog da Psicologia da Educação | O debate entre Jean Piaget e Noam Chomsky, por Piaget
https://www.ufrgs.br/psicoeduc/piaget/piaget-para-chomsky/
O debate entre Jean Piaget e Noam Chomsky, por
Piaget
Fragmento de: A psicogênese dos conhecimentos e a sua significação epistemológica
Fonte: PIATELLI-PALMARINI, Massimo (org.). Teorias da linguagem, teorias da aprendizagem: o
debate entre Jean Piaget e Noan Chomsky. São Paulo: Cultrix, 1983. pág. 39-49.
Autor:Jean Piaget
Cinqüenta anos de experiências ensinaram-nos que não existem conhecimentos resultantes de um
simples registro de observações, sem uma estruturação devida às atividades do indivíduo. Mas
tampouco existem (no homem) estruturas cognitivas a priori ou inatas: só o funcionamento da
inteligência é hereditário e só gera estruturas mediante uma organização de ações sucessivas,
exercidas sobre os objetos. Daí resulta que uma epistemologia em conformidade com os dados da
psicogênese não poderia ser empirista nem pré-formista, mas não pode deixar de ser um
constructivismo, com a elaboração contínua de operações e de novas estruturas. 0 problema central
consiste, pois, em compreender como se efetuam tais criações e porque, ainda que resultem em
construções não pré-determinadas, elas podem, não obstante, acabar por tornarem-se logicamente
necessárias.
1. O Empirismo
A crítica ao empirismo não consiste em negar o papel da experimentação, mas o estudo "empírico"
da gênese dos conhecimentos mostra de imediato a insuficiência da interpretação "empirista" da
experiência. Com efeito, nenhum conhecimento se deve somente às percepções, pois estas são
sempre dirigidas e enquadradas por esquemas de ações. 0 conhecimento procede, pois, da ação e
toda a ação que se repete ou se generaliza por aplicação a novos objetos gera, por isso mesmo, um
"esquema", ou seja, uma espécie de conceito práxico. A ligação fundamental constitutiva de todo o
conhecimento não é, portantos, uma simples "associação" entre objetos, já que esta noção
negligencia a parte de atividade devida ao indivíduo, mas é a "assimilação" dos objectos a
esquemas deste indivíduo. Este processo prolonga, aliás, as diversas formas de assimilações
biológicas, das quais a assimilação cognitiva é um caso particular, enquanto processo funcional de
integração. Em contrapartida, quando os objetos são assimilados aos esquemas de ação, há a
obrigação de uma "acomodação" às particularidades destes objetos (cf. os "accommodats"
fenotípicos em biologia), e esta acomodação resulta de dados exteriores, logo, da experiência. É
este mecanismo exógeno, portanto, que converge com o que há de valioso na tese empirista, mas (e
esta reserva é essencial) a acomodação não existe no estado "puro" ou isolado, porquanto é sempre
a acomodação de um esquema de assimilação; logo, é esta que permanece como motor do ato
cognitivo.
O texto integral encontra-se disponível na bibliografia indicada acima.
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