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CONCURSO SEMEF – LÍNGUA PORTUGUESA Aula 4 – Professora Jeiviane Justiniano 20/04/2019 ORTOGRAFIA OFICIAL Policiamento comunitário A polícia pode adotar diferentes formas de policiamento. Uma delas é o policiamento comunitário, um tipo de policiamento que se expandiu durante as décadas de 1970 e 1980 quando as polícias de vários países introduziram uma série de inovações em suas estruturas e estratégias para lidar com o problema da criminalidade. Apesar de essas experiências terem diferentes características, todas tiveram um aspecto comum: a introdução ou o fortalecimento da participação da comunidade nas questões de segurança. Isso significa que as pessoas de uma determinada área passaram não só a participar das discussões sobre segurança e ajudar a estabelecer prioridades e estratégias de ação como também a compartilhar com a polícia a responsabilidade pela segurança da sua região. Essas mudanças tiveram como objetivo melhorar as respostas dadas aos problemas de segurança pública, tornando tanto a polícia mais eficaz e reconhecida como também a população mais ativa e participativa nesse processo. É interessante notar que a Constituição brasileira ratifica esse tipo de policiamento ao estabelecer, em seu artigo 114, que a segurança pública não é apenas dever do Estado e direito dos cidadãos, mas responsabilidade de todos. Essa nova forma de “fazer a segurança pública” é também resultado do processo de democratização das polícias. Em sociedades democráticas, as polícias desempenham várias outras funções além de lidar com o crime. Exige-se que ela esteja constantemente atenta aos problemas que interferem na segurança e bem-estar das pessoas e atenda às necessidades da população tanto de forma reativa (pronto-atendimento) como também pró-ativa (prevenção). Os cidadãos, por sua vez, têm o direito e a responsabilidade de participar no modo como esse policiamento é realizado SÃO PAULO. Manual de Policiamento Comunitário: Polícia e Comunidade na Construção da Segurança [recurso eletrônico] / Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP). – Dados eletrônicos. - 2009. Disponível em https://jundiai.sp.gov.br/administracao-e-gestao-de-pessoas/wp- content/uploads/sites/16/2016/02/Manual-Policiamento-Comunitario-SENASP-MJ.pdf > Acesso em 12 fev. 2019. 1. Considerando as regras ortográficas vigentes e o vocabulário padrão de Língua Portuguesa, em relação aos termos destacados no seguinte excerto: “Exige-se que ela esteja constantemente atenta aos problemas que interferem na segurança e bem-estar das pessoas e atenda às necessidades da população tanto de forma reativa (pronto-atendimento) como também pró-ativa (prevenção).”, para corrigir a(s) inadequação(ões), assinale a alternativa correta. a) bem-estar / pronto atendimento / pró-ativa. b) bem estar / pronto-atendimento / proativa. c) bem-estar / pronto-atendimento / próativa. d) bem estar / pronto atendimento / pró ativa. e) bem-estar / pronto-atendimento / pró-ativa. Nativos digitais: como as novas tecnologias contribuem para o aprendizado infantil O uso de tecnologia por crianças exige o acompanhamento cuidadoso dos pais, mas pode trazer bons resultados no aprendizado Cada vez mais, a tecnologia é usada no processo de aprendizagem infantil, com ferramentas interativas que facilitam a aquisição de conhecimento, o compartilhamento de pontos de vista e a discussão de diferentes ideias, auxiliando no desenvolvimento de um pensamento crítico e colaborativo. O Brasil vem em queda no ranking mundial de aprendizado de inglês. De acordo com o Índice de Proficiência em Inglês da Education First, em apenas 5 anos o país caiu 10 posições no ranking. Em 2011 ocupava o 31º lugar entre 80 países. Atualmente, a performance dos brasileiros com o inglês desceu até o posto 41. Em relação ao ensino do inglês na infância, um estudo da plataforma global Lingokids, para crianças de 2 a 8 anos, mostra que os pequenos retêm o dobro de vocabulário com o uso de aplicativos, em comparação com os métodos de aprendizado mais comuns. "A diversão é um fator chave para a rápida aquisição de vocabulário. Aprender brincando é uma forma muito eficaz de ensino, porque motiva as crianças e aumenta consideravelmente o tempo de atenção à atividade. Vídeos e jogos permitem interações com as palavras de forma divertida”, diz Cristobal Viedma, CEO e fundador de Lingokids. Há alguns anos, os pais tentavam decidir o tempo que seria permitido para seus filhos assistirem a televisão e jogarem videogame. Recentemente, essa preocupação passou a se estender para a utilização de tablets, celulares e computador. Desde tenra idade, as crianças estão imersas em um mundo tecnológico que influencia seus comportamentos. Por isso, há vários estudos que recomendam os limites de utilização de tecnologia, bem como a maneira como os pequenos devem interagir com ela. Para a diretora de tecnologias de aprendizagem da New America Foundation Lisa Guernsey, autora do livro Toque, clique e Leia com Michael Levine, crianças a partir de 18 meses já podem se beneficiar do uso de dispositivos tecnológicos. É importante que os pais participem ativamente dessas interações, supervisionando a qualidade do conteúdo que seus filhos consomem e o tempo de uso, bem como estabelecendo horários para brincadeiras, estudo, refeições e descanso. A jornalista Anya Kamenetz, autora do livro A arte do tempo de tela, compartilha da mesma ideia e assinala que “há um exagero quando se fala dos malefícios das telas” e que o importante é o acompanhamento ativo dos pais. “As crianças precisam da nossa ajuda para aprender a respeito das mídias e para interpretar o que veem. E ao ouvir seus filhos, você também pode compreender seus interesses. A paternidade digital positiva exige dedicação”, salienta a especialista. Com conteúdo da Divisão de Ensino da Língua Inglesa (ELT) da Oxford University Press, o aplicativo da Lingokids contém diferentes tipos de atividades, como vídeos e músicas com personagens animados, jogos e exercícios de alfabetização para atender a diferentes estilos de aprendizagem. Como 50% da capacidade de aprender é desenvolvida nos primeiros anos de vida, os sites e aplicativos pedagógicos são uma das formas mais interessantes de apresentar as crianças à tecnologia. A responsabilidade sobre o uso dos mesmos, como de tudo o que acontece com as crianças, fica do lado dos papais. Por Camila Achutti Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/colunas/Novos- tempos/noticia/2018/08/nativos-digitais-como-novas-tecnologias-contribuem-para-o- aprendizado-infantil.html 2. Segundo a norma culta, a utilização de “mesmos” no último parágrafo do texto está: a) Correta por se tratar de um adjetivo que remete a “igual identidade”. b) Incorreta, uma que, nesse caso, caberia o uso de uma ênclise. c) Correta por se tratar de um substantivo masculino que expressa “a mesma coisa” d) Incorreta, uma vez que, nesse caso, caberia o uso do pronome “eles”. e) Correta por se tratar de um advérbio que remete a “também”. 3. Todas as palavras estão grafadas corretamente em: a) Talvez restem poucas reminiscências no imaginário coletivo dos males de algumas doenças evitadas pela vacinação. b) Os médicos reinvindicam uma maior aderencia dos pacientes às campanhas esclarecedoras sobre a vacinação. c) O medo de que as vacinas façam mau às crianças tem levado o Ministério da Saúde a rever suas estrategias. d) A ignorancia quanto aos riscos das vacinas se extende das camadas mais pobres às mais abastadas da população. e) O ideal é que os responsáveis vacinem seus filhos expontaneamente, visando protege-los e colaborando com o coletivo. 4. Em relação ao emprego do hífen, considerando-se as orientações do Novo Acordo Ortográfico, estão grafadas corretamente as seguintes palavras: a) extra-escolar, auto-estrada, anti-aéreo, agro-industrial. b) des-humano, in-humano, co-ordenação, hidro-elétrica. c) anti-religioso, anti-semita, contra-regra, infra-som. d) pré-história, micro-onda, infra-axilar, hiper-requintado. 5. Em qual das alternativas abaixo há erro quanto ao emprego do hífen? A) Poli-insaturado. B) Micro-habitat. C) Infra-assinado. D) Auto-ônibus. E) Super-econômico. Feliz iniciativa do senador Cyro Miranda (PSDB- GO), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, ao criar um grupo de trabalho com Ernani Pimentel e Pasquale Cipro Neto, propondo uma simplificação do sistema ortográfico brasileiro. [...] O mais importante é que a grande motivação alegada por seus autores - a facilitação da alfabetização e do domínio da escrita - revela uma concepção bem equivocada da questão, pois a ortografia é um problema de somenos na formação de leitores e produtores de bons textos. Por exemplo, a norma gramatical brasileira, desatualizada e adventícia, coloca problemas muito mais sérios para quem quer escrever hoje um texto na norma-padrão do que o atual sistema ortográfico.” LUCCHESI, Dante. Um erro crasso de ortografia. Disponível em: <www1 .folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512848-dante- lucchesi-um-erro-crasso-de- ortografia.shtml>. Acesso em: 11 dez. 2018 6. O texto aborda a “simplificação do sistema ortográfico brasileiro". Entre as alternativas abaixo, assinale aquela cujas palavras NÃO tiveram sua escrita modificada pelo Novo Acordo Ortográfico: a) enjoo-veem-perdoo. b) papéis-cartéis - rouxinóis. c) frequente - aguentar - sequência. d) geleia - paranoia - heroico. e) micro-ondas - autoescola - antissocial. Um estudo realizado por pesquisadores do Porto concluiu que a intervenção de enfermeiros especialistas em saúde mental, aliada _____ medicação, é significativamente mais eficaz _____ reduzir os níveis de ansiedade quando comparada com o tratamento apenas com medicamentos. A pesquisa, _____ que o jornal teve acesso, foi realizada por um grupo de pesquisadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da Escola Superior de Enfermagem do Porto e publicada no Journal of Advanced Nursing. Os resultados indicam um “efeito positivo da intervenção psicoterapêutica da enfermagem”, realizada por um enfermeiro especialista em saúde mental, registrando-se uma clara diminuição dos níveis de ansiedade e um aumento do autocontrole da ansiedade no final das cinco sessões (45 a 60 minutos/semana) realizadas em cinco semanas consecutivas. (Expresso. https://expresso.sapo.pt. Adaptado) 7. A exemplo de “intervenção” – grafada com “ç” – e de “autocontrole” – grafado sem hífen –, estão correta e respectivamente grafados, em conformidade com a ortografia oficial, os termos: a) pretenção e autohemoterapia. b) intenção e autoobservação. c) compreenção e autoterapia. d) propenção e autofecundação. e) isenção e autodefesa. 8. Assinale a alternativa em que o emprego do hífen está errado: a) Micro-organismo. b) Anti-herói. c) Auto-avaliação. d) Micro-ônibus. e) Força-tarefa. 9. De acordo com o sistema oficial vigente, emprega-se devidamente o hífen em: a) Autoidolatria. b) Contraespião. c) Contrassenso. d) Autorretrato. e) Vicealmirante. O HOMEM CUJA ORELHA CRESCEU Ignácio de Loyola Brandão Estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço, eram 11 da noite, estava fazendo hora-extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos, ganhava pouco, reforçava com extras. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão. Deviam ter uns dez centímetros. Eram moles, como de cachorro. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam à cintura. Finas, compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O armário de material também. O melhor era correr para a pensão, se fechar, antes que não pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorada, iria mostrar o que estava acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. Colegas, não amigos. Ele abriu a camisa, enfiou as orelhas para dentro. Enrolou uma toalha na cabeça, como se estivesse machucado. Quando chegou na pensão, a orelha saia pela perna da calça. O escriturário tirou a roupa. Deitou-se, louco para dormir e esquecer. E se fosse ao médico? Um otorrinolaringologista. A esta hora da noite? Olhava o forro branco. Incapaz de pensar, dormiu de desespero. Ao acordar, viu aos pés da cama o monte de uns trinta centímetros de altura. A orelha crescera e se enrolara como cobra. Tentou se levantar. Difícil. Precisava segurar as orelhas enroladas. Pesavam. Ficou na cama. E sentia a orelha crescendo, com uma cosquinha. O sangue correndo para lá, os nervos, músculos, a pele se formando, rápido. Às quatro da tarde, toda a cama tinha sido tomada pela orelha. O escriturário sentia fome, sede. Às dez da noite, sua barriga roncava. A orelha tinha caído para fora da cama. Dormiu. Acordou no meio da noite com o barulhinho da orelha crescendo. Dormiu de novo e quando acordou na manhã seguinte, o quarto se enchera com a orelha. Ela estava em cima do guarda-roupa, embaixo da cama, na pia. E forçava a porta. Ao meio-dia, a orelha derrubou a porta, saiu pelo corredor. Duas horas mais tarde, encheu o corredor. Inundou a casa. Os hospedes fugiram para a rua. Chamaram a polícia, o corpo de bombeiros. A orelha saiu para o quintal. Para a rua. Vieram os açougueiros com facas, machados, serrotes. Os açougueiros trabalharam o dia inteiro cortando e amontoando. O prefeito mandou dar a carne aos pobres. Vieram os favelados, as organizações de assistência social, irmandades religiosas, donos de restaurantes, vendedores de churrasquinho na porta do estádio, donas-de-casa. Vinham com cestas, carrinhos, carroças, camionetas. Toda a população apanhou carne de orelha. Apareceu um administrador, trouxe sacos de plástico, higiênicos, organizou filas, fez uma distribuição racional. E quando todos tinham levado carne para aquele dia e para os outros, começaram a estocar. Encheram frigoríficos, geladeiras. Quando não havia mais onde estocar a carne de orelha, chamaram outras cidades. Vieram novos açougueiros. E a orelha crescia, era cortada e crescia, e os açougueiros trabalhavam. E vinham outros açougueiros. E os outros se cansavam. E a cidade não suportava mais carne de orelha. O povo pediu uma providência ao prefeito. E o prefeito ao governador. E o governador ao presidente. E quando não havia solução, um menino, diante da rua cheia de carne de orelha, disse a um policial: "Por que o senhor não mata o dono da orelha?" Disponível em <http://www.casadobruxo.com.br> . Acesso em 12 Out. 2016. 10. Assinale dentre as alternativas abaixo aquela em que o emprego do hífen segue a mesma regra de ortografia presente no termo destacado em “[...] Ela estava em cima do guarda-roupa”. a) mal-habituado b) bem-te-vi c) afro-asiático d) marca-passo e) cor-de-rosa 11. Considerando a ortografia, especificamente o uso (presença ou ausência) de hífen, a alternativa correta é: a) sulmatogrossense; matéria prima; mão-de-obra; anti-inflamatório; cor de rosa; cana de açúcar. b) sul-matogrossense; matéria-prima; antiinflamatório; cor-de-rosa; mão de obra; coparticipação. c) ultrassom; afro-brasileiro; porta-relógios; porta-sacos; infraestrutura; afrodescendente d) ultrassom; afro-brasileiro; portarrelógios; portassacos; infraestrutura; afro- descendente. e) ultrassom; afrobrasileiro; portarrelógios; portassacos; infra-estrutura; afro- descendente. 12. Alternativa correta quanto à grafia e acentuação das palavras é: a) carboidratos; micro-organizações; co-réu; socioproprietário. b) carbo-hidratos; micro-empreendedores; corréu; sócio-econômico. c) salário família; conta-corrente; bolsaescola; heroismo. d) portassacos; sul-matogrossense; caracois; hoteis. e) porta-sacos; sul-mato-grossense; caracóis; hotéis. 13. Quanto à flexão para o plural, assinalar a alternativa INCORRETA: a) Chapéu-de-sol → chapéus-de-sol. b) Bate-boca → bate-bocas. c) Segunda-feira → segundas-feiras. d) Salário-família → salários-família. e) Abaixo-assinado → abaixos-assinados. 14. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas conforme as regras do Novo Acordo Ortográfico relativas à sistematização do emprego de hífen ou de acentuação. a) Vôo, dêem, paranóico, assembléia, feiúra, vêem, baiúca. b) Interresistente, superrevista, manda-chuva, paraquedas. c) Antirreligioso, extraescolar, infrassom, coautor, antiaéreo. d) Préhistória, autobservação, infraxilar, suprauricular, inábil. Uma ode à estupidez É inconcebível que no rol de desafios da Nação esteja a volta de problemas com os quais já tivemos de lidar no passado, como a morte de crianças por sarampo, por exemplo. O sistema brasileiro de vacinação pública é um oásis de eficiência e profissionalismo em meio à improdutividade e ao descaso com o público que marcam boa parte dos serviços prestados pelo Estado aos cidadãos. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), a cada ano são aplicados, gratuitamente, cerca de 300 milhões de doses de 25 diferentes tipos de imunobiológicos em 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo o País. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Brasil é referência mundial em fabricação de vacinas, produzidas aqui pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz. A autossuficiência do País permite a exportação de doses para 70 países, grande parte na África. Pois bem. A despeito da importância da vacinação para a prevenção e controle de epidemias e da excelência do serviço que vem sendo oferecido à população, o País vai na contramão da tendência mundial que aponta para o crescimento do número de crianças vacinadas. Relatório recente divulgado pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em dados do Ministério da Saúde, mostrou que a cobertura nacional da vacina tríplice viral – contra sarampo, caxumba e rubéola – caiu de um porcentual bem próximo de 100% em 2014 para 85% no ano passado. Outro caso preocupante é o da poliomielite, doença que foi considerada erradicada no País há quase 30 anos. Em 2015, 95% das crianças brasileiras estavam imunes à poliomielite. Em 2016, o porcentual caiu para 84,4%, chegando a apenas 78,5% no ano passado. Há duas semanas, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para o risco de um novo surto de poliomielite em localidades com cobertura vacinal abaixo dos 95%. É o caso de 312 municípios, especialmente na Bahia, Estado onde a vacina contra a doença cobre menos de 50% da população-alvo. É inconcebível que no rol de desafios que se alinham diante da Nação esteja a volta de problemas com os quais já tivemos de lidar no passado, e com relativo sucesso. Já não há mais espaço em nossa arca de infortúnios – que não são poucos ou triviais – para a morte de crianças por sarampo, por exemplo, ou para a paralisia que pode ser causada pela poliomielite. O sinal amarelo deve servir para o governo federal avaliar o que pode ser melhorado no que concerne à comunicação oficial com a população e, se for o caso, na capilaridade da oferta de vacinas, fazendo-as chegar a mais pessoas. Em nota, o Ministério da Saúde informou que “tem atuado fortemente na disseminação de informações junto à sociedade alertando sobretudo sobre os riscos de baixas coberturas”. A queda do número de crianças vacinadas com menos de 5 anos, ainda de acordo com o documento, “é a principal preocupação da pasta no momento”. Mas a responsabilidade por este triste retrocesso também recai, em grande medida, sobre os pais e responsáveis pelos menores. Por mais absurdo que possa parecer, cresce no País uma espécie de “Revolta da Vacina moderna”, com base em “novos estudos” que indicariam – pasme o leitor – os “riscos” a que as crianças estariam submetidas caso fossem vacinadas. A ode à estupidez é turbinada pelas redes sociais, terreno fértil para o florescimento de informações falsas e teorias conspirativas que seriam tão somente ridículas se não pusessem sob risco de morte milhares de crianças, incluindo os filhos de pais ciosos de suas obrigações. Ao não vacinarem seus filhos, os pais põem em risco todo o sistema de saúde pública. Uma das fake news que circulam no meio digital dá conta de que a vacina tríplice viral causaria autismo. A “tese” é sustentada por um “estudo” de 1998 elaborado por um médico do Reino Unido, mais interessado em ganhar dinheiro do que em produzir ciência. A “falsificação elaborada” foi revelada por artigo publicado no British Medical Journal em 2011, mas ainda produz efeitos em mentes doentias. Enquanto não houver vacina contra a insensatez, restanos valorizar e amplificar, seja como órgãos de imprensa, seja como cidadãos, o alcance da boa informação. Há vidas que dependem fundamentalmente disso. Estadão. Opinião. Disponível em:<https://opiniao.estadao.com.br/noticias /geral,uma- ode-a-estupidez,70002409637> . Acesso em: 22/07/2018. 15. Em: “A autossuficiência do País permite a exportação de doses para 70 países, grande parte na África”, segundo regras e convenções ortográficas vigentes, a não hifenização da palavra destacada justifica-se pelo mesmo processo ocorrido em: a) subatômico b) preencher c) malnascido d) semiárido e) contrarreforma OBRE HIENAS E VIRA-LATAS Aproveitando o momento de vulnerabilidade política e econômica do nosso país, os defensores de uma integração dependente do Brasil na economia internacional estão lançando uma nova ofensiva, facilitada pelas agruras do ajuste fiscal, com queda nos investimentos governamentais e o descrédito – convenientemente estimulado – das empresas estatais, na esteira do escândalo da Petrobrás. Em vez de atacar a raiz desses ilícitos, que é o financiamento empresarial das campanhas eleitorais (o que não diminui a responsabilidade dos transgressores da lei), os pós-neoliberais preferem investir contra os poucos instrumentos de política industrial que o Estado brasileiro ainda detém. A estratégia é ampla e não se limita a aspectos internos da economia. Incide diretamente sobre a forma pela qual o Brasil se insere na economia mundial. Três linhas de ação têm sido perseguidas. Uma já faz parte do antigo receituário de boa parte dos comentaristas em matéria econômica: o Brasil deveria abandonar a sua preferência pelo sistema multilateral (representado pela Organização Mundial do Comércio) e dar mais atenção a acordos bilaterais com economias desenvolvidas, seja com a União Europeia, seja com os Estados Unidos da América. O refinamento, não totalmente novo, é o de que, para chegar a esses acordos, o Brasil deve buscar a “flexibilização” do Mercosul, privando-o de sua característica essencial de uma união aduaneira. Sem perceber que a motivação principal da integração é política – já que a Paz é o maior bem a ser preservado – os arautos da liberalização, sob o pretexto de aumentar nossa autonomia em relação aos nossos vizinhos, facilitando a abertura do mercado brasileiro, na verdade empurrarão os sócios menores (não em importância, mas em tamanho) para os braços das grandes potências. É de esperar que não venham a reclamar quando bases militares estrangeiras surgirem próximo das nossas fronteiras. O segundo pilar do tripé, que está sendo gestado em gabinetes de peritos desprovidos de visão estratégica, consiste em tornar o Brasil membro pleno da OCDE, a organização que congrega primordialmente economias desenvolvidas. Essa atitude contraria a posição de aproximação cautelosa seguida até aqui e que nos tem permitido participar de vários grupos, sem tolher nossa liberdade de ação. A lógica para a busca ansiosa pelo status de membro pleno residiria na melhoria do nosso rating junto às agências de risco, decorrente do nosso compromisso com políticas de investimentos, compras governamentais e propriedade intelectual (entre outras) estranhas ao modelo de crescimento defendido por sucessivos governos brasileiros, independentemente de partidos ou de ideologias. O ganho no curto prazo se limitaria, se tanto, a um aspecto de marketing, e seria muito pequeno quando comparado com o custo real, representado pela perda de latitude de escolha de nossas políticas (industrial, ambiental, de saúde, etc.). Finalmente – e esse é o aspecto mais recente da ofensiva pós-neoliberal – há quem já fale em ressuscitar a Área de Livre Comércio das Américas, cujas negociações chegaram a um impasse entre 2003 e 2004, quando ficou claro que os EUA não abandonariam suas exigências em patentes farmacêuticas (inclusive no que tange ao método para a solução de controvérsias) e pouco ou nada nos ofereceriam em agricultura. A Alca, tal como proposta, previa não apenas uma ampla abertura comercial em matéria de bens e serviços, de efeitos danosos para nosso parque industrial, mas também regras muito mais estritas e desfavoráveis aos nossos interesses do que as que haviam sido negociadas multilateralmente (isto é, no sistema GATT/OMC), inclusive por governos que antecederam ao do Presidente Lula. Tudo isso, sob a hegemonia da maior potência econômica do continente americano (e, por enquanto pelo menos, do mundo). Medidas desse tipo não constituem ajustes passageiros. São mudanças estruturais, que, caso adotadas, alterariam profundamente o caminho de desenvolvimento que, com maior ou menor ênfase, sucessivos governos escolheram trilhar. Os que propugnam por esse redirecionamento de nossa inserção no mundo parecem ignorar que mudanças desse porte, sem um mandato popular expresso nas urnas, seriam não só prejudiciais economicamente, mas constituiriam uma violência contra a democracia. Evidentemente nosso governo não se deixará levar por pressões midiáticas, mas até alguns ardorosos defensores de um Brasil independente e soberano podem não ser de todo infensos a influências de intelectuais que granjearam alguma respeitabilidade pela obra passada. Daí a necessidade do alerta: “intelectuais progressistas, preparai-vos para o debate”. Ele vai ser duro e não se dará somente nos salões acadêmicos ou nos corredores palacianos. Terá que ir às ruas, às praças e às portas de fábrica. (Texto de Celso Amorim, Carta Maior - 14 de abril de 2015) 16. Indique a opção em que todos as palavras estão conforme a norma culta: a) sobreumano, vicerrei, subumano e anteprojeto. b) mandachuva, semirreta, vicerrei e vice-almirante. c) vice-rei, micro-ondas, micro-ônibus e hiperacidez. d) subclavicular, sub-delegado, sub-emenda e vicerrei. e) infrassom, infraepático, semirreta e vicerrei. 17. De acordo com a Nova Ortografia, está corretamente escrito o termo a) hiper-hidratação. b) hiper-sensibilidade. c) hiper-esfera. d) hiperrrancoroso. Laivos de memória "... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, ao fim dessa primeira etapa, mais ainda se convencerão de que abraçaram uma carreira difícil, árdua, cheia de sacrifícios, mas útil, nobre e, sobretudo bela." (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) Há quase 50 anos, experimentei um misto de angústia, tristeza e ansiedade que meu jovem coração de adolescente soube suportar com bravura. Naquela ocasião, despedia-me dos amigos de infância e da família e deixava para trás bucólica cidadezinha da região serrana fluminense. A motivação que me levava a abandonar gentes e coisas tão caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a decisão tomada de dar novos rumos à minha vida. Meu mundo de então se tornara pequeno demais para as minhas aspirações. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito além das montanhas que circundam minha terra natal. Como resistir à sedução e ao fascínio que a vida no mar desperta nos corações dos jovens? Havia, portanto, uma convicção: aquelas despedidas, ainda que dolorosas - e despedidas são sempre dolorosas - não seriam certamente em vão. Não tinha dúvidas de que os sonhos que acalentavam meu coração pouco a pouco iriam se converter em realidade. Em março de 1962, desembarcávamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracação do Colégio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colégio Naval, não posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espaço em nossos corações, era naquele momento substituída pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasião das despedidas, provara- se equivocado: às nossas caras famílias de origem agregava-se uma nova, a Família Naval, composta pelos recém-chegados companheiros; e às respectivas cidades de nascimento, como a minha bucólica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria a histórica Villegagnon em meio à sublime baia de Guanabara. Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivência, tanto no Colégio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem científica, humanística e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, práticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegação, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indeléveis. Estes e tantos outros símbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. Ainda como alunos do Colégio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar - a razão de ser da carreira naval. Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza! Fechando o ciclo das Viagens de Instrução, o tão sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Nós, da Turma Míguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade ímpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegação da Marinha Brasileira. Após o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro início da vida profissional - no meu caso, a bordo do cruzador Tamandaré, o inesquecível C-12. Era a inevitável separação da Turma do CN-62/63 e da EN-64/67. Novamente um misto de satisfação e ansiedade tomou conta do coração, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Após proveitosos, mas descontraídos estágios de instrução como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial começariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transição do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notável escritor-marinheiro Gastão Penalva escrevera com muita propriedade: "...é a fase inesquecível de nosso ofício. Coincide exatamente com a adolescência, primavera da vida. Tudo são flores e ilusões... Depois começam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acúmulo de deveres novos". E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradáveis e duradouras lembranças em nossa memória, Com o passar dos tempos, inúmeros Conveses e Praça d'Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967. Ah ! Como é gratificante, ainda que melancólico, repassar tantas lembranças, tantos termos expressivos, tanta gíria maruja, tantas tradições, fainas e eventos tão intensamente vividos a bordo de inesquecíveis e saudosos navios... E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas líquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das águas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem número de enseadas, baías, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonançosos e ventos tranquilos e favoráveis. Inúmeros foram também os portos e cidades visitadas, não só no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimáveis e valiosos conhecimentos, principalmente graças ao contato com povos diferentes e até mesmo de culturas exóticas e hábitos às vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilão e hoje Siri Lanka . Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Câmara Cascudo, "o mar não guarda os vestígios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a ilusão cordial do descobrimento”. (CÉSAR, CMG (RMl) William Carmo. Laivos de memória. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, n° 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) 18. Em que opção o plural do substantivo composto segue a mesma regra de flexão do termo destacado em o tão sonhado embarque no Navio-Escola." (11°§)? a) água-marinha valiosa. b) obra-prima da Natureza. c) vitória-régia da Amazônia. d) salário-família irrisório. e) carta-bilhete do Aspirante 19. A respeito da formação do plural dos substantivos compostos, quando os termos componentes se ligam por hífen, podem ser flexionados os dois termos ou apenas um deles. O substantivo composto que NÃO apresenta flexão de número como matéria-prima é: a) água-benta b) batalha-naval c) bate-bola d) batata-doce e) obra-prima 20. Assinale o item inteiramente correto. a- São esses os objetos porque trabalhamos. b- Trabalhou-se até de madrugada porque o documento era urgente. c- É difícil a situação porque passamos. d- Cada ato administrativo deve ter um porque muito claro. e- Por que os administradores têm sido negligentes, chegou-se a este ponto. 21. Assinale a sequência que preenche corretamente as lacunas. “Todos os cidadãos devem saber ............................ o Poder Legislativo está assim. Estamos instalando novos computadores, é um momento de transição, eis o ................................ .” a- por que – porquê; c- porquê – por que; b- porque – por quê; d- por que – porque. 22. Assinale a alternativa incorreta, de acordo com o padrão culto da modalidade escrita da língua portuguesa. a- Maria se indigna por que não obteve a classificação? (aqui, na realidade, seria um ponto final e não de interrogação). b- Por que haveria de se ocupar daquele assunto, se não era a sua obrigação? c- O princípio de que o réu é inocente até prova em contrário é uma conquista da civilização; daí por que não tem ele que se preocupar. d- Depois de suas explicações foi fácil entender por que tomara aquela decisão. 23. Assinale a opção em que o vocábulo entre parênteses preenche corretamente a lacuna correspondente. a- Não se punem os malfeitores .......................................... não se dispõe de um Código Penal atualizado? É nada! (porque) b- Essa questão requer indagar-se preliminarmente ......................................... não se derrubou ainda a inflação, no Brasil. (porque) c- Pergunta-se, para começar, o ................................. de tanto barulho. (por quê) d- Não se fará mudança ....................................... não foi votada uma nova Constituição? O que se quer é empurrar com a barriga. (por que) e- Todos sabem, aqui no Brasil, ..................................... não se punem os bandidos graúdos. (porque) 24. Todos os vocábulos devem ser acentuados em: a) alcateia, album, aneis, ateismo; b) carater, sutil, alias, alcool; c) contem, logico, avos, abdomen; d) predio, colmeia, ruim, contribuinte; e) homilia, nuvem, tenue, juiz. 25. No que se refere à acentuação gráfica, é correto afirmar que: a) mês, porá, e fará recebem acento gráfico por serem palavras oxítonas, terminadas, respectivamente, em s e a. b) altruístico, sonâmbulo e egoísta seguem a mesma regra de acentuação gráfica. c) árvore e trânsito segue a regra de acentuação gráfica das palavras trissílabas terminadas em O. d) Quilômetro e recíproco seguem a mesma regra de acentuação gráfica. e) Troféu recebe acento gráfico porque é oxítona termina em U. 26. Julgue os próximos itens, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê. Em cada eleição se manifesta o desejo de permanência ou mudança. Mudar por quê? Nem todos os porquês são razoavelmente justificáveis. É preciso que cada um reflita seriamente para saber por que quer mudar, ou por que quer a continuidade de determinado grupo no poder. C. Certo E. Errado Alguns prefeitos se reelegem com extrema facilidade. Por que isso ocorre? Por que prefeitos de municípios recém-criados se reelegem com muito mais facilidade do que os demais? Provavelmente, porque têm mais liberdade para gastar e amplas possibilidades de contratar novos funcionários para compor a burocracia local. C. Certo E. Errado 27. Observando a grafia, a concordância e a regência, incluindo casos de crase, assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte texto: Não entendo _________ ainda não ____________ em minha conta os valores _________ aos bens sinistrados. _______ __ carta, encaminhei os laudos e todos os documentos exigidos pela seguradora. Espero que isso se resolva logo, pois quero assistir ___ jogos do meu time no Paulistão. a) porque; foi creditado; correspondente; anexo; a; os. b) porquê; foram creditado; correspondentes; anexa; à; aos. c) por que; foi creditado; correspondentes; anexos; à; aos. d) por que; foram creditados; correspondentes; anexos; à; aos. e) porque; foram creditados; correspondente; anexos; a; os. O exorcismo Rosário, a feiticeira andaluza, estava há muitos anos lutando contra os demônios. O pior dos satanases tinha sido seu sogro. Aquele malvado tinha morrido estendido na cama, na noite em que blasfemou*, e o crucifixo de bronze soltou-se da parede e quebrou-lhe o crânio. Rosário se ofereceu para desendemoniar-nos. Jogou no lixo a nossa bela máscara mexicana de Lúcifer e esparramou uma fumaçarada de arruda, manjerona e louro bendito. Depois pregou na porta uma ferradura com as pontas para fora, pendurou alguns alhos e derramou, aqui e acolá, punhadinhos de sal e montões de fé. – Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. E disse que dali para a frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a ajuda a ajudar. (Eduardo Galeano, O livro dos abraços. Adaptado) 28. Na pronúncia, as palavras “mau” e “porque”, destacadas nos dois últimos parágrafos do texto, muitas vezes não se distinguem de “mal” e “por que”, o que acaba por refletir- se em emprego inadequado delas, na escrita. Assinale a alternativa em que essas palavras estão corretamente empregadas no contexto. a) A polícia descobriu os meios por que atuam as quadrilhas que assaltam à luz do dia, mau disfarçando o que fazem. b) Uma informação mal interpretada causa grandes problemas, porque gera resposta e ações inadequadas. c) O que o funcionário, até então, mau sabia é o motivo porque seu nome foi posto na lista dos não promovidos. d) Ainda não se descobriu porque o projeto foi devolvido ao setor de planejamento; suspeita-se que tenha sido mau feito. e) As peças foram devolvidas por que acusaram mal funcionamento e provocaram acidentes. 29. A palavra ou a expressão destacada aparece corretamente grafada, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em: a) A história da energia mostra porquê até a invenção da máquina a vapor a prática de cortar árvores não prejudicava tanto as florestas. b) A utilização dos combustíveis fósseis aumentou por quê a indústria automobilística vem colocando grande número de veículos circulando nas cidades. c) As pessoas deveriam saber os riscos de um apagão para conhecerem melhor o por quê da necessidade de economizar energia. d) Os tóxicos ambientais são substâncias prejudiciais por que causam danos aos seres vivos e ao meio ambiente. e) A energia está associada ao meio ambiente porque toda a sua produção é resultado da utilização das forças oferecidas pela natureza. Come, meu filho – O mundo parece chato mas eu sei que não é. [...] – Sabe por que parece chato? Porque, sempre que a gente olha, o céu está em cima, nunca está embaixo, nunca está de lado. Eu sei que o mundo é redondo porque disseram, mas só ia parecer redondo se a gente olhasse e às vezes o céu estivesse lá embaixo. Eu sei que é redondo, mas para mim é chato, mas Ronaldo só sabe que o mundo é redondo, para ele não parece chato. – ... – Porque eu estive em muitos países e vi que nos Estados Unidos o céu também é em cima, por isso o mundo parecia todo reto para mim. Mas Ronaldo nunca saiu do Brasil e pode pensar que só aqui é que o céu é lá em cima, que nos outros lugares não é chato, que só é chato no Brasil, que nos outros lugares que ele não viu vai arredondando. Quando dizem para ele, é só acreditar, pra ele nada precisa parecer. Você prefere prato fundo ou prato chato? – Chat... raso, quer dizer. – Eu também. No fundo, parece que cabe mais, mas é só para o fundo, no chato cabe para os lados e a gente vê logo tudo o que tem. Pepino não parece inreal? – Irreal. – Por que você acha? – Se diz assim. – Não, por que é que você também achou que pepino parece inreal? Eu também. A gente olha e vê um pouco do outro lado, é cheio de desenho bem igual, é frio na boca, faz barulho de um pouco de vidro quando se mastiga. Você não acha que pepino parece inventado? – Parece. – Onde foi inventado feijão com arroz? – Aqui. – Ou no árabe, igual que Pedrinho disse de outra coisa? – Aqui. – Na Sorveteria Gatão o sorvete é bom porque tem gosto igual da cor. Para você carne tem gosto de carne? – Às vezes. – Duvido! Só quero ver: da carne pendurada no açougue?! – Não. – E nem da carne que a gente fala. Não tem gosto de quando você diz que carne tem vitamina. – Não fala tanto, come. – Mas você está olhando desse jeito para mim, mas não é para eu comer, é porque você está gostando muito de mim, adivinhei ou errei? – Adivinhou. Come, Paulinho. – Você só pensa nisso. Eu falei muito para você não pensar só em comida, mas você vai e não esquece. (LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo, Círculo do livro, 1988. P. 122- 124.) 30. No texto, estão presentes as formas “por que” e “porque”, na indagação “– Sabe por que parece chato?” pode-se afirmar que a forma utilizada é formada por a) uma conjunção. b) preposição acrescida de pronome relativo. c) preposição acrescida de monossílabo tônico. d) preposição acrescida de pronome interrogativo.
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