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ENCONTRO DE BIOÉTICA DO PARANÁ – Vulnerabilidades: pelo cuidado e defesa da vida em situações de maior vulnerabilidade. 2, 2011, Curitiba. Anais eletrônicos... Curitiba: Champagnat, 2011, p. 121-130. Disponível em: http://www.bioeticapr.org.br/ e - ISSN: 2176-8269 DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTÉICA EM CRIANÇAS BRASILEIRAS Camila Pereira Vianna 1 Débora Antunes Salviano 1 Marina Baur Ribas 1 Leide da Conceição Sanches 2 RESUMO Este trabalho apresenta o tema Desnutrição Infantil no Brasil com enfoque na desnutrição energético-protéica. Esta é, sinteticamente, uma deficiência na ingestão de nutrientes vitais ao organismo, como proteínas, lipídeos e carboidratos; sendo dividida em dois tipos: marasmo e kwashiorkor. As manifestações citadas podem ser causadas por antecedentes gestacionais, ambiente físico, situação familiar, entre outros, caracterizando uma doença multifatorial. Pode ser diagnosticada principalmente através dos índices antropométricos da criança, além da verificação dos marcadores bioquímicos do indivíduo, como os níveis de albumina e transferrina. Seu tratamento depende de um diagnóstico eficaz e é dividido em período de estabilização, etapa de reabilitação e acompanhamento ambulatorial. Este estudo se faz importante, pois a desnutrição energético-protéica é uma das principais causas de morte infantil em todo o mundo, sendo que no Brasil sua maior incidência se dá no Nordeste. Por isto, procuraremos entender a doença como uma vulnerabilidade, já que a enfermidade traz prejuízos não somente para a saúde do indivíduo, mas também afeta sua postura diante da sociedade. A pesquisa é caracterizada por exploratória em revisão de literatura e artigos científicos durante o período de agosto a outubro de 2010. Palavras-chave: Desnutrição infantil. Desnutrição energético-protéica. Alimentação. ABSTRACT This paper presents the theme Child Malnutrition in Brazil focusing on protein-energy malnutrition. In summary this means a deficiency in vital nutrients to the body, such as proteins, lipids and carbohydrates, which were divided into two categories: marasmus and kwashiorkor. The events mentioned above may be caused by gestational history, physical environment, family situation, among others, featuring a multifactorial disease. It can be diagnosed mainly by anthropometric index of the child, other than testing of biochemical markers of the individual, such as albumin and transferrin. Its treatment depends on effective diagnosis and is divided into a stabilization period, a stage of rehabilitation and outpatient. This study is important because protein energy is a major cause of childhood death worldwide, with its highest incidence in Brazil occurs in Northeast. Therefore, it is important to understand the illness as vulnerability, since the disease causes damage not only when it comes to individual health but also affects their attitude to society. The research is characterized by exploratory review of literature and scientific articles during the period of August to October 2010. 1 Acadêmica do 2° Período do Curso de Biomedicina das Faculdades Pequeno Príncipe. 2 Mestre em Sociologia pela UFPR. Professora de Sociologia e de Momento Integrador do Curso de Biomedicina das Faculdades Pequeno Príncipe. 122 Keywords: Child malnutrition, protein energy malnutrition, feeding. INTRODUÇÃO Este estudo apresenta o tema desnutrição infantil energético-protéica no Brasil, que na opinião de Weffort e Lamounier (2009), apesar de ser um país emergente e apresentar uma redução na desnutrição infantil, a taxa de mortalidade ainda é um problema de saúde pública que atinge, principalmente, crianças menores de três anos de idade. Afeta todas as regiões do Brasil, especialmente nos bolsões de pobreza, muito embora haja uma maior concentração nas regiões Norte e Nordeste. A região Sudeste é a segunda no ranking brasileiro, a parte rica dessa região convive com a desnutrição na periferia, nas favelas que aparecem repentinamente sem qualquer condição básica de saneamento, nas ruas e no campo. Neste último vê-se um castigo pelo atraso pela miséria do povo que nele vive. O estudo da desnutrição infantil se faz importante porque segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2010, um terço das mortes de crianças no mundo é atribuído à desnutrição. A nutrição é fundamental para saúde e desenvolvimento da criança, além de significar um sistema imune mais forte, menos doenças e uma melhor saúde para pessoas de todas as idades. O objetivo geral do trabalho é entender a desnutrição como uma vulnerabilidade. Como objetivos específicos, pretendemos discutir causas e conseqüências do problema no Brasil, avaliar a desnutrição dos aspectos sociológicos e biológicos e apresentar possíveis soluções. MÉTODO Este estudo caracteriza-se por uma pesquisa exploratória realizada por meio de revisão de literatura, artigos científicos e sites especializados durante o período de agosto e outubro de 2010. As palavras-chave utilizadas foram desnutrição infantil, desnutrição energético-protéica e alimentação. Os critérios de inclusão foram artigos científicos em português, inglês ou espanhol de 1970 a 2010. 123 DESNUTRIÇÃO Como o alimento que comemos é aproveitado pelo nosso organismo. Segundo Junqueira e Carneiro (2008), o nosso sistema digestivo tem por função fundamental a obtenção de moléculas a partir da ingestão de alimentos. Estas moléculas suprem as necessidades energéticas dos organismos, assim como realizam a manutenção e o crescimento dos mesmos. Porém, para que haja a absorção dessas partículas como proteínas, lipídeos, carboidratos e ácidos nucléicos, é preciso haver uma quebra destes componentes em moléculas menores. Isso facilita a absorção através do revestimento do trato digestivo. A digestão inicia-se na boca com a mastigação que tritura e umidifica o bolo alimentar. É na cavidade oral que também se inicia a quebra do amido através da amilase salivar. O alimento será então deglutido e passará pela faringe, órgão comum ao sistema digestivo e respiratório. A partir daí, chegará ao esôfago, que é um tubo muscular que realiza movimentos peristálticos e leva o alimento até o estômago. Este, que possui formato de bolsa, continua a digestão e começa a quebra de proteínas, através da enzima pepsina e de lipídeos. Depois chega ao intestino delgado, o qual continuará a quebrar proteínas, carboidratos e lipídeos, absorvendo os produtos digestivos. É no intestino grosso que se dá a maior absorção de água e sais (CÂNDIDA, 2010). O QUE É DESNUTRIÇÃO Desnutrição segundo Pacievitch (2010) é uma doença que de modo geral é causada por uma deficiência na ingestão de proteínas, lipídeos, vitaminas e carboidratos. Isto pode estar associado ao organismo não conseguir absorver corretamente os nutrientes dos alimentos ingeridos pelo indivíduo, sendo fator determinante para o desenvolvimento da enfermidade. Causada por diversos fatores que geralmente estão associados à pobreza e à falta de alimento que dela decorre, a desnutrição é caracterizada como uma síndrome multifatorial. As estimativas indicam que mais de 170 milhões de crianças no mundo em desenvolvimento estão desnutridas devido ao baixo peso para a idade e cerca de 230 milhões pela baixa estatura para a idade. Sabe-se que até manifestações leves da doença podem limitar o desenvolvimento físico e intelectual de uma criança, o que leva muitas vezes a uma evasão precoce da escola, contribuindo para os atuais índices de analfabetismo entre a população de baixa renda (BRASIL, 2010).Um dos tipos de desnutrição existentes é a energético-protéica (DEP), na qual nos deteremos nesta publicação. Esta é uma síndrome que envolve várias doenças, em que cada uma é derivada da falta de um ou mais nutrientes específicos como, por exemplo, cálcio, iodo e ferro; 124 fazendo assim com que haja um desequilíbrio celular entre o fornecimento de nutrientes e energia em relação a demanda corporal que assegura o crescimento, manutenção e funções específicas. Outra definição é que segundo a OMS (1973) caracteriza-se como uma gama de condições patológicas com deficiência simultânea de proteínas e calorias em diversas proporções geralmente associadas à baixa idade e comumente acompanhada de infecções (BRASIL, 2010). Porém, antes de nos aprofundarmos no tema acima descrito, explicaremos que existem três tipos principais de alterações dietéticas. São elas: Desnutrição calórica total, mais conhecida como fome, ou seja, diminuição da quantidade total de alimentos. Em níveis severos foi denominada marasmo. Alteração da qualidade da dieta, modificando a composição dos alimentos ingeridos. Pode provocar um tipo de desnutrição severa chamada kwashiorkor. Obesidade caracterizada pelo aumento da quantidade da ingestão de alimentos necessários ao funcionamento normal do organismo. Essas alterações dietéticas provocam modificações no metabolismo, que tenta se adequar provocando alterações em nossa homeostase (SAWAYA, 2010). KWASHIORKOR E MARASMO Para Sawaya (2010) a desnutrição energético-protéica pode ser dividida de maneira geral em duas síndromes chamadas de marasmo e kwashiorkor. Suas etiologias ainda são discutidas, pois alguns autores acham se tratar de um mesmo assunto, porque ambas poderiam resultar de uma privação dietética de mesmo tipo e grau. Porém há quem acredite que kwashiorkor se difira do marasmo, pois esta é basicamente energética e àquela protéica. Essas diferenças etiológicas estão associadas principalmente à geografia, tipos de comida, idade, etc.. Outra diferença é que kwashiorkor apresenta edema, fator crucial para diferenciar as duas formas de manifestações desnutritivas. Já o marasmo além de não apresentar edema, observa-se uma severa perda de gordura subcutânea e músculo, acompanhada de uma perda no crescimento. Apesar de saber que ambas as doenças possuem maior incidência em crianças e bebês que vivem em zonas pobres de países em desenvolvimento (como é o caso do Brasil), o marasmo é a manifestação mais freqüente, predominando em áreas mais secas caracterizadas pela escassez de alimentos. Assim, conclui-se que este último associa-se a fome aguda bem como ao jejum. Portanto, devido a grande seca presente em muitos estados do nordeste brasileiro, onde a fome é 125 crônica ocorre um tipo especial de desnutrição conhecido como nanismo nutricional; caracterizando a perda de crescimento tão marcante (SAWAYA, 2010). Além disso, costuma-se acrescentar uma terceira manifestação da desnutrição que é a mistura dos sintomas das duas já citadas. É o chamado kwashiorkor marasmático. Para diferenciar as três formas na hora do diagnóstico, utiliza-se uma classificação denominada Welcome que além de se basear na presença ou ausência de edema, analisa o déficit de peso corpóreo. Crianças edematosas que pesam entre 60-80% do peso esperado para a faixa etária são classificadas como possuindo kwashiorkor. Já os sem edema pesando menos que 60% esperado para a idade são marasmáticos. O diagnóstico intermediário de kwashiorkor marasmático é classificado de acordo com a presença de edema e o peso abaixo dos 60% esperados para a faixa etária (SAWAYA apud GIBSON, 2010). CAUSAS DA DESNUTRIÇÃO De acordo com Guimarães (2007), a desnutrição infantil configura-se como um dos maiores problemas mundiais da atualidade, tratando-se de saúde pública. A causa da desnutrição infantil é multifatorial, como condições socioeconômicas e culturais, doenças, desmame precoce, etc.. A desnutrição infantil é mostrada como resultado de uma ingestão de alimentos inadequada, cuidados precários de saúde e cuidados maternos deficientes para com a criança (NOBREGA, 1998). Dentre os fatores que contribuem para a desnutrição infantil destacam-se ainda necessidades maiores como a deficiência de proteínas, devido a indisponibilidade por fatores socioeconômicos e/ou desigualdade social (OSORIO et al., 2002). Outra causa comum é a falta do pré-natal, assim como o desmame inadequado, sem contar com a vacinação que deve estar em dia para não agravar a doença. Crianças de 6 à 24 meses compõem o grupo de alto risco da desnutrição, e por isso a Organização Mundial da Saúde recomenda amamentação exclusiva por pelo menos 6 meses (OMS, 2010). Uma pesquisa da Pastoral de Criança de 2002 indicou que o analfabetismo também agrava o problema da desnutrição. Segundo Juraci César, médico que coordenou a pesquisa, combater o analfabetismo da mãe pode significar salvar a vida de uma criança (TORTATO, 2002). 126 CONSEQÜÊNCIAS BIOLÓGICAS DA DESNUTRIÇÃO São inúmeras as conseqüências que a desnutrição traz ao organismo humano, sendo os principais a fadiga, irritabilidade e letargia, porém os sintomas mais específicos variam de acordo com o tipo de desnutrição. Sugere-se que as diferenças na etiologia variam de acordo com as áreas geográficas, tipo de comida, idade, ausência ou presença de algumas infecções, entre outros (SAWAYA, 2010). No marasmo a perda de peso é mais severa, devido à perda de tecido muscular e de gordura subcutânea. Além disso, foram relatadas inúmeras anormalidades no metabolismo da glicose, que variam de acordo com a severidade e duração da desnutrição. Observa-se também um aumento nos níveis de cortisol, o hormônio do stress, tornando a criança irritadiça e apática, além de transformar o cabelo em quebradiço, podendo descolorir-se (SAWAYA, 2010). De acordo com Sawaya (2010), na kwashiorkor o edema é essencial característica para diagnóstico. O fígado é particularmente afetado, tornando-se gorduroso e aumentado, ocorrendo uma perda dos mecanismos homeostáticos. Nesse caso, é comum os pacientes apresentarem lesões típicas na pele, cabelo descolorido e apatia. DIAGNÓSTICO De acordo com Campos (2003), o diagnóstico segue principalmente os índices antropométricos da criança, como índice de massa corpórea (IMC), perda de peso, alteração de peso média e circunferência do meio do braço, sendo este último responsável pela correlação com as reservas protéicas dos músculos, útil para detectar presença de edema. Atualmente, um novo método de identificação do desnutrido vem sendo usado, a mini- avaliação nutricional (MAN), que foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisas da Nestlé para, em menos de 15 minutos, classificar o indivíduo em eutrófico, em risco de desnutrição ou desnutrido, usando 18 itens facilmente mensuráveis, e sem nenhum exame de sangue (CAMPOS, 2003). TRATAMENTO O tratamento da desnutrição envolve o diagnóstico preciso e rápido, o uso adequado de medicamentos e a terapia nutricional. Este tratamento clínico é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo dividido em três fases: Período de Estabilização; Etapa de Reabilitação e Acompanhamento Ambulatorial (BRASIL, 2005). 127 Fase 1: Paciente desnutrido deve ser considerado imunodeficiente, devido as características fisiopatológicas, e não tolera administração de grandes volumes, sendo necessária a reposição de macronutrientes. A terapia nutricional deve ser adequada às necessidades energéticas de macro e micronutrientes, devendo-se considerar o nível de estresse de cada criança. O objetivo não deve ser somentea recuperação nutricional da criança, mas a estabilização clínico-metabólica. Fase 2: Nesta fase a criança encontra-se em estabilidade clínica e pode ser iniciada a reabilitação nutricional com objetivo da recuperação pondero-estatural, que consiste em oferecer alimentação adequada e estimulo motor e emocional. Fase 3: Acompanhamento em Unidades de Saúde (US) para prevenir recaídas e assegurar a continuidade do tratamento. ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA DESNUTRIÇÃO Segundo o Governo Brasileiro (2010), a desnutrição infantil é uma síndrome multifatorial que tem como um de seus principais vilões a pobreza. Esta é intimamente relacionada à falta de condições econômicas para que necessidades básicas como a alimentação do indivíduo possa ser realizada com satisfação. Além disso, recursos destinados à habitação, educação, vestuário e saúde devem ser priorizados para que o quadro da doença não se desenvolva. No entanto não é isso que presenciamos em inúmeras comunidades brasileiras que estão à beira da miséria e conseqüentemente da marginalidade. Para que esse quadro melhore, precisaria haver uma mudança social em que os menos favorecidos economicamente adquirissem voz e poder nas instituições sociais, além de terem condições para enfrentar possíveis crises econômicas e catástrofes naturais. Sabe-se que hoje o índice de crianças desnutridas em países ricos não chega a 5%, enquanto nos países pobres esses níveis podem chegar a 50%; o que caracteriza a doença como a principal causa de mortalidade infantil do mundo. No entanto, 75% das causas de morte são devidas às desnutrições leves e moderadas, que por não apresentarem sinais aparentes aos leigos no assunto, levam ao término da vida. É na África subsaariana que se encontram as maiores proporções de mortalidade em crianças (BRASIL, 2010). Para a UNICEF (2008) a sociedade é prejudicada pela desnutrição, pois afeta o intelecto, a produtividade e o potencial do indivíduo. Sendo assim, estima-se que 200 milhões de crianças que estão vivas e possuem menos de cinco anos estejam desnutridas; caracterizadas pela falta de 128 direito de desenvolver seu potencial mental comprometido pela doença, conseqüência direta da fome (AZEVEDO, 2010). Segundo Barreto (2010), é nas formas agudas de desnutrição que se evidenciam o prejuízo social da doença, em que a morte lenta é o pior deles, pois subtrai a vida e a dignidade dos indivíduos. Os baixos salários também contribuem e muito para esse paradigma, pois, ao ganhar pouco o trabalhador não consegue suprir suas necessidades básicas bem como as de sua família, levando-os à fome. Devido a uma retração na atividade econômica brasileira, constatou-se em 1990 uma exacerbação no quadro de deficiência alimentar e nutricional jamais presenciada pela população. Isso não decorre pelo nível global de produção de alimentos, mas sim pelo acesso efetivo aos produtos alimentícios, que dependem diretamente da renda do consumidor. Com esse declínio da disponibilidade per capta dos alimentos de base o quadro da desnutrição infantil agravou-se. Desse modo, podemos relacionar a criação do Programa Fome Zero que visa dar um adicional à renda das famílias carentes (BARRETO, 2010). BRASIL E A DESNUTRIÇÃO No Brasil, existem regiões com índices sociais e nutricionais comparáveis aos da África. Há prevalência da desnutrição nas populações rurais e as regiões mais afetadas são as do Norte e Nordeste, que apresentam índices chegando a 18%, onde já foi descrita como nanismo nutricional. Porém há duas décadas esse índice já foi três vezes maior. 24,5% dos meninos e 23,6% das meninas apresentaram déficit de altura. Hoje, os índices caíram para 7,9% e 6,9% respectivamente (POF 2008/09). Já a desnutrição aguda, ou a magreza, é de baixa incidência no Brasil, de acordo com Sawaya (2010). A redução da prevalência de desnutrição na população brasileira está mais relacionada à melhora na infra-estrutura urbana do que à redução da pobreza em si, segundo uma pesquisa do Min. da Saúde de 2008. Porém uma pesquisa do mesmo em 2010 mostrou que o aumento da estatura das crianças brasileiras foi devido às melhorias no poder aquisitivo das famílias de menor renda, aumento da escolaridade das mães, universalização do ensino fundamental e à ampliação da cobertura de serviços básicos de saúde e saneamento. Este estudo revelou também que o déficit de altura de meninas com menos de cinco anos caiu 85% entre 1974 à 2007, e para os meninos 77% (MS, 2010). Segundo Sawaya (2010), até a década de 60, a kwashiorkor foi considerada predominante, porém hoje se sabe que é o marasmo que apresenta maior incidência no mundo. 129 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista os argumentos apresentados nesta pesquisa, é possível afirmar que a desnutrição energético-protéica é a doença que atinge os maiores índices de mortalidade infantil no Brasil e no mundo. Causada por diversos fatores, a enfermidade traz prejuízos não somente para a saúde do indivíduo, mas também afeta sua postura diante da sociedade. Sendo assim, concluímos que são válidos investimentos para prevenção e tratamento da desnutrição, aliados à educação nutricional e apoio à estrutura econômica familiar. O objetivo inicial desta pesquisa foi alcançado, pois conhecendo a desnutrição com suas causas e conseqüências, pudemos verificar que o indivíduo torna-se vulnerável perante seu estado de saúde física e mental, bem como sua relação com a sociedade, que fica frágil. Levando-se em conta o que foi apresentado e discutido neste trabalho pode-se considerar que é preciso uma atenção especial àqueles acometidos pela doença para que os índices assustadores de mortalidade sejam diminuídos. Para isso, é importante que sejam realizadas ações eficientes e urgentes na promoção da saúde e educação, atingindo principalmente as comunidades mais carentes onde a falta de informação e condições econômicas são mais precárias. REFERÊNCIAS ACC/SCN/WHO – World Health Organization. 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