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Direito Contratual II Contrato de Mandato Art. 653 ao 692 CC -Mandante: contratante que confere poderes ao mandatário para praticar atos em seu nome. -Mandatário: contratante que recebe poderes pelo mandante para praticar determinados atos em seu nome. -Conceito: contrato pelo qual um contratante, denominado de mandante, contrata o outro contratante, denominado de mandatário, para praticar atos em seu nome ou administrar seus interesses. A procuração é o instrumento do mandato. -Mandato é diferente de procuração. Mandato é o contrato em si, enquanto a procuração é o instrumento que decorre deste. -O mandato é espécie de representação, que ocorre quando uma pessoa é incumbida de realizar declaração de vontade de outra em seu lugar. Há três espécies de representação: I) representação legal (decorrente de lei, que ocorre em relação aos pais, tutor e curador, que representam seus filhos incapazes, seu pupilo e curatelado por força de lei). II) representação judicial (decorrente de nomeação por juiz, como, por exemplo, o inventariante e o síndico da falência). III) representação contratual (decorrente do contrato de mandato, em que a pessoa que confere os poderes – o mandante – é a representada, e a pessoa que os aceita – o mandatário – é o representante daquela). -Características: Típico/nominado Consensual Personalíssimo, de regra Não solene Gratuito, de regra (quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa. Dessa forma, se for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no contrato –Art. 658 CC) Se for oneroso, será bilateral Poderá ser expresso ou tácito –Art. 656 CC Poderá ser verbal ou escrito –Art. 656 CC -OBSERVAÇÕES: I) A outorga do mandato está sujeita a forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito. –Art. 657 CC. II) A aceitação do mandato poderá ser tácita e resulta do começo da execução. –Art. 659 CC. III) Em termos gerais, o mandato só confere poderes de administração. Portanto, para alienar, hipotecar, transigir ou praticar outros atos que exorbitem a administração, depende de procuração com poderes especiais e expressos. Lembrando que, o poder de transigir não importa o de firmar compromisso. –Art. 661 CC IV) Os atos praticados por quem não tenha mandato ou o tenha sem poderes suficientes são ineficazes em face do mandante, salvo se eles o ratificar. Essa ratificação deve ser expressa ou resultar de ato inequívoco e retroagirá a data do ato. –Art. 662 CC Bem como, o mandatário que exceder os poderes do mandato, será considerado mero gestor de negócios, enquanto o mandante não ratificar os atos –Art. 665 V) Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente em nome do mandante, o mandante será o único responsável. Porém, ficará pessoalmente obrigado o mandatário se agir no seu próprio nome, ainda que o negócio seja de conta do mandante. –Art. 663 CC VI). O mandatário tem o direito de reter o objeto da obrigação quanto baste para o pagamento de tudo que lhe for devido em consequência do mandato. –Art. 664 CC -Classificação Conjuntos: neste todos os mandatários devem atuar conjuntamente. Fragmentários: os mandatários são designados e atuam em atos diferentes. Sucessivos: os mandatários são designados e atuam em atos distintos e que sucedem no tempo. Solidários: são mandatos em que qualquer dos mandatários podem praticar todos os atos designados independentemente da participação dos demais mandatários. -Pessoas que podem outorgar mandato: -Incapaz não pode. -Menores: somente se assistidos por seus representantes legais e por instrumento público, porém, se for uma procuração judicial poderá ser instrumento particular desde que assinada por seu representante legal. -Todas as pessoas capazes são aptas para da procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. –Art. 654 CC. -Por mais que se outorgue por instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular. –Art. 655 CC. -Outorga de poderes para alienar bens imóveis: somente por instrumento público (solene). -Em síntese: -Por instrumento particular: pessoas capazes, analfabetos para fins de mandato judicial. -Por instrumento público: relativamente incapazes e analfabetos. -Pessoas que podem receber mandato: -Pessoas capazes, relativamente capazes (mandante não terá ação contra ele –art. 666 CC), pródigos e falidos (risco do contrato não é deles). -Transferência de poderes -Pode-se transferir os poderes conferidos em um contrato de mandato através do substabelecimento. –art. 655 CC. -Obrigações do mandatário: -Art. 667 e ss CC 1) Agir em nome do mandante dentro dos poderes conferidos na procuração. II) Aplicar toda a diligência habitual na execução do mandato, respondendo pelos danos causados por culpa ou dolo. III) Prestar contas de sua gerência ao mandante. IV) Apresentar o instrumento do mandato às pessoas com quem tratar em nome do mandante. V) Concluir o negócio já iniciado embora ciente da morte do mandante ou interdição, se houver perigo na demora, ou seja, possibilidade de prejuízo em não sendo praticado o ato. -Obrigações do mandante: -Art. 675 e ss CC I) Tem o dever de assumir as obrigações assumidas pelo mandatário, pois assume em seu nome, mesmo que haja ineficiência no mandato. II) Responder com seu patrimônio pelas obrigações advindas do mandato. III) Adiantar a importância das despesas necessárias à execução do mandato quando solicitado ou reembolsar o mandatário posteriormente, dependendo do que foi convencionado. IV) Pagar pela remuneração da execução do mandato se este for oneroso. V) Indenizar o mandatário pelos prejuízos ocasionados ao mesmo em função do contrato. -Extinção: -Art. 682 e ss CC Revogação Renúncia Pela morte ou interdição de uma das partes Pela mudança de estado de capacidade de uma das partes Pelo término do prazo ou conclusão do negócio
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