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Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 1. Conceito: É o contrato celebrado entre estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à formação do vínculo contratual. 2. Sujeitos intervenientes: Estipulante, promitente e beneficiário, este último estranho à convenção. Pelo princípio da relatividade o contrato somente tem efeitos entre as partes, ou seja, aqueles que manifestaram sua vontade, não afetando terceiros em seu patrimônio. 3. Ponderações pertinentes: Obs1: É uma exceção ao princípio da relativa. Obs2: Capacidade: Somente é exigida dos dois primeiros. Obs3: mesmo estranho ao contrato, o beneficiário torna-se credor do promitente, bem como, o estipulante tem legitimidade, porém se estipular no contrato que o beneficiário poderá executar o contrato, perderá o direito de exonerar o promitente. Estipulação irrevogável. Obs4: Em caso de silêncio no contrato, o estipulante poderá substituir o beneficiário, sem qualquer formalidade, a não ser a comunicação ao promitente. Obs5: Para ter validade, não é necessária a manifestação de vontade do beneficiário. Tem este, no entanto, a faculdade de recusar a estipulação em seu favor, sendo necessário o aceite para ter eficácia o contrato. Obs6: O benefício tem que ser gratuito. Vantagem pecuniária recebida, sem contraprestação. Obs7: É consensual e de forma livre, tem que ser determinado ou determinável. 4. Fundamentação: Art. 436/438, CC. 5. Natureza jurídica: Há divergência doutrinária - Várias teorias são propostas para defini-la. 1ª Teoria: Da oferta: A estipulação não passa de mera oferta, sendo dependente de aceitação do terceiro beneficiário. O contrato só surge com a anuência deste. Crítica: O Promitente não é mero proponente, mas verdadeiramente obrigado. Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 2ª Teoria: Uma gestão de negócio: É espécie de ato unilateral pelo qual alguém, sem autorização do interessado, intervém na administração do negócio alheio, sem mandato, no interesse deste. Art. 861, CC. Crítica: O estipulante e o promitente agem em seu nome e não em nome alheio. 3ª Teoria: Declaração unilateral de vontade: A obrigatoriedade das estipulações em favor de terceiro encontra-se na circunstância da vontade unilateral do promitente ser bastante para vinculá-lo. Crítica: A promessa unilateral é indeterminada e anônima, enquanto que a estipulação em favor de terceiro é contraída em benefício de pessoa certa e determinada, com concurso de duas vontades. 4ª Teoria: Direito direto: Reconhece a natureza contratual de sua estipulação, afirmando que o terceiro não participante do negócio jurídico recebe a repercussão de seus efeitos, sendo o benefício recebido uma espécie de contrato acessório. 5ª Teoria: Um contrato: É a teoria mais aceita. Pirem sui generis pelo fato da prestação não ser realizada em favor do próprio estipulante, mas em benefício de outrem, que não participa da avença, a validade não depende da vontade deste, mas somente a sua eficácia, subordinada que é à aceitação. Doutrina italiana: “Estipulação a favor de terceiro”. 6. Efeitos: A possibilidade de exigibilidade da obrigação tanto pelo estipulante quanto pelo terceiro. Porém, que a dupla possibilidade somente é aceitável se o terceiro anuir às condições e normas do contrato. (art. 436, CC). Obs: o estipulante poderá mudar o contrato tanto em seu conteúdo, quanto o seu beneficiário, porém a exoneração do devedor não poderá ofender o direito do beneficiário. Substituição: Art. 438, CC. PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO: Art. 439/440. O CC permite a possibilidade de uma declaração de vontade na afirmação de uma realização de um ato por terceiro. Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. Trata-se, portanto, de um negócio jurídico em que a prestação acertada não é exigida do estipulante, mas sim de um terceiro, estranho à relação jurídica obrigacional, o que também flexibiliza o princípio da relatividade subjetiva dos efeitos dos contratos. Art. 439,CC: Perdas e Danos de quem promete. Parágrafo único: Exclusão de responsabilidade civil do estipulante, para o descumprimento da obrigação pelo terceiro. Cônjuge. Art.440,CC. → Responsabilidade do terceiro Caso se obrigue. CONTRATO COM A PESSOA A DECLARAR: 1. Definição: É um promessa de prestação de fato de terceiro, que titulizará os direitos e obrigações decorrentes do negócio, caso aceite a indicação realizada, o que se dará ex tunc à celebração do negócio. 2. Fundamentação: Art. 467/469, CC. 3.Prazo: 05 dias – decadencial ou estipulado de forma diferente. Art. 470/471, CC → Eficácia do contrato somente entre os contratantes originários. Gagliano, Pablo Stolze. Filho, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, Vol. IV, tomo 1: teoria geral. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. III. Contratos e atos unilaterais. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
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