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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ- CAMPUS PARNAÍBA Movimento retilíneo uniforme e suas características & Encontro dos móveis em MRU com sentidos opostos, sobre a mesma trajetória Aluno: Thaynara Brena Menezes de Araújo Parnaíba Fevereiro/ 2017 Thaynara Brena Menezes de Araújo Movimento retilíneo e uniforme e suas características & Encontro dos móveis em MRU com sentidos opostos, sobre a mesma trajetória Trabalho apresentado a disciplina de Física básica Experimental de licenciatura e Física do Instituto Federal de educação e ciência e tecnologia do Piauí – campus Parnaíba, como requisito de nota, sob orientação do professor Jeová Calisto. Parnaíba Fevereiro/ 2017 RESUMO Neste experimento, realizado no Laboratório de Física do Campus Parnaíba, consiste na observação do movimento retilíneo uniforme, caracterizando-o e efetuando cálculo da velocidade do móvel, previsão de posição futura a ser ocupada pelo móvel em MRU (Movimento Retilíneo Uniforme) e construção de gráficos posição x tempo e velocidade x tempo. Os resultados dos experimentos foram coerentes com os encontrados em bibliografia referente ao tema. INTRODUÇÃO Um movimento é denominado retilíneo quando um móvel percorre uma trajetória retilínea (em linha reta), e uniforme quando ocorre com uma velocidade escalar que não se modifica com o passar do tempo. É o que acontece, por exemplo, com alguns automóveis modernos, quando estão com piloto automático acionado. Aquele cuja a velocidade escalar instantânea é constante e diferente de zero, de modo que o automóvel sofre iguais variações de espaço em iguais intervalos de tempo. A velocidade escalar média entre dois instantes é a variação de espaço ocorrido, em média por unidade de tempo, é calculada pela expressão: vm = ∆x/∆t ( 1 ) Para esse movimento a função horária da posição em função do tempo sabendo que x e x0 representam a posição final e inicial, v sendo a velocidade constante e t o instante, é dada por: x = x0 + v.t ( 2 ) Uma questão relativamente frequente é a que solicita a determinação do local de encontro de dois móveis. O encontro ocorre quando os dois móveis estiverem na mesma posição de referencial, no mesmo instante de tempo. Em termos matemáticos isso nos leva a criar um sistema de equações com as funções horárias móveis. A solução deste sistema linear fornece a instante e a posição do encontro dos dois móveis. Em um gráfico de posição versus tempo, as coordenadas do ponto de cruzamento das retas que apresentam as funções horárias dos movimentos identificam a posição e o instante em que os móveis se encontram. Um corpo no qual a aceleração escalar se mantém, constante durante certo intervalo de tempo é um movimento acelerado. A velocidade de um móvel em MRUA varia de um valor constante a cada intervalo unitário de tempo, valor este igual á sua aceleração. De posse do gráfico v x t da velocidade desse móvel, pode-se obter seu deslocamento por intermédio da área compreendida entre o segmento de reta que representa a função horária da velocidade e o eixo horizontal. Um corpo em movimento retilíneo uniformemente acelerado, com velocidade inicial v0 e aceleração a, tem sua posição inicial s0 e uma posição final s descrito em função do tempo t, segundo a equação horária: S = S0 + v0.t + ½ a.t² ( 3 ) De modo geral, para um corpo em movimento retilíneo uniformemente variado com velocidade inicial v0 e aceleração escalar constante a, podemos escrever a seguinte equação para a função horária de sua velocidade: v = v0 + a.t ( 4 ) A equação se aplica a qualquer tipo de movimento retilíneo uniformemente variado, seja ele retrogrado ou progressivo, acelerado ou retardado, o que muda é o sentido e a orientação da trajetória. OBJETIVOS Caracterizar um movimento retilíneo e uniforme (MRU); Calcular a velocidade de um móvel em MRU; Prever a posição futura de um móvel que se desloca em MRU; Construir gráficos: ◦ posição x tempo, ◦ velocidade x tempo. Caracterizar um movimento retilíneo uniformemente acelerado, bem como comparar com o movimento de queda livre; Reconhecer que a aceleração é função do ângulo de inclinação da rampa; Reconhecer que a queda livre é um caso particular do MRUA; Construir e interpretar diferentes gráficos envolvendo as principais variaveis físicas do MRUA; Utilizar conhecimentos da equação horária para determinar a posição ocupada por um móvel em certo intervalo de tempo; Resolver problemas que possam acontecer no dia a dia, relativos a cinemática do ponto materia. MATERIAIS NECESSÁRIOS Os seguintes materiais foram necessários para execução desta prática: 01 base de sustentação principal com um plano inclinado articulável com escala de 0º a 45º; 01 tubo lacrado, contendo óleo, uma esfera de aço e bolha; 01 ímã; 01 cronômetro de pulso; 01 nível de bolha para superfície. MÉTODOS MRU Para realizar o experimento o plano inclinado estava devidamente equipado com tubo contendo óleo preso na lateral paralelo ao plano, com a esfera de aço e uma bolha de ar no interior do tubo, no qual elevado em 15º acima da horizontal foi possível com auxílio do ímã posicionar a esfera na marca x0 = 0 mm, dessa maneira, acionou-se o cronometro duas vezes: a primeira ao liberar a esfera e a segunda quando a esfera ultrapassava a marca x1=100 mm. Novamente repetiu-o o método para a marca x2=200 mm, x3=300 mm e x4=400 mm. Dessa forma foram possíveis identificar os intervalos de tempo em cada espaço percorrido e a velocidade média, os resultados obtidos estão na tabela 1. Para o encontro dos dois móveis utilizou-se o plano inclinado com inclinação de 15º acima da horizontal, inicialmente com o auxílio do ímã a esfera foi posicionada na marca 0 mm e ao ser liberada, imediatamente o cronometro foi acionado, registrando portanto o empo transcorrido até a esfera passar pela marca 400 mm, repetindo o experimento por mais duas vezes, foi possível determinar a velocidade da esfera respectiva a cada instante, calculando devidamente suas médias, dados expressos na tabela 2. Posteriormente, o plano foi inclinado fazendo com que a bolha de ar se posicione na marca 400 mm, tornando a apoiar a plataforma na mesa, o cronometro foi novamente acionado na saída na marca 400 mm e na chegada á marca 0 mm, repetindo o experimento por mais duas vezes para obter dados na determinação das velocidades e suas médias. MRUA Para iniciar o experimento o plano inclinado estava adequadamente posicionado na mesa e inclinado 45º acima da horizontal , a partir disso indicaram-se quatro posições distantes 0,10 entre si, sendo a inicial x0=0 mm e as consecutivas, x1=0,1 m, x2=0,2 m, x3=0,3 m e x4=0,4m. Prosseguindo, arrastou-se a esfera a posição x0 ao abandonar a esfera, o cronometro foi acionado ate ultrapassar a marca x4, repetindo o experimento por mais cinco vezes para o mesmo deslocamento, determinou-se alguns intervalos de tempos e suas médias, dados expressos na tabela 3. RESULTADOS EXPERIMENTAIS Obteve-se os seguintes resultados para os experimentos propostos: Movimento retilíneoe uniforme e suas características 1. Com o plano inclinado em 15º, obteve-se os seguintes resultados: Tabela 1: Resultados de posições, instantes e velocidades obtidas pelo experimento. Posição Ocupada Espaço percorrido Intervalo de tempo Velocidade média X0 = 0mm X1 = 100mm X2 = 200mm Δv 2=55,5 mm/ s X3 = 300mm Δx 3=x3−x0=300 mm Δt 3=5,2 s Δv 3=57,7 mm/ s X4 = 400mm Δx 4=x4−x0=400 mm Δt 4=7,2 s Δv 4=55,5 mm/ s Utilizando os valores registrados na Tabela 1, obtemos o seguinte gráfico: A figura geométrica que foi encontrada no gráfico obtido com os dados da tabela um se aproxima de uma reta inclinada e, considerando as diferenças decorrentes da falta de precisão durante a marcação do tempo, podemos considerá-la uma reta que valida os dados, uma vez que a informação é coerente com a bibliografia. A reta no gráfico x versus t do MRU é característica, uma vez que a posição varia de forma linear com o decorrer do tempo. Imagem 2 – Gráfico v versus t: O gráfico v versus t obtido em laboratório se aproxima do gráfico ideal, com diferenças apenas decorrentes da falta de precisão na medição do tempo. O gráfico obtido pode ser considerando uma reta horizontal, que é característico do MRU, uma vez que a velocidade permanece constante durante todo o tempo. A declividade do gráfico v versus t, fisicamente representa a taxa de variação da velocidade com relação ao tempo. Sendo a inclinação do gráfico nula temos que a velocidade não varia conforme o tempo muda. A área sob o gráfico v versus t pode ser calculada como que coincide com o valor da distância percorrida no intervalo de tempo A=Δx=v∗Δt . A área sob o gráfico v versus t representa a distância percorrida. Sendo a função horária do MRU x=x0 +v∗Δt podemos calcular a velocidade média: 400=0 +v∗7,2 v= 400 7,2 v= 55,5mm/s vm=55,5mm/s Empregando a função horária, pode-se calcular a posição do móvel em um dado momento. Para t = 5s, temos x (5 )=0+55,5∗5 x (5 )=277,5 mm Verificando experimentalmente se o valor obtido acima coincide com o valor real, liberamos a esfera a partir da posição 0 mm e verificamos qual sua posição no instante 5 s. Verificou-se que a posição era x = 330 mm, que não coincide com o valor obtido através da fórmula. A diferença entre os valores é um indicativo da falta de precisão dos instrumentos de medida, principalmente do cronômetro. O Encontro de dois móveis em MRU com sentidos opostos, sobre a mesma trajetória Para o encontro de dois móveis, utilizou-se a montagem conforme instruções que são idênticas às instruções da etapa anterior e foram registrados os seguintes dados: Tabela 2: Tabela 2: Resultados de instantes, velocidades e suas médias dos móveis. Medida Esfera Bolha 1 Δt1=6,6 s v1 = 60,6mm/s Δt1=5,3 s v1 = 75,4mm/s 2 Δt 2=6,7 s v2 = 59,7mm/s Δt 2=5,3 s v2 = 75,4mm/s 3 Δt 3=6,6 s v3 = 60,6mm/s Δt 3=5,3 s v3 = 75,4mm/s Média: Δt=6,6 s ve = 60,6mm/s Δt=5,3 s vb = 75,4mm/s Verifica-se segundo dados indicados na tabela 2 que a esfera percorre o mesmo deslocamento por um tempo maior que a bolha e com uma velocidade inferior a velocidade da bolha de ar. Com os valores de velocidade média calculada a partir das médias das velocidades da esfera indicadas na tabela 2 e sabendo que a esfera parte da marca x0=0 mm, calcula-se a partir da equação 2, a função do movimento: x = 0 + 60,6t Empregando a função horária, calcula-se a posição do móvel após 5s de movimento, tem-se: x = 0 + 60,6x5 x = 303 mm (Após 5s a esfera estará nessa posição) De fato, ao liberar a esfera observando o movimento, verifica-se que ela ultrapassava a marca 303 mm ao transcorrer de 4,97 s, coincidindo aproximadamente com o valor algébrico calculado. Sabendo que para os dois movimentos (esfera e bolha de ar) tem-se a função horária do espaço, identifica-se as funções partindo dos parâmetros de posição inicial de cada móvel e da velocidade, sendo assim utilizando a equação 2, tem-se a função horária do movimento da esfera definida por : x = 0 + 60,6.t e a função do movimento da bolha de ar como : x = 400 – 75,4.t . Para determinar o instante em que os dois móveis se encontram deve-se igualar as funções das posições dos móveis, logo: 0 + 60,6t= 400 – 75,4t 60,6t+ 75,4t= 400 136.t= 400 t= 2,94 s ( instante de encontro) Substituindo o instante encontrado numa das funções horárias, será possível determinar onde o encontro ocorreu. Xencontro = 60,6t Xencontro = 60,6.2,94 Xencontro = 178,16 mm ( posição do encontro) A diferença entre os valores observados e os previstos é mínima decorrente da precisão dos aparelhos utilizados. Fisicamente, a interseção das duas retas no gráfico representa o instante e o momento em que os móveis se encontram. CONCLUSÕES Nos experimentos realizados pode-se fazer a familiarização com o plano inclinado, e as ferramentas relacionadas aos experimentos, em especial o cronômetro, elemento que mostrou-se como o maior gerador de distorções entre os dados previstos e os verificados experimentalmente. No encontro dos móveis, notou- se a maior aproximação entre os valores previstos e o obtido experimentalmente. Conclui-se que os dados verificados experimentalmente são coerentes com os dados encontrados na bibliografia, diferindo em decorrência da falta de precisão dos equipamentos usados. REFERENCIAS http://sourceforge.net/projects/scidavis/ - Visitado em 29 de janeiro de 2017 HALLIDAY, R. W. –Fundamentos de Física – Mecânica, v. 1, Ed. 6, Rio de Janeiro, Editora LTC, 2002. DOCA, R. Helou; BISCUOLA, José; BÔAS, Newton Villas. Tópicos de Física 1, v.3 Ed. 8, Rio de Janeiro, Editora LTC, 2009. Revisão Fernanda Almeida Umile. 18. ed, São Paulo: Saraiva, 2003. MARTINI, Gloria. Física Revisão em 22 volumes. Apostila de sala de aula. Física, colégio Dez. ( Professor Joel), janeiro de 2014.
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