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ROUBO (ART. 157) Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 1 – conceito Constitui crime complexo, pois é composto de fatos que individualmente constituem crimes; são eles furto + ameaça; furto + lesão corporal; 2 – objeto jurídico Em virtude do crime ser complexo, tutela-se, além da posse legítima e da propriedade, a integridade física, a liberdade individual; No latrocínio, além do patrimônio, também a vida. 3 – sujeito ativo Crime comum; o proprietário não poderá praticá-lo. 4 – sujeito passivo A ofensa perpetrada no crime de roubo pode ser: Imediata – é a empregada contra o titular do direito de propriedade ou posse ( há apenas uma vítima); Mediata – é a empregada contra 3º que não seja titular do direito de posse ou propriedade (dupla subjetividade passiva), pois uma pessoa sofreu a grave ameaça ou a violência, e a outra teve seu patrimônio espoliado; 5 - objeto material 6 – tipo objetivo O CP prevê 2 tipos de roubo: Roubo próprio (caput do art. 157) – subtração para si ou para outrem de coisa alheia móvel, mediante o emprego de grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. b) Roubo impróprio (§ 1º) O agente, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 3º; § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Obs: a diferença reside no momento em que é empregada a violência ou a grave ameaça contra pessoa. A ação nuclear do tipo, assim como no furto, consubstancia-se no verbo SUBTRAIR, que significa retirar algo de alguém; É bem mais grave que o furto, na medida em que a subtração é realizada mediante o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa, ou por qualquer meio que reduza a capacidade de resistência da vítima (obs: a fórmula genérica só é possível no roubo próprio). Meios executórios grave ameaça (vis compulsiva) – é a promessa da prática de mal grave e iminente. Pode ser praticada mediante o emprego de palavras, gestos, ou mediante o porte ostensivo de arma. Neste último caso, basta tão somente o porte ostensivo da arma de fogo, pois se o agente apontá-la em direção à vítima ou engatilhá-la, poderá configurar a causa de aumento de pena relativa ao emprego de arma. Obs: a simulação de arma de fogo constitui grave ameaça. Este é o posicionamento do STF, pois constitui meio intimidatório capaz de diminuir a resistência da vítima em face do temor nela incutido; Violência física (vis absoluta) – força física da qual decorre lesão corporal ou vias de fato, capaz de dificultar ou paralisar os movimentos do ofendido, de modo a impedir sua defesa; Obs: no caso da trombada (choque, colisão), ou seja, a força física empregada pelo ladrão contra a vítima para lograr subtrair os seus bens, pode configurar furto ou roubo; se a trombada for empregada contra a vítima, com o mero intuito de distraí-la, sem produzir qualquer machucado, ocorrerá furto; contudo, se a trombada empregada resultar lesão corporal ou vias de fato, destinada a reduzir ou paralisar seus movimentos, ocorrerá roubo. Qualquer outro meio que reduza à impossibilidade de resistência – chamada violência imprópria, consistente em qualquer outro meio que não constitua violência ou grave ameaça; Ex: fazer a vítima ingerir bebida alcoólica, narcóticos, sonífero ou hipnotizá-la. Para Bitencourt, tais meios devem ser clandestinos, sorrateiros. Caso a própria vítima se coloque em situação de incapacidade de resistência, não ocorrerá roubo, mas sim furto. 7 – tipo subjetivo É o dolo consubstanciado na vontade de subtrair a coisa alheia, com o fim especial de tê-la para si ou para outrem (animus furandi). No roubo impróprio há também a finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 3º. 8 – princípio da bagatela ou da insignificância É inadmissível a incidência deste princípio no crime de roubo. Por ser crime grave, ainda que o valor da coisa seja ínfimo, tal não afasta o desvalor da conduta representada pelo emprego da violência ou da grave ameaça. Obs: não pode o autor do roubo quando primário e a coisa de pequeno valor ser beneficiado com os favores legais previstos no art. 155, § 2º; Obs:se o agente desistir voluntariamente de se apoderar dos objetos que iria subtrair, deverá responder somente pelo atos já praticados (violência ou grave ameaça); Obs: roubo de uso é crime, porém, uma parcela minoritária da doutrina acredita que a finalidade de usar a coisa exclui o crime. Rogério Greco afirma que, neste caso, não ocorreria o crime de roubo, mas sim o crime de constrangimento ilegal, “pois que ao tomar a coisa à força, o agente impede que a vítima faça com ela aquilo que a lei permite, vale dizer, usá-la da forma que melhor lhe aprouver”. 9 – formas Roubo próprio – caput do art. 157 – reclusão de 4 a 10 anos e multa; Roubo impróprio – art. 157, § 1º - reclusão de 4 a 10 anos e multa; Causas de aumento de pena – art. 157, §2º, I a VI (a pena é aumentada de 1/3 a ½); §2º A – a pena será aumentada em 2/3; Roubo qualificado por lesão corporal grave - art. 157, §3º, I– reclusão de 7 a 18 anos e multa; Roubo qualificado pelo resultado morte - art. 157, §3º, II – reclusão de 20 a 30 anos e multa. 9.1 – roubo próprio Neste tipo penal, o constrangimento é empregado no início ou concomitantemente à subtração da coisa, ou seja, antes ou durante a retirada do bem; consumação: Posicionamento do STF e STJ- o roubo estaráconsumado tão logo o sujeito, após o emprego da violência ou grave ameaça, retire o objeto material da esfera de disponibilidade da vítima, sendo irrelevante se chegou a ter a posse tranquila ou não da res. Assim, ainda que a vítima venha a perseguir continuamente o agente e consiga recuperar a coisa, já houve anterior espoliação da posse ou propriedade da vítima. Neste sentido: “Roubo consumado e tentado. Sobre a matéria, a mais recente jurisprudência do STF, firmado no RE 102.490-9/SP é no sentido de que o roubo se consuma no instante em que o ladrão se torna possuidor da coisa móvel alheia subtraída mediante grave ameaça ou violência, não se fazendo necessário para que o agente se torne possuidor que ela saia da esfera de disponibilidade de vigilância do antigo possuidor”. (STF – Ver. Crim. 4821-5/SP – Rel. Min. Néri da Silveira. Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe 19/09/2016 (Info 590). Obs: se o agente durante a fuga perde o bem ou dele se desfaz, o crime estará consumado; Obs: se o crime de roubo foi praticado em concurso de pessoas, em que um dos comparsas foi preso e dos demais conseguiram fugir com a coisa, o crime estará consumado para todos. 9.2 – roubo impróprio O agente 1º subtrai a coisa, sem empregar qualquer constrangimento contra a vítima e somente após a subtração, emprega violência ou grave ameaça com o fim de garantir sua posse ou assegurar a impunidade do crime, isto é evitar a prisão em flagrante ou sua identificação; Requisitos: Efetiva retirada da coisa; Emprego de violência ou grave ameaça “logo depois” da subtração; Obs: “logo depois” significa imediatidade; a demora entre a subtração e a violência ou grave ameaça poderá caracterizar concurso material de crimes; Finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 3º Obs: não se aplica ao roubo impróprio “qualquer outro meio que venha a diminuir a capacidade de resistência da vítima”, pois o § 1º do art. 157 do CP versou apenas sobre a violência ou grave ameça como meios de execução. Consumação Ocorre no momento em que, logo após a retirada do bem, emprega-se a violência ou grave ameaça contra a vítima, ainda que o agente não atinja a sua finalidade de garantir a impunidade ou a detenção do bem; Obs: se o agente, após a retirada do bem, não emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa, há somente furto consumado ou tentativa de furto. Há divergência na doutrina quanto à possibilidade de tentativa de roubo impróprio. Para Hungria, Damásio e Magalhães Noronha, não é possível; já para Fragoso e Mirabete, é possível. OBS: PARA A MAIORIA DA DOUTRINA MODERNA, HÁ POSSIBLIDADE DE TENTATIVA DE ROUBO IMPRÓPRIO, na hipótese em que o agente, logo após apoderar-se do bem, tenta empregar violência ou grave ameaça, mas não consegue subtrair o bem. Obs: Uma boa parte da jurisprudência também é contrária à possibilidade de tentativa de roubo impróprio. 9.3 - Causas especiais de aumento de pena (art. 151, §2º, I a IV) * Em algumas doutrinas são chamadas erroneamente de qualificadoras; trata-se de causa de aumento de pena, a incidir na 3º fase de fixação da pena; São aplicadas ao roubo próprio e impróprio; As majorantes aumentam a pena de 1/3 a ½ e de 2/3. Porém, não basta que o juiz indique o número de majorantes para aumentar a pena acima do mínimo legal. Faz-se necessária a fundamentação específica para tanto. Neste sentido a Súmula 443 do STJ/2010: “O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes”. a) Emprego de arma – revogado pela Lei nº 13.654/2018. Cuidava-se aqui das chamadas ARMAS PRÓPRIAS E IMPRÓPRIAS; O fundamento dessa causa de aumento de pena era o poder intimidatório que a arma exercia sobre a vítima, anulando-lhe sua capacidade de resistência; b) Concurso de 2 ou + pessoas Ocorre a qualificadora ainda que os agentes não realizem os atos de execução, bem como não se encontrem no local do crime, p ex: mandante, partícipe. Pouco importa que os agentes sejam inimputáveis, tampouco que não possam ser identificados. Se o agente se utiliza de menor responde por roubo com aumento de pena por concurso de 2 ou + pessoas e o crime do art. 244 – B do ECA.; A absolvição de um dos agentes acarreta a desclassificação do roubo do outro agente para roubo simples. c) se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. A pena é aumentada se a vítima, regra geral, por dever de ofício (caixeiro viajante, empresa de segurança especialmente contratada para transporte de valores) realiza transporte de valores (dinheiro, jóias, etc.); O sujeito ativo deve ter consciência de que a vítima está transportando valores; A vítima deve estar transportando valores de outrem e não próprios, tendo em vista que a majorante fala que a vítima deve “estar a serviço”. d) Roubo de veículo automotor O veículo deve ser automotor e deve ser, efetivamente, transportado para outro Estado ou para o exterior. e) Agente que mantém a vítima em seu poder O agente, para consumar o crime ou garantir o sucesso da fuga, mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade de locomoção; Não pode ser aplicada ao sequestro relâmpago, pois aqui ocorre extorsão e não roubo; Exige-se que a vítima seja mantida (conservada à força ou sob a grave ameaça) em poder do agente, tendo restringida a sua liberdade, por pouco tempo; Na hipótese em que o agente, após se apoderar da coisa, mediante violência ou grave ameaça, ainda mantém a vítima consigo por vários dias, haverá crime autônomo de sequestro em concurso material com roubo, sem a incidência da causa de aumento. f) se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. O agente, mediante violência ou grave ameaça, subtrai substância explosiva ou acessório que, conjunta ou isoladamente, possibilite a sua fabricação, montagem ou emprego. Ex: sujeito que, mediante violência ou grave ameaça, subtrai uma banana de dinamite. 9.4 A pena é aumentada em 2/3: § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; Obs: o STJ revogou a Súmula 174, de modo que atualmente, o emprego de arma de brinquedo não acarreta elevação da reprimenda do roubo, respondendo o agente por roubo simples. Obs: STF vem entendendo que para configurar o aumento de pena do art. 157, §2º, I do CP, não é necessária a apreensão da arma para que esta seja periciada, a fim de atestar a sua lesividade, desde que existentes outros meios aptos a comprovar o seu efetivo emprego na ação delituosa; Obs: simulação de porte de arma não constitui causa especial de aumento de pena. Responde apenas por roubo simples Ex: colocar a mão no bolso do casaco, fingindo estar armado. Obs: arma desmuniciada também não configura majorante. Obs: para que se configure o aumento de pena deve haver o manejo da arma, pois o porte ostensivo configura apenas a grave ameaça e o crime de roubo na modalidade simples. Assim, o agente deve apontar a arma ou engatilhá-la na direção da vítima para que ocorra a causa de aumento de pena. No caso de concurso de pessoas, o emprego de arma por apenas um dos coagentes constitui circunstância objetiva que se comunica a todos os agentes, se houver o conhecimento por parte e todos. II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o empregode explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 9.5– roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave (art. 157, §3º, 1º parte) trata-se de crime complexo, resultante da somatória do roubo + lesões corporais graves; Ocorre, quando, do emprego de violência física contra a vítima, com o fim de subtrair a coisa, de assegurar a sua posse ou de garantir a impunidade do crime, decorrem lesões corporais graves (graves ou gravíssimas); As lesões podem derivar de dolo (direto ou eventual) ou culpa (neste caso trata-se de crime preterdoloso); Ex: o agente desfere um soco na vítima, com o fim de subtrair o bem, vindo ela a cair, bater a cabeça numa pedra e sofrer ferimento graves. Na hipótese dolosa, admite tentativa; já na culposa, a tentativa não é admitida. A lesão leve é absorvida pelo crime de roubo simples. A qualificadora é aplicada tanto ao roubo próprio quanto ao impróprio; Obs: AS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA DO §2º NÃO INCIDEM SOBRE O §3º, MAS TÃO SOMENTE SOBRE O ROUBO SIMPLES. A consumação ocorre com a subtração da coisa e a produção das lesões corporais graves; Obs: O ROUBO QUALIFICADO POR LESÕES GRAVES NÃO É CRIME HEDIONDO. 9.5 – latrocínio (roubo seguido de morte – art. 157, §3º, 2º parte) Ocorre quando do emprego da violência física contra a pessoa, com o fim de subtrair a coisa, ou para assegurar a sua posse ou a impunidade do crime, decorre a morte da vítima; É um crime complexo em que há um crime contra o patrimônio + um crime contra a vida; Em que pese a presença de crime contra a pessoa, o latrocínio é precipuamente um crime contra o patrimônio, já que a finalidade última do agente é a subtração dos bens mediante o emprego de violência, da qual decorre o óbito da vítima ou de 3º pessoa que não o coautor. Pode haver 2 vítimas: uma que sofre a espoliação patrimonial e a outra que suporta a violência física causadora do óbito; A morte da vítima ou de 3º pode ocorrer a título de dolo ou culpa; Só cabe a tentativa se o resultado agravador ocorrer a título de dolo. Obs: se a vítima morrer de ataque cardíaco em decorrência de grave ameaça, responderá o agente pelo crime de roubo em concurso formal com homicídio culposo, pois a morte adveio da grave ameaça e não da violência; Obs: há julgados reconhecendo o latrocínio quando, durante o assalto, a vítima sai correndo na direção da rodovia, sendo atropelada e morta. Consumação e tentativa Ocorre com a subtração da coisa e a morte da vítima; Obs: havendo subtração e morte consumadas – latrocínio consumado; Obs: Se houver subtração e morte tentadas – latrocínio tentado (Noronha sugere o desmembramento do crime complexo, configurando o concurso de delitos, roubo tentado e homicídio tentado; Obs: se houver subtração consumada e morte tentada – tentativa de latrocínio. No entanto, há recente julgado da 2ª turma do STF decidindo que o fato melhor se subsume ao delito de roubo consumado em concurso com o crime de tentativa de homicídio qualificado pela conexão teleológica, remetendo o caso para julgamento popular. Subtração tentada e morte consumada – latrocínio consumado. (súmula 610 do STF) HÁ CRIME DE LATROCÍNIO, QUANDO O HOMICÍDIO SE CONSUMA, AINDA QUE NÃO REALIZE O AGENTE A SUBTRAÇÃO DE BENS DA VÍTIMA. Rogério Greco e Frederico Marques em sentido contrário. O latrocínio é crime de competência do juiz singular e não do tribunal do júri; Súmula 603 do STF :“a competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri”. No roubo praticado com o emprego de armas de fogo, do qual resulte a morte da vítima ou de 3ª pessoa, é coautor do latrocínio tanto aquele que se apoderou da coisa quanto o comparsa que desferiu tiros contra a pessoa para assegurar a posse da coisa ou a impunidade do crime; não importa saber qual do coautores do latrocínio desferiu os tiros, pois todos respondem pelo mesmo fato. Porém, o comparsa deve ter conhecimento de que o outro trazia consigo a arma de fogo; assim, se os co-agentes planejam realizar um roubo com arma de brinquedo, mas um deles leva consigo arma de fogo verdadeira, sem o conhecimento do outro, a morte produzida somente pode ser imputada ao agente que utilizou a arma de fogo. No caso de pluralidade de vítimas e uma única subtração patrimonial, há um único crime de latrocínio e não concurso de crimes, devendo o número de vítimas ser levado em consideração como circunstância judicial; Se o agente pretendia matar a vítima ou 3º, mas por erro na execução, acaba por matar seu comparsa, há o crime de latrocínio, pois considera-se, no caso, a vítima em potencial e não a vítima real. Latrocínio é crime hediondo; Pena: reclusão de 20 a 30 anos e multa; Ação penal pública incondicionada.
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