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OBJETIVO 1 - RECONHECER AS CARACTERÍSTICAS DAS ETAPAS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DAS CRIANÇAS DO NASCIMENTO ATÉ O 5° ANO DE VIDA (1° INFÂNCIA). Segundo o biólogo e psicólogo Jean Piaget, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, todas as pessoas passam por quatro estágios de desenvolvimento cognitivo: • Estágio sensório-motor, que vai do nascimento aos 2 anos de idade; • Estágio pré-operacional, que se estende dos 2 anos até os 6 ou 7; • Estágio operatório-concreto, dos 6 ou 7 anos até os 11 ou 12; e • Estágio lógico-formal, dos 12 anos em diante. Desenvolvimento Social • Olhar o examinador e segui-lo em 180º = 2 meses • Sorriso social = 3 meses • Leva mão a objetos = 4 meses • Apreensão a estranhos = 10 meses • Dá tchau, bate palma = 15 meses • Imita atividades diárias = 18 meses Desenvolvimento Motor • Sustento cefálico = 4 meses • Sentar com apoio = 6 meses • Sentar sem apoio = 9 meses • Pinça superior = 9 meses • Em pé com apoio = 10 meses • Andar sem apoio = 18 meses Desenvolvimento da Linguagem • Lalação = 6 meses • Primeiras palavras = 12 meses • Palavra frase = 18 meses • Junta duas palavras = 2 anos • Frases gramaticais = 3 anos OBJETIVO 2- DEFINIR CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, e está mais relacionado ao aspecto físico e ao aumento do tamanho do corpo da criança, como, por exemplo, o aumento da altura de do peso. Ele é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo o crescimento. O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso é um dos indicadores de saúde da criança, porque permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. Essas duas condições quando diagnosticadas e tratadas evita que desvios do crescimento possam comprometer a saúde atual e a qualidade de vida futura da criança. O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da Criança que utiliza como parâmetros para avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os gráficos: • perímetro cefálico (de zero a 2 anos), • peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), • comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), • índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento (para menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura. Desde a vida intrauterina, a criança deve ter seu crescimento monitorado, que nessa fase é feito pela ultrassonografia obstétrica. Após o nascimento, altura e peso devem ser aferidos até os 18 anos, colocando os resultados nas curvas de crescimento para avaliar se o padrão de crescimento da criança está compatível com outras de mesmo sexo e idade, e verificar se o crescimento está de acordo com o padrão de estatura da família. As tabelas a seguir apresentam os pontos de corte para a avaliação do crescimento da criança que podem ser avaliados a partir do registro dos dados antropométricos nas curvas disponíveis na Caderneta de Saúde da Criança e pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde. Um critério para se avaliar se o canal ou percentil de crescimento no qual a criança está crescendo, é ou não o esperado para aquela criança, é o cálculo da estatura-alvo ou altura-alvo que utiliza como base a altura dos pais. A fórmula matemática para calcular é a seguinte (cálculo em cm): Meninas = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) – 13) /2 Meninos = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) + 13) /2 𝑀𝐸𝑁𝐼𝑁𝑂(𝐴) = 𝐻𝑚 + (𝐻𝑝 − 13) 2 O resultado desse cálculo indica o canal de crescimento da família. Considera-se normal uma variação de ± 5 cm. Por exemplo: se uma menina tem uma mãe com altura de 160 cm e um pai com altura de 173 cm, a altura-alvo estimada para ela será de 160 cm, com uma variação entre 155-165 cm. Para que a criança atinja todo o seu potencial, muitos fatores estão envolvidos: nutrição, ausência de doenças crônicas, sono adequado, prática moderada de exercícios, saúde emocional entre outros. Mas, o principal fator para determinar a altura de um adulto, é mesmo a genética. Cerca de 80% da estatura é determinada pelo tamanho dos pais. Mas ao contrário do que se pensa, não existe um gene do crescimento, mas sim centenas deles que interagem entre si e contribuem, cada um, com uma parcela maior ou menor para a estatura final. Atualmente, foram identificados 423 genes que interferem no crescimento. Há um cuidado especial para crianças prematuras, com baixo peso para a idade gestacional ou com restrição do crescimento intrauterino, pois elas não tiveram seu crescimento intrauterino adequado. O acompanhamento ideal das crianças pré-termo exige a utilização de curvas específicas ou que se corrija a idade cronológica até que completem 2 anos de idade para a utilização das curvas-padrão. A maioria dos autores recomenda utilizar a idade corrigida na avaliação do crescimento e desenvolvimento de crianças pré-termo no mínimo até os 2 anos de idade, para não subestimá-los na comparação com a população de referência. ENTENDER ESCORE Z E GUARDAR PARA O MODULO: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescime nto_desenvolvimento.pdf → PAGINA 42 A 45 O desenvolvimento é um processo que envolve a aquisição de novas funções, tais como as intelectuais, sociais e motoras, que estão interligados e influenciam mutuamente durante a vida do indivíduo. O desenvolvimento é frequentemente dividido em domínios específicos, como motor grosseiro, motor fino, linguagem, cognitivo e crescimento social/emocional. Essas designações são úteis, mas não https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf devem ser consideradas friamente ou ao pé da letra, porque esses domínios foram estabelecido usando as médias de idades alcançadas por marcos específicos, bem como as faixas de normalidade, para uma população geral. Mas como os progressos são variáveis dentro de diferentes domínios, pode ocorrer o caso da criança começar a andar tarde, mas fala sentenças cedo. 1. Desenvolvimento social/pessoal: ocorre pela interação com o meio/pessoas. Cada criança tem um temperamento ou humor individual. Algumas crianças podem ser alegres e adaptáveis e desenvolver facilmente rotinas, mas outras crianças não são muito adaptáveis e podem ter grandes irregularidades em suas rotinas. O crescimento emocional e a aquisição de aptidões sociais são avaliados pela observação da interação da criança com outras, em situações diárias. 2. Desenvolvimento motor grosseiro: uso dos músculos grandes do corpo, ou seja, a capacidade de realizar movimentos amplos. 3. Desenvolvimento motor fino: uso de pequenos músculos das mãos, como pegar pequenos objetos, desenhar. 4. Desenvolvimento cognitivo: desenvolvimento cognitivo refere-se ao amadurecimento intelectual das crianças. O intelecto dascrianças pequenas é avaliado pela observação das aptidões de linguagem, curiosidade e habilidades de resolver problemas. Assim que a criança começa a verbalizar, torna-se mais fácil avaliar a função intelectual utilizando ferramentas clínicas especializadas. No momento em que a criança vai à escola, ela fica sob monitoramento constante como parte do processo acadêmico. Por isso as avaliações do desenvolvimento devem sempre levar em consideração as informações e opiniões dos pais e da escola sobre a criança. 5. Desenvolvimento da linguagem: a aquisição da linguagem desenvolve em várias etapas. A criança vai sendo exposta a um mundo sonoro de comunicação por meio dos familiares e do ambiente. Inicialmente, a criança tem uma percepção da entonação das vozes e depois adquire a tentativa de imitação de sons, quando a criança escuta um som e percebe como o adulto o reproduz, apenas não consegue reproduzir ainda. A fala surge em torno dos segundo e terceiro mês de vida com a emissão dos primeiros sons (gugugu, papapa), o chamado balbucio. Já em torno do quinto mês, podem imitar alguns sons emitidos pelos adultos. Mostram também reação às entonações com significado expressas pelo adulto, sorrindo ou tranquilizando-se com falas mais doces e reconfortantes, ou mesmo crispando a face e chorando se um tom mais forte ou mesmo um grito for utilizado. As primeiras palavras vão surgir no período dos dez aos 12 meses. As crianças utilizam para a sua emissão fonemas labiais (papá e mamã). Passam a atender quando chamadas pelo nome. Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento podem ser classificados em genéticos (por exemplo: síndrome de Down), biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia neonatal, meningites) e/ou ambientais (fatores familiares, de ambiente físico, fatores sociais). Mas, a maior parte dos traços de desenvolvimento da criança é de origem multifatorial e representa a interação entre a herança genética e os fatores ambientais. A manifestação de dificuldades no desenvolvimento é muito variável e pode ser de ordem mental, física, auditiva, visual ou relacional. O déficit mental caracteriza-se por um estado de redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior à média, que se inicia durante o período de desenvolvimento da criança e está associado a limitações em pelo menos dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, atividades de vida diária, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, aptidões escolares, lazer e trabalho. A observação do desenvolvimento deve ser feita durante a consulta da criança. O profissional deve tentar observar os marcos ou indicadores desde o início, quando a mãe entra no consultório. Só o absolutamente necessário deve ser elicitado na mesa de exame. A criança no colo da mãe se mostra mais cooperativa e tranquila. No caso dos bebês, deve-se tentar observá-los no período entre as mamadas, haja vista que quando famintos ficam muito irritados e pouco cooperativos; e após as mamadas, sonolentos e pouco responsivos. A Ficha de Acompanhamento do Desenvolvimento deve ficar no prontuário da criança; e a padronização para o seu uso, no consultório. Sempre que possível, o profissional deve tentar utilizar a mesma forma de padronização1 o que facilitará o exame e dará maior confiabilidade aos achados clínicos. O profissional anotará a sua observação no espaço correspondente à idade da criança e ao marco do desenvolvimento esperado, de acordo com a seguinte codificação: • P = Presente • A = Ausente • NV = Não Verificado Ao se aplicar a ficha, algumas das seguintes situações podem ocorrer: • presença das respostas esperadas para a idade. A criança está se desenvolvendo bem e o profissional de saúde deve seguir o calendário de consulta; • falha em alcançar algum marco do desenvolvimento para a idade. Antecipar a consulta seguinte; investigar a situação ambiental da criança, relação com a mãe, oferta de estímulos. Sugere-se orientar a mãe para brincar e conversar com a criança durante os cuidados diários; • persistência do atraso por mais de duas consultas (ou ausência do marco no último quadro sombreado). Se verificado, encaminhar a criança para referência ou serviço de maior complexidade. OBJETIVO 3 - DESCREVER OS MECANISMOS DE CRESCIMENTO NORMAL E AS FORMAS DE AVALIAÇÃO (ANTROPOMETRIA). O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança. O processo de crescimento é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal processo. Deve- se valorizar também o crescimento intrauterino, pois diversos estudos atestam que alterações no crescimento fetal e infantil podem ter efeitos permanentes na saúde do adulto. Avaliar o crescimento da criança é uma atividade fundamental da prática pediátrica. O acompanhamento do peso, da altura (comprimento) e do perímetro craniano (este nos 3 primeiros anos de vida) pode orientar o pediatra sobre as condições de saúde de seu paciente, do mesmo modo quando a mãe (ou cuidador) apresenta alguma queixa ou não. O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da Criança. A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: perímetro cefálico (de zero a 2 anos), peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). • IMC A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento (para menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura O cálculo do IMC deverá ser realizado a partir da aplicação da fórmula a seguir, após realizada a mensuração de peso e altura ou de comprimento da criança. As crianças menores de 2 anos deverão ser mensuradas deitadas em superfície lisa (comprimento) e as crianças maiores de 2 anos deverão ser mensuradas em pé (altura). A Caderneta de Saúde da Criança apresenta as tabelas de IMC calculadas e orienta as pessoas sobre o seu uso. As tabelas a seguir apresentam os pontos de corte para a avaliação do crescimento da criança que podem ser avaliados a partir do registro dos dados antropométricos nas curvas disponíveis na Caderneta de Saúde da Criança e pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do MS. • Registro de Peso/Idade O Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança possui um eixo vertical e um eixo horizontal. O eixo vertical corresponde ao peso em quilogramas. Inicia-se com 2 kg e aumenta de 1 em 1 kg. O eixo horizontal corresponde à idade da criança em meses e vai do nascimento (0 meses) até 72 meses. O Ministério da Saúde propõe no Cartão da Criança um gráfico com quatro linhas, assim nominadas de cima para baixo: a primeiralinha superior, representa os valores do percentil 97 (que corresponde a +2 escores Z), a linha pontilhada representa o percentil 10, a terceira linha representa o percentil 3 (que corresponde a -2 escores Z) e a linha mais inferior (em vermelho) corresponde ao percentil 0,1 (representa os valores abaixo de -3 escores Z). Na proposta do cartão da criança, os pesos entre os percentis 10 e 3 caracterizam uma situação de risco ou de alerta nutricional; os pesos entre o percentil 3 e o percentil 0,1 representam peso baixo para a idade (ou ganho insuficiente de peso) e os valores abaixo do percentil 0,1 representam peso muito baixo para a idade. →Interpretação da curva de crescimento Para a avaliação do crescimento individual de uma criança devem ser considerado dois aspectos: A) Na primeira medição, observar a posição do peso em relação aos pontos de corte superior e inferior: • acima do percentil 97: classificar como sobrepeso; • entre os percentis 97 e 3: faixa de normalidade nutricional; • entre os percentis 10 e 3: classificar como risco nutricional; • entre os percentis 3 e 0,1: classificar como peso baixo; • abaixo do percentil 0,1: classificar como peso muito baixo. B) Nas medições seguintes, observar a posição e também o sentido do traçado da curva de crescimento da criança: • posição da linha que representa o traçado de crescimento da criança: entre os percentis 97 e 3, corresponde ao caminho da saúde; • sentido do traçado da curva da criança (ascendente, horizontal ou descendente), desenhada em linha contínua a partir da ligação de dois ou mais pontos com intervalos não superiores a dois meses. Intervalos maiores devem ser desenhados com linha pontilhada para chamar a atenção. • Estatura/idade O índice estatura para a idade pode ser expresso na forma de percentil. Por exemplo: uma criança com 12 meses de idade, cujo comprimento corresponde ao percentil 15 da população de referência, tem comprimento igual ou superior a 15% das crianças da população de referência com igual idade e sexo. Um índice antropométrico passa a ser um indicador das condições do crescimento quando a ele é associado um ponto de corte. Por exemplo: estatura para idade < P3. Assim, o percentil 3 é o limite abaixo do qual a criança pode ser considerada com baixa estatura, já que 3% das crianças da população de referência apresentam estaturas inferiores à esta. Deve ser utilizado para o acompanhamento do crescimento linear da criança e identificação das deficiências de estatura. Pode ainda ser relacionado ao peso (peso para estatura), tornando-se um índice para avaliar desnutrição aguda e sobrepeso. • Perímetro cefálico Importante variável para avaliar crescimento da cabeça/cérebro de crianças nos dois primeiros anos de vida. Além desta idade, o perímetro da cabeça cresce tão lentamente que sua medida não reflete alterações no estado nutricional. No entanto, é importante considerar que a avaliação do desenvolvimento é mais sensível e detecta mais precocemente essas alterações. O perímetro adequado é expresso na forma de uma faixa de normalidade que situa-se entre os percentis 10 e 90. O quadro de perímetro cefálico encontra-se no anexo deste manual e corresponde ao referencial do NCHS. No caso desse índice estar fora da faixa considerada de normalidade, a criança deve ser encaminhada para um especialista ou equipe multiprofissional, para afastar diagnóstico de microcefalia ou de macrocefalia. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_c rianca_crescimento_desenvolvimento.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescime nto_desenvolvimento.pdf OBJETIVO 4 - RECONHECER AS FASES E OS MECANISMOS QUE LEVAM AO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL O desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) é definido como um processo de mudanças no comportamento motor de um indivíduo e que está interligado com a idade. Esse processo de mudança é muito importante para o ser humano, pois quando o recém-nascido (RN) nasce o seu sistema nervoso central (SNC) ainda não está completamente desenvolvido e em consequência disso ele é totalmente dependente das pessoas que fazem parte de seu convívio. Mas, é a partir da sua estimulação, tanto sensorial quanto motora, que o seu desenvolvimento ocorrerá e se manterá em constante evolução, auxiliando também no seu processo de aprendizagem. E para que esse processo ocorra com êxito utilizam-se vários recursos, em especial a estimulação precoce (EP), que ajuda a desenvolver a criança de acordo com a fase em que ela se encontra. A EP pode ser aplicada por meio de atividades e exercícios de estimulação e, é importante, que estas atividades sejam aplicadas de forma agradável, tanto para a criança quanto para os pais, pois desta forma estão dando carinho e criando um ambiente propício à estimulação que vai ajudar a desenvolver as capacidades do RN como as percepções sensoriais, movimentos normais, comunicação, socialização e a capacidade de raciocínio, e irá auxiliar na prevenção de possíveis problemas no desenvolvimento da criança. O desenvolvimento neuropsicomotor se dá no sentido craniocaudal, portanto, em primeiro lugar a criança firma a cabeça, a seguir o tronco e após os membros inferiores. A maturação cerebral também ocorre no sentido postero-anterior, portanto, primeiro a criança fixa o olhar (região occipital), a seguir leva a mão aos objetos, etc. A avaliação do desenvolvimento deve ser baseada nos marcos definidos pela escala de desenvolvimento Denver II. Deve-se avaliar o desenvolvimento social, motor e linguagem. O Teste de Denver é uma escala utilizada por profissionais de saúde para avaliar e identificar crianças entre 0 e 6 anos de idade com risco para atraso no desenvolvimento (ADNPM). Essa escala não é um teste de inteligência, ou seja, não mede o QI da criança e não foi desenvolvida para diagnosticar distúrbios de aprendizagem ou emocional. O teste baseia-se principalmente na observação da execução dos itens, e no relato dos pais, comparando https://www.medicina.ufmg.br/observaped/atraso-do-desenvolvimento-neuropsicomotor-adnpm/ o desempenho de uma determinada criança com o desempenho de outras crianças da mesma idade. É dividido em 4 áreas: • Pessoal-social – envolve aspectos da socialização da criança dentro e fora do ambiente familiar; • Motricidade fina – coordenação olho-mão, manipulação de pequenos objetos; • Linguagem – produção de som, capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem; • Motricidade ampla – sentar, caminhar, pular e os demais movimentos realizados pela musculatura ampla. É importante ressaltar que o Teste de Denver não determina de forma definitiva um atraso da criança. Ele serve de alerta para um risco no desenvolvimento, que pode ser confirmado ou não por uma avaliação mais específica. ➢ ATÉ 10 DIAS DE VIDA O bebê se apresenta numa flexão fisiológica em supino e prono, que é o resultado da maturação do Sistema Nervoso Central (SNC) durante a vida fetal. Nessa fase, o bebê consegue liberar as vias aéreas levantando a cabeça, virando a mesma para a direita e esquerda, promovendo uma forte estimulação proprioceptiva. Este movimento é influenciado pelo sistema labiríntico, que provoca a reação de retificação da cabeça. O bebê ainda não tem uma flexão ativa e graduada do pescoço e não é capaz de manter a cabeça na linha mediana. A cabeça virada para o lado facilita o contato da mão à boca. A mão se apresenta em flexão com os dedos aduzidos. Quando levantado para a posição sentada o bebê tenta iniciar o movimento de flexão da cabeça, mas perde o controle e a cabeça cai para trás, devido ainda à ausência do controle do tronco. Nesta fase obebê consegue visualizar melhor com contraste preto e branco, acompanhando um objeto lateralmente e verticalmente. ➢ PRIMEIRO MÊS Predomina o padrão de flexão fisiológica e, o período de posturas assimétricas. A cabeça está quase sempre colocada de lado, o corpo segue em rotação em bloco (posição dorsal/supina); os braços formam ângulo com o corpo, as mãos estão semi-fechadas, o polegar aduzido (mas sem resistência, frouxo). O tórax encontra-se na linha média e muda de posição de acordo com a movimentação da cabeça com auxílio do reflexo tônico-nucal assimétrico. O reflexo de Moro pode aparecer quando a cabeça se move. Quando levantada da posição dorsal para sentada, segurada pelas mãos a cabeça pende para trás, a cabeça oscila para os lados, e o cotovelo mantém em flexão e ainda não possui o controle da cabeça. Ao ser segurado pelas axilas, como se fosse andar, apresenta a marcha reflexa, que costuma desaparecer por volta dos 2 meses, e os olhos acompanham os objetos em linha média. Reage a brinquedos luminosos ou sonoros, porém assusta-se com facilidade. ➢ SEGUNDO MÊS A criança ainda apresenta predomínio da flexão corporal, mas realiza extensão melhor. Na posição dorsal (supino) apresenta a cabeça para o lado quase sempre para o lado de preferência, mas sem restrição para virar para o outro lado. As mãos encontram-se mais abertas, os braços com mais extensão, mas não chegando a linha média. Ainda não apresenta controle da cabeça, apesar de acompanhar bem o movimento. Quando na posição ereta, sentada, a cabeça tende a cair um pouco, oscilando. Na postura (ventral/prono) a criança começa a estender o segmento torácico, levanta a cabeça de 0 a 45º, muitas vezes de forma assimétrica, tentando manter a cabeça na linha média. O quadril (pélvis) se encontra com menos flexão (retroversão) e mais extensão, levando assim mais estabilidade para o pescoço, as pernas menos flexionadas com mais abdução e rotação externa. Quando estimulada a pegar um objeto nas mãos, ambas se encontram predominantemente fechadas; mas abre-se quando tocada e frequentemente encontra-se na boca o polegar ou a mão inteira. Consegue visualizar o objeto até a linha média e a ultrapassa a curto período, porém, quando pega um objeto com as mãos, não solta devido o reflexo de preensão palmar ➢ TERCEIRO MÊS Na posição supino ou dorsal apresenta rotação corporal, a cabeça consegue ser mantida na linha média, mas tende a ficar do lado de preferência. Quando a criança move a cabeça para o lado, o tronco mostra-se virando para o lado do rosto. As mãos já podem ser trazidas na linha média, os dedos se encontram mais abertos, pegam objetos, mas não os largam voluntariamente, é largado apenas quando as mãos se abrem, como por exemplo, na presença do reflexo de Moro. Quando levantado para sentar, a cabeça se mantém na linha média, acompanhando o movimento na posição ventral ou prono (Figura 22). A cabeça ergue até 45º, com apoio nos antebraços podendo oscilar de um lado para o outro e para frente. As mãos fechadas podem abrir momentaneamente. Nesta fase o tônus flexor, já não predomina, entrando mais o extensor para vencer a gravidade como o controle da cabeça, tronco em diferentes posições. A criança já apresenta melhora nas reações de equilíbrio “Sustentar a cabeça aos três meses é a melhor prova de que o desenvolvimento psicomotor do bebê está perfeito” (DE LAMARE, 2009). ➢ QUARTO MÊS A criança apresenta competência para manter-se na posição dorsal (supino). A simetria indica que ela é capaz de virar para os lados, manter a cabeça na linha média com o pescoço alongado; quando levantada para sentar para frente, utiliza ativamente o abdômen com bom controle de cabeça. Quando colocada sentada, o tronco não possui estabilidade ou equilíbrio e tende para frente. Ainda não há reações de apoio embora o braço já apresente extensão sem que a criança faça peso. As mãos iniciam o abrir quando se aproximam de um suporte. Inicia-se o suporte de peso nas mãos, semifechadas com extensão dos cotovelos se empunhando para cima (Figura 23). ➢ QUINTO MÊS Nesta fase a criança em posição prono apresenta bom controle de cabeça na posição de prono/supino com extensão até a pelve. Na posição dorsal ou supina, quando levantado para sentar antecipa o movimento de elevação da cabeça, apresenta total controle em todos os planos, iniciando o controle ativo do pescoço e tronco superior, começando o preparo para sentar. No quinto mês ocorre explosão das atividades. Tenta- se arrastar; rola; brinca com os chocalhos; puxa o pé à boca e chupa o dedo do pé, consegue apanhar objetos e trocá-los de mão. ➢ SEXTO MÊS Quando está sentada, transfere o peso para um dos lados, geralmente transfere o peso para frente e utiliza os braços (Figura 26). As mãos não despertam tanto interesse, assim, agora são instrumentos para suas necessidades como de locomoção. A curiosidade agora é despertada para os pés. ➢ SÉTIMO MÊS Nesta fase a criança praticamente não fica em decúbito dorsal e, se segurada para sentar ergue-se praticamente sozinha. Faz movimentos para frente e para trás, realiza transferência de peso para sentar de lado. Na postura sentada apresenta melhor equilíbrio, mais estabilidade, quando se inclina para frente, o tronco ainda é curvado, pernas em abdução e os quadris bem fletidos. ➢ OITAVO MÊS A criança se movimenta constantemente e realiza espontaneamente as mudanças de decúbito (prono/supino). Apresenta bom controle de cabeça no decúbito ventral e inicia o engatinhar com rotação deficiente do tronco e, se vira em círculo, em torno do próprio eixo. A criança começará a chutar e se erguer nas mãos das pessoas ou em objetos e móveis. Quando fica em pé os artelhos ficam em garras, pois ainda se vê o reflexo de preensão plantar. ➢ NONO MÊS Nesta fase praticamente não fica em uma postura somente, constantemente muda de posição: sentada para deitada e depois volta a sentar e erguer-se. Agacha-se, caminha engatinhando, quando fica de pé apresenta ligeira flexão dos joelhos, pois ainda não apresenta domínio desta postura. ➢ DÉCIMO MÊS A criança se movimenta constantemente, senta sozinha com total equilíbrio, vira para os lados, para frente e para trás, se apoia em objetos para assumir a postura de pé, embora às vezes, consegue realizá-la sem apoio. Anda se sustentando pelas duas mãos e normalmente passa da postura de pé para engatinhar, pois já o realiza com rapidez e agilidade (Figura 28). Alcança um objeto e também já o larga espontaneamente, atira o brinquedo a espera que alguém o busque, a preensão é como pinça (utilizando o polegar e o indicador). Brinca com as mãos na linha média, com os pés e o corpo inteiro, troca objetos de uma mão para a outra (coordenação). ➢ DÉCIMO PRIMEIRO E DÉCIMO SEGUNDO MÊS Apresenta marcha livre com os braços abertos. Transfere de decúbito dorsal para sentada, engatinha, utiliza os móveis para a posição de ajoelhada, meio ajoelhada e de pé. Sustenta-se com as duas mãos, em seguida, retira uma mão e tenta a marcha livre. Essas atividades motoras não são reflexos nem automáticas, requerem aprendizagem prévia. Adquirem-se nessa idade, noções de distância quando engatinha para alcance do brinquedo, de profundidade e do espaço vertical, ao dar os primeiros passos. OBJETIVO 5 - RECONHECER A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO, COMO ELE DEVE SER FEITO E AS NECESSIDADES ALIMENTARES NA INFÂNCIA Introdução Além de alimentar a criança, o aleitamento materno (AM) protege mãe e criança contra algumas doenças e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e psíquico da díade mãe- filho. DefiniçõesDiz-se que uma criança está em AM quando ela recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de estar recebendo ou não outros alimentos. O padrão de AM pode ser assim classificado: • AM exclusivo (AME): quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos; • AM predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões) e sucos de frutas; • AM complementado: quando a criança recebe, além do leite materno, alimentos complementares, definidos como qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementar o leite materno. O termo “suplemento” tem sido utilizado para água, chás e/ou leite de outras espécies; • AM misto ou parcial: quando a criança recebe, além do leite materno, outros tipos de leite. Recomendações quanto à duração do AM A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde do Brasil (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam AM por 2 anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses. Com relação à duração do AME, existem evidências de que não há vantagens em oferecer alimentos complementares a crianças menores de 6 meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, como maior chance de adoecer por infecção intestinal e hospitalização por doença respiratória. Além disso, a introdução precoce dos alimentos complementares diminui a duração do AM, interfere na absorção de nutrientes importantes nele existentes, como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações. Importância (SBP) O colostro é um líquido produzido pela mãe, de coloração branco-amarelada, desde o segundo trimestre de gestação até o final da gestação e parto. Contém o dobro de proteínas, albuminas e globulinas, menor concentração de lactose, gorduras e maior concentração de sais minerais, fatores de crescimento e fatores imunológicos se comparado ao leite maduro. Além disso, ambos possuem linfócitos T e B, monócitos, macrófagos, neutrófilos e células epiteliais Os efeitos do AM sobre a saúde da criança e da mulher que amamenta, apresentados a seguir, comprovam a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena: • redução da mortalidade infantil: estima-se que o AM pode reduzir em 13% a mortalidade em crianças menores de 5 anos por causas preveníveis. Nenhuma outra estratégia alcança o impacto da amamentação na redução das mortes de crianças dessa faixa etária.5 A amamentação na primeira hora de vida tem sido associada à redução da mortalidade neonatal; • redução da incidência e gravidade da diarreia: há fortes evidências epidemiológicas de que a amamentação confere proteção contra diarreia, sobretudo em crianças de baixo nível socioeconômico de países de baixa renda. É importante salientar que essa proteção diminui quando o AM deixa de ser exclusivo; • redução da morbidade por infecção respiratória: a proteção da amamentação contra infecções respiratórias e otite média foi demonstrada em vários estudos; • redução de alergias: há evidências de que o risco de dermatite atópica em crianças com história familiar de atopia, nascidas a termo e amamentadas exclusivamente por pelo menos meses, é menor quando comparadas com crianças amamentadas por menos tempo, assim como é menor a chance de desenvolver asma em crianças sem história familiar de asma, quando comparadas com crianças não amamentadas. A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca. Por isso, é muito importante evitar o uso desnecessário de fórmulas infantis nas maternidades; • redução de doenças crônicas: há relatos bem consistentes da associação entre AM e menor chance de desenvolver obesidade e diabete tipo 2, pressões sistólica e diastólica mais baixas e níveis menores de colesterol total; • melhor nutrição: por ser próprio da espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. Atualmente, o crescimento da criança amamentada é a referência utilizada nas curvas de crescimento da OMS; • melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência: a maioria dos estudos publicados sobre AM e desenvolvimento cognitivo conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto, quando comparadas com as não amamentadas ou amamentadas por um período inferior. Essa vantagem foi observada em diferentes faixas etárias, até mesmo em adultos; • melhor desenvolvimento da cavidade bucal: a interrupção precoce do exercício que a criança faz para retirar o leite do seio da mãe pode determinar ruptura do desenvolvimento motor-oral harmônico, prejudicando o alinhamento adequado dos dentes e as funções de mastigação, deglutição, respiração e fala; • proteção contra doenças na mulher que amamenta: há evidências de proteção do AM contra câncer de mama e de ovário, e o desenvolvimento de diabete tipo 2, além do efeito anticoncepcional; • economia: não amamentar tem implicações financeiras, podendo onerar uma família de modo substancial. Ao gasto com leites industrializados, devem-se acrescentar custos com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não amamentadas. Onera também o sistema público de saúde e as empresas/serviços públicos e privados, pelas faltas ao trabalho de mães e pais por doença da criança; • promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: apesar de difícil comprovação, é praticamente consenso que a amamentação traz benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. É uma oportunidade ímpar de intimidade e afeto, gerando sentimentos de segurança e proteção na criança e de autoconfiança e realização como mãe na mulher. Como deve ser feita • Pontos chaves para uma boa técnica de amamentação: Posicionamento: ✓ Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz em oposição ao mamilo ✓ Corpo do bebê próximo ao da mãe ✓ Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido) ✓ Bebê bem apoiado Pega ✓ Aréola um pouco mais visível acima da boca do bebê ✓ Boca bem aberta ✓ Lábio inferior virado para fora ✓ Queixo tocando a mama • Início da amamentação A amamentação deve ser iniciada tão logo quanto possível após o parto. A OMS e o MS recomendam contato pele a pele na primeira hora de vida, sempre que as condições de saúde da mãe e do bebê permitirem. A maioria dos bebês suga na primeira hora de vida, se lhe for dada oportunidade. A sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós- parto, ao liberar ocitocina, e de icterícia no recém- nascido, por aumentar a motilidade gastrointestinal. • Frequência das mamadas Habitualmente, o recém-nascido mama com frequência, sem regularidade quanto a horários. É comum um bebê em AME sob livre demanda mamar de 8 a 12 vezes ao dia. Muitas mães, em especial as inseguras e com baixa autoestima, costumam interpretar esse comportamento como sinal de fome do bebê, leite fraco ou insuficiente, culminando, quando não assistidas adequadamente, com a introdução de suplementos. O tamanho das mamas da mãe pode exercer alguma influência na frequência das mamadas. As mulheres com mamas maiores têm maior capacidade de armazenamento de leite e, por isso, podem ter mais flexibilidade com relação ao padrão de amamentação. Já as mulheres com mamas pequenas podem necessitar amamentar com mais frequência em virtude da sua pequena capacidade de armazenamento de leite. No entanto, o tamanho da mama não tem relação com aprodução do leite. • Duração das mamadas O tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser preestabelecido, pois o tempo necessário para esvaziar uma mama varia entre os bebês e, em uma mesma criança, pode variar dependendo da fome, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros fatores. Independentemente do tempo necessário, é importante que a criança esvazie a mama, pois o leite do final da mamada – leite posterior – contém mais calorias e sacia a criança. • Uso de suplementos Água, chás e, sobretudo, outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil. A mamadeira, além de ser importante fonte de contaminação, pode ter efeito negativo sobre o AM, pois algumas crianças desenvolvem preferência por bicos de mamadeira, apresentando dificuldade para amamentar ao seio. Alguns autores atribuem esse comportamento à “confusão de bicos”. • Uso de chupeta O uso de chupeta tem sido desaconselhado por diversas razões, entre as quais a possibilidade de interferir com o AM. Crianças que usam chupetas, em geral, são amamentadas menos frequentemente, o que pode prejudicar a produção de leite. Embora não haja dúvidas quanto à associação entre uso de chupeta e desmame precoce, ainda não está esclarecida a relação causa/efeito. É possível que o uso da chupeta seja um sinalizador de que a mãe está tendo dificuldades na amamentação ou de que tem menor disponibilidade para amamentar. Além de interferir com o AM, o uso de chupeta afeta negativamente a formação do palato. A comparação de crânios de pessoas que viveram antes do advento dos bicos de borracha com crânios mais modernos sugere o impacto negativo dos bicos na formação da cavidade oral. • Desmame Considerando o desmame uma fase do desenvolvimento da criança, o ideal seria que ele ocorresse naturalmente (desmame natural), na medida em que a criança, sob a liderança da mãe, vai adquirindo competência para isso. Esse tipo de desmame proporciona transição amamentação/desmame mais tranquila, menos estressante para a mãe e a criança, preenche as necessidades da criança (fisiológicas, imunológicas e psicológicas) até elas estarem maduras e, teoricamente, fortalece a relação mãe-filho. O desmame abrupto deve ser desencorajado, pois, se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e, muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais. No desmame natural, a criança autodesmama-se gradualmente, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre 2 e 4 anos, e, raramente, antes de 1 ano. A mãe tem participação ativa no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade. Há vários indicativos de que a criança pode estar pronta para iniciar o desmame: idade maior que 1 ano, menos interesse nas mamadas, aceita bem outros alimentos, é segura na sua relação com a mãe, aceita outras formas de consolo, aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais, às vezes dorme sem mamar no peito, mostra pouca ansiedade quando encorajada a não mamar e, às vezes, prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe em vez de mamar. Muitas vezes, a amamentação é interrompida, apesar do desejo da mãe em mantê-la. As razões mais frequentes alegadas pelas mães para a interrupção precoce do AM são: leite insuficiente, rejeição do seio pela criança, trabalho da mãe fora do lar, “leite fraco”, hospitalização da criança e problemas nas mamas e falta de orientação adequada. Muitos desses problemas podem ser evitados ou superados. Cabe a cada dupla mãe-bebê e sua família a decisão de manter a amamentação até o desmame natural ou interrompê-la em um determinado momento. Necessidades alimentares na infância A definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve levar em consideração a maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e as necessidades nutricionais. Até os quatro meses de idade, a criança ainda não atingiu o desenvolvimento fisiológico necessário para que possa receber alimentos sólidos. Apesar de o reflexo de protrusão (que faz com que o bebê jogue para fora tudo que é colocado em sua boca) estar desaparecendo, a criança ainda não senta sem apoio e não obtém o controle neuromuscular da cabeça e do pescoço para mostrar desinteresse ou saciedade, afastando a cabeça ou jogando-a para trás. Portanto, em função dessas limitações funcionais, nessa fase ela está preparada para receber basicamente refeição líquida (leite materno somente). Por volta do quarto ao sexto mês de vida, a aceitação e tolerância da alimentação pastosa melhoram sensivelmente não só em função do desaparecimento do reflexo de protrusão da língua, como também pela maturação da função gastrointestinal e renal e também do desenvolvimento neuromuscular. Com a aproximação do sexto mês de vida, o grau de tolerância gastrointestinal e a capacidade de absorção de nutrientes atingem um nível satisfatório e, por sua vez, a criança vai se adaptando física e fisiologicamente para uma alimentação mais variada quanto a consistência e textura. As crianças menores de seis meses que recebem com exclusividade o leite materno já muito cedo começam a desenvolver a capacidade de autocontrole da ingestão, aprendendo a distinguir as sensações de fome, durante o jejum, e de saciedade, após a alimentação. Essa capacidade permite à criança, nos primeiros anos de vida, assumir autocontrole sobre o volume de alimento que consome em cada refeição e os intervalos entre as refeições, segundo suas necessidades. Posteriormente esse autocontrole sofrerá influência de outros fatores, como o cultural e social. Deve-se sempre pesquisar a história familiar de reações alérgicas antes da introdução de novos alimentos. Após os seis meses, a criança amamentada deve receber três refeições ao dia (duas papas de fruta e uma papa salgada1 /comida de panela). Ao se aproximar do sétimo, respeitando-se a evolução da criança, deverá ser introduzida a segunda papa salgada/comida de panela (arroz, feijão, carne, legumes e verduras). Entre os seis aos 12 meses de vida, a criança necessita se adaptar aos novos alimentos, cujos sabores, texturas e consistências são muito diferentes do leite materno. Durante essa fase, não é preciso se preocupar com a quantidade de comida ingerida; o mais importante é proporcionar introdução lenta e gradual dos novos alimentos para que a criança se acostume aos poucos. Além disso, como consequência do seu desenvolvimento e controle sobre os movimentos e da fase exploratória em que se encontra, a criança não se satisfaz mais em apenas olhar e em receber passivamente a alimentação. É comum querer colocar as mãos na comida. É importante que se dê liberdade para que ela explore o ambiente e tudo que a cerca, inclusive os alimentos, permitindo que tome iniciativas. OBJETIVO 6- DESCREVER OS PRINCIPAIS TIPOS DE DESNUTRIÇÃO INFANTIL, MECANISMOS E CONSEQUÊNCIAS PARA A PERDA PONDERAL DA CRIANÇA Atualmente, existe um consenso entre autores estudiosos da desnutrição infantil que sugerem algumas vertentes determinantes para a desnutrição, destacando-se, entre elas, a adequação do cuidado, a segurança alimentar, a salubridade do ambiente e acesso aos serviços de saúde. As causas mais comuns de desnutrição, na infância, são o desmame precoce, a higienização deficiente na preparação dos alimentos, a falta de vitaminas e minerais na dieta e a incidência repetidade infecções, em particular, das doenças diarreicas e parasitoses intestinais. Aliado a tudo isso, está a pobreza que torna mais frequente a presença da desnutrição na criança. Dentre os tipos de desnutrição infantil, destaca-se a desnutrição energético-proteica (DEP). Falar dela é falar não só a respeito da principal alteração do estado nutricional, mas se repostar a um dos principais problemas de saúde nos diversos países em desenvolvimento A desnutrição infantil contribui, no continente americano, como causa associada em 28% dos óbitos por doenças infecciosas ocorridos em menores de 5 anos. No Brasil, a taxa de letalidade hospitalar das crianças com desnutrição grave internadas é de cerca de 20%. Este valor pode estar subestimado uma vez que o diagnóstico da desnutrição como causa básica que motivou a internação, nem sempre é feito e registrado no prontuário e também porque existe subnotificação da desnutrição como causa de óbito. As formas de manifestações clínicas da desnutrição são: • Kwashiorkor: Desnutrição predominante protéica. • Marasmo: Desnutrição energético-protéica equilibrada. • Kwashiorkor-marasmático: Forma mista, em que existe a desnutrição energética e a protéica, porém desequilibrada. ➢ Kwashiorkor É mais frequente em crianças menores de 5 anos e apresenta como características básicas: edema, diarreia, descamação da pele, despigmentação do cabelo, apatia, tristeza, face de lua. Ocasiona diminuição da proteína em diversos setores do organismo: sangue, tecidos periféricos, músculos, fígado e outras víceras. O kwashiorkor ou desnutrição edematosa, por sua vez, pode ainda ser descrito como uma doença de patogênese duvidosa. A perda de peso é geralmente menos severa do que no marasmo, embora seja muito variável, sendo que muitas crianças têm baixo peso enquanto outras têm peso normal para a idade, mesmo após a perda do edema. O kwashiorkor está associado a uma série de anormalidades bioquímicas que podem ser observadas muito antes do aparecimento da doença. O fígado é particularmente afetado e, em consequência, ocorre uma perda dos mecanismos homeostáticos. Estas crianças não mobilizam os estoques de proteína da sua musculatura para manter a função dos órgãos essenciais. Nelas, níveis baixos de cortisol são observados e, numa fase pré-kwashiorkor, níveis mais elevados de insulina foram detectados. As mudanças metabólicas mais importantes são uma redução marcante na concentração de proteínas plasmáticas, produzidas pelo fígado, entre elas a albumina, levando a um padrão alterado de aminoácidos plasmáticos, com redução do nível de aminoácidos essenciais, mas com valores normais ou até elevados de aminoácidos não- essenciais. Em Uganda, por exemplo, onde muitas crianças com kwashiorkor foram estudadas, observou-se níveis altos de insulina no jejum, indicando que a ação anabólica da insulina na musculatura e tecido adiposo poderia estar ativada. Mesmo que a ingestão calórica esteja muito abaixo do recomendado, como descrito para as crianças com kwashiorkor (cerca de 50%), bastaria que esta estivesse em excesso em relação à ingestão de proteína para que o stress hipoglicêmico não ocorresse, não promovendo, consequentemente, elevação dos níveis de glicocorticoides. nas) A baixa produção de aminoácidos essenciais causaria diminuição da síntese de albumina no fígado, que é a proteína produzida e liberada em maior quantidade por esse órgão. De acordo com esses achados, o kwashiorkor seria provocado por uma mensagem confusa que chegaria ao hipotálamo levando à manutenção de níveis mais elevados de insulina do que de cortisol, apesar da pouca oferta de substrato. Um resumo dessas alterações pode ser visto no quadro abaixo: ➢ Marasmo A deficiência de crescimento é acentuada, bem como a de peso, a atrofia muscular, a ausência de gordura subcutânea e a caquexia. Apresenta face de idoso e pele enrugada. Normalmente são crianças irritadiças. Proteínas plasmáticas normais, ou levemente diminuídas. ➢ Kwashiorkor-marasmático A mistura marasmo-kwashiorkor apresenta sintomas comuns a ambos. Em todos os casos, as crianças tendem a desenvolver diarreia, infecções e múltiplas deficiências de nutrientes. ➢ Hormônios Reprodutivos Vários estudos sugerem que a etiologia da alteração da maturação sexual e função reprodutora na desnutrição energético-protéica seja secundária à disfunção no sistema nervoso central. Pacientes desnutridos, com puberdade retardada, mostraram níveis de FSH (hormônio folículo estimulante) ainda mais diminuídos que LH (hormônio luteinizante) em ambos os sexos. Além disso, níveis elevados de prolactina são encontrados em pacientes com kwashiorkor e marasmo comparados com indivíduos normais da mesma população. Como a prolactina age alterando a função aminérgica no hipotálamo e assim inibe a liberação de GnRH, que é o hormônio estimulador das gonadotrofinas, ocorre o retardamento da puberdade. Estudos revelam que há um atraso da menarca de até dois anos em crianças desnutridas; um atraso de um ano do estágio puberal Tanner IV em meninos; e as gonadotrofinas urinárias só aumentaram após dois a quatro anos em relação à idade cronológica. OBJETIVO 7- RECONHECER AS CONSEQUÊNCIAS DAS PRINCIPAIS CARÊNCIAS ALIMENTARES E NUTRICIONAIS NA 1ª INFÂNCIA E A OFERTA DE ALIMENTOS INADEQUADOS. No Brasil, profundas mudanças no quadro da saúde da criança vêm marcando o início do século XXI. A queda da mortalidade infantil de 31,9 em 1997 para 24,11 em 2003 e a diminuição da prevalência de baixo peso para idade de 18,4% em 1974 para 5,7% em 1996 são exemplos contundentes dessas transformações. Se, por um lado, esses indicadores mostram uma melhoria na saúde infantil, o surgimento de problemas novos, como a obesidade e as suas consequências, vêm se constituindo em um desafio a ser enfrentado. Vivendo em um país de contrastes, a população de crianças e jovens convive com agravos nutricionais decorrentes, principalmente, de uma alimentação inadequada em termos de qualidade e quantidade. Assim, desnutrição e obesidade ainda fazem parte de um mesmo contexto e somam-se a outros, como a deficiência de vitaminas e sais minerais. Por estarem em contínuo crescimento e desenvolvimento, as crianças são especialmente susceptíveis a esses agravos, evoluindo com repercussões sistêmicas, atuais e futuras. Mesmo que muitos desses agravos tenham sua gênese na desigualdade que marca a nossa sociedade, o desempenho do A desnutrição proteico-energética é o conjunto de condições patológicas que resulta da deficiência concomitante de calorias e de proteínas e que ocorre com maior frequência em lactentes e pré- escolares, geralmente associada a infecções repetidas e a outros déficits nutricionais. Por ser associada às precárias condições socioeconômicas, sanitárias e ambientais, a desnutrição é uma doença social, determinada pelo modelo de desenvolvimento econômico, político, social e cultural de um país. Uma pesquisa realizada pelo IPEA em 1999 mostrou que 34% da população brasileira vivia em famílias com renda inferior à linha da pobreza, e 14% em famílias com renda inferior à linha de indigência. Assim, ao término do século XX, 53 milhões de brasileiros podiam ser classificados como pobres e 22 milhões como indigentes. Mesmo que no transcorrer dessa primeira década do século XXI os números tenham se modificado, o Brasil continua sendo um país de profundas desigualdades sociais, onde milhões de pobres e indigentes carecem de recursos mínimos para satisfazer as suas necessidades mais básicas. Uma das consequências mais trágicas dessa situação é a desnutrição infantil com toda a gama de alterações que ela acarreta. A desnutrição é uma condição de elevadaprevalência em países em desenvolvimento, sendo responsável, direta ou indiretamente, pelas altas taxas de morbidade e mortalidade em menores de cinco anos de idade. Calcula-se que nessa faixa etária, em todo o mundo, mais da metade dos óbitos está relacionada com desnutrição. Segundo estimativas da OMS, 26,7% (149,6 milhões) das crianças de países em desenvolvimento apresentam baixo peso para idade, e 32,5% (181,9 milhões), baixa estatura para idade. No Brasil, a Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 1996, constatou que a proporção de crianças brasileiras de 0 a 5 anos com baixa estatura para idade era 10,5%; com baixo peso para idade era 5,7% e baixo peso para altura era 2,3%. Essa pesquisa constatou ainda que a proporção de crianças com baixo peso para idade era o dobro no meio rural, e que as regiões Norte e Nordeste eram as que apresentavam a maior prevalência de desnutrição infantil. As repercussões da desnutrição, especialmente nas crianças, são gerais, afetando todos os sistemas, impedindo o adequado crescimento e desenvolvimento, diminuindo a qualidade de vida e restringindo consideravelmente as chances de elas se tornarem adultos saudáveis. A desnutrição desencadeia uma série de respostas adaptativas com alterações no metabolismo. A diminuição do peso é uma das respostas iniciais à carência proteico-energética. Seguem-se a desaceleração do crescimento, as alterações hormonais, enzimáticas e da resposta imunológica. As crianças desnutridas são mais susceptíveis às infecções, têm dificuldades para absorver certos nutrientes, são mais propensas à diarreia, aos distúrbios hidroeletrolíticos, à hipoglicemia e hipotermia. A anemia não somente é consequência das carências específicas, como também aparece em resposta à baixa demanda de oxigênio pelos tecidos, devida à inatividade física e economia de aminoácidos. A desnutrição em crianças mais jovens acomete o sistema nervoso central, interferindo na mielinização e na produção de neurotransmissores. Atualmente, verifica-se o predomínio das formas leves e moderadas da doença, que, por se manifestarem apenas por déficit de peso e/ou altura, são menos diagnosticadas e valorizadas. Para cada desnutrido grave, diagnosticado pela presença de variadas manifestações clínicas, há dezenas de “magrinhos” e “baixinhos”, que passam imperceptíveis aos olhos dos profissionais de saúde, e que são igualmente susceptíveis aos agravos da doença. As oportunidades para a captação das crianças suspeitas de desnutrição e para a identificação das situações de risco devem ser aproveitadas em quaisquer circunstâncias. Essas crianças devem ser inicialmente encaminhadas para avaliação das condições gerais, estado nutricional e presença de outras doenças. Nesse atendimento inicial, é fundamental buscar resposta para as seguintes questões: - Há desnutrição? -Como classificar a desnutrição em relação à gravidade? -Como classificar a desnutrição em relação à etiopatogenia? Para dizer que uma criança é desnutrida é necessário: -pesar e medir a criança; -comparar essas medidas com as medidas de crianças normais da mesma idade e sexo; -verificar sinais e sintomas clínicos, como emagrecimento acentuado e edema em ambos os pés; -observar, na Caderneta de Saúde da Criança, se há diminuição da inclinação da curva de peso para idade. Na desnutrição, o comprometimento do peso ocorre precocemente. O comprometimento da altura ocorre mais tardiamente e indica a cronicidade do processo. O baixo peso para a idade como índice isolado para o diagnóstico de desnutrição é bastante difundido pela facilidade de obtenção e sensibilidade para detectar precocemente os casos. Todavia, apresenta limitações, pois não afere o crescimento linear e não se aplica em crianças com desnutrição grave e edema, sendo mais adequado para crianças pequenas, especialmente as menores de um ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS), além do peso/idade, recomenda a utilização dos índices altura/idade e a relação peso/altura para a classificação da desnutrição. No lugar de percentil, recomenda o uso o desvio padrão (DP) ou o escore Z. Quanto à etiopatogenia, a desnutrição pode ser primária, secundária ou mista. A desnutrição primária é consequente à diminuição da disponibilidade ou da oferta de alimentos. A desnutrição secundária resulta de situações em que a ingestão, absorção ou utilização de nutrientes ocorrem de maneira insatisfatória, apesar de haver disponibilidade e oferta de alimentos: obstruções mecânicas do tubo digestivo, estados hipercatabólicos, parasitoses intestinais, déficits enzimáticos ou alterações psíquicas. A desnutrição mista é decorrente da ação concomitante dos dois processos, uma vez que a desnutrição primária acaba por desencadear uma série de alterações que impedem a ingestão e o aproveitamento do pouco alimento disponível, com o estabelecimento de um círculo vicioso e comprometimento progressivo da saúde do indivíduo. † No mundo, pelo menos 1 em cada 3 crianças menores de 5 anos não está crescendo bem devido à má nutrição em suas formas mais visíveis: desnutrição crônica, desnutrição aguda e excesso de peso. † No mundo, pelo menos 1 em cada 2 crianças menores de 5 anos sofre de fome oculta devido à deficiências de vitaminas e outros nutrientes essenciais. † A subnutrição continua a ter um alto custo. Em 2018, quase 200 milhões de crianças menores de 5 anos sofreram desnutrição crônica ou desnutrição aguda, enquanto pelo menos 340 milhões sofriam de fome oculta. † O número de crianças com desnutrição crônica diminuiu em todos os continentes, exceto na África, enquanto o número de crianças com excesso de peso aumentou em todos os continentes, inclusive na África. As crianças que não estão crescendo saudáveis são vítimas das três vertentes da tripla carga da má nutrição que estão surgindo rapidamente em comunidades ao redor do mundo, inclusive em alguns dos países mais pobres do mundo. A primeira vertente é a desnutrição. Apesar de alguns declínios, a desnutrição continua afetando dezenas de milhões de crianças. Sua presença é visível no déficit de crescimento das crianças privadas de nutrição adequada nos primeiros 1.000 dias cruciais – desde a concepção até o seu segundo aniversário – e geralmente além disso. Essas crianças podem carregar o fardo do déficit de crescimento pelo resto de suas vidas e nunca alcançar seu pleno potencial físico e intelectual. A desnutrição também é evidente quando a escassez de alimentos e as práticas inadequadas de alimentação – muitas vezes agravadas pela pobreza, por crises e conflitos humanitários – privam as crianças de uma nutrição adequada e, em muitos casos, resultam em morte. Em 2018, 149 milhões de crianças com menos de 5 anos tinham déficit de crescimento e pouco menos de 50 milhões tinham baixo peso. O segundo é a fome oculta. As deficiências de vitaminas e minerais essenciais roubam a vitalidade das crianças em todas as fases da vida e comprometem a saúde e o bem-estar das mulheres, mães e filhos. Esse custo pesado é ainda mais insidioso pelo fato de que a fome oculta raramente é percebida até que seja tarde demais para se fazer algo a respeito. O número de crianças e mulheres afetadas por várias formas de fome oculta é impressionante. Com base nos dados mais recentes disponíveis, o UNICEF estima que pelo menos 340 milhões de crianças menores de 5 anos sofrem de deficiências de micronutrientes. O terceiro é o sobrepeso e, na sua forma mais grave, a obesidade. O número de meninas e meninos obesos entre 5 e 19 anos disparou desde meados da década de 1970, aumentando entre 10 e 12 vezes no mundo. O excesso de peso, considerado há muito tempocomo uma condição dos ricos, agora é cada vez mais uma doença dos pobres, refletindo a maior disponibilidade de “calorias baratas” de alimentos gordurosos e açucarados em quase todos os países do mundo. Traz consigo um risco aumentado de doenças não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e doença cardíaca coronária. A análise realizada como parte do estudo Global Burden of Disease sugere que dietas de baixa qualidade nutricional são agora a principal causa de morte no mundo. O estado da má nutrição infantil no século 21 pode ser resumido assim: mais crianças e adolescentes estão sobrevivendo, mas poucos são os que prosperam. Eles não prosperam nos primeiros 1.000 dias cruciais da vida, quando são lançadas as bases para o crescimento físico e o desenvolvimento mental saudável. E eles não estão prosperando em outros estágios de desenvolvimento cruciais da vida na infância e na adolescência. A má nutrição tem muitas causas. A saúde e o estado nutricional da mãe, por exemplo, afetam profundamente o desenvolvimento do filho, assim como a alimentação do filho nas primeiras horas e dias de vida. Para muitas crianças, as causas da má nutrição também incluem o acesso precário a serviços de saúde e água potável e saneamento adequado, o que pode levar a doenças que impedem a criança de absorver nutrientes. Esses problemas começam cedo. Nos primeiros seis meses, apenas duas em cada cinco crianças estão sendo exclusivamente amamentadas, privando-as do melhor alimento que um bebê pode receber. Quando se trata dos ‘primeiros alimentos’ (ou alimentos complementares) que os bebês geralmente começam a consumir por volta dos 6 meses de idade, eles também, em muitos casos, não atendem às necessidades das crianças. Menos de uma em cada três crianças entre 6 e 23 meses está consumindo o tipo de dieta diversificada necessária para seu corpo e cérebro em rápido crescimento. Para as crianças mais pobres, a proporção cai para apenas um em cada cinco. Entre as crianças mais velhas, o baixo consumo de frutas e legumes é generalizado. Isso também é verdade para muitos adolescentes, muitos dos quais também perdem ou pulam regularmente o café da manhã e consomem refrigerantes e ‘fast food’. Atualmente, as dietas das crianças refletem cada vez mais a “transição nutricional” global, em que as comunidades deixam para trás dietas tradicionais, mais saudáveis, em favor das dietas modernas. Para muitas famílias – especialmente famílias mais pobres – isso significa uma dependência crescente de alimentos altamente processados, que podem ser ricos em gorduras saturadas, açúcar e sódio, e pobres em nutrientes e fibras essenciais, bem como em alimentos ‘ultraprocessados’ – com alta densidade energética e baixo teor de micronutrientes. Muitas vezes, faltam a essas dietas grãos integrais, frutas, nozes e sementes, vegetais e ácidos graxos ômega-3. Existe uma preocupação crescente com o impacto dessa alimentação na saúde humana. Grande parte do foco está no aumento do sobrepeso e obesidade, mas a alimentação moderna também está envolvida na desnutrição. No Nepal, um estudo recente sugeriu que crianças menores de 2 anos têm, em média, um quarto da ingestão de energia proveniente de itens como biscoitos, macarrão instantâneo e sucos, o que está diminuindo a ingestão de vitaminas e minerais essenciais. As crianças que comem mais desse tipo de lanches e bebidas estavam mais baixas que seus pares. OBJETIVO 8- RECONHECER AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS COM O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIS Diferentemente das estruturas biológicas, em que os fatores congênitos são determinantes, o psiquismo do ser humano se constitui no decorrer das relações/trocas realizadas entre a criança e os outros, desde os primórdios de sua vida. Em decorrência dessa afirmação, ganha relevo a participação daqueles que dela cuidam e fazem parte do mundo da criança, especialmente os pais. Antes mesmo de nascer, o psiquismo de um bebê já está em constituição. Seus pais desejam, imaginam, pensam e falam sobre ele, antecipando-lhe um lugar determinado no romance familiar. Ao nascer, é acolhido nesse lugar, tecido com as palavras e com as imagens criadas por seus pais. A essa aposta dos pais a respeito desse psiquismo pressuposto, o bebê poderá responder de modo inesperado, não coincidente com a imagem prévia, mas que não deixará de alimentar o desejo de seus pais em relação a ele. Tudo isso colocará em jogo um circuito de trocas, cujo resultado será um ser humano singular, único, dotado de um “eu” capaz de dirigir-se aos “outros”. Esse “eu” terá a função fundamental de articular todas as funções envolvidas no processo de desenvolvimento. Assim sendo, devemos sempre considerar que uma família é composta de crianças individuais cujas diferenças não são apenas genéticas, mas também determinadas pela maneira como cada uma delas se relaciona com seus pais e com aqueles que a cuidam e como é inserida no contexto das fantasias e crenças de sua família e dos acontecimentos inesperados. Esse contexto nunca é duas vezes o mesmo, e orienta o desenvolvimento emocional único de cada criança ➢ Problemas psíquicos na ausência de lesões orgânicas Quando não existem alterações orgânicas estruturais, podem também desenvolver-se transtornos psíquicos, efeito das perturbações do diálogo mãe-bebê. Na primeira infância, esses transtornos acabarão por revelar-se em perturbações funcionais, já que o bebê ainda não pode falar e queixar-se de seus incômodos, aflições, ou seja, das alterações significativas em sua iniciante vida de relações com seus semelhantes. Em primeiro lugar, os problemas se manifestarão em perturbações ligadas ao sono e à alimentação, podendo vir a atingir o desenvolvimento motor, diminuir as vocalizações, perturbar o olhar do bebê dirigido à sua mãe. Muitas alergias, febres, aparecimento de cólicas e vômitos podem ter esse caráter psíquico, e é preciso aventar tanto a hipótese orgânica como a psíquica. Nas crianças pequenas, é bom atentar para as diminuições das vocalizações e/ou alterações de investimento que a mãe realiza em relação às mesmas. Pode ocorrer, por exemplo, que a mãe diminua o mamanhês e os jogos e brincadeiras com o bebê o qual, por sua vez, pode apresentar dificuldade de sustentação da cabeça na ausência de qualquer problema de ordem neurológica. Se essas diminuições vierem acompanhadas da perda do olhar do bebê dirigido à mãe, faz-se necessária uma melhor investigação. Uma intervenção do profissional poderá localizar mais precisamente essas ocorrências e restabelecer o diálogo mãe-bebê. ➢ Impacto socioeconômico Atualmente, se sabe que as privações sofridas ainda na infância têm um papel determinante no desenvolvimento infantil, repercutindo de forma direta no adulto que a criança virá a se tornar. Dentre os diversos fatores que privam as crianças de atingirem seu desenvolvimento de forma plena, a pobreza se destaca, pois, essa condição pode aumentar a probabilidade da existência de múltiplos fatores de risco (baixa escolaridade, desemprego, baixa renda, maior nível de conflitos, ambientes menos estimulantes, etc), que interagem entre si, potencializando os efeitos negativos sobre as crianças e suas famílias. A condição de pobreza das famílias limita o acesso das crianças à estimulação e ao aprendizado adequado, devido principalmente à falta de recursos materiais, podendo também prejudicar o bem-estar psicológico dos pais. Além disso, pode interferir no ambiente interpessoal da casa, que tende a ter um maior número de pessoas por cômodo, a ser mais barulhenta, ter menos espaço livre e não apresentar condições de saneamento adequadas, os quais acabam por comprometer a qualidade da estimulação, e por consequência,o desempenho dessas crianças ao longo da vida Em estudo conduzido em três cidades americanas e com amostra de 2.437 indivíduos de dois a vinte um anos, verificaram que a pobreza do ambiente domiciliar foi o fator mais forte e consistentemente associado ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, incluindo pior funcionamento emocional e comportamental e menores habilidades cognitivas. Os autores sugerem ainda que, características do ambiente domiciliar parecem influenciar mais o desenvolvimento emocional e comportamental da criança, enquanto nos adolescentes observou-se maior impacto sobre as habilidades cognitivas, possivelmente explicadas pela interação entre o ambiente domiciliar e o contexto de vizinhança e qualidade da escola, exposições essas mais frequentes na adolescência. ➢ Teoria do desenvolvimento proposta por Bronfenbrenner A ideia de que o desenvolvimento é compreendido a partir do seu contexto social, no qual o ambiente é um conjunto de estruturas que se encaixam uma dentro da outra, e cada qual oferece um nível de influência e interação com a criança. O primeiro nível consiste do microssistema, que é formado pelas atividades e relações interpessoais da criança. Entre essas relações, estão os pais, a família, os amigos e locais de lazer. O segundo nível é o mesossistema, que é definido pelas inter-relações da criança com os vários ambientes (escola, creche, casa) que ela participa de forma ativa. Existe ainda o exossistema, que é um ambiente que não está diretamente ligado à criança (amigos da família, vizinhos, local de trabalho dos pais, mídia), mas que pode afetá-la a partir de uma série de eventos que possam ocorrer nesses ambientes. E por último, tem-se o macrossistema, o qual é representado pela estrutura política social e cultural de uma determinada sociedade. Nesse sentido, cada criança, em culturas diferentes, apresenta possibilidades de ter desfechos distintos a partir das diferentes interações que realizam com o meio, pois a existência e interconexões com outros ambientes complementares é que torna possível a contextualização dos fenômenos do desenvolvimento nos vários níveis do mundo social. Sendo assim, o impacto desses fatores sobre o desempenho infantil pode manifestar-se com intensidade variada, em diferentes etapas do desenvolvimento e em diferentes domínios; além de atuarem de forma diferente nos primeiros anos de vida da criança. ➢ Impacto da família O desenvolvimento infantil é favorecido pela genética, porém sua potencialidade só se desenvolve através das experiências vividas pela criança, que por sua vez, são influenciadas pelos ambientes físico e emocional. Dos ambientes mais proximais da criança, o familiar é talvez o contexto que apresente maior impacto sobre sua vida, sobretudo nos primeiros anos de vida, sendo responsável por prover cuidado adequado e estimulação necessária ao crescimento e desenvolvimento satisfatório da criança. Além disso, a família é responsável também pelo processo de socialização da criança, na qual ela adquire comportamentos, habilidades e valores apropriados e desejáveis à cultura em que está inserida. Porém, ao mesmo tempo em que protege esse ambiente pode expor a criança há uma série de riscos. Segundo o Ministério da Saúde (2002) os principais fatores de risco do desenvolvimento infantil referentes à família foram: famílias baseadas em uma distribuição desigual de autoridade e poder; nas quais não há uma diferenciação de papéis; famílias com nível de tensão permanente, manifestado por dificuldades de diálogo e descontrole da agressividade; famílias nas quais não há abertura para contatos externos; famílias nas quais há ausência ou pouca manifestação positiva de afeto entre pai/mãe/filho; e famílias que se encontram em situação de crise e perdas (separação do casal, desemprego, morte, etc). Entre os fatores protetores presentes no ambiente familiar, destacam a qualidade da interação dos pais com a criança; presença do vínculo afetivo, apoio e monitoramento parental; experiências diferenciadas e apropriadas com o ambiente físico e social; e o modelo pelo qual a família garante saúde e segurança das crianças. Além disso, as crianças necessitam do estabelecimento de limites e da vivência de experiências adequadas ao seu desenvolvimento, caracterizadas pelo incentivo de brincadeiras de acordo com a idade e à promoção de períodos de recreação ➢ Qualidade da estimulação ambiental e desenvolvimento infantil Os primeiros anos de vida são primordiais para o bom desenvolvimento da criança, e para que isso ocorra de forma satisfatória, o ambiente no qual ela está inserida precisa ser estimulador, prazeroso e lúdico, com oportunidades para que ela desenvolva seus sentidos e habilidades. Quando estimulada, a criança se torna mais ativa, dinâmica e emocionalmente equilibrada. Dentre os diversos espaços que a criança vive (ambiente domiciliar, creche, escola), o ambiente da casa proporciona às crianças uma estimulação precoce e regular, essencial na modelação do seu desenvolvimento. Esta estimulação deve oferecer à criança desafios para a ação, numa interação dinâmica com o meio, facilitado pela disponibilidade de materiais estimuladores como livros, jogos e brinquedos, considerados indicadores para a qualidade do ambiente. OBJETIVO 9- RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA PUERICULTURA PARA O ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL PELA ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE. A consulta médica pediátrica é a etapa do processo de atenção integral à saúde da criança que envolve procedimentos técnicos, particularmente diagnósticos e terapêuticos, associados a um conjunto de ações comportamentais, cognitivas e humanas, bem como a atitudes e interações que compõem a relação médico-paciente-família. Ela é composta por diversas ações, em especial: • o acompanhamento do processo de crescimento e desenvolvimento; • a identificação de situações de risco às quais as crianças estão submetidas; • a identificação, o diagnóstico e o encaminhamento terapêutico de processos mórbidos; • o estabelecimento de condutas gerais de acompanhamento de saúde da criança, incluindo a orientação antecipatória. Entre as consultas pediátricas, as consultas de puericultura, também chamadas de “consultas de revisão”, ocupam uma parcela preponderante da atividade do pediatra e envolvem ações de cuidados de saúde preventivos da criança, desde o pré-natal até o final da adolescência. O termo puericultura deriva da palavra latina puer (criança) e foi empregado pela primeira vez no século XVIII, para designar “a arte de criar, higiênica e fisiologicamente, os meninos”. Na atualidade, a puericultura é uma ciência que agrega noções de fisiologia, de higiene e de sociologia em um complexo abrangente de ações promotoras de saúde exercidas com foco na criança (mas contemplando sua família e sua comunidade), da gestação até o fim da adolescência, de modo a propiciar-lhe o melhor nível de desenvolvimento físico, emocional, intelectual, moral e social. Tais ações incluem práticas definidas, como apreciação de fatores individuais e ambientais de proteção e de ameaça à saúde, monitoração do desenvolvimento, imunizações, testes de rastreamento, orientação antecipatória (sobre inúmeros condicionantes da saúde, como nutrição, hábitos de vida, disciplina e segurança) e aspectos selecionados do exame físico. A puericultura dos dias de hoje é humanizada, exigindo dos profissionais de saúde um exercício permanente de consideração genuína pelos pacientes, seus sentimentos e angústias, muito além da aplicação de procedimentos técnicos. Em cada período da vida da criança, as características do processo de seu desenvolvimento, os riscos a que
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