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Apostila 26 - Roubo

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ROUBO (ART. 157)
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º  A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:     
  I – (revogado);                (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
        II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
        III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
        IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;                   (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
        V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.                   (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
        VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.   
 § 2º-A  A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        § 3º  Se da violência resulta:                 (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
        I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;                  (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.       
1 – conceito
Constitui crime complexo, pois é composto de fatos que individualmente constituem crimes; são eles furto + ameaça; furto + lesão corporal;
2 – objeto jurídico
Em virtude do crime ser complexo, tutela-se, além da posse legítima e da propriedade, a integridade física, a liberdade individual;
No latrocínio, além do patrimônio, também a vida.
3 – sujeito ativo
Crime comum; o proprietário não poderá praticá-lo.
4 – sujeito passivo
A ofensa perpetrada no crime de roubo pode ser:
Imediata – é a empregada contra o titular do direito de propriedade ou posse ( há apenas uma vítima);
Mediata – é a empregada contra 3º que não seja titular do direito de posse ou propriedade (dupla subjetividade passiva), pois uma pessoa sofreu a grave ameaça ou a violência, e a outra teve seu patrimônio espoliado;
5 - objeto material
6 – tipo objetivo
O CP prevê 2 tipos de roubo:
Roubo próprio (caput do art. 157) – subtração para si ou para outrem de coisa alheia móvel, mediante o emprego de grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
b) Roubo impróprio (§ 1º)
O agente, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 3º;
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Obs: a diferença reside no momento em que é empregada a violência ou a grave ameaça contra pessoa.
A ação nuclear do tipo, assim como no furto, consubstancia-se no verbo SUBTRAIR, que significa retirar algo de alguém;
É bem mais grave que o furto, na medida em que a subtração é realizada mediante o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa, ou por qualquer meio que reduza a capacidade de resistência da vítima (obs: a fórmula genérica só é possível no roubo próprio).
Meios executórios
grave ameaça (vis compulsiva) – é a promessa da prática de mal grave e iminente. Pode ser praticada mediante o emprego de palavras, gestos, ou mediante o porte ostensivo de arma. Neste último caso, basta tão somente o porte ostensivo da arma de fogo, pois se o agente apontá-la em direção à vítima ou engatilhá-la, poderá configurar a causa de aumento de pena relativa ao emprego de arma.
Obs: a simulação de arma de fogo constitui grave ameaça. Este é o posicionamento do STF, pois constitui meio intimidatório capaz de diminuir a resistência da vítima em face do temor nela incutido;
Violência física (vis absoluta) – força física da qual decorre lesão corporal ou vias de fato, capaz de dificultar ou paralisar os movimentos do ofendido, de modo a impedir sua defesa;
Obs: no caso da trombada (choque, colisão), ou seja, a força física empregada pelo ladrão contra a vítima para lograr subtrair os seus bens, pode configurar furto ou roubo; se a trombada for empregada contra a vítima, com o mero intuito de distraí-la, sem produzir qualquer machucado, ocorrerá furto; contudo, se a trombada empregada resultar lesão corporal ou vias de fato, destinada a reduzir ou paralisar seus movimentos, ocorrerá roubo.
Qualquer outro meio que reduza à impossibilidade de resistência – chamada violência imprópria, consistente em qualquer outro meio que não constitua violência ou grave ameaça;
Ex: fazer a vítima ingerir bebida alcoólica, narcóticos, sonífero ou hipnotizá-la. 
Para Bitencourt, tais meios devem ser clandestinos, sorrateiros.
Caso a própria vítima se coloque em situação de incapacidade de resistência, não ocorrerá roubo, mas sim furto.
7 – tipo subjetivo
É o dolo consubstanciado na vontade de subtrair a coisa alheia, com o fim especial de tê-la para si ou para outrem (animus furandi).
No roubo impróprio há também a finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 3º.
8 – princípio da bagatela ou da insignificância
É inadmissível a incidência deste princípio no crime de roubo. Por ser crime grave, ainda que o valor da coisa seja ínfimo, tal não afasta o desvalor da conduta representada pelo emprego da violência ou da grave ameaça.
Obs: não pode o autor do roubo quando primário e a coisa de pequeno valor ser beneficiado com os favores legais previstos no art. 155, § 2º;
Obs:se o agente desistir voluntariamente de se apoderar dos objetos que iria subtrair, deverá responder somente pelo atos já praticados (violência ou grave ameaça);
Obs: roubo de uso é crime, porém, uma parcela minoritária da doutrina acredita que a finalidade de usar a coisa exclui o crime. Rogério Greco afirma que, neste caso, não ocorreria o crime de roubo, mas sim o crime de constrangimento ilegal, “pois que ao tomar a coisa à força, o agente impede que a vítima faça com ela aquilo que a lei permite, vale dizer, usá-la da forma que melhor lhe aprouver”.
9 – formas
Roubo próprio – caput do art. 157 – reclusão de 4 a 10 anos e multa;
Roubo impróprio – art. 157, § 1º - reclusão de 4 a 10 anos e multa;
Causas de aumento de pena – art. 157, §2º, I a VI (a pena é aumentada de 1/3 a ½); §2º A – a pena será aumentada em 2/3;
Roubo qualificado por lesão corporal grave - art. 157, §3º, I– reclusão de 7 a 18 anos e multa;
Roubo qualificado pelo resultado morte - art. 157, §3º, II – reclusão de 20 a 30 anos e multa.
9.1 – roubo próprio
Neste tipo penal, o constrangimento é empregado no início ou concomitantemente à subtração da coisa, ou seja, antes ou durante a retirada do bem;
consumação:
Posicionamento do STF e STJ- o roubo estaráconsumado tão logo o sujeito, após o emprego da violência ou grave ameaça, retire o objeto material da esfera de disponibilidade da vítima, sendo irrelevante se chegou a ter a posse tranquila ou não da res. Assim, ainda que a vítima venha a perseguir continuamente o agente e consiga recuperar a coisa, já houve anterior espoliação da posse ou propriedade da vítima.
Neste sentido: “Roubo consumado e tentado. Sobre a matéria, a mais recente jurisprudência do STF, firmado no RE 102.490-9/SP é no sentido de que o roubo se consuma no instante em que o ladrão se torna possuidor da coisa móvel alheia subtraída mediante grave ameaça ou violência, não se fazendo necessário para que o agente se torne possuidor que ela saia da esfera de disponibilidade de vigilância do antigo possuidor”. (STF – Ver. Crim. 4821-5/SP – Rel. Min. Néri da Silveira.
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe 19/09/2016 (Info 590).
Obs: se o agente durante a fuga perde o bem ou dele se desfaz, o crime estará consumado;
Obs: se o crime de roubo foi praticado em concurso de pessoas, em que um dos comparsas foi preso e dos demais conseguiram fugir com a coisa, o crime estará consumado para todos.
9.2 – roubo impróprio
O agente 1º subtrai a coisa, sem empregar qualquer constrangimento contra a vítima e somente após a subtração, emprega violência ou grave ameaça com o fim de garantir sua posse ou assegurar a impunidade do crime, isto é evitar a prisão em flagrante ou sua identificação;
Requisitos:
Efetiva retirada da coisa;
Emprego de violência ou grave ameaça “logo depois” da subtração;
Obs: “logo depois” significa imediatidade; a demora entre a subtração e a violência ou grave ameaça poderá caracterizar concurso material de crimes;
Finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 3º
Obs: não se aplica ao roubo impróprio “qualquer outro meio que venha a diminuir a capacidade de resistência da vítima”, pois o § 1º do art. 157 do CP versou apenas sobre a violência ou grave ameça como meios de execução.
Consumação
Ocorre no momento em que, logo após a retirada do bem, emprega-se a violência ou grave ameaça contra a vítima, ainda que o agente não atinja a sua finalidade de garantir a impunidade ou a detenção do bem;
Obs: se o agente, após a retirada do bem, não emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa, há somente furto consumado ou tentativa de furto.
Há divergência na doutrina quanto à possibilidade de tentativa de roubo impróprio. Para Hungria, Damásio e Magalhães Noronha, não é possível; já para Fragoso e Mirabete, é possível.
OBS: PARA A MAIORIA DA DOUTRINA MODERNA, HÁ POSSIBLIDADE DE TENTATIVA DE ROUBO IMPRÓPRIO, na hipótese em que o agente, logo após apoderar-se do bem, tenta empregar violência ou grave ameaça, mas não consegue subtrair o bem.
Obs: Uma boa parte da jurisprudência também é contrária à possibilidade de tentativa de roubo impróprio.
9.3 - Causas especiais de aumento de pena (art. 151, §2º, I a IV)
* Em algumas doutrinas são chamadas erroneamente de qualificadoras;
trata-se de causa de aumento de pena, a incidir na 3º fase de fixação da pena;
São aplicadas ao roubo próprio e impróprio;
As majorantes aumentam a pena de 1/3 a ½ e de 2/3. Porém, não basta que o juiz indique o número de majorantes para aumentar a pena acima do mínimo legal. Faz-se necessária a fundamentação específica para tanto. Neste sentido a Súmula 443 do STJ/2010: “O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes”.
a) Emprego de arma – revogado pela Lei nº 13.654/2018.
Cuidava-se aqui das chamadas ARMAS PRÓPRIAS E IMPRÓPRIAS;
O fundamento dessa causa de aumento de pena era o poder intimidatório que a arma exercia sobre a vítima, anulando-lhe sua capacidade de resistência;
b) Concurso de 2 ou + pessoas
Ocorre a qualificadora ainda que os agentes não realizem os atos de execução, bem como não se encontrem no local do crime, p ex: mandante, partícipe.
Pouco importa que os agentes sejam inimputáveis, tampouco que não possam ser identificados. 
Se o agente se utiliza de menor responde por roubo com aumento de pena por concurso de 2 ou + pessoas e o crime do art. 244 – B do ECA.;
A absolvição de um dos agentes acarreta a desclassificação do roubo do outro agente para roubo simples.
c)  se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
A pena é aumentada se a vítima, regra geral, por dever de ofício (caixeiro viajante, empresa de segurança especialmente contratada para transporte de valores) realiza transporte de valores (dinheiro, jóias, etc.);
O sujeito ativo deve ter consciência de que a vítima está transportando valores;
A vítima deve estar transportando valores de outrem e não próprios, tendo em vista que a majorante fala que a vítima deve “estar a serviço”.
d) Roubo de veículo automotor
O veículo deve ser automotor e deve ser, efetivamente, transportado para outro Estado ou para o exterior.
e) Agente que mantém a vítima em seu poder
O agente, para consumar o crime ou garantir o sucesso da fuga, mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade de locomoção;
Não pode ser aplicada ao sequestro relâmpago, pois aqui ocorre extorsão e não roubo;
Exige-se que a vítima seja mantida (conservada à força ou sob a grave ameaça) em poder do agente, tendo restringida a sua liberdade, por pouco tempo;
Na hipótese em que o agente, após se apoderar da coisa, mediante violência ou grave ameaça, ainda mantém a vítima consigo por vários dias, haverá crime autônomo de sequestro em concurso material com roubo, sem a incidência da causa de aumento.
f)  se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.  
O agente, mediante violência ou grave ameaça, subtrai substância explosiva ou acessório que, conjunta ou isoladamente, possibilite a sua fabricação, montagem ou emprego. Ex: sujeito que, mediante violência ou grave ameaça, subtrai uma banana de dinamite.
9.4  A pena é aumentada em 2/3:
§ 2º-A  A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;       
Obs: o STJ revogou a Súmula 174, de modo que atualmente, o emprego de arma de brinquedo não acarreta elevação da reprimenda do roubo, respondendo o agente por roubo simples.
Obs: STF vem entendendo que para configurar o aumento de pena do art. 157, §2º, I do CP, não é necessária a apreensão da arma para que esta seja periciada, a fim de atestar a sua lesividade, desde que existentes outros meios aptos a comprovar o seu efetivo emprego na ação delituosa;
Obs: simulação de porte de arma não constitui causa especial de aumento de pena. Responde apenas por roubo simples
Ex: colocar a mão no bolso do casaco, fingindo estar armado.
Obs: arma desmuniciada também não configura majorante.
Obs: para que se configure o aumento de pena deve haver o manejo da arma, pois o porte ostensivo configura apenas a grave ameaça e o crime de roubo na modalidade simples. Assim, o agente deve apontar a arma ou engatilhá-la na direção da vítima para que ocorra a causa de aumento de pena.
No caso de concurso de pessoas, o emprego de arma por apenas um dos coagentes constitui circunstância objetiva que se comunica a todos os agentes, se houver o conhecimento por parte e todos.
 II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o empregode explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.  
9.5– roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave (art. 157, §3º, 1º parte)
trata-se de crime complexo, resultante da somatória do roubo + lesões corporais graves;
Ocorre, quando, do emprego de violência física contra a vítima, com o fim de subtrair a coisa, de assegurar a sua posse ou de garantir a impunidade do crime, decorrem lesões corporais graves (graves ou gravíssimas);
As lesões podem derivar de dolo (direto ou eventual) ou culpa (neste caso trata-se de crime preterdoloso);
Ex: o agente desfere um soco na vítima, com o fim de subtrair o bem, vindo ela a cair, bater a cabeça numa pedra e sofrer ferimento graves.
Na hipótese dolosa, admite tentativa; já na culposa, a tentativa não é admitida.
A lesão leve é absorvida pelo crime de roubo simples.
A qualificadora é aplicada tanto ao roubo próprio quanto ao impróprio;
Obs: AS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA DO §2º NÃO INCIDEM SOBRE O §3º, MAS TÃO SOMENTE SOBRE O ROUBO SIMPLES.
A consumação ocorre com a subtração da coisa e a produção das lesões corporais graves;
Obs: O ROUBO QUALIFICADO POR LESÕES GRAVES NÃO É CRIME HEDIONDO.
9.5 – latrocínio (roubo seguido de morte – art. 157, §3º, 2º parte)
Ocorre quando do emprego da violência física contra a pessoa, com o fim de subtrair a coisa, ou para assegurar a sua posse ou a impunidade do crime, decorre a morte da vítima;
É um crime complexo em que há um crime contra o patrimônio + um crime contra a vida;
Em que pese a presença de crime contra a pessoa, o latrocínio é precipuamente um crime contra o patrimônio, já que a finalidade última do agente é a subtração dos bens mediante o emprego de violência, da qual decorre o óbito da vítima ou de 3º pessoa que não o coautor.
Pode haver 2 vítimas: uma que sofre a espoliação patrimonial e a outra que suporta a violência física causadora do óbito;
A morte da vítima ou de 3º pode ocorrer a título de dolo ou culpa;
Só cabe a tentativa se o resultado agravador ocorrer a título de dolo.
Obs: se a vítima morrer de ataque cardíaco em decorrência de grave ameaça, responderá o agente pelo crime de roubo em concurso formal com homicídio culposo, pois a morte adveio da grave ameaça e não da violência;
Obs: há julgados reconhecendo o latrocínio quando, durante o assalto, a vítima sai correndo na direção da rodovia, sendo atropelada e morta.
Consumação e tentativa
Ocorre com a subtração da coisa e a morte da vítima;
Obs: havendo subtração e morte consumadas – latrocínio consumado;
Obs: Se houver subtração e morte tentadas – latrocínio tentado (Noronha sugere o desmembramento do crime complexo, configurando o concurso de delitos, roubo tentado e homicídio tentado;
Obs: se houver subtração consumada e morte tentada – tentativa de latrocínio. No entanto, há recente julgado da 2ª turma do STF decidindo que o fato melhor se subsume ao delito de roubo consumado em concurso com o crime de tentativa de homicídio qualificado pela conexão teleológica, remetendo o caso para julgamento popular.
Subtração tentada e morte consumada – latrocínio consumado.
(súmula 610 do STF) HÁ CRIME DE LATROCÍNIO, QUANDO O HOMICÍDIO SE CONSUMA, AINDA QUE NÃO REALIZE O AGENTE A SUBTRAÇÃO DE BENS DA VÍTIMA.
Rogério Greco e Frederico Marques em sentido contrário.
O latrocínio é crime de competência do juiz singular e não do tribunal do júri; Súmula 603 do STF :“a competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri”.
No roubo praticado com o emprego de armas de fogo, do qual resulte a morte da vítima ou de 3ª pessoa, é coautor do latrocínio tanto aquele que se apoderou da coisa quanto o comparsa que desferiu tiros contra a pessoa para assegurar a posse da coisa ou a impunidade do crime; não importa saber qual do coautores do latrocínio desferiu os tiros, pois todos respondem pelo mesmo fato.
Porém, o comparsa deve ter conhecimento de que o outro trazia consigo a arma de fogo; assim, se os co-agentes planejam realizar um roubo com arma de brinquedo, mas um deles leva consigo arma de fogo verdadeira, sem o conhecimento do outro, a morte produzida somente pode ser imputada ao agente que utilizou a arma de fogo.
No caso de pluralidade de vítimas e uma única subtração patrimonial, há um único crime de latrocínio e não concurso de crimes, devendo o número de vítimas ser levado em consideração como circunstância judicial;
Se o agente pretendia matar a vítima ou 3º, mas por erro na execução, acaba por matar seu comparsa, há o crime de latrocínio, pois considera-se, no caso, a vítima em potencial e não a vítima real.
Latrocínio é crime hediondo;
Pena: reclusão de 20 a 30 anos e multa;
Ação penal pública incondicionada.

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