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Portugues - exercícios concurso

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CONCURSO SEMEF – LÍNGUA PORTUGUESA 
Aula 4 – Professora Jeiviane Justiniano 
20/04/2019 
 
 ORTOGRAFIA OFICIAL 
 
Policiamento comunitário 
 
 A polícia pode adotar diferentes formas de policiamento. Uma delas é o policiamento 
comunitário, um tipo de policiamento que se expandiu durante as décadas de 1970 e 1980 
quando as polícias de vários países introduziram uma série de inovações em suas 
estruturas e estratégias para lidar com o problema da criminalidade. 
 Apesar de essas experiências terem diferentes características, todas tiveram um 
aspecto comum: a introdução ou o fortalecimento da participação da comunidade nas 
questões de segurança. 
 Isso significa que as pessoas de uma determinada área passaram não só a participar 
das discussões sobre segurança e ajudar a estabelecer prioridades e estratégias de ação 
como também a compartilhar com a polícia a responsabilidade pela segurança da sua 
região. Essas mudanças tiveram como objetivo melhorar as respostas dadas aos 
problemas de segurança pública, tornando tanto a polícia mais eficaz e reconhecida como 
também a população mais ativa e participativa nesse processo. 
 É interessante notar que a Constituição brasileira ratifica esse tipo de policiamento ao 
estabelecer, em seu artigo 114, que a segurança pública não é apenas dever do Estado e 
direito dos cidadãos, mas responsabilidade de todos. 
 Essa nova forma de “fazer a segurança pública” é também resultado do processo de 
democratização das polícias. Em sociedades democráticas, as polícias desempenham 
várias outras funções além de lidar com o crime. Exige-se que ela esteja constantemente 
atenta aos problemas que interferem na segurança e bem-estar das pessoas e atenda às 
necessidades da população tanto de forma reativa (pronto-atendimento) como também 
pró-ativa (prevenção). 
 Os cidadãos, por sua vez, têm o direito e a responsabilidade de participar no modo 
como esse policiamento é realizado 
 SÃO PAULO. Manual de Policiamento Comunitário: Polícia e Comunidade na 
Construção da Segurança [recurso eletrônico] / Núcleo de Estudos da Violência da 
Universidade de São Paulo (NEV/USP). – Dados eletrônicos. - 2009. 
Disponível em https://jundiai.sp.gov.br/administracao-e-gestao-de-pessoas/wp-
content/uploads/sites/16/2016/02/Manual-Policiamento-Comunitario-SENASP-MJ.pdf 
> Acesso em 12 fev. 2019. 
1. Considerando as regras ortográficas vigentes e o vocabulário padrão de 
Língua Portuguesa, em relação aos termos destacados no seguinte excerto: 
“Exige-se que ela esteja constantemente atenta aos problemas que interferem 
na segurança e bem-estar das pessoas e atenda às necessidades da população 
tanto de forma reativa (pronto-atendimento) como também pró-ativa 
(prevenção).”, para corrigir a(s) inadequação(ões), assinale a alternativa 
correta. 
a) bem-estar / pronto atendimento / pró-ativa. 
b) bem estar / pronto-atendimento / proativa. 
c) bem-estar / pronto-atendimento / próativa. 
d) bem estar / pronto atendimento / pró ativa. 
e) bem-estar / pronto-atendimento / pró-ativa. 
Nativos digitais: como as novas tecnologias contribuem para o aprendizado infantil 
O uso de tecnologia por crianças exige o acompanhamento cuidadoso 
dos pais, mas pode trazer bons resultados no aprendizado 
 
 Cada vez mais, a tecnologia é usada no processo de aprendizagem infantil, com 
ferramentas interativas que facilitam a aquisição de conhecimento, o compartilhamento 
de pontos de vista e a discussão de diferentes ideias, auxiliando no desenvolvimento de 
um pensamento crítico e colaborativo. O Brasil vem em queda no ranking mundial de 
aprendizado de inglês. De acordo com o Índice de Proficiência em Inglês da Education 
First, em apenas 5 anos o país caiu 10 posições no ranking. Em 2011 ocupava o 31º lugar 
entre 80 países. Atualmente, a performance dos brasileiros com o inglês desceu até o 
posto 41. 
 Em relação ao ensino do inglês na infância, um estudo da plataforma global Lingokids, 
para crianças de 2 a 8 anos, mostra que os pequenos retêm o dobro de vocabulário com o 
uso de aplicativos, em comparação com os métodos de aprendizado mais comuns. "A 
diversão é um fator chave para a rápida aquisição de vocabulário. Aprender brincando é 
uma forma muito eficaz de ensino, porque motiva as crianças e aumenta 
consideravelmente o tempo de atenção à atividade. Vídeos e jogos permitem interações 
com as palavras de forma divertida”, diz Cristobal Viedma, CEO e fundador de 
Lingokids. 
 Há alguns anos, os pais tentavam decidir o tempo que seria permitido para seus filhos 
assistirem a televisão e jogarem videogame. Recentemente, essa preocupação passou a se 
estender para a utilização de tablets, celulares e computador. Desde tenra idade, as 
crianças estão imersas em um mundo tecnológico que influencia seus comportamentos. 
Por isso, há vários estudos que recomendam os limites de utilização de tecnologia, bem 
como a maneira como os pequenos devem interagir com ela. 
 Para a diretora de tecnologias de aprendizagem da New America Foundation Lisa 
Guernsey, autora do livro Toque, clique e Leia com Michael Levine, crianças a partir de 
18 meses já podem se beneficiar do uso de dispositivos tecnológicos. É importante que 
os pais participem ativamente dessas interações, supervisionando a qualidade do 
conteúdo que seus filhos consomem e o tempo de uso, bem como estabelecendo horários 
para brincadeiras, estudo, refeições e descanso. 
 A jornalista Anya Kamenetz, autora do livro A arte do tempo de tela, compartilha da 
mesma ideia e assinala que “há um exagero quando se fala dos malefícios das telas” e que 
o importante é o acompanhamento ativo dos pais. “As crianças precisam da nossa ajuda 
para aprender a respeito das mídias e para interpretar o que veem. E ao ouvir seus filhos, 
você também pode compreender seus interesses. A paternidade digital positiva exige 
dedicação”, salienta a especialista. 
 Com conteúdo da Divisão de Ensino da Língua Inglesa (ELT) da Oxford University 
Press, o aplicativo da Lingokids contém diferentes tipos de atividades, como vídeos e 
músicas com personagens animados, jogos e exercícios de alfabetização para atender a 
diferentes estilos de aprendizagem. Como 50% da capacidade de aprender é desenvolvida 
nos primeiros anos de vida, os sites e aplicativos pedagógicos são uma das formas mais 
interessantes de apresentar as crianças à tecnologia. A responsabilidade sobre o uso dos 
mesmos, como de tudo o que acontece com as crianças, fica do lado dos papais. 
Por Camila Achutti Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/colunas/Novos-
tempos/noticia/2018/08/nativos-digitais-como-novas-tecnologias-contribuem-para-o-
aprendizado-infantil.html 
2. Segundo a norma culta, a utilização de “mesmos” no último parágrafo do texto 
está: 
a) Correta por se tratar de um adjetivo que remete a “igual identidade”. 
b) Incorreta, uma que, nesse caso, caberia o uso de uma ênclise. 
c) Correta por se tratar de um substantivo masculino que expressa “a mesma coisa” 
d) Incorreta, uma vez que, nesse caso, caberia o uso do pronome “eles”. 
e) Correta por se tratar de um advérbio que remete a “também”. 
 
3. Todas as palavras estão grafadas corretamente em: 
a) Talvez restem poucas reminiscências no imaginário coletivo dos males de 
algumas doenças evitadas pela vacinação. 
b) Os médicos reinvindicam uma maior aderencia dos pacientes às campanhas 
esclarecedoras sobre a vacinação. 
c) O medo de que as vacinas façam mau às crianças tem levado o Ministério da 
Saúde a rever suas estrategias. 
d) A ignorancia quanto aos riscos das vacinas se extende das camadas mais pobres 
às mais abastadas da população.
e) O ideal é que os responsáveis vacinem seus filhos expontaneamente, visando 
protege-los e colaborando com o coletivo. 
4. Em relação ao emprego do hífen, considerando-se as orientações do Novo 
Acordo Ortográfico, estão grafadas corretamente as seguintes palavras: 
a) extra-escolar, auto-estrada, anti-aéreo, agro-industrial. 
b) des-humano, in-humano, co-ordenação, hidro-elétrica. 
c) anti-religioso, anti-semita, contra-regra, infra-som. 
d) pré-história, micro-onda, infra-axilar, hiper-requintado. 
5. Em qual das alternativas abaixo há erro quanto ao emprego do hífen? 
A) Poli-insaturado. 
B) Micro-habitat. 
C) Infra-assinado. 
D) Auto-ônibus. 
E) Super-econômico. 
 
Feliz iniciativa do senador Cyro Miranda (PSDB- GO), presidente da Comissão de 
Educação, Cultura e Esporte do Senado, ao criar um grupo de trabalho com Ernani 
Pimentel e Pasquale Cipro Neto, propondo uma simplificação do sistema ortográfico 
brasileiro. [...] O mais importante é que a grande motivação alegada por seus autores - a 
facilitação da alfabetização e do domínio da escrita - revela uma concepção bem 
equivocada da questão, pois a ortografia é um problema de somenos na formação de 
leitores e produtores de bons textos. Por exemplo, a norma gramatical brasileira, 
desatualizada e adventícia, coloca problemas muito mais sérios para quem quer escrever 
hoje um texto na norma-padrão do que o atual sistema ortográfico.” 
LUCCHESI, Dante. Um erro crasso de ortografia. Disponível em: <www1 
.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512848-dante- lucchesi-um-erro-crasso-de-
ortografia.shtml>. Acesso em: 11 dez. 2018 
6. O texto aborda a “simplificação do sistema ortográfico brasileiro". Entre as 
alternativas abaixo, assinale aquela cujas palavras NÃO tiveram sua escrita 
modificada pelo Novo Acordo Ortográfico: 
a) enjoo-veem-perdoo. 
b) papéis-cartéis - rouxinóis. 
c) frequente - aguentar - sequência. 
d) geleia - paranoia - heroico. 
e) micro-ondas - autoescola - antissocial. 
 
Um estudo realizado por pesquisadores do Porto concluiu que a intervenção de 
enfermeiros especialistas em saúde mental, aliada _____ medicação, é significativamente 
mais eficaz _____ reduzir os níveis de ansiedade quando comparada com o tratamento 
apenas com medicamentos. 
 A pesquisa, _____ que o jornal teve acesso, foi realizada por um grupo de 
pesquisadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de 
Saúde e da Escola Superior de Enfermagem do Porto e publicada no Journal of Advanced 
Nursing. 
 Os resultados indicam um “efeito positivo da intervenção psicoterapêutica da 
enfermagem”, realizada por um enfermeiro especialista em saúde mental, registrando-se 
uma clara diminuição dos níveis de ansiedade e um aumento do autocontrole da ansiedade 
no final das cinco sessões (45 a 60 minutos/semana) realizadas em cinco semanas 
consecutivas. 
(Expresso. https://expresso.sapo.pt. Adaptado) 
7. A exemplo de “intervenção” – grafada com “ç” – e de “autocontrole” – grafado 
sem hífen –, estão correta e respectivamente grafados, em conformidade com a 
ortografia oficial, os termos: 
a) pretenção e autohemoterapia. 
b) intenção e autoobservação. 
c) compreenção e autoterapia. 
d) propenção e autofecundação. 
e) isenção e autodefesa. 
8. Assinale a alternativa em que o emprego do hífen está errado: 
a) Micro-organismo. 
b) Anti-herói. 
c) Auto-avaliação. 
d) Micro-ônibus. 
e) Força-tarefa. 
9. De acordo com o sistema oficial vigente, emprega-se devidamente o hífen em: 
a) Autoidolatria. 
b) Contraespião. 
c) Contrassenso. 
d) Autorretrato. 
e) Vicealmirante. 
 
O HOMEM CUJA ORELHA CRESCEU 
 Ignácio de Loyola Brandão 
 
 Estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço, eram 11 da 
noite, estava fazendo hora-extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos, 
ganhava pouco, reforçava com extras. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as 
orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão. Deviam ter uns dez centímetros. Eram 
moles, como de cachorro. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e 
continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam à cintura. Finas, 
compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não 
importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O 
armário de material também. O melhor era correr para a pensão, se fechar, antes que não 
pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorada, iria mostrar o que estava 
acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. 
Colegas, não amigos. Ele abriu a camisa, enfiou as orelhas para dentro. Enrolou uma 
toalha na cabeça, como se estivesse machucado. 
Quando chegou na pensão, a orelha saia pela perna da calça. O escriturário tirou a roupa. 
Deitou-se, louco para dormir e esquecer. E se fosse ao médico? Um 
otorrinolaringologista. A esta hora da noite? Olhava o forro branco. Incapaz de pensar, 
dormiu de desespero. 
 Ao acordar, viu aos pés da cama o monte de uns trinta centímetros de altura. A orelha 
crescera e se enrolara como cobra. Tentou se levantar. Difícil. Precisava segurar as 
orelhas enroladas. Pesavam. Ficou na cama. E sentia a orelha crescendo, com uma 
cosquinha. O sangue correndo para lá, os nervos, músculos, a pele se formando, rápido. 
Às quatro da tarde, toda a cama tinha sido tomada pela orelha. O escriturário sentia fome, 
sede. Às dez da noite, sua barriga roncava. A orelha tinha caído para fora da cama. 
Dormiu. 
 Acordou no meio da noite com o barulhinho da orelha crescendo. Dormiu de novo e 
quando acordou na manhã seguinte, o quarto se enchera com a orelha. Ela estava em cima 
do guarda-roupa, embaixo da cama, na pia. E forçava a porta. Ao meio-dia, a orelha 
derrubou a porta, saiu pelo corredor. Duas horas mais tarde, encheu o corredor. Inundou 
a casa. Os hospedes fugiram para a rua. Chamaram a polícia, o corpo de bombeiros. A 
orelha saiu para o quintal. Para a rua. Vieram os açougueiros com facas, machados, 
serrotes. Os açougueiros trabalharam o dia inteiro cortando e amontoando. O prefeito 
mandou dar a carne aos pobres. 
 Vieram os favelados, as organizações de assistência social, irmandades religiosas, 
donos de restaurantes, vendedores de churrasquinho na porta do estádio, donas-de-casa. 
Vinham com cestas, carrinhos, carroças, camionetas. Toda a população apanhou carne de 
orelha. Apareceu um administrador, trouxe sacos de plástico, higiênicos, organizou filas, 
fez uma distribuição racional. 
 E quando todos tinham levado carne para aquele dia e para os outros, começaram a 
estocar. Encheram frigoríficos, geladeiras. Quando não havia mais onde estocar a carne 
de orelha, chamaram outras cidades. Vieram novos açougueiros. E a orelha crescia, era 
cortada e crescia, e os açougueiros trabalhavam. E vinham outros açougueiros. E os outros 
se cansavam. E a cidade não suportava mais carne de orelha. O povo pediu uma 
providência ao prefeito. E o prefeito ao governador. E o governador ao presidente. 
 E quando não havia solução, um menino, diante da rua cheia de carne de orelha, disse 
a um policial: "Por que o senhor não mata o dono da orelha?" 
Disponível em <http://www.casadobruxo.com.br> . Acesso em 12 Out. 2016. 
10. Assinale dentre as alternativas abaixo aquela em que o emprego do hífen segue a 
mesma regra de ortografia presente no termo destacado em “[...] Ela estava em 
cima do guarda-roupa”. 
a) mal-habituado 
b) bem-te-vi 
c) afro-asiático 
d) marca-passo 
e) cor-de-rosa
11. Considerando a ortografia, especificamente o uso (presença ou ausência) de 
hífen, a alternativa correta é: 
a) sulmatogrossense; matéria prima; mão-de-obra; anti-inflamatório; cor de rosa; 
cana de açúcar. 
b) sul-matogrossense; matéria-prima; antiinflamatório; cor-de-rosa; mão de obra; 
coparticipação. 
c) ultrassom; afro-brasileiro; porta-relógios; porta-sacos; infraestrutura; 
afrodescendente 
d) ultrassom; afro-brasileiro; portarrelógios; portassacos; infraestrutura; afro-
descendente. 
e) ultrassom; afrobrasileiro; portarrelógios; portassacos; infra-estrutura; afro-
descendente. 
12. Alternativa correta quanto à grafia e acentuação das palavras é: 
 
a) carboidratos; micro-organizações; co-réu; socioproprietário. 
b) carbo-hidratos; micro-empreendedores; corréu; sócio-econômico. 
c) salário família; conta-corrente; bolsaescola; heroismo. 
d) portassacos; sul-matogrossense; caracois; hoteis. 
e) porta-sacos; sul-mato-grossense; caracóis; hotéis. 
13. Quanto à flexão para o plural, assinalar a alternativa INCORRETA: 
a) Chapéu-de-sol → chapéus-de-sol. 
b) Bate-boca → bate-bocas. 
c) Segunda-feira → segundas-feiras. 
d) Salário-família → salários-família. 
e) Abaixo-assinado → abaixos-assinados. 
14. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas conforme as regras 
do Novo Acordo Ortográfico relativas à sistematização do emprego de hífen ou 
de acentuação. 
a) Vôo, dêem, paranóico, assembléia, feiúra, vêem, baiúca. 
b) Interresistente, superrevista, manda-chuva, paraquedas. 
c) Antirreligioso, extraescolar, infrassom, coautor, antiaéreo. 
d) Préhistória, autobservação, infraxilar, suprauricular, inábil. 
Uma ode à estupidez 
 
É inconcebível que no rol de desafios da Nação esteja a volta de problemas com os quais 
já tivemos de lidar no passado, como a morte de crianças por sarampo, por exemplo. 
 O sistema brasileiro de vacinação pública é um oásis de eficiência e profissionalismo 
em meio à improdutividade e ao descaso com o público que marcam boa parte dos 
serviços prestados pelo Estado aos cidadãos. Segundo dados do Ministério da Saúde 
(MS), a cada ano são aplicados, gratuitamente, cerca de 300 milhões de doses de 25 
diferentes tipos de imunobiológicos em 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo o 
País. 
 De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Brasil é referência 
mundial em fabricação de vacinas, produzidas aqui pelo Instituto Butantan e pela 
Fundação Oswaldo Cruz. A autossuficiência do País permite a exportação de doses para 
70 países, grande parte na África. 
 Pois bem. A despeito da importância da vacinação para a prevenção e controle de 
epidemias e da excelência do serviço que vem sendo oferecido à população, o País vai na 
contramão da tendência mundial que aponta para o crescimento do número de crianças 
vacinadas. Relatório recente divulgado pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS), com base em dados do Ministério da Saúde, mostrou que a cobertura nacional da 
vacina tríplice viral – contra sarampo, caxumba e rubéola – caiu de um porcentual bem 
próximo de 100% em 2014 para 85% no ano passado. 
 Outro caso preocupante é o da poliomielite, doença que foi considerada erradicada no 
País há quase 30 anos. Em 2015, 95% das crianças brasileiras estavam imunes à 
poliomielite. Em 2016, o porcentual caiu para 84,4%, chegando a apenas 78,5% no ano 
passado. Há duas semanas, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para o risco de um 
novo surto de poliomielite em localidades com cobertura vacinal abaixo dos 95%. É o 
caso de 312 municípios, especialmente na Bahia, Estado onde a vacina contra a doença 
cobre menos de 50% da população-alvo. 
 É inconcebível que no rol de desafios que se alinham diante da Nação esteja a volta 
de problemas com os quais já tivemos de lidar no passado, e com relativo sucesso. Já não 
há mais espaço em nossa arca de infortúnios – que não são poucos ou triviais – para a 
morte de crianças por sarampo, por exemplo, ou para a paralisia que pode ser causada 
pela poliomielite. 
 O sinal amarelo deve servir para o governo federal avaliar o que pode ser melhorado 
no que concerne à comunicação oficial com a população e, se for o caso, na capilaridade 
da oferta de vacinas, fazendo-as chegar a mais pessoas. Em nota, o Ministério da Saúde 
informou que “tem atuado fortemente na disseminação de informações junto à sociedade 
alertando sobretudo sobre os riscos de baixas coberturas”. A queda do número de crianças 
vacinadas com menos de 5 anos, ainda de acordo com o documento, “é a principal 
preocupação da pasta no momento”. 
 Mas a responsabilidade por este triste retrocesso também recai, em grande medida, 
sobre os pais e responsáveis pelos menores. Por mais absurdo que possa parecer, cresce 
no País uma espécie de “Revolta da Vacina moderna”, com base em “novos estudos” que 
indicariam – pasme o leitor – os “riscos” a que as crianças estariam submetidas caso 
fossem vacinadas. 
 A ode à estupidez é turbinada pelas redes sociais, terreno fértil para o florescimento 
de informações falsas e teorias conspirativas que seriam tão somente ridículas se não 
pusessem sob risco de morte milhares de crianças, incluindo os filhos de pais ciosos de 
suas obrigações. Ao não vacinarem seus filhos, os pais põem em risco todo o sistema de 
saúde pública. 
 Uma das fake news que circulam no meio digital dá conta de que a vacina tríplice 
viral causaria autismo. A “tese” é sustentada por um “estudo” de 1998 elaborado por um 
médico do Reino Unido, mais interessado em ganhar dinheiro do que em produzir ciência. 
A “falsificação elaborada” foi revelada por artigo publicado no British Medical Journal 
em 2011, mas ainda produz efeitos em mentes doentias. 
 Enquanto não houver vacina contra a insensatez, restanos valorizar e amplificar, seja 
como órgãos de imprensa, seja como cidadãos, o alcance da boa informação. Há vidas 
que dependem fundamentalmente disso. 
Estadão. Opinião. Disponível em:<https://opiniao.estadao.com.br/noticias /geral,uma-
ode-a-estupidez,70002409637> . Acesso em: 22/07/2018. 
15. Em: “A autossuficiência do País permite a exportação de doses para 70 países, 
grande parte na África”, segundo regras e convenções ortográficas vigentes, a 
não hifenização da palavra destacada justifica-se pelo mesmo processo ocorrido 
em: 
a) subatômico 
b) preencher 
c) malnascido 
d) semiárido 
e) contrarreforma 
OBRE HIENAS E VIRA-LATAS 
 
 Aproveitando o momento de vulnerabilidade política e econômica do nosso país, os 
defensores de uma integração dependente do Brasil na economia internacional estão 
lançando uma nova ofensiva, facilitada pelas agruras do ajuste fiscal, com queda nos 
investimentos governamentais e o descrédito – convenientemente estimulado – das 
empresas estatais, na esteira do escândalo da Petrobrás. Em vez de atacar a raiz desses 
ilícitos, que é o financiamento empresarial das campanhas eleitorais (o que não diminui 
a responsabilidade dos transgressores da lei), os pós-neoliberais preferem investir contra 
os poucos instrumentos de política industrial que o Estado brasileiro ainda detém. A 
estratégia é ampla e não se limita a aspectos internos da economia. Incide diretamente 
sobre a forma pela qual o Brasil se insere na economia mundial. 
 Três linhas de ação têm sido perseguidas. Uma já faz parte do antigo receituário de 
boa parte dos comentaristas em matéria econômica: o Brasil deveria abandonar a sua 
preferência pelo sistema multilateral (representado pela Organização Mundial do 
Comércio) e dar mais atenção a acordos bilaterais com economias desenvolvidas, seja 
com a União Europeia, seja com os Estados
Unidos da América. O refinamento, não 
totalmente novo, é o de que, para chegar a esses acordos, o Brasil deve buscar a 
“flexibilização” do Mercosul, privando-o de sua característica essencial de uma união 
aduaneira. Sem perceber que a motivação principal da integração é política – já que a Paz 
é o maior bem a ser preservado – os arautos da liberalização, sob o pretexto de aumentar 
nossa autonomia em relação aos nossos vizinhos, facilitando a abertura do mercado 
brasileiro, na verdade empurrarão os sócios menores (não em importância, mas em 
tamanho) para os braços das grandes potências. É de esperar que não venham a reclamar 
quando bases militares estrangeiras surgirem próximo das nossas fronteiras. 
 O segundo pilar do tripé, que está sendo gestado em gabinetes de peritos desprovidos 
de visão estratégica, consiste em tornar o Brasil membro pleno da OCDE, a organização 
que congrega primordialmente economias desenvolvidas. Essa atitude contraria a posição 
de aproximação cautelosa seguida até aqui e que nos tem permitido participar de vários 
grupos, sem tolher nossa liberdade de ação. A lógica para a busca ansiosa pelo status de 
membro pleno residiria na melhoria do nosso rating junto às agências de risco, decorrente 
do nosso compromisso com políticas de investimentos, compras governamentais e 
propriedade intelectual (entre outras) estranhas ao modelo de crescimento defendido por 
sucessivos governos brasileiros, independentemente de partidos ou de ideologias. O 
ganho no curto prazo se limitaria, se tanto, a um aspecto de marketing, e seria muito 
pequeno quando comparado com o custo real, representado pela perda de latitude de 
escolha de nossas políticas (industrial, ambiental, de saúde, etc.). 
 Finalmente – e esse é o aspecto mais recente da ofensiva pós-neoliberal – há quem já 
fale em ressuscitar a Área de Livre Comércio das Américas, cujas negociações chegaram 
a um impasse entre 2003 e 2004, quando ficou claro que os EUA não abandonariam suas 
exigências em patentes farmacêuticas (inclusive no que tange ao método para a solução 
de controvérsias) e pouco ou nada nos ofereceriam em agricultura. A Alca, tal como 
proposta, previa não apenas uma ampla abertura comercial em matéria de bens e serviços, 
de efeitos danosos para nosso parque industrial, mas também regras muito mais estritas e 
desfavoráveis aos nossos interesses do que as que haviam sido negociadas 
multilateralmente (isto é, no sistema GATT/OMC), inclusive por governos que 
antecederam ao do Presidente Lula. Tudo isso, sob a hegemonia da maior potência 
econômica do continente americano (e, por enquanto pelo menos, do mundo). 
 Medidas desse tipo não constituem ajustes passageiros. São mudanças estruturais, 
que, caso adotadas, alterariam profundamente o caminho de desenvolvimento que, com 
maior ou menor ênfase, sucessivos governos escolheram trilhar. Os que propugnam por 
esse redirecionamento de nossa inserção no mundo parecem ignorar que mudanças desse 
porte, sem um mandato popular expresso nas urnas, seriam não só prejudiciais 
economicamente, mas constituiriam uma violência contra a democracia. Evidentemente 
nosso governo não se deixará levar por pressões midiáticas, mas até alguns ardorosos 
defensores de um Brasil independente e soberano podem não ser de todo infensos a 
influências de intelectuais que granjearam alguma respeitabilidade pela obra passada. Daí 
a necessidade do alerta: “intelectuais progressistas, preparai-vos para o debate”. Ele vai 
ser duro e não se dará somente nos salões acadêmicos ou nos corredores palacianos. Terá 
que ir às ruas, às praças e às portas de fábrica. 
 (Texto de Celso Amorim, Carta Maior - 14 de abril de 2015) 
16. Indique a opção em que todos as palavras estão conforme a norma culta: 
a) sobreumano, vicerrei, subumano e anteprojeto. 
b) mandachuva, semirreta, vicerrei e vice-almirante. 
c) vice-rei, micro-ondas, micro-ônibus e hiperacidez. 
d) subclavicular, sub-delegado, sub-emenda e vicerrei. 
e) infrassom, infraepático, semirreta e vicerrei. 
 
17. De acordo com a Nova Ortografia, está corretamente escrito o termo 
a) hiper-hidratação. 
b) hiper-sensibilidade. 
c) hiper-esfera. 
d) hiperrrancoroso. 
Laivos de memória 
 "... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, 
 ao fim dessa primeira etapa, 
 mais ainda se convencerão de que 
 abraçaram uma carreira difícil, 
 árdua, cheia de sacrifícios, 
 mas útil, nobre e, sobretudo bela." 
 (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) 
 Há quase 50 anos, experimentei um misto de angústia, tristeza e ansiedade que meu 
jovem coração de adolescente soube suportar com bravura. 
 Naquela ocasião, despedia-me dos amigos de infância e da família e deixava para trás 
bucólica cidadezinha da região serrana fluminense. A motivação que me levava a 
abandonar gentes e coisas tão caras era, naquele momento, suficientemente forte para 
respaldar a decisão tomada de dar novos rumos à minha vida. Meu mundo de então se 
tornara pequeno demais para as minhas aspirações. Meus desejos e sonhos projetavam 
horizontes que iam muito além das montanhas que circundam minha terra natal. 
 Como resistir à sedução e ao fascínio que a vida no mar desperta nos corações dos 
jovens? 
 Havia, portanto, uma convicção: aquelas despedidas, ainda que dolorosas - e 
despedidas são sempre dolorosas - não seriam certamente em vão. Não tinha dúvidas de 
que os sonhos que acalentavam meu coração pouco a pouco iriam se converter em 
realidade. 
 Em março de 1962, desembarcávamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracação 
do Colégio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional 
estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. 
 Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos 
do Colégio Naval, não posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espaço em 
nossos corações, era naquele momento substituída pelo contentamento peculiar dos 
vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasião das despedidas, provara-
se equivocado: às nossas caras famílias de origem agregava-se uma nova, a Família 
Naval, composta pelos recém-chegados companheiros; e às respectivas cidades de 
nascimento, como a minha bucólica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e 
graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria a 
histórica Villegagnon em meio à sublime baia de Guanabara. 
 Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivência, tanto no Colégio 
como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem científica, humanística e, sobretudo, 
militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, práticas esportivas, 
remo, vela, cabo de guerra, navegação, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, 
recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indeléveis. 
 Estes e tantos outros símbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, 
deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. 
 Ainda como alunos do Colégio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo
e as primeiras idas para o mar - a razão de ser da carreira naval. 
 Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, 
Recife e Fortaleza! 
 Fechando o ciclo das Viagens de Instrução, o tão sonhado embarque no Navio-Escola. 
Viagem maravilhosa! Nós, da Turma Míguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a 
oportunidade ímpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a 
Quinta Circum-navegação da Marinha Brasileira. 
 Após o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o 
verdadeiro início da vida profissional - no meu caso, a bordo do cruzador Tamandaré, o 
inesquecível C-12. Era a inevitável separação da Turma do CN-62/63 e da EN-64/67. 
 Novamente um misto de satisfação e ansiedade tomou conta do coração, agora do 
jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Após 
proveitosos, mas descontraídos estágios de instrução como Aspirante e Guarda-Marinha, 
quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de 
Oficial começariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transição do 
status de Guarda-Marinha para Tenente, o notável escritor-marinheiro Gastão Penalva 
escrevera com muita propriedade: "...é a fase inesquecível de nosso ofício. Coincide 
exatamente com a adolescência, primavera da vida. Tudo são flores e ilusões... Depois 
começam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acúmulo de 
deveres novos". 
 E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos 
e saudosos navios, deixariam agradáveis e duradouras lembranças em nossa memória, 
Com o passar dos tempos, inúmeros Conveses e Praça d'Armas, hoje saudosas, foram se 
incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma 
de Guardas-Marinha de 1967. 
 Ah ! Como é gratificante, ainda que melancólico, repassar tantas lembranças, tantos 
termos expressivos, tanta gíria maruja, tantas tradições, fainas e eventos tão intensamente 
vividos a bordo de inesquecíveis e saudosos navios... 
 E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, 
de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as 
extensas massas líquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das águas costeiras 
que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem número 
de enseadas, baías, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos 
do mundo, percorridos nem sempre com mares bonançosos e ventos tranquilos e 
favoráveis. 
 Inúmeros foram também os portos e cidades visitadas, não só no Brasil como no 
exterior, o que sempre nos proporciona inestimáveis e valiosos conhecimentos, 
principalmente graças ao contato com povos diferentes e até mesmo de culturas exóticas 
e hábitos às vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou 
os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilão e hoje Siri Lanka . 
 Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar 
percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial 
de descoberta... Sim, pois, como dizia Câmara Cascudo, "o mar não guarda os vestígios 
das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a ilusão cordial do descobrimento”. 
(CÉSAR, CMG (RMl) William Carmo. Laivos de memória. In: Revista de Villegagnon, 
Ano IV, n° 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) 
18. Em que opção o plural do substantivo composto segue a mesma regra de flexão 
do termo destacado em o tão sonhado embarque no Navio-Escola." (11°§)? 
a) água-marinha valiosa. 
b) obra-prima da Natureza. 
c) vitória-régia da Amazônia. 
d) salário-família irrisório. 
e) carta-bilhete do Aspirante 
19. A respeito da formação do plural dos substantivos compostos, quando os termos 
componentes se ligam por hífen, podem ser flexionados os dois termos ou apenas 
um deles. O substantivo composto que NÃO apresenta flexão de número como 
matéria-prima é: 
a) água-benta 
b) batalha-naval 
c) bate-bola 
d) batata-doce 
e) obra-prima 
 
20. Assinale o item inteiramente correto. 
 
a- São esses os objetos porque trabalhamos. 
b- Trabalhou-se até de madrugada porque o documento era urgente. 
c- É difícil a situação porque passamos. 
d- Cada ato administrativo deve ter um porque muito claro. 
e- Por que os administradores têm sido negligentes, chegou-se a este ponto. 
 
21. Assinale a sequência que preenche corretamente as lacunas. 
 
“Todos os cidadãos devem saber ............................ o Poder Legislativo está assim. 
Estamos instalando novos computadores, é um momento de transição, eis o 
................................ .” 
 
a- por que – porquê; c- porquê – por que; 
b- porque – por quê; d- por que – porque. 
 
22. Assinale a alternativa incorreta, de acordo com o padrão culto da modalidade 
escrita da língua portuguesa. 
 
a- Maria se indigna por que não obteve a classificação? (aqui, na realidade, seria um 
ponto final e não de interrogação). 
b- Por que haveria de se ocupar daquele assunto, se não era a sua obrigação? 
c- O princípio de que o réu é inocente até prova em contrário é uma conquista da 
civilização; daí por que não tem ele que se preocupar. 
d- Depois de suas explicações foi fácil entender por que tomara aquela decisão. 
 
23. Assinale a opção em que o vocábulo entre parênteses preenche corretamente a 
lacuna correspondente. 
 
a- Não se punem os malfeitores .......................................... não se dispõe de um 
Código Penal atualizado? É nada! (porque) 
 
b- Essa questão requer indagar-se preliminarmente ......................................... 
não se derrubou ainda a inflação, no Brasil. (porque) 
 
c- Pergunta-se, para começar, o ................................. de tanto barulho. (por quê) 
 
d- Não se fará mudança ....................................... não foi votada uma nova 
Constituição? O que se quer é empurrar com a barriga. (por que) 
 
e- Todos sabem, aqui no Brasil, ..................................... não se punem os 
bandidos graúdos. (porque) 
 
 
24. Todos os vocábulos devem ser acentuados em: 
 
a) alcateia, album, aneis, ateismo; 
b) carater, sutil, alias, alcool; 
c) contem, logico, avos, abdomen; 
d) predio, colmeia, ruim, contribuinte; 
e) homilia, nuvem, tenue, juiz. 
25. No que se refere à acentuação gráfica, é correto afirmar que: 
 
a) mês, porá, e fará recebem acento gráfico por serem palavras oxítonas, 
terminadas, respectivamente, em s e a. 
b) altruístico, sonâmbulo e egoísta seguem a mesma regra de acentuação 
gráfica. 
c) árvore e trânsito segue a regra de acentuação gráfica das palavras trissílabas 
terminadas em O. 
d) Quilômetro e recíproco seguem a mesma regra de acentuação gráfica. 
e) Troféu recebe acento gráfico porque é oxítona termina em U. 
26. Julgue os próximos itens, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por 
que e por quê. 
Em cada eleição se manifesta o desejo de permanência ou mudança. Mudar por quê? 
Nem todos os porquês são razoavelmente justificáveis. É preciso que cada um reflita 
seriamente para saber por que quer mudar, ou por que quer a continuidade de 
determinado grupo no poder. 
 C. Certo 
 E. Errado 
Alguns prefeitos se reelegem com extrema facilidade. Por que isso ocorre? Por que 
prefeitos de municípios recém-criados se reelegem com muito mais facilidade do que os 
demais? Provavelmente, porque têm mais liberdade para gastar e amplas possibilidades
de contratar novos funcionários para compor a burocracia local. 
 C. Certo 
 E. Errado 
27. Observando a grafia, a concordância e a regência, incluindo casos de crase, assinale 
a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte texto: 
 
Não entendo _________ ainda não ____________ em minha conta os valores _________ 
aos bens sinistrados. _______ __ carta, encaminhei os laudos e todos os documentos 
exigidos pela seguradora. Espero que isso se resolva logo, pois quero assistir ___ jogos 
do meu time no Paulistão. 
a) porque; foi creditado; correspondente; anexo; a; os. 
b) porquê; foram creditado; correspondentes; anexa; à; aos. 
c) por que; foi creditado; correspondentes; anexos; à; aos. 
d) por que; foram creditados; correspondentes; anexos; à; aos. 
e) porque; foram creditados; correspondente; anexos; a; os. 
 
 
O exorcismo 
 
 Rosário, a feiticeira andaluza, estava há muitos anos lutando contra os demônios. O 
pior dos satanases tinha sido seu sogro. Aquele malvado tinha morrido estendido na cama, 
na noite em que blasfemou*, e o crucifixo de bronze soltou-se da parede e quebrou-lhe o 
crânio. 
 Rosário se ofereceu para desendemoniar-nos. Jogou no lixo a nossa bela máscara 
mexicana de Lúcifer e esparramou uma fumaçarada de arruda, manjerona e louro bendito. 
Depois pregou na porta uma ferradura com as pontas para fora, pendurou alguns alhos e 
derramou, aqui e acolá, punhadinhos de sal e montões de fé. 
 – Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. 
 E disse que dali para a frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a ajuda 
a ajudar. 
 
(Eduardo Galeano, O livro dos abraços. Adaptado) 
 
 
28. Na pronúncia, as palavras “mau” e “porque”, destacadas nos dois últimos parágrafos 
do texto, muitas vezes não se distinguem de “mal” e “por que”, o que acaba por refletir-
se em emprego inadequado delas, na escrita. Assinale a alternativa em que essas 
palavras estão corretamente empregadas no contexto. 
a) A polícia descobriu os meios por que atuam as quadrilhas que assaltam à luz do 
dia, mau disfarçando o que fazem. 
b) Uma informação mal interpretada causa grandes problemas, porque gera 
resposta e ações inadequadas. 
c) O que o funcionário, até então, mau sabia é o motivo porque seu nome foi posto 
na lista dos não promovidos. 
d) Ainda não se descobriu porque o projeto foi devolvido ao setor de planejamento; 
suspeita-se que tenha sido mau feito. 
e) As peças foram devolvidas por que acusaram mal funcionamento e provocaram 
acidentes. 
29. A palavra ou a expressão destacada aparece corretamente grafada, de acordo com a 
norma-padrão da língua portuguesa, em: 
a) A história da energia mostra porquê até a invenção da máquina a vapor a prática 
de cortar árvores não prejudicava tanto as florestas. 
b) A utilização dos combustíveis fósseis aumentou por quê a indústria 
automobilística vem colocando grande número de veículos circulando nas 
cidades. 
c) As pessoas deveriam saber os riscos de um apagão para conhecerem melhor o 
por quê da necessidade de economizar energia. 
d) Os tóxicos ambientais são substâncias prejudiciais por que causam danos aos 
seres vivos e ao meio ambiente. 
e) A energia está associada ao meio ambiente porque toda a sua produção é 
resultado da utilização das forças oferecidas pela natureza. 
 
Come, meu filho 
 
 – O mundo parece chato mas eu sei que não é. 
 [...] 
 – Sabe por que parece chato? Porque, sempre que a gente olha, o céu está em cima, 
nunca está embaixo, nunca está de lado. Eu sei que o mundo é redondo porque disseram, 
mas só ia parecer redondo se a gente olhasse e às vezes o céu estivesse lá embaixo. Eu sei 
que é redondo, mas para mim é chato, mas Ronaldo só sabe que o mundo é redondo, para 
ele não parece chato. 
 – ... 
 – Porque eu estive em muitos países e vi que nos Estados Unidos o céu também é em 
cima, por isso o mundo parecia todo reto para mim. Mas Ronaldo nunca saiu do Brasil e 
pode pensar que só aqui é que o céu é lá em cima, que nos outros lugares não é chato, que 
só é chato no Brasil, que nos outros lugares que ele não viu vai arredondando. Quando 
dizem para ele, é só acreditar, pra ele nada precisa parecer. Você prefere prato fundo ou 
prato chato? 
 – Chat... raso, quer dizer. 
 – Eu também. No fundo, parece que cabe mais, mas é só para o fundo, no chato cabe 
para os lados e a gente vê logo tudo o que tem. Pepino não parece inreal? 
 – Irreal. 
 – Por que você acha? 
 – Se diz assim. 
 – Não, por que é que você também achou que pepino parece inreal? Eu também. A 
gente olha e vê um pouco do outro lado, é cheio de desenho bem igual, é frio na boca, faz 
barulho de um pouco de vidro quando se mastiga. Você não acha que pepino parece 
inventado? 
 – Parece. 
 – Onde foi inventado feijão com arroz? 
 – Aqui. 
 – Ou no árabe, igual que Pedrinho disse de outra coisa? 
 – Aqui. 
 – Na Sorveteria Gatão o sorvete é bom porque tem gosto igual da cor. Para você carne 
tem gosto de carne? 
 – Às vezes. 
 – Duvido! Só quero ver: da carne pendurada no açougue?! 
 – Não. 
 – E nem da carne que a gente fala. Não tem gosto de quando você diz que carne tem 
vitamina. 
 – Não fala tanto, come. 
 – Mas você está olhando desse jeito para mim, mas não é para eu comer, é porque 
você está gostando muito de mim, adivinhei ou errei? 
 – Adivinhou. Come, Paulinho. 
 – Você só pensa nisso. Eu falei muito para você não pensar só em comida, mas você 
vai e não esquece. 
(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo, Círculo do livro, 1988. P. 122-
124.) 
30. No texto, estão presentes as formas “por que” e “porque”, na indagação “– Sabe 
por que parece chato?” pode-se afirmar que a forma utilizada é formada por 
a) uma conjunção. 
b) preposição acrescida de pronome relativo. 
c) preposição acrescida de monossílabo tônico. 
d) preposição acrescida de pronome interrogativo.

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