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TROMBOCITOPENIA EM ANIMAIS 
DOMÉSTICOS 
 
INTRODUÇÃO 
 
As plaquetas sangüíneas são derivadas dos megacariócitos localizados na medula óssea. 
São produzidas pela fragmentação do citoplasma da célula de origem, sendo liberadas diretamente 
na circulação venosa, ao redor do espaço hematopoiético medular. A trombopoietina é o 
hormônio que regula o desenvolvimento dos megacariócitos a partir das células-tronco e parece 
estar envolvida na liberação das plaquetas, pois sua concentração é inversamente correlacionada 
com o número de plaquetas. 
 As plaquetas fazem a hemostasia primária (figura 1), ou seja, logo que ocorre a lesão elas 
formam o tampão ou “plug” provisório, que procura evitar o agravamento da hemorragia, enquanto 
a fibrina se forma. 
 
 
Figura 1: Formação do coágulo. Fonte: Retirado do site doadormedulaossea.xpg 
 
CAUSAS 
 
A trombocitopenia ocorre por distúrbios na produção, na distribuição ou na destruição de 
plaquetas. Os defeitos na produção podem ser causados por hipoplasia das células 
hematopoiéticas primordiais, substituição da medula normal e trombocitopoiese ineficaz. A 
destruição de plaquetas pode ser aumentada por distúrbios imunológicos ou ainda doenças não 
imunológicas. Assim como esses distúrbios, problemas na distribuição de plaquetas ou 
decorrentes de uma transfusão podem ocasionar trombocitopenia. 
A produção anormal de plaquetas normalmente vem acompanhada de outra citopenia como 
anemia e/ou neutropenia, e são causadas por etiologias autoimune ou infecciosa (erliquiose, FelV 
e FIV), por fármacos ou intoxicações (estrógenos, sulfadiazina e anti-inflamatórios não esteroidais) 
e reações pós-vacinais contra cinomose e parvovirose, ou após a vacina contra o vírus da 
panleucopenia felina. 
Outra causa de trombocitopenia é a remoção acelerada de plaquetas, pela 
trombocitopenia imunomediada primária, que está associada com a presença de anticorpos 
antiplaquetários que causam destruição acelerada de plaquetas pelos macrófagos do sistema 
mononuclear fagocitário; e a trombocitopenia imunomediada secundária, que está associada a 
condições de base como doenças autoimunes sistêmicas (lúpus eritematoso sistêmico), a anemia 
hemolítica imunomediada, a artrite reumatóide e o pênfigo; neoplasias hematológicas ou 
metastáticas; doenças infecciosas (erliquiose, FelV, FIV); infecções por protozoários (leishmaniose 
e babesiose); dirofilariose e histoplasmose. 
 
 
Figura 2: Hemoparasitas em esfregaço sanguíneo. 
Fonte: Retirado do site da Universidade de Cornell. 
 
Por fim, a trombocitopenia pode ser causada também pelo seqüestro de plaquetas pelo 
baço. O baço pode armazenar cerca de 75% das plaquetas circulantes, e em condições de 
esplenomegalia, pode ocorrer trombocitopenia transitória, assim como em casos de stress. 
 
TROMBOCITOPENIA IMUNOMEDIADA (TIM) 
 
A TIM é uma doença em que anticorpos (principalmente IgG) ligam-se à superfície de 
plaquetas resultando em sua destruição prematura pelos macrófagos no baço e no fígado. A TIM 
pode ser classificada em primária e secundária, baseada na sua etiologia. 
 
Trombocitopenia Imunomediada Primária: A TIM idiopática ou primária é causada por 
auto-anticorpos que são reativos com auto-antígenos das plaquetas circulantes. Quando a 
produção de plaquetas não compensa o consumo das plaquetas pelos megacariócitos, a 
trombocitopenia se desenvolve. Assim como nos humanos, as razões da produção de anticorpos 
contra plaquetas não são completamente compreendidos. 
Quando se obtém o histórico de um caso potencial de TIM, deve se perguntar sobre 
exposição a drogas, vacinações recentes, viagens recentes, contatos estritos com outros cães, 
condições médicas antigas e atuais, exposição a carrapatos. Infecções subclínicas podem ser 
sugeridas por atitude depressiva, linfadenomegalia, presença dos carrapatos, artrite e febre. 
Neoplasias podem ser sugeridas pela presença de linfadenomegalia, esplenomegalia, outras 
massas ou caquexia. Doença sistêmica imunomediada pode ser sugerida por poli artrite ou certas 
formas de dermatite. A presença de esplenomegalia sugere que a trombocitopenia é um processo 
secundário. 
 
Trombocitopenia Imunomediada Secundária: Na TIM secundária a IgPSA (IG ligantes à 
plaquetas) não é causada por anticorpos anti-plaquetas, mas de antígenos exógenos de agentes 
infecciosos, drogas ou neoplasias. Também pode incluir imunocomplexos que se ligam às 
plaquetas por: aderência do imunocomplexo, receptores Fc para IgG em algumas espécies e 
interações não específicas. Os imunocomplexos podem chegar de doenças infecciosas 
(principalmente Leishmaniose Visceral canina), vacinações, drogas, neoplasias ou doenças 
autoimunes sistêmicas. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Na avaliação laboratorial das plaquetas é essencial a análise do hemograma completo. 
É preciso estabelecer se a trombocitopenia é um achado isolado ou se está associada com anemia 
e leucopenia. Se a trombocitopenia for aparentemente um achado isolado, deve-se repetir a 
contagem para a confirmação. 
O esfregaço de sangue periférico deve ser avaliado quanto à morfologia das plaquetas. 
Quando microplaquetas predominam, sugerem um evento imunomediado precoce 
(trombocitopenia imunomediada). Já as macroplaquetas sugerem liberação de plaquetas jovens na 
circulação e são frequentemente observadas nas trombocitopenias regenerativas. 
 
AVALIAÇÂO DA MEDULA ÓSSEA 
 A avaliação da medula óssea pode ser indicada quando múltiplas citopenias estão 
presentes ou quando há a suspeita de leucemia, mieloma múltiplo, ou ainda qualquer desordem 
mieloproliferativa. Outras causas na falha da produção podem ser identificadas, incluindo 
mielofibrose, metástase e infecções granulomatosas. 
 Se há suspeita de aplasia ou hipoplasia, uma biópsia poderia ser coletada, além do 
aspirado. A avaliação da medula óssea em cães que possuem apenas trombocitopenia é de 
valor questionável e poderá ser de maior valia para prognóstico do que para diagnóstico. 
 
OUTROS TESTES 
 Perfil bioquímico de rotina e urinálise deveriam ser feitos para excluir ou identificar 
outras doenças. Perfil de hemostasia (perfil coagulograma) pode evidenciar problemas por 
consumo ou coagulopatia. Raio X e Ultrassom podem revelar esplenomegalia ou neoplasia oculta. 
Culturas de sangue (hemocultura) podem ser indicadas quando os achados são sugestivos de 
possível septicemia. Se a suspeita for de uma doença imunomediada sistêmica, testes para 
anticorpos antinucleares (ANA) ou fator reumatóide, podem ser indicados. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
DOENÇAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS 
TIM primária é apenas uma apresentação clínica de um espectro de muitas desordens 
autoimunes com diferentes especificidades de anticorpos. Lúpus eritematoso sistêmico associado 
à TIM têm sido relatados em cães, gatos e cavalos. A trombocitopenia frequentemente acompanha 
a anemia hemolítica imunomediada, e ocasionalmente ocorre em cães e gatos. Essa situação imita 
a Síndrome de Evans, que agora é definida pela co-ocorrência de TIM e anemia imunomediada. 
 
NEOPLASIAS 
Trombocitopenia ocorre frequentemente em associação a neoplasias. A patogênese da 
trombocitopenia neste caso é multifatorial, mas a destruição imunomediada das plaquetas pode ser 
um fator pouco reconhecido. Isso pode ajudar a explicar o tempo de sobrevivência mais curto das 
plaquetas sem que ocorra diminuição no fibrinogênio em cães com neoplasias com ou sem 
metástases. Uma associação significante positiva tem sido relatada entre o diagnóstico de 
linfossarcoma e o diagnóstico de TIM em cães. 
 
DOENÇAS INFECCIOSAS 
Trombocitopenia pode ser associada com infecções causadas por vírus, bactérias 
(especialmente riquétsias), protozoários, fungos e nematódeos. A patogênese destas 
trombocitopenias infecciosaspode ser complicada, envolvendo várias combinações de supressão 
da produção de plaquetas, alteração na distribuição nas plaquetas, aumento do consumo e 
destruição imunomediada e não imunomediada. 
Entretanto, devemos sempre nos lembrar que só a trombocitopenia não é tudo. Estudos no 
Rio de Janeiro para determinar a prevalência de E. canis em cães trombocitopênicos revelaram 
que apenas 26,8% apresentavam Ehrlichiose (Macieira et al, 2005). Outro estudo em Ribeirão 
Preto demonstrou que apesar da alta prevalência de E. canis, nem todos os animais tinham 
trombocitopenia (33,7%) (Santos et al, 2009 – The Vet Journal). Com isso, concluímos que embora 
a infecção por hemoparasitas deva ser considerada em cães trombocitopênicos, o diagnóstico final 
deve ser confirmado por exames complementares, tais como a pesquisa em esfregaços 
sanguíneos ou sorologias. 
 
PROTOZOÁRIOS, FUNGOS E NEMATÓDEOS 
A Leishmaniose Canina é comumente associada com trombocitopenia. Imunocomplexos 
circulantes têm sido relatados na trombocitopenia na leishmaniose humana e podem ter papel 
importante em cães, na vasculite por imunocomplexo direta ou secundária. Trombocitopenia em 
cães com babesiose também possuem um componente imunodestrutivo. 
 Trombocitopenia comumente acompanha a histoplasmose canina e humana e está 
associada com candidíase em cães. 
 
 
Figura 3: Fotomicrografia de teste sorológico de imunofluorescência indireta, 
evidenciando formas promastigotas fluorescentes de Leishmania sp. Fonte: HV-UFMT. 
 
DROGAS 
Drogas podem produzir trombocitopenias por vários mecanismos, incluindo destruição de 
plaquetas por anticorpos induzidos por fármacos. 
As drogas que estão relacionadas são as sulfonamidas, que também tem sido relacionada 
com TIM – induzida em humanos. Os mecanismos imunomediados também têm contribuído para a 
trombocitopenia multifatorial associada com altas doses de cefonicida e cefazedona em cães, 
entretanto, ligação de anticorpos droga-dependentes não tem sido relatados em animais com 
nenhuma droga. 
Em qualquer trombocitopenia aguda de causa desconhecida, todas as medicações deveriam 
ser retiradas e substituídas por drogas convenientes quando necessário. 
 
Dica baseada na revisão da Dra. Márcia Gomes Brites, UFRGS e no artigo de Rafael A. B. Leonel et al, em Revista 
Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. 
 
MATERIAL EXAMES PRAZO DIAS 
Sangue em EDTA HEMOGRAMA COMPLETO- COD 39 1 
Punção de Medula 
em EDTA ou 
Lâminas 
MIELOGRAMA- COD 132 3 
Fragmento de tecido 
em formol 10% 
BIÓPSIA - HISTOPATOLÓGICO COM COLORAÇÃO 
DE ROTINA- COD 86 4 
Soro e sangue em 
Fluoreto PERFIL CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES- COD 570 1 
Sangue em Citrato PERFIL COAGULOGRAMA- COD 591 1 
Soro FATOR REUMATÓIDE CANINO- COD 374 2 
Soro ANTICORPO ANTI NUCLEAR (ANA)- COD 253 4 
Soro FIV / FELV - LEUCEMIA E IMUNODEFICIÊNCIA FELINA- COD 271 1 
Soro 
PERFIL DOENÇA TRANSMITIDA PELO CARRAPATO- 
COD 668 
(exames: babesia- sorologia IgG babesia- sorologia IgM, pesquisa 
de Ehrlichia - IgG e IgM - método RIFI) 
2 
Soro LEISHMANIOSE CANINA – CÓD 83 2 
 
“Referencias disponíveis com autor, se necessário consulte-nos." 
 
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