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Introdução ao Direito Processual do Trabalho

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Licensed to moniquemariani@yahoo.com.br
Introdução
Direito Processual do Trabalho é um conjunto de princípios,
regras e instituições que se destinam a regular a atividade dos órgãos
jurisdicionais na solução dos conflitos individuais ou coletivos, oriundos
das relações de trabalho.
Visa, pois, a resoluções de dissídios trabalhistas, possibilitando
tanto ao empregado, quanto ao empregador, satisfazer um prejuízo que
por ventura tenha tido na relação de trabalho.
Posteriormente estudaremos os princípios peculiares do direito
processual do trabalho.
Embora o direito processual comum seja fonte subsidiária do Direito
Processual do Trabalho, conforme norma esculpida no artigo 769 da CLT,
o direito Processual do Trabalho é um ramo específico do Direito, e,
portanto, possui seus próprios princípios.
Fique sabendo!
Príncipios:
a) Princípio da Proteção: As regras do Direito do Trabalho são
interpretadas mais favoravelmente ao empregado, devido sua
inferioridade econômica.
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b) Princípio da Celeridade: Tal princípio funda-se no fato de que o
empregado precisa receber mais rapidamente as verbas que lhes são
devidas, vez que são de natureza alimentar, devendo, portanto, haver
mais simplificação de procedimento para que o processo seja o mais célere
possível.
c) Princípio da ultra ou da extrapolação: O art. 467 da CLT permite ao Juiz o
pagamento das verbas rescisórias incontroversas com acréscimo de 50%,
caso não tenham sido pagas na primeira audiência em que comparecer o
réu, ainda que inexista pedido do autor.
d) Princípio da iniciativa ex ofício: O art. 765 mostra que o Juiz tem a
liberdade de dirigir o processo e pode designar qualquer diligência
necessária.
e) Princípio da Oralidade: O Processo do Trabalho é essencialmente um
procedimento oral. Existe, pois, uma maior concentração dos atos
processuais em audiência, possibilitando uma maior interatividade entre o
Juiz e as partes.
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Organização da
Justiça do Trabalho
A Justiça Trabalhista possui três graus de Jurisdição: Varas do
Trabalho; TRT e TST. Para instituir um TRT são necessários pelo menos 7
juízes. As turmas são compostas por 5 juízes, mas em cada processo são
sorteados 3 para julgar: o relator, o revisor e o presidente. Os TRTs atuam
em primeira e em segunda instâncias.
Ademais, de acordo com a EC 45, o TST voltou a ser composto por 27
juízes togados. O pleno não é mais órgão julgador de processo comum, é
órgão administrativo. No TST temos ainda: as Turmas, SDI e SDC. O TST
atua em todas as instancias. SDI e SDC são 4ª instância.
Justiça Nacional
Justiça Especial
Justiça do Trabalho
Justiça Eleitoral
Justiça Militar
Justiça Comum
Justiça Comum
Justiça Federal
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Competência da
Justiça do Trabalho
Referente às competências funcional e territorial dos órgãos da
Justiça do Trabalho, não são estabelecidas pela Carta Magna, mas pela lei.
É o que preceitua o art.113 da CF/88: “A lei disporá sobre a constituição,
investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício
dos órgãos da Justiça do Trabalho”.
A competência pode ser levada em conta em razão da matéria,
em razão da função e em razão do lugar.
Competência em razão da matéria
Tem-se entendido que a determinação da competência
material da Justiça do Trabalho é fixada em decorrência da causa de pedir
e do pedido, mesmo se a decisão de mérito que vier a ser prolatada
envolver a aplicação de normas de direito civil ou de outros setores do
edifício jurídico.
Uma demanda que possui pedidos de natureza trabalhista e
que são fundamentados na CLT é de competência da Justiça do Trabalho, a
qual processará e julgará certa ação.
A incompetência em razão da matéria é de natureza absoluta e,
consequentemente, deve ser declarada de ofício pelo juiz,
independentemente de provocação das partes do processo, mas cabe ao
réu alegá-la antes de discutir o mérito, ou seja, em sede de preliminar, sob
pena de arcar com as custas de retardamento.
Competência em razão da função
A distribuição das imputações dos órgãos componentes da
Justiça do Trabalho concernem, de acordo com que dispõe a Constituição,
as leis de processo e os regimentos internos dos tribunais trabalhistas.
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Esses órgãos da Justiça do Trabalho que possuem competências funcionais são as
varas do trabalho, os TRT’s e o TST.
Competência funcional das varas trabalhistas:
Com a extinção dos juízes classistas, nas varas do trabalho, a
competência funcional foi atribuída ao juiz titular ou substituto, o qual era
conhecido com juiz togado.
Pode-se observar nos arts.652 e 653 da CLT e no art.114 da CF/88 a
função que compete às Varas do Trabalho.
Compete funcionalmente à Vara do Trabalho do local onde ocorreu
lesão ou ameaça a interesses ou direitos metaindividuais (difusos, coletivos ou
individuais homogêneos) processar e julgar ação civil pública promovida pelo
Ministério Público do Trabalho – MPT ou associação sindical, por força do art.83,
III, da Lei Complementar n.75/93, combinado com o art.2º da Lei n.7.347/85 e o
art.93 da Lei n.8.078/90”.
Competência funcional dos TRT’s:
A competência dos TRT’s é modificada à medida que estes são divididos
ou não por turmas.
Estas hipóteses podem ser observadas nos arts.678, 679 e 680 da CLT.
Sobre as funções atribuídas aos Presidentes dos Tribunais Regionais do
Trabalho, as mesmas encontram-se elencadas no art.682, CLT.
Competência funcional do TST:
A uniformização jurisprudencial trabalhista é a função essencial
atribuída ao TST.
Compete, pois, ao TST, em linhas gerais, julgar recursos de revista, recursos
ordinários e agravos de instrumento contra decisões de TRT’s e dissídios coletivos
de categorias organizadas em nível nacional, como bancários, aeronautas,
aeroviários, petroleiros e outros, além de mandados de segurança, embargos
opostos a suas decisões e ações rescisórias.
Competência em razão do lugar (ratione loci)
É definida de acordo com a abrangência geográfica no qual o órgão jurisdicional
age.
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A competência territorial, como também pode ser denominada, comumente
é conferida às varas trabalhistas, pelo fato de serem os órgãos de 1ª instância da
Justiça do Trabalho, sendo determinadas as competências por lei federal.
Compete aos TRT’s processar e julgar tanto de maneira originária (ex.:
dissídio coletivo) como em grau recursal (ex.: recurso ordinário) no interior do
espaço geográfico em regra correspondente a um Estado da Federação. Vale dizer,
o TRT tem competência territorial limitada a determinada região.
Já a competência do TST abrange todo o território nacional.
A competência ratione loci é manifestada no art.651 da CLT, podendo a
mesma ser classificada em: local da prestação de serviço; empregado agente ou
viajante comercial; empregado brasileiro que trabalha no exterior e empresa que
realiza atividade fora do local de celebração do contrato.
Local da prestação de serviço
De acordo com o que preceitua o art.651, caput, da Consolidação das
Leis do Trabalho: “A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no
estrangeiro”.
A ação trabalhista deve, como regra geral, ser demandada pelo
empregado no último local em que este ofereceu os seus serviços ao seu
empregador, mesmo que tenha sido acordado em outra localidade ou país para
desempenhar suas funções aqui no Brasil e não seja o local onde se localiza sua
residência.
Na hipótese deste empregado ter trabalhado em diversos estabelecimentos e
locais, é investido à vara trabalhista do local onde o contrato está ultimamentesendo executado a competência territorial para solver um possível litígio que vier a
subsistir, e não de cada local dos estabelecimentos da empresa no qual tenha
prestado serviços. Nesta regra geral de competência, estão abrangidos pela regra
do art.651, caput, da CLT todos os empregados que prestaram ou prestam serviços
no Brasil, independentemente de serem nativos ou estrangeiros.
Empregado agente ou viajante comercial:
Segundo dispõe o §1º do art.651 da CLT: “A competência das Juntas de
Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado,
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro”.
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Na hipótese de haver como autor ou réu a pessoa do agente ou viajante
comercial, a vara competente será a da localidade onde se encontra a filial ou a
agência da empresa, sendo o empregado subordinado àquelas.
Não possuindo esta empresa nem filial nem agência, competirá à vara
localizada onde o empregado possui domicílio ou aquela que mais se aproxima
deste.
Empregado brasileiro que trabalha no exterior:
Consoante o §2º do art.651 da CLT dispõe: “A competência das Juntas
de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios
ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja
brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário”.
Nesta suposição supramencionada, a competência será imputada às
Varas do Trabalho onde se encontra o local da prestação de serviços, havendo
empregado brasileiro como parte da questão trabalhista e desde que não haja
tratado internacional ratificado pelo Brasil dispondo de maneira diversa.
Importa frisar que o Brasil estabelece, mediante sua lei, dois
raciocínios: o direito processual e o direito material.
O primeiro estabelece que a competência territorial é atribuída à Vara
do Trabalho, para que esta processe e julgue demanda. Já no segundo, determina
que neste vínculo de emprego prevalece a lei do país onde esteve ou esteja sendo
processado o serviço.
O critério subjetivo adotado pelo art.651, §2º, da CLT diz respeito ao
empregado brasileiro, nato ou naturalizado, que prestar serviços no estrangeiro.
A vara trabalhista para julgar a ação será onde se acha a sede ou filial
desta empresa no Brasil ou o local onde ocorreu a negociação antes do brasileiro
ser transferido para o exterior.
Não havendo no Brasil nem sede nem filial da empresa, mostra-se
perfeitamente possível a notificação do empregado por carta rogatória, sendo
competente a Vara do Trabalho, por aplicação analógica do CPC.
Empresa que realiza atividade fora do local de celebração do contrato:
Nas expressões do §3º do art.651 da CLT: “Em se tratando de
empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços”.
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Conforme interpretação do parágrafo do artigo acima citado é possibilitado ao
empregado ajuizar uma ação no foro do local onde foi feita a contratação ou onde o
serviço é prestado.
Em se tratando de empregador que arregimente o empregado
domiciliado em outro município ou outro Estado da federação, poderá o trabalhador
optar por ingressar com a reclamatória na Vara do Trabalho de seu domicílio, na do
local da contratação ou na do local da prestação dos serviços.
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA
Conflito de competência, cognominado pela CLT de conflito de jurisdição,
é um incidente processual que ocorre quando dois órgãos judiciais proclamam-se
competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para processar
e julgar determinado processo.
Sobre esses conflitos de jurisdição, nos dizeres do art.803 da CLT:
“Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre:
a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na administração
da Justiça do Trabalho;
b) Tribunais Regionais do Trabalho;
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária;
d) Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho”.
Tais conflitos podem ser sugeridos pelos próprios juízos ou tribunais
trabalhistas, o MPT, atuando como órgão agente ou interveniente, ou a própria
parte interessada, pessoalmente ou mediante representação (art.805, CLT).
Nas expressões do art.806 da CLT: “É vedado à parte interessada suscitar
conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de
incompetência”.
A parte que suscitar o conflito de competência deve provar a sua
existência de maneira documental (art.807, CLT).
De acordo com o que o art.808 da CLT propõe:
“Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos:
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou
entre uma e outras, nas respectivas regiões;
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b) pela Câmara de Justiça do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou
entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais
diferentes;
c) pelo Conselho Pleno, os suscitados entre as Câmaras de Justiça do Trabalho e de
Previdência Social;
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do
Trabalho e as da Justiça Ordinária”.
O processamento do conflito de competência na esfera trabalhista é
regulado pelos arts.809 e 810 da CLT.
COMPETE A JUSTIÇA DO TRABALHO
1. Processar e julgar as ações oriundas de relação de trabalho abrangidos os entes
de direito público externo (Estados estrangeiros e organismos internacionais) e
também contra a administração direta e indireta (poder executivo da União,
Estados, DF e Municípios, assim como as autarquias, fundações, Empresas Públicas
e Sociedades de Economia Mista).
A ADI nº 3395 do STF, exclui da competência da Justiça do Trabalho toda e
qualquer interpretação que incluía na competência da justiça do trabalho a relação
entre o poder público e seus estatutários ou pessoas que possuem outros regimes
administrativos, existindo 3 categorias desses trabalhadores:
a- Os Celetistas = esses te com o poder público um vínculo de emprego;
b- Os Estatutários = possuem um vínculo administrativo;
c- Trabalhador temporário = possuem com o Poder Público outro regime
administrativo
ATENÇÃO: A súmula 363 do STJ atribui a Justiça Comum a competência para
processar e julgar os honorários de profissionais liberais.
2. Processar e julgar dano moral e patrimonial decorrentes das relações de
trabalho: em um acidente de trabalho, por exemplo, a pessoa pode morrer ou
sobreviver, se sobreviver, o empregado pode entrar com uma Ação de indenização
contra o empregador, mas se ele morrer, a Ação cabe aos seus sucessores.
ATENÇÃO: A súmula 366 do STJ hoje não é mais válida.
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3. Ações decorrentes do direito de greve: a súmula vinculante 23 do STF, atribui a
competência da Justiça do Trabalho, processar e julgar as ações possessórias
decorrentes do exercício do direito de greve da iniciativa privada, mesmo que por
exemplo, ocorra um esbulho, uma turbação ou apenas uma ameaça.
4. Processar e julgar Mandado de Segurança: não tem competência para julgar
crimes.
ATENÇÃO:
- ADI nº 3684 e Art. 109/CF = diz que crimes contra a organização do trabalho são
de competência da Justiça Federal.
- Súmula Vinculante 25 do STF = compete à Justiça do Trabalho, ilícita a prisão civil
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito, cabendo Habeas
Corpus para a soltura do mesmo, de competência do TRT.
5. Para a representação sindical, ações entre Sindicato x Sindicato, Sindicato x
Empregado e Sindicato x Empregador.
6. Processar e julgar as penalidades administrativas impostas aos empregadores:
impostas pelo órgão defiscalização das relações de trabalho, se existe ou não o
cumprimento da legislação trabalhista (fiscalizada pelo auditor fiscal do trabalho).
7. Executar de ofício as contribuições sociais decorrentes das sentenças: proferidas
pela Justiça do Trabalho.
8. Julgar os conflitos de competência entre seus órgãos.
9. Outras controvérsias previstas em lei.
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Competência Material da
Justiça do Trabalho
A JT tem competência para julgar relação de consumo? (Art. 3º,
§2º, CDC). Posição do TST: pelo ângulo do consumidor (destinatário final),
será relação de consumo. Pelo ângulo do prestador de serviços, incidirão
as regras do CC, sendo a Justiça do Trabalho competente.
A JT tem competência para julgar ação de cobrança de honorários
advocatícios? Posição majoritária na doutrina e jurisprudência: sim,
pois se trata de relação de trabalho. Só caberão na JT, quando
comprovar insuficiência financeira e estiver assistido, por advogado do
sindicato de classe, bem como nas ações rescisórias, sindicais, e de
relações de trabalho. Súmula 219, TST.
Compete à Justiça Estadual processar e julgar a ação de cobrança
ajuizada por profissional liberal contra cliente.
A JT tem competência criminal? Ver art. 114, I, IV e IX, CF. A JT não
tem competência para julgar as ações penais (decisão do STF em liminar na
ADIN 3684). 114, IV, CF. A Justiça do Trabalho pode mandar prender por
crime de desacato, crime de falso testemunho, e disso cabe habeas
corpus, para o TRF.
AJUFE - ADI 3395-6 / STF: A Justiça do Trabalho não tem competência
para julgar as ações envolvendo servidores públicos estatutários.
Art. 37, IX, CF – contratação por tempo determinado para atender
necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos da
Lei 8.745/93. O TST cancelou OJ 205 da SDI- I tendo em vista recentes
decisões do STF.
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Mandado de segurança: com a reforma do judiciário, a competência
foi ampliada, abrangendo atos de outras autoridades (ex.: auditor fiscal do
trabalho).
Habeas corpus: possível nos casos de decretação de prisão do depositário 
infiel na execução trabalhista. Não pode mais a prisão, havendo esta, 
deverá ser intentado HC.
Acidente de trabalho: art. 465, CTL. As ações de dano moral ou material
decorrentes do acidente de trabalho são de competência da Justiça do
Trabalho. A configuração do acidente de trabalho são de competência da
Justiça Comum.
Conforme a Súm. 411 do TST não há conflito de competência entre TRT e
Vara do Trabalho a ele vinculado. Sum. 411. Se a decisão recorrida, em
agravo regimental, aprecia a matéria na fundamentação, sob o enfoque
das Súmulas nºs 83 do TST e 343 do STF, constitui sentença de mérito,
ainda que haja resultado no indeferimento da petição inicial e na extinção
do processo sem julgamento do mérito. Sujeita-se, assim, à reforma pelo
TST, a decisão do Tribunal que, invocando controvérsia na interpretação
da lei, indefere a petição inicial de ação rescisória.
Súm. 392 do TST – danos morais – competência da Justiça do Trabalho.
Acidente de Trabalho: 2 regras:
1ª regra: ação acidentária / lide previdenciária: competência da Justiça
Comum Estadual (Súm.
15 do STJ e Súm. 235 e 501 do STF).
2ª regra: ação de indenização por danos morais ou materiais.
Competência da Justiça do trabalho.
O STJ cancelou a Súm. 366 que estabelecia a competência da Justiça
Comum Estadual para a ação de indenização movida pela viúva ou filho de
empregado falecido em acidente de trabalho. Súm. 367 STJ – remessa
dos autos da Justiça Comum para a Justiça do Trabalho.
Títulos executivos extrajudiciais trabalhistas: (art. 876, caput, CLT)
TAC (termo de análise de conduta);
Termo de conciliação firmado perante a CCP (comissão de conciliação
prévia);
Oriundo da multa aplicada pelo TEM e inscrita na Dívida Ativa da União.
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Art. 114 - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
direito público externo e da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o
ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes
da relação de trabalho;
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195,
I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da
lei.
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio
coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão
do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar
dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Fique sabendo!
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Competência Territorial
Antes da Emenda Constitucional 45/2004, a Justiça do Trabalho tinha
competência para:
a) Conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre
trabalhadores e empregadores; e
b) Executar as suas próprias sentenças.
Entretanto, no atual texto, houve também a retirada de previsão
expressa da competência para executar as próprias sentenças, até porque
não seria necessário, por se tratar de decorrência lógica do processamento
da ação.
Outrossim, possui competência para processar e julgar ações oriundas
de relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
A Competência da Justiça do Trabalho não abrange apenas as
controvérsias ocorridas durante a relação trabalhista, mas também as
relações pré e pós contratuais. Ademais, o STF decidiu que a Justiça do
Trabalho é competente para processar e julgar controvérsias relativas ao
meio-ambiente do trabalho, ainda que em face da Administração Pública.
Além das ações relativas ao cadastramento no Programa de Integração
Social (PIS) e no FGTS.
Art. 651, CLT - Caput – regra: local da prestação dos serviços; Se o
empregado prestar serviços em mais de um local – será competente o
foro do último lugar da prestação de serviço. Todavia, há uma posição
moderna que defende a competência concorrente.
Fique sabendo!
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Empregado agente ou viajante comercial – neste caso a ação deve ser
proposta onde o empregado prestar serviços e for subordinado, sendo que
na falta de cumulatividade desses requisitos a ação deverá ser proposta
onde o empregado reside, ou na localidade mais próxima (quando no local
onde ele reside não tem JT).
1. Empregador viajante: neste caso a ação deve ser proposta tanto no local
da contratação, como também no da prestação dos respectivos serviços.
2. Empregado contratado no Brasil para prestar serviços no exterior: 
Anteriormente era aplicada a súmula 207 do TST, e tendo sido a mesma 
revogada, aplicar-se-á CLT: 
Art. 651 - A competência das Juntas deConciliação e Julgamento é
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou
reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro. (Vide Constituição Federal de
1988)
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a
competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência
ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será
competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio
ou a localidade mais próxima. (Redação dada pela Lei nº 9.851, de
27.10.1999) (Vide Constituição Federal de 1988)
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida
neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção
internacional dispondo em contrário. (Vide Constituição Federal de 1988)
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de
atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao
empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou
no da prestação dos respectivos serviços.
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Competência Internacional 
Material ou em 
Razão de Pessoa
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
Regras de direito processual: brasileiras;
Regras de direito material: Artigo 651,§3, da CLT.
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou
reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro
§3 - em se tratando de empregador que promova realização de atividades
fora do lugar do contrato de trabalho é assegurado ao empregado
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.
Obs.: a cláusula de eleição é incompatível com o processo do trabalho.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA
Art. 114, CF:
I – ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União,
Estados, Municípios e DF.
Súmula 363, STJ.
ADI 3684-0 – justiça do trabalho não tem competência criminal.
ADI 3395-6 – justiça do trabalho não tem competência para julgar ações
envolvendo qualquer relação estatutária ou de caráter jurídico
administrativo.
IV – ações de indenização por danos materiais ou morais decorrentes da
relação de trabalho. (Súmula 392, TST).
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Dissídios
Dissídios
a) Individuais:
a. Simples – apenas um reclamante
b. Plúrimo – mais de um reclamante
c. Especial – inquérito judicial (falta grave de empregado estável); até 6
testemunhas cada parte
b) Coletivos
A diferença do dissídio individual para o coletivo não diz respeito ao
número de reclamantes, mas sim ao pedido. No dissídio individual o
pedido é pessoal e no dissídio coletivo o pedido diz respeito a uma
categoria.
Todos os dissídios individuais têm início nas Varas do Trabalho.
Os dissídios coletivos em regra, têm competência originária nos TRTs.
Ademais, caso os dissídios coletivos extravasem o âmbito regional, sua
competência originária será a do TST.
Os dissídios coletivos em regra, têm competência originária nos
TRTs. Ademais, caso os dissídios coletivos extravasem o âmbito regional,
sua competência originária será a do TST.
ATENÇÃO
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Dissídio Individual
Nos dissídios individuais discutem-se interesses concretos de pessoas
determinadas, visando à aplicação de normas jurídicas preexistentes.
O Dissídio Individual caracteriza-se pela existência de pretensão pessoal do
litigante.
Assim, mesmo que haja mais de um postulante, um autor ou um
reclamante, haverá um dissídio individual simples.
Quando a legislação processual da CLT não existir norma regulamentadora,
deve o intérprete socorrer-se do Código de Processo Civil, desde que haja
compatibilidade das normas deste com as do processo trabalhista.
Portanto, caracteriza-se dissídio individual pela natureza do conflito,
independentemente do número de litigantes, ou seja, ainda que haja diversos
reclamantes, desde que as pretensões sejam pessoais e exclusivas, o dissídio
individual será simples, porém, por envolver mais de um autor, formando-se um
litisconsórcio ativo, é denominado de plúrimo.
Denomina-se processo de alçada da junta aquele cujo valor dado à causa
não ultrapasse duas vezes o salário mínimo vigente, e do qual não cabe recurso,
salvo se versar sobre matéria constitucional.
O dissídio individual especial ou inquérito judicial é uma modalidade de ação
trabalhista que objetiva apuração de falta grave atribuída a empregado estável,
para a rescisão judicial do contrato de trabalho. É um dissídio privativo de
empregador, o requerente.
CONCEITO
É o processo judicial através do qual o Estado concilia ou decide os litígios entre
empregado e empregador singularmente considerados. A finalidade da relação
jurídica é dupla e sucessiva. Primeiro conciliar; não ocorrendo a primeira, há
então o julgamento.
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PROCEDIMENTO
Denominação dos dissídios individuais em processo do trabalho:
- processo trabalhista
- dissídio trabalhista
- reclamação trabalhista
- ação trabalhista
AS FASES DO PROCESSO
- Fase postulatória: da propositura da ação até a defesa
- Fase probatória/instrutória: momento de realização de provas
- Fase decisória: o órgão jurisdicional profere seu juízo de valor
- Fase recursal
- Fase executória: execução forçada da sentença.
CLASSIFICAÇÃO
Segundo os sujeitos:
Dissídio individual simples: envolve como autor um empregado, e como réu um
ou mais empregadores.
Dissídio individual plúrimo: é o litisconsórcio de dois ou mais empregados agindo
contra um ou mais empregadores. Caracteriza-se pela pluralidade de autores.
Segundo o procedimento:
Dissídio individual comum ou ordinário: são aqueles que seguem o rito previsto
p/ o processo individual geral.
Dissídios individuais especiais: existem em 4 espécies:
1. Procedimento descrito na L. 5.584/70, em seus art. 2º, §3º e §4º, cabível nos
processos de alçada, ou seja, aqueles que possuem valor da causa até dois
salários mínimos.
2. Rito sumaríssimo: instituído através da L. 9.957/2000, cabível em causas de
até 40 salários mínimos.
3. Inquérito para apuração de falta grave
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4. Medidas cautelares e especiais do CPC: A CLT não possui cautelares descritas
em seu texto. Possui medidas de antecipação de tutela (sustação liminar de
transferência de empregado e reintegração de empregado dirigente sindical).
Assim, as medidas cautelares e os procedimentos especiais previstos no CPC,
quando compatíveis, são aplicáveis na Justiça do Trabalho.
Representação no dissídio individual
Pode ser:
a) Legal - decorrente de expressa autorização de lei (ex. representação do menor
por quem exerça o pátrio poder);
b) Convencional - autorizada por lei, mas dependente de manifestação de
vontade (ex. a representação do empregador por preposto habilitado);
c) Geral - exercida para todos os atos do processo (ex. a representação do incapaz
pelo pai ou mãe, tutor, ou curador);
d) Parcial - para apenas alguns atos processuais (ex. art. 843, § 2º, da CLT).
e) Menor de 14 a 18 anos - é representado pelo responsável legal (art. 793 da
CLT). Após 18 anos, poderá ingressar em Juízo pessoalmente, sem representação
ou assistência - art. 792.
f) Representação do empregador por preposto (art. 843, § 1º, da CLT) - exige-se
que este tenha conhecimento dos fatos, pois suas declarações obrigam o
preponente. Indicar preposto que não tem conhecimento dos fatos subtrai da
parte adversa o direito de fazer prova, pelo depoimento pessoal - configuração
de procedimento temerário. A CLT não exige que o preposto sejaempregado. O
Regulamento Geral do Estatuto da OAB proíbe o exercício simultâneo da
representação como advogado e como preposto (art. 3º).
g) Substituição processual pelo Sindicato em dissídio individual - o TST entende
que há restrições (Enunciado 310); entretanto, tal limitação não aparece no inciso
III do art. 8º da Constituição, nem nas leis mais recentes sobre o tema - Leis
7.788/89 - art. 8º - e 8.073/90.
LITISCONSÓRCIO NO DISSÍDIO INDIVIDUAL
Quando a ação é movida por vários empregados, há litisconsórcio ativo
facultativo ou cumulação de ações (art. 842 da CLT); na pluralidade de réus, pode
haver litisconsórcio passivo facultativo (quando se postula responsabilização
solidária de empresas de grupo econômico, por exemplo) ou necessário (entre o
empregador e o ente público, na rescisão por factum principis), conforme o caso.
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JUS POSTULANDI
Prevê a CLT a inexigibilidade de patrocínio por mandatário ad judicia nos
dissídios individuais (art. 791); com a edição do Estatuto da OAB (Lei 8.906/94)
houve entendimento de que estaria revogada tacitamente a regra da CLT.
Contudo, o STF - Adin 1.127-8 - suspendeu liminarmente a eficácia do art. 1º, I,
do Estatuto da Ordem, mantendo-se o entendimento do cabimento do jus
postulandi na Justiça do Trabalho e Juizados Especiais. Prevalece o princípio da
inafastabilidade do acesso ao Judiciário (art. 5º, XXXV e XXXIV, a, da
Constituição). O estagiário não pode exercer atos de advocacia (Estatuto da OAB,
art. 3º, § 2º); quando muito pode acompanhar a parte, para fazer
aconselhamento, mas não pode celebrar acordos, muito menos postular em
Juízo, sem a presença de advogado.
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Prevê a Lei 5.584/70 que a assistência judiciária gratuita ao trabalhador
será promovida pelo sindicato de sua categoria. Exige-se que o mesmo receba no
máximo o equivalente a dois salários mínimos mensais, ou faça declaração de
sua insuficiência econômica (Lei 7.115/83). Não se exige mais atestado de
pobreza. O empregador que não tenha meios de arcar com as despesas
processuais também pode se socorrer da assistência judiciária gratuita, com base
na Lei 1.060/50.
CONDIÇÕES DA AÇÃO E PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Comissões de Conciliação Prévia: Uma característica diferenciada em
relação ao processo do trabalho se estabeleceu desde o advento da L.
9.958/2000, que criou as Comissões de Conciliação Prévia.
A busca de soluções mais rápidas dos conflitos trabalhistas se divide em
duas esferas:
Há a implantação de procedimentos mais simplificados, os aplicando
para questões menos complexas, ou de menor valor econômico, ou então para
questões que cumulem as duas situações. Estas questões continuam a serem
resolvidas pelo Poder Judiciário, apenas faz-se o privilégio da efetividade sobre a
segurança jurídica. Exemplo desta técnica são leis como as dos Juizados Especiais
e do Rito Sumaríssimo na Justiça do Trabalho.
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Outra espécie de solução seriam as extrajudiciais, ou seja, buscam desafogar o
Poder Judiciário, fazendo com que conflitos que seriam resolvidos por este poder,
sejam dissolvidos fora deste poder. Exemplo desta técnica é a lei de comissões
prévias, e a lei de arbitragem.
Comissões se dividem quanto a sua origem, e quanto a esta podem ser (art. 625-
A, CLT):
- De instituição unilateral, por empresas ou grupo de empresas.
- De instituição coletiva, pelo sindicado
A regulamentação destas espécies é diferente. A regulamentação das comissões
de empresa está na lei (art. 625-B), e a das comissões coletivas surge da
negociação coletiva (art. 625-C).
Os membros destas comissões coletivas não precisam ser dirigentes sindicais
(inclusive, muito difícil que o sejam), serão pessoas indicadas por um e outro lado.
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XVI EXAME
Julgado dissídio coletivo entre uma categoria profissional e a patronal, em que
foram concedidas algumas vantagens econômicas à categoria dos empregados,
estas não foram cumpridas de imediato pela empresa Alfa Ltda.. Diante disso, o
sindicato profissional decidiu ajuizar ação de cumprimento em face da empresa.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Deverá aguardar o trânsito em julgado da decisão, para ajuizar a referida ação.
B) Poderá ajuizar a ação, pois o trânsito em julgado da sentença normativa é
dispensável.
C) Não juntada a certidão de trânsito em julgado da sentença normativa, o feito será
extinto sem resolução de mérito.
D) Incabível a ação de cumprimento, no caso.
Comentário: Súmula 246 TST: É dispensável o trânsito em julgado da sentença
normativa para a propositura da ação de cumprimento. Alternativa correta: B
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Ritos Trabalhistas
Espécies:
1. Comum/ordinário:
Mais completo;
Demandas cujo valor da causa supera 40 salários mínimos;
Cada parte poderá ouvir até três testemunhas (art. 821 da CLT);
O retro mencionado dispositivo legal estabelece que no Inquérito Policial
para apuração de falta grave, cada parte poderá ouvir até 6 testemunhas.
2. Sumário/dissídio de alçada:
Célere, art. 2°, §§ 3° e 4° da Lei n. 5584/70;
Demanda cujo valor da causa é de até 2 salários mínimos.
Obs.: neste procedimento em regra não é cabível a interposição de
recursos, salvo se a sentença envolver matéria constitucional. Recurso este
que será o Recurso extraordinário
Obs2: a lei é omissa quanto ao número máximo de testemunhas.
Prevalece o entendimento que cada parte poderá ouvir até três
testemunhas.
3. Sumaríssimo (Lei 9957/00 – inclusão dos arts. 852-A a 852-I)
Valor da causa que não exceda 40 salários mínimos. Prevalece o
entendimento, que o advento do procedimento sumaríssimo, não revogou
o procedimento sumário. Então o valor da causa será acima de 2 salários
mínimos;
Poderão ser ouvidas até duas testemunhas para cada parte
4. Procedimentos especiais trabalhistas - Trazem regras especiais:
A. Inquérito judicial para apuração de falta grave.
B. Dissídio coletivo
C. Ação de cumprimento
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XVIII EXAME
Em sede de reclamação trabalhista sob o rito sumaríssimo, as testemunhas do autor
não compareceram à audiência, apesar de convidadas verbalmente por ele. Na
audiência, nada foi comprovado acerca da alegação do convite às testemunhas.
Diante disso, assinale a afirmativa correta.
A) A audiência deverá prosseguir, pois não cabe a intimação das testemunhas, uma
vez que não foi comprovado o convite a elas.
B) As testemunhas deverão ser intimadas porque a busca da verdade real é um
princípio que deve sempre prevalecer.
C) As testemunhas deverão ser conduzidas coercitivamente, porque não se admite
que descumpram seu dever de cidadania.
D) O feito deverá ser adiado para novo comparecimento espontâneo das
testemunhas.
Comentário: art. 852-H, §3º da CLT: “§ 3º Só será deferida intimação de testemunha
que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a
testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva”.
Alternativa correta: A
XX EXAME
Em audiência trabalhista sob o rito sumaríssimo, o advogado da ré aduziu que suas
testemunhas estavam ausentes. Sem apresentar qualquer justificativa ou
comprovante de comunicação às testemunhas, requereu o adiamento do feito.
Diante disso, estando presentes as testemunhas do autor, o juiz indagou do
advogado do autor se ele concordava ou não com o adiamento, requerendo
justificativa. Sobre o caso relatado, na qualidade de advogado do autor, assinale a
afirmativa correta.
A) Deve concordar com o adiamento, já que ausentes as testemunhas, essas
poderão ser intimadas para comparecimento na próxima audiência.
B) Deve se opor ao adiamento, requerendo o prosseguimento do feito, pois,não
havendo comprovação do convite às testemunhas, a audiência não poderá ser
adiada para intimação das mesmas.
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C) Deve se opor ao adiamento imediato, requerendo a oitiva de suas testemunhas
e protestar por depoimentos pessoais para, na próxima audiência, serem ouvidas
as testemunhas da ré.
D) Deve concordar com o adiamento, pois a lei não exige justificativa ou
comprovação de convite às testemunhas.
COMENTÁRIOS: A resposta é encontrada no art. 852-H da CLT, que traz regras
especiais sobre a produção da prova testemunhal no rito sumaríssimo. O §3º, que
se aplica aqui, diz que a intimação das testemunhas ausentes depende de prova do
convite feito às mesmas, o que não há na hipótese, impedindo o adiamento da
audiência para intimação das testemunhas.
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Audiência
CONCEITO
No direito significa a realização de um ato, presidido pelo Juiz, no qual
as partes se encontram com a finalidade de escutar tudo o que estes têm a
dizer, colher as provas, tomar o depoimento das partes e das
testemunhas.
No direito do trabalho, em vista do principio da celeridade
processual, previsto no inciso LXXVIII do artigo 5° da Constituição Federal,
a audiência trabalhista procura reunir a maior parte dos atos processuais
em uma única audiência, a chamada audiência UNA, porém muitas vezes o
juiz não consegue realizar todos os atos em uma única audiência em
virtude da complexidade do ato ou até mesmo pelo numero de audiências
quem tem que realizar em um dia, e em alguns casos as audiências são
fracionadas.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS NA AUDIÊNCIA TRABALHISTA
a) ORALIDADE – Normalmente os procedimentos na audiência trabalhista
são feitos oralmente, não sendo necessário o uso da escrita, sendo que as
partes devem expor ao magistrado, de forma objetiva, suas teses e
pretensões.
b) PRIMAZIA DA REALIDADE – O juiz não deve se satisfazer apenas com as
provas documentais, devendo ouvir as partes e verificar os fatos
verdadeiros. Por exemplo, o empregado que sempre realizou horas extras,
porem o empregador obrigava a anotar o cartão de ponto com o horário
convencional de labor, nesse caso a prova documental não condiz com a
realidade buscada.
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c) PRINCIPIO DA DESIGUALDADE – No direito processual trabalhista, o empregado
é considerado a parte menos suficiente tendo em vista a realidade social, para que
prevaleça a igualdade o magistrado deve tratar de forma diferenciada o
empregado, em razão do artigo 9° da CLT, que prevê que serão nulos de pleno
direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a
aplicação dos preceitos contidos na CLT.
d) PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO – Previsto no inciso LV do artigo 5° da CF,
estabelece que os acusados e litigantes possuem direito ao contraditório e a ampla
defesa, assim todas as oportunidades concedidas a uma parte devem ser
concedidas a outra.
e) PRINCIPIO DA PUBLICIDADE – No processo do trabalho, como em qualquer
outro processo, de acordo com o artigo 813 da CLT, as audiências são públicas,
exceto em alguns casos, como os que colocam o empregado em situação
vexatória, serão realizadas em segredo de justiça.
DESIGNAÇÃO E INSTALAÇÃO DA AUDIÊNCIA
Vale dizer que de acordo com o artigo 840 da CLT, a reclamação
trabalhista poderá ser escrita ou verbal. Porém, quando realizada verbalmente,
está deverá ser reduzida a termo.
Depois de recebida e protocolada a petição inicial o chefe de secretaria
ou o escrivão, remeterá a segunda via ao reclamado que deverá comparecer em
audiência a qual será marcada depois de cinco dias, respeitada a regra do art. 841
da CLT. De acordo com o artigo 813 da CLT as audiências na justiça do trabalho
deveram ser realizadas das 08h00min ás 18h00min horas em dias úteis e não
poderão ultrapassar o limite de 5 horas seguidas, salvo em caso de urgência.
Em casos especiais poderá ser designado outro local para realização das
audiências, mediante edital afixado e com 24 horas de antecedência. A notificação
do reclamado em regra é realizada via postal, e presume-se recebida em 48 horas
depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso
desse prazo constitui ônus da prova do destinatário (súmula 16 do TST).
Na hora marcada o escrivão ou chefe de secretaria irá apregoar as
partes, testemunha e demais pessoas que deveram comparecer.
Se até 15 minutos após a hora marcada, o juiz não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo apenas constar no livro de
registro das audiências.
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PARTES E TESTEMUNHAS
Deverão comparecer na audiência, além do magistrado e do escrivão, o
reclamante e o reclamado, mesmo que sem os seus representantes (advogados).
Caso o reclamante não possa comparecer a audiência poderá fazer
substituir-se por outro empregado ou pelo sindicato de sua categoria, frise-se que
a substituição apenas é feita para que a audiência seja remarcada, pois apenas
quem pode prestar o depoimento e relatar os fatos é o autor da ação (artigo 843, §
2° CLT). É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente ou qualquer
outro preposto que tenha conhecimento dos fatos, art. 843 § 2º da CLT, visto que
no caso concreto é muito difícil que o empregador disponha de tempo para
comparecer a audiência na justiça laboral.
A jurisprudência tem entendido que o preposto do empregador deva
ser necessariamente seu empregado, conforme súmula 377 do TST, exceto quando
a reclamação de empregado doméstico, microempresa e empresa de pequeno
porte.
“Súmula 377 do TST – preposto – exigência de condição de empregado – Exceto
quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno
empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado.
Inteligência do artigo 843, § 1º da CLT e do artigo 54 da LC 123/2006.”
As partes poderão fazer-se acompanhar de advogado, que deverá apresentar
o competente mandato, que poderá ser tácito ou “apud acta” (apenas consta o
nome do advogado na ata de audiência), com poderes simples, ou escrito, por
instrumento particular ou público, com poderes específicos ou especiais. De acordo
com o artigo 23 do código de ética de disciplina da OAB, o advogado não pode
figurar ao mesmo tempo como preposto e patrono do empregador ou cliente.
AUSÊNCIA DAS PARTES E TESTEMUNHAS
O reclamante e o reclamado devem, obrigatoriamente e de acordo com
o artigo 845 da CLT, comparecer à audiência, mesmo que não estejam
acompanhados de seus representantes (advogados), sendo penalizada a parte
ausente que não apresente justificativa. As partes devem convidar as testemunhas,
que também devem comparecer independente de intimação ou notificação, pois é
de interesse das partes a produção de prova testemunhal. As testemunhas que
foram convidadas, mas mesmo assim não comparecerem, serão intimadas de oficio
ou a requerimento da parte, podendo, ainda, serem conduzidas coercitivamente.
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Caso o reclamante não compareça à primeira audiência a reclamação
trabalhista será arquivada e este, caso não seja beneficiário da justiça gratuita, será
condenado ao pagamento das custas processuais no importe de 2% do valor dado
à causa. Poderá propor novamente a ação.
Se a ação for arquivada pela segunda vez deverá ser respeitado o prazo
contido no artigo 732 da CLT, podendo apenas propor pela terceira vez após seis
meses entre a segunda e terceira vez, sendo que, de acordo com a súmula 268 do
TST, interrompe-se a prescrição para os pedidos idênticos. Porém se move a
terceira vez e não comparece, ocorre a perempção, assim não podendo promover
nova reclamação contra o mesmo empregador.
A ausência do reclamante quando já contestada a reclamação
trabalhista, devidamente intimado da segunda audiência, não importa em
arquivamento da ação e sim em confissão,inteligência das súmulas n° 9 e item I da
súmula n° 74 do TST.
“Súmula TST n° 9 – AUSÊNCIA DO RECLAMANTE – A ausência do reclamante,
quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa
arquivamento do processo.”
“Súmula TST n° 74 – CONFISSÃO.
I – Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com aquela
cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria
depor.”
De acordo com o artigo 844 da CLT, caso a reclamada não compareça à
primeira audiência, ainda que presente seu advogado (súmula 122 TST), será
declarada a revelia e confissão quanto à matéria de fato, desde que os fatos sejam
reafirmados, pelo reclamante, em depoimento pessoal, nos termos do artigo 315
da GP/CR 23/2006 do TRT da 2° Região. Caso esteja presente apenas o advogado,
este poderá requerer a juntada, apenas, dos documentos que acompanham a
defesa, nos termos do item II, súmula n° 74 do TST e de acordo com o artigo 317 do
provimento GP/CR 23/2006 do TRT da segunda região, requerer a oitiva do
reclamante, e ainda a oitiva de testemunhas de acordo com o artigo 9° da CLT.
“Súmula TST n° 74 – CONFISSÃO.
II – a prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com
a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o
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indeferimento de provas posteriores.
A revelia pode ser elidida com a apresentação de atestado médico que comprove a
impossibilidade de locomoção do empregador ou do preposto, de acordo com a
súmula n° 122 do TST.”
“Súmula TST n° 122 – REVELIA – ATESTADO MÉDICO – A reclamada, ausente à
audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu
advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a
apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a
impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da
audiência.”
TIPOS DE AUDIÊNCIA
Via de regra e de acordo com o artigo 849 da CLT, a audiência
trabalhista é UNA, ou seja, todos os atos devem ser praticados em uma única
oportunidade, tais como a tentativa de conciliação, a apresentação de
contestação, oitiva das partes, produção de todas as provas, julgamento e
notificação das partes.
Porém, caso não seja possível realizar todos os atos em uma única
audiência, o juiz poderá fracioná-la em audiência inicia, instrução e julgamento e
julgamento.
- Inicial – o único objetivo é a busca da conciliação, caso a tentativa reste
infrutífera, será recebida pelo juiz a defesa da reclamada, abrindo-se vista ao
reclamante e a designação de uma nova audiência para que se de continuidade ao
processo.
- Instrução e Julgamento – visa o colhimento de todas as provas, a oitiva das
partes, das testemunhas do reclamante e do reclamado e todas as provas que o
magistrado ache necessário, ocorrendo o julgamento ao final ou marcando outra
data para o prosseguimento.
- Julgamento – nessa não é necessário a presença das partes, visto que seu
objetivo é o julgamento do processo, sendo que as partes são comunicadas da
decisão por oficial de justiça, via postal ou e-mail.
FASES DA AUDIÊNCIA
Tentativa conciliatória – logo no início da audiência, e de acordo com o
artigo 846 da CLT, o juiz deve verificar se as partes já conversaram sobre um
possível acordo, caso seja realizado o acordo entre as partes o juiz irá homologá-
lo
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e este é irrecorrível (art. 831, § 1° da CLT) apenas podendo ser impugnado através
de ação rescisória (Súmula 259, TST).
Caso o juiz entenda que o acordo não é benéfico para uma das partes,
de acordo com a súmula 418 do TST, não é obrigado a homologá-lo.
Caso as partes não tenham interesse em um acordo o juiz deve prosseguir a
audiência.
Fase instrutória – caso não exista acordo, deve-se seguir para a instrução do
processo, com a apresentação da defesa, que pode ser escrita ou oral, porém a
praxe é a defesa escrita.
Após a apresentação da defesa será colhido o depoimento pessoal do
reclamante e do reclamado, podendo o advogado fazer perguntas para o juiz que
irá decidir se a pergunta é conveniente.
Logo em seguida será colhido o depoimento das testemunhas do
reclamante e após o depoimento das testemunhas do reclamado, ou o inverso no
caso de inversão do ônus da prova, também poderão ser feitas perguntas às
testemunhas.
O advogado do reclamante poderá apresentar a sua replica oralmente
ou por escrito ou também de forma remissiva.
Segunda tentativa conciliatória – Depois de colhidas todas as provas o
juiz faz uma nova proposta de conciliação, caso recusada pelas partes segue para
o julgamento.
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ULTIMOS EXAMES
XV EXAME
1) Jorge, que presta serviços a uma companhia aérea na China, é autor de um
processo em face da Viação Brasil S/A, sua ex-empregadora. Na data da audiência,
Jorge estará, comprovadamente, trabalhando na China. Considerando que Jorge tem
interesse no desfecho rápido de seu processo, deverá
A) requerer o adiamento para data próxima.
B) dar procuração com poderes específicos ao seu advogado para que este o
represente.
C) fazer-se representar por outro empregado da mesma profissão ou pelo seu
sindicato.
D) deixar arquivar a demanda e ajuizar uma nova.
Comentário: Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o
reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus
representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de
Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato
de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, de 3.7.1979)
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado,
não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se
representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu
sindicato. Alternativa correta: C
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Sequência de Atos
Processuais
1. Em regra a reclamação trabalhista (art. 840 CLT) poderá ser verbal ou
escrita. Todavia algumas petições inicias trabalhistas são obrigatoriamente
escritas: dissídio coletivo e inquérito judicial.
2. Notificação inicial postal automática do reclamado. (Art. 841 CLT).
Nesse caso o servidor da secretaria da vara remeterá a segunda via da
reclamação ao reclamado para que ele querendo compareça em audiência
e apresente a sua defesa. Dessa forma juiz do trabalho apenas tem
contato com a inicial em audiência.
3. Recebimento da notificação postal pelo reclamado.
Presume-se recebida a notificação no prazo de 48 de sua postagem.
O não recebimento ou a entrega após o decurso do prazo constitui ônus
da prova do destinatário. Súmula 16 do TST. Obs. 2: considera-se válida a
notificação entregue a qualquer empregado da empresa, ao porteiro ou
zelador do edifício ou até mesmo depositada na caixa do correio. TST:
não se exige a notificação pessoal, basta a entrega no endereço do
reclamado.
Fique sabendo!
4. Audiência Trabalhista:
• Entre o recebimento da notificação postal e a data da audiência deverá
decorrer um prazo mínimo de 5 dias corridos. A audiência é em regra
contínua/una (art. 849 CLT). A audiência apesar de una, na prática é
dividida em: inicial, instrução e julgamento.
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• Em audiência o reclamante poderá ser substituído por um colega
de profissão ou representante do sindicato, em caso de doença ou
motivo ponderoso. A substituição se dará apenas para fins de
justificar a falta do reclamante.
• O reclamado poderá ser substituído por gerente ou preposto que
tenham conhecimento dos fatos. O conhecimento dos fatos não
precisa ser direto (quem precisa disso é a testemunha). O TST
entende que preposto deve ser empregado da empresa que
representa, salvo se for microempresaou ação contra empregador
doméstico.
• Se o reclamante não comparece à audiência inicial o processo
será extinto sem julgamento do mérito. Poderá entrar novamente
no dia seguinte, se ele falta novamente, 2° arquivamento. Para
entrar uma 3ª vez deverá esperar 6 meses. Havendo o 3°
arquivamento ocorrerá a perempção da matéria.
No caso de ausência da reclamada em audiência inicial, será
decretada a revelia, sendo consideradas verdadeiras todas as alegações,
exceto insalubridade e periculosidade Caso o reclamante ou o reclamado
não compareçam à audiência de instrução ficam condicionados à pena de
confissão quanto à matéria de fato, não gerando o arquivamento nem
revelia.
a) Aberta a audiência haverá a primeira tentativa de conciliação (art. 846
CLT). Dois caminhos:
Acordo: termo de conciliação (art. 831, parágrafo único, da CLT)
Partes: (súmula 100, V, TST) trata-se de decisão irrecorrível, transitando
em julgado na data da homologação judicial (e não na data de publicação).
Todavia é cabível o ajuizamento de ação rescisória. Não cabe recurso, mas
cabe ação Recisória.
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INSS: é possível a interposição de recurso ordinário para a discussão de
contribuições sociais. Prazo em dobro (16 dias) para o Recurso Ordinário.
b) Não havendo acordo, teremos a defesa do reclamado, na CLT art. 847
temos que a defesa é oral (20 min) mas a praxe forense admite a defesa
escrita.
c) Instrução, art. 848 CLT.
Interrogatório e depoimento pessoal das partes
Oitiva de testemunhas.
Oitiva de peritos e assistentes técnicos
d) Razoes finais, não excedentes de 10 min para cada parte (art. 850 CLT);
a jurisprudência admite memoriais escritos até após a sentença.
e) 2ª tentativa de conciliação (850 CLT)
f) Sentença (art. 852, CLT)
Súmula 259 TST. Conforme a sumula 418 do TST o juiz do trabalho não é
obrigado a homologar um acordo, não sendo cabível a impetração de
mandado de segurança. Art. 764, § 3ª CLT estabelece que é cabível o
acordo em qualquer fase do processo.
Fique sabendo!
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Procedimento Sumaríssimo
• Abrange apenas dissídios individuais;
• Não é aplicado quando for parte a administração pública direta,
autárquica e fundacional (fazenda pública). Aplicado para empresas
públicas e sociedades de economia mista (pessoas jurídicas de direito
privado).
• A reclamação trabalhista deverá respeitar requisitos específicos na
inicial: pedido certo ou determinado (valor correspondente) = pedido
líquido.
• O autor deverá indicar corretamente o nome e endereço do
reclamado, não sendo cabível citação por edital. Caso um desses
requisitos não seja observado a reclamação será arquivada e o
reclamante será condenado ao pagamento de custas sobre o valor da
causa.
• O recurso de revista é cabível em apenas duas hipóteses (art. 896, § 6°
CLT)
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Provas
Os meios de produção de provas encontram-se disponíveis às partes
para que possam, de forma ampla, demonstrar em juízo todos os fatos e
evidências que almejam, bem como fundamentar-se nas mais diversas das
vezes, com o sentido de influenciar o convencimento do julgador.
O Novo Código de Processo Civil, que é fonte subsidiária de aplicação
no processo do trabalho, traz em seu artigo 369 que “As partes têm o
direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a
verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz”. Ainda, não se pode deixar de
mencionar a importância do objeto de prova estar devidamente ligado a
fatos pertinentes, controvertidos e acima de tudo, fatos relevantes para o
deslinde processual.
* DOS PRINCÍPIOS PROBATÓRIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
1) Da Necessidade da Prova
Os fatos alegados em juízo, em especial os controvertidos, necessitam
de provas para serem admitidos como verdadeiros, disto decorrendo o
princípio da necessidade da prova. Com efeito, de acordo com os critérios
estabelecidos na lei, a prova do fato incumbirá a quem a ele aproveite e, a
necessidade está em que o Juiz não se pode deixar impressionar com
meras alegações expendidas pelas partes, devendo-se obedecer a
determinação legal de que o magistrado deve formar sua convicção
segundo o conjunto fático-probatório apresentado nos autos. Em
conseqüência disto, fica fatalmente afastada eventual parcialidade por
parte do juízo, que não pode decidir a lide de acordo com seu
entendimento pessoal.
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2) Da Unidade da Prova
De acordo com esse princípio, a prova produzida nos autos deve ser
valorada como um todo, de modo que fica afastada a possibilidade de decisão do
magistrado em favor de apenas uma das partes, com exceção dos casos em que
a controvérsia permitir o acolhimento de apenas uma das versões apresentadas
nos autos.
Desta forma, segundo o aludido princípio, deve ser apreciado no todo o conjunto
probatório (documentos, testemunhas, perícias e demais meios admitidos em
lei) para verificação dos fatos que originaram os pedidos dos litigantes.
3) Da Lealdade ou Probidade da Prova
O princípio da lealdade da prova está intimamente ligado com a busca da
verdade real, que veda o acolhimento de versões fáticas falsas em prejuízo de
alguma das partes ou com o fim de obter-se objetivo ilegal. A prova, tal como o
processo em geral, tem um propósito marcadamente ético; por isso, em um
plano ideal se pode afirmar que todos os sujeitos do processo (Juiz, partes,
advogados e o mais) têm interesse em que a verdade dos fatos seja encontrada,
pura, sem laivos de meia-verdade ou de falsa-verdade.
4) Da Igualdade de Oportunidades
Às partes é conferida a faculdade de, querendo, produzir provas, conforme já
referido anteriormente. Por força do princípio da igualdade de oportunidades,
“aos litigantes se deve conceder a mesma oportunidade para requererem a
produção de provas, ou para produzi-las, sob pena de infringência dessa garantia
conduzir, virtualmente, à nulidade do processo, por restrição do direito de
defesa”. Porém, o mesmo autor da citação anterior afirma que só o prejuízo da
parte não é suficiente para que seja reconhecida e declarada a nulidade
processual, mas a isso deve somar-se a argüição correlata no primeiro momento
em que lhe for oportunizada manifestação nos autos ou em audiência (por meio
de “protesto”), segundo a regra do artigo 795 da CLT.
5) Da Legalidade
A produção probatória deve obedecer a preceitos legais, observando-se
critérios como tempo, lugar, meio, adequação, entre outros. Diante disso,
observa-se que tal princípio veda o livre-arbítrio das partes no tocante aos meios
probatórios utilizados para provar os fatos atrelados à demanda.
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6) Da Obrigatoriedade da Prova
O princípio da obrigatoriedade da prova vincula o juiz a proceder o
julgamento segundo as provas produzidas no processo, fundamento devidamente
seu entendimento, não podendo contrariá-las, não ficando afastado, porém o
princípio do livre convencimento, através do qual o juiz “possa atender a outros
fatos e circunstâncias mencionadas nos autos, como faculta a lei, ainda que não
tenham sido alegados pelas partes”.
● A PROVA EMPRESTADA
A utilização desta prova encontra amparo nos princípios da
instrumentalidade das formas e da economia e celeridade processual, bem como
seu uso deve ser pautado nos princípios do contraditório, da ampla defesa, da
legalidade e da proibição das provas ilícitas. No entanto, deve-se ater que a
utilização desse meio de prova encontra muita resistência em nosso ordenamento
jurídico. A jurisprudência trabalhista vem entendendo pela admissibilidade da
prova emprestada nos casos em que exista contemporaneidade com a época de
prestação de serviços, e em casos em que seja oportunizadoo contraditório, para
que a parte contrária na relação processual possa se manifestar quanto à
produção da prova.
Um exemplo atual de utilização de prova emprestada na Justiça do Trabalho
diz respeito à utilização de prova pericial emprestada nos casos em que ocorra a
desativação ou desaparecimento do local de trabalho. A esse respeito, é possível
observar a redação da OJ 278 da SDI-1 do TST, a qual estabelece que “a realização
de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for
possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o
julgador utilizar-se de outros meios de prova”.
● AS PRESUNÇÕES JURÍDICAS
As presunções, no âmbito dos meios de prova, estão ligadas às suposições
quanto à existência e veracidade de determinados fatos, ou mesmo, acerca da
validade de certos documentos. A presunção pode encontrar seu supedâneo na
lei, em experiências anteriores e até mesmo em costumes.
As presunções absolutas, também denominadas de presunções jure et de
jure, são presunções das quais não se admite prova em contrário. Presume-se
aqui uma verdade absoluta e inafastável.
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Um exemplo, comumente utilizado pela doutrina no que tange à
presunção absoluta, diz respeito ao artigo 482, “d” da CLT, o qual assegura a
dispensa por justa causa para o empregado condenado criminalmente com
trânsito em julgado.
No que diz respeito às presunções relativas, também denominadas
presunções juris tantum, admitem-se as provas em sentido contrário. Aqui não
existe uma verdade absoluta, pois, qualquer meio de prova pode ser hábil em
elidir as presunções relativas. Como exemplo, a Súmula 12 do TST assevera que
“as anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado
não geram presunção juris et de jure, mas apenas juris tantum.”
● VALORAÇÃO DA PROVA
De acordo com o sistema de valoração de provas do livre convencimento
motivado, o qual vigora em nosso ordenamento jurídico, o juiz possui ampla
liberdade para valoração da prova em observância ao princípio da persuasão
racional. O artigo 765 da CLT estabelece que “os juízos e Tribunais do Trabalho
terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido
das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao
esclarecimento delas”. Da mesma forma, o artigo 371 do NCPC corrobora esse
entendimento ao disciplinar que “O juiz apreciará a prova constante dos autos,
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as
razões da formação de seu convencimento”.
Não obstante, existem situações que podem acabar trazendo dúvidas ao
julgador enquanto na apreciação da prova. Diante de tal situação faz-se
necessária observação de alguns critérios norteadores para a valoração da
prova por parte do magistrado, conforme assevera a melhor doutrina, quais
sejam: a) aplicação do princípio in dúbio pro operário no processo trabalhista;
b) não aplicação do princípio in dúbio pro operário e total observância de
decisão contra quem detinha o ônus da prova; e c) aplicação do princípio da
persuasão racional.
Destarte que diante dessas três possibilidades, o entendimento
jurisprudencial majoritário é no sentido de não aplicação do princípio in dúbio
pro operário ao processo do trabalho, devendo o juiz decidir em casos de
dúvidas quanto à apreciação da prova, contra a parte que detinha o ônus da
prova, conforme o julgado que se segue:
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● AS PROVAS DOCUMENTAIS
As provas que são produzidas através de documentos, no processo
trabalhista encontram seu amparo na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)
em seus artigos 777, 780, 787, 830 e se necessário, subsidiariamente dentro do
Código de Processo Civil. O documento é o meio idôneo utilizado como prova
material da existência de um fato, abrangendo não só os escritos, mas também
os gráficos, as fotografias os desenhos, reproduções cinematográficas, etc.
Em se tratando de cópias de provas documentais na Justiça do Trabalho, as
mesmas serão autenticadas pelo advogado, sob sua responsabilidade,
conforme é preconizado na CLT, em seu artigo 830, e só quando necessário será
solicitado que a parte que os pediu, apresente os originais; a parte que a
produziu será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o
original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e
certificar a conformidade entre esses documentos. Diversas provas só podem
ser comprovadas através de documentos escritos. Conforme o artigo 464, da
CLT, a comprovação de pagamento de salário só pode se dar através de prova
documental, não sendo aceita pelo juiz a prova testemunhal.
Da mesma forma ocorre com a comprovação das horas extras (art. 59,
CLT).
Outro ponto a ser citado, não menos importante, é o caso do registro de
entrada e saída dos funcionários que deve ser registrado de maneira manual,
mecânica ou eletrônica. (Art. 74, § 2º, da CLT).
● PROVAS PERICIAIS
A produção da prova pericial, no processo do trabalho, poderá ser
requerida pela parte ou determinada pelo juiz quando o mesmo julgar
necessário que uma prova seja avaliada a partir de conhecimentos técnicos e
científicos, conforme preleciona o artigo 156 do NCPC.
A CLT previa a produção de provas periciais em seu artigo 826, no qual
cada parte poderia escolher seu perito, que apenas prestava o compromisso
com a verdade. Todavia este dispositivo foi revogado pela Lei nº 5.584/1970,
passando esta a vigorar no ordenamento jurídico com a seguinte redação:
Art. 3º Os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo
Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo.
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Parágrafo único. Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo
laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob
pena de ser desentranhado dos autos.
Tal medida vem para que não haja divergência nas provas, o que traria confusão
ao juiz e com isso dificuldade para julgar o caso. Sendo assim, para evitar que
haja parcialidade na produção de alguns tipos de prova, sempre que possível, os
peritos devem ser agentes do Estado.
Por vezes uma das partes pede que seja realizada prova pericial, todavia se
o juiz avaliar que tal prova não se faz necessária ou que será impossível produzi-
la, e até mesmo quando o elemento probatório for tão nítido que não se faz
necessário conhecimento técnico para percebê-lo, o juiz poderá indeferir o
pedido de perícia, conforme descrito no Código de Processo Civil, em seu artigo
464.
● PROVAS TESTEMUNHAIS
Testemunha é um terceiro em relação á lide que vem prestar depoimento
em juízo, por ter conhecimento dos fatos narrados pelas partes. A testemunha é
a maneira mais insegura de se produzir provas, porém se tornou muito usada na
justiça do trabalho, já que por vezes é a única maneira do reclamante fazer prova
referente às suas alegações. Isso ocorre, pois, na maioria dos casos os
reclamantes não têm acesso aos documentos que ficam em poder da empresa.
Entretanto, algumas pessoas são impedidas de ser testemunha na justiça do
trabalho, conforme estabelece o art. 228 do Código Civil, sendo elas:
Art. 228.Não podem ser admitidos como testemunhas:
I – os menores de dezesseis anos;
IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V – os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro
grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.
§1º Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o
depoimento das pessoas a que se refere este artigo.
§ 2o A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições
com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia
assistiva.
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O art. 829 da CLT prevê que o testemunho deparente até o terceiro grau civil,
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes não terá eficácia, sendo que
seu depoimento valerá como simples informação. Porém, cumpre salientar
nosso entendimento de que é um tanto difícil a definição e comprovação de
“amigo íntimo” e “inimigo íntimo”.
● Provas no novo CPC e seus reflexos no Processo do Trabalho
A Ética está diretamente ligada a produção de provas, conforme vemos no
art. 273 do NCPC – adotou-se a Teoria Dinâmica da Distribuição do ônus da
Prova ou seja: não haverá mais a situação estática de (Autor prova fato
constitutivo, Réu prova fato impeditivo, modificativo e extintivo). Agora o Juiz
da causa, analisando quem tem mais possibilidade de trazer a prova, pode fazer
uma mudança na distribuição do ônus probandi.
A súmula 338 TST - I - E ônus do empregador que conta com mais de 10
(dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º,
da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera
presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida
por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234
da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova,
relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a
jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ
11.08.2003)
Outra coisa importante, é a fundamentação da distribuição da prova (o
porque distribuiu a produção de uma determinada prova daquela maneira),
permitindo que a parte se prepare para produzir sua prova, sendo
fundamentada essa distribuição durante a instrução e não na fase de
julgamento.
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● Do ônus da prova no Processo do Trabalho
No processo civil é vigente a ideia de que ao autor cumpre provar os fatos
constitutivos de seu direito e ao réu cumpre fazer prova dos fatos modificativos,
impeditivos e extintivos do direito do autor, constando tal regra em expressa
disposição no artigo 373 do NCPC.
Porém, há divergências doutrinárias a cerca da aplicação supletiva do artigo
deste artigo ao processo do trabalho.
Há quem afirme que este dispositivo é inaplicável ao processo do trabalho,
alegando que inexiste omissão sobre a distribuição do ônus da prova na CLT a
justificar a aplicação subsidiária das disposições do processo civil. Nestes termos,
entende que a disposição constante no artigo 818 da CLT de que “A prova das
alegações incumbe à parte que as fizer” é suficiente para solucionar as controvérsias
trabalhistas.
Ademais, ressaltam que os artigos em questão, inclusive, encerram efeitos
processuais diversos, o que faz mediante a apresentação do seguinte exemplo:
“[…] O empregado alega que foi despedido sem justa causa legal (logo, a princípio o
ônus probandi é seu); o réu, entrementes, afirma que não o despediu (mas não alega
abandono de emprego). Não provando o empregado o despedimento injusto, o seu
pedido (indenização, aviso prévio, etc.), à luz do processo civil seria rejeitado, na
medida em que o fato era constitutivo do seu direito, sendo certo que o réu, ao
negar a despedida, não opôs nenhum dos fatos integrantes da tríade (impeditivos,
modificativos e extintivos) a que o legislador civil jungiu em matéria de ônus da
prova.” Assim, aplicando-se o artigo 373 do NCPC ao caso exemplificado, não seria
obtida a solução da controvérsia, enquanto, segundo o artigo 818 da CLT, seria ônus
da prova do réu a ausência de dispensa do empregado, sob pena de confissão ficta
quanto aos fatos alegados pelo autor.
Esses portanto, consideram que há incompatibilidade entre os critérios
estatuídos no CPC e na CLT, não havendo que se falar que o artigo 818 do último
diploma é insuficiente para solucionar questões sobre o ônus da prova no processo
do trabalho.
Outra corrente, por sua vez, admite a adoção do artigo 373 do NCPC ao
processo do trabalho, não como meio de suprir omissões do artigo 818 do CLT
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(que são entendidas como inexistentes), mas sim em caráter de
complementaridade e esclarecimento, sendo necessária a transcrição do seguinte
comentário:
“[…] Se interpretássemos essa regra ao pé da letra, chegaríamos a situações
inusitadas. Se o reclamante alegasse que trabalhava em certo horário, seria dele a
prova. Se na contestação a empresa alegasse que o horário era outro, seria ela que
teria de fazer a prova. Contudo, se o reclamante alegasse outra coisa na réplica,
então o ônus da prova retornaria a ele. Assim, teríamos um entendimento elástico
do que viria a ser ônus da prova com base na regra do art. 818 da CLT. No entanto,
essa orientação deve ser complementada pelo art. 373 do CPC.”
Importante ressaltar que a distribuição do ônus da prova, segundo os critérios
do artigo do CPC foi expressamente acolhida pelo TST, segundo o qual compete ao
empregador fazer prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito
do obreiro à equiparação salarial. Há outros que entendem estarem as regras
estatuídas no CPC diretamente relacionadas com o princípio da aptidão para a
prova, sendo o artigo 818 da CLT insuficiente para a solução de conflitos.
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Processo de Conhecimento
Petição Inicial: A Petição Inicial é o ato pelo qual o processo se inicia,
traçando os limites da lide, tendo em vista que a sentença do Juiz deve
ficar restrita ao seu conteúdo. Seus requisitos encontram-se elencados no
art. 840 da CLT, vejamos:
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente
da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do
reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte
o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias
datadas e assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, observado, no
que couber, o disposto no parágrafo anterior.
Audiência Trabalhista
A Audiência Trabalhista é onde se realiza quase a totalidade da
fase probatória. As Audiências podem ser: a) Unas ou b) Bipartidas. O
horário das Audiências deverá ser entre às 08:00hs e 18:00hs, em dias
úteis, ainda, deverá esta ter, no máximo, 5 (cinco) horas seguidas, salvo
nas hipóteses de haver matéria urgente.
As audiências são públicas, exceto nos processos que tramitam
em segredo de justiça. O segredo de justiça poderá ser decretado quando:
a) houver exigência de interesse público; b) a ação disser respeito a
questões de Direito de Família.
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A ausência do reclamante importará no arquivamento do processo,
ainda que o reclamado também esteja ausente na audiência inicial.
Ademais, acaso o reclamante der causa a dois arquivamentos, ficará
impossibilitado de ajuizar a ação pelo prazo de 6 meses. Bem assim, em
caso de ausência do reclamado, este irá arcar com o reconhecimento de
sua revelia, aplicando-se, inclusive, os efeitos de sua confissão ficta.
Fique sabendo!
Resposta ao Réu
Após a primeira tentativa de acordo, o réu terá 20 minutos para
apresentar a sua defesa de forma oral. É praxe, entretanto, que o
reclamado já a leve impressa em papel.
A resposta poderá ser: a) Exceção: as exceções são espécies de
defesa que impedem o recebimento da própria contestação, razão pela
qual devem ser opostas em primeiro lugar; b) Exceção de impedimento e
suspeição: a exceção de impedimento é fundada em causas objetivas,
enquanto a de suspeição, em questões objetivas,

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