Buscar

Nascimento, crescimento e desenvolvimento: "A teoria na prática é outra!"

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
1 
 
PROBLEMA 02 – A TEORIA NA PRÁTICA É OUTRA 
1. Estudar a produção do leite, mecanismo da lactação, hormônios 
envolvidos, fatores que estimulam e inibem. 
Para iniciar a discussão sobre o aleitamento materno é 
preciso compreendermos como inicia seu 
desenvolvimento e maturação das glândulas mamárias 
para que o processo de produção de leite ocorra de 
forma normal. O crescimento dos seios, bem como as 
glândulas mamárias ocorre a partir do desenvolvimento 
feminino iniciado na puberdade com ação do 
estrógeno. Nesse período, esse hormônio permite o 
aumento da deposição de gordura, responsável por dar 
“massa” nas mamas, bem como o desenvolvimento dos 
alvéolos e ductos responsáveis na produção e ejeção do 
leite. Durante a gravidez o níveis de estrógenos estão 
aumentados o que permite a maturação e 
desenvolvimento da parte glandular das mamas. Sendo 
assim, o sistema de ductos das mamas cresce e se 
ramifica, ganhando massa com a deposição de 
gorduras. 
 
Nesse mesmo processo além da participação do 
estrógeno outros hormônios atuam como o hormônio do 
crescimento, prolactina, glicocorticoide adrenal e 
insulina. Todos os hormônios atuam no metabolismo de 
proteínas, aumentando sua disponibilidade para que 
possa haver o desenvolvimento das mamas. Um outro hormônio não menos importante é 
a progesterona que atua no desenvolvimento dos ductos na sua parte final. A 
progesterona atua juntamente com o estrógeno nesse processo. 
Quando nos referimos a lactação o primeiro hormônio que vem em mente é a 
prolactina, isso por que seu papel é bastante importante para esse mecanismo. Cabe 
salientar, que a prolactina sofre um feedback negativo em relação aos níveis de 
estrógeno e progesterona, mesmo esses hormônios sendo fundamentais no 
desenvolvimento e maturação da parte glandular mamária. A prolactina é secretada 
pela hipófise anterior materna e sua concentração no sangue aumenta desde da quinta 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
2 
 
semana de gestação. Além disso, a placenta secreta um grande quantidade de 
somatomamotropina coriônica humana que apresenta atividade lactogênica, 
auxiliando o papel da prolactina. Cabe destacar que mesmo na presença da inibição 
exercida pelo estrógeno e progesterona poucos mililitros de líquido são secretados por 
dia até após o nascimento do bebê. Sendo assim, o primeiro leite que é excretado nas 
primeiras amamentações é denominado de colostro, ele apresenta pouco teor de 
gordura e uma boa concentração de proteínas e lactose. 
Logo após o nascimento do recém-nascido a 
secreção de estrógeno e progesterona 
apresentam uma queda subida, permitido os 
efeitos lactogênicos da prolactina. É importante 
ressaltar o papel dos demais hormônios citados 
acima, pois eles irão fornecer aminoácidos, 
ácidos graxos, glicose e cálcio, ingredientes 
fundamentais para síntese de leite. Outro fator 
importante que acontece após o nascimento 
do bebê é que os níveis de prolactina retorna 
aos níveis não gravídicos, sendo que a sua 
secreção e aumento na concentração 
sanguínea estarão relacionados com os 
estímulos neurais desencadeados pela sucção nos mamilos, fazendo com que sejam 
enviados sianis para o hipotálamo a fim de aumentar a secreção de leite. Dessa forma, 
a prolactina age nas glândulas mamárias secretando leita nos alvéolos. Se o pico de 
prolactina estiver ausente em decorrência de algum bloqueio que houve no hipotálamo 
ou hipófise, se a amamentação não prosseguir de forma regular a mãe pode apresentar 
a perda da capacidade de produzir leite. 
O controle da secreção da prolactina ocorre através do hipotálamo. Normalmente o 
hipotálamo secreta precursores que estimulam a liberação e secreção de uma grande 
gama de hormônios. No caso da prolactina o hipotálamo age de forma corntrária 
secretando o que se denomina de hormônio inibidor de prolactina. Esse fator de inibição 
como o próprio nome já diz, reduz a capacidade de secretar a prolactina que é 
fundamental para a síntese de leite. 
O leite secretado de forma contínua nos alvéolos não flui facilmente deles para os 
ductos, mesmo quando submetidos à sucção. O processo de decida inicial do leite é 
algo puramente hormonal, sendo a ocitocina o principal hormônio que comanda esse 
processo. Mesmo com a sucção no recém-nascido é preciso que esse leite já secretado 
nos alvéolos seja ejetado para os ductos, assim, completando o circuito da 
amamentação. A secreção desse hormônio incialmente depende da secreção desse 
hormônio na hipófise anterior, sendo que seu local de atuação é nas células mioepiteliais 
da glândula mamária, favorecendo a contração e ejeção de leite. Esse processo de 
descida ocorre naturalmente, mesmo em mães que não estão amamentado, período 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
3 
 
de 3 a 4 dias após o parto. Após esse período a estimulação realizada pelo ato de 
sucção realizado pelo recém-nascido vai estimular de forma neuroendócrina todo esse 
mecanismo. Sendo assim, esse reflexo pode ser bloqueado pelo estresse, baixo estima 
medo e falta de apoio sentido pela mãe. A adrenalina comanda essa inibição do eixo 
hipotálamo-hipofisário. 
Uma observação importante é que a ocitocina produz um efeito importante na 
contração da musculatura lisa (Reflexo de Fergusson), sendo que o estímulo ao 
aleitamento materno na sala de parto diminui a incidência de hemorragias no pós-parto 
(fator importante para indicação desse processo). 
 
 Composição do leite materno 
A composição do leite humano é perfeita para assegurar o crescimento e 
desenvolvimento adequado do recém-nascido, visto que esse pequeno ainda 
apresenta um trato gastrointestinal e sistema renal imaturo não devendo ser exposto a 
certo tipos de metabólitos. O leite humano apresenta um concentração de lactose 
maior, menor concentração de proteína, cálcio e outros minerais em relação a 
quantidade presente no leite de vaca. 
No auge da lactação uma mulher produz cerca de 1,5 litro de leite por dia, sendo que 
esse número pode ser até maior a depender da gemelaridade. O alto teor de lactose ou 
outros componentes, como a gordura, demanda uma alta quantidade de energia da 
mãe, sendo que em calorias pode variar de 650 a750 quilocalorias por litro de leite. A 
destinação de vários minerais, como cálcio e fosfato, na composição do leite pode 
alterar os depósitos naturais desses eletrólitos. Em específico do cálcio há uma ação das 
glândulas paratireoides para aumentar progressivamente descalcificação dos ossos. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
4 
 
 
Cabe salientar que o leite materno não apresenta apenas a função de nutrição, ele é 
fundamental para fomentar a proteção do recém-nascido. Isso por meio da passagem 
de anticorpos e agente anti-infecciosos (neutrófilos e macrófagos) a fim de assegurar a 
imunidade do bebê até o mesmo apresentar a capacidade de se proteger. Um ponto 
importante de ser comentado é o fato de uma boa alimentação para as mãe durante o 
período de lactente, sendo que essa alimentação será indispensável paraque ela possa 
produzir de forma adequado a demanda de leite. 
2. Compreender as orientações dietéticas e suplementares até os 3 
anos de idade. 
Na faixa etária pediátrica a alimentação saudável deve possibilitar crescimento e 
desenvolvimento adequados, otimizando o funcionamento do órgãos, sistemas e 
aparelhos e atuando na prevenção de doenças em curto e longo prazo. É importante 
salientar que essa faixa etária apresenta uma característica especial conhecida como 
janela de oportunidades que permite a inserção de hábitos alimentares e estilo de vida 
saudável que causar repercussões até a fase adulta. Sendo assim, é importante se 
atentar quanto a alimentação. 
As alimentações nesses primeiros meses de vida são importantes, devido a 
imaturidade dos sistemas e aparelhos orgânicos o que demanda uma importante 
atenção quanto as orientações nutricionais fornecidas pelos profissionais de saúde. 
Estudos recentes vêm apontando os efeitos em longo prazo da alimentação nesse 
período, podendo ser benéficas ou maléficas. Um importante exemplo dessas 
manifestações em longo prazo é a relação entre alimentação no primeiro ano de vida e 
o desenvolvimento de obesidade. O aleitamento materno tem efeito protetor e dose-
dependente na redução do risco de obesidade até a idade adulta. O aleitamento é a 
mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança, 
sendo importante intervenção natural para redução da morbimortalidade infantil. 
Os dados brasileiros acerca da alimentação são ruins: 12,7% das crianças de 6 a 59 
memes consomem verduras de folhas; 21,8% consomem legumes e 44,6% consomem 
frutas diariamente. Por outro lado, 40,5% consome refrigerantes; 39,4% consomem 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
5 
 
salgadinhos; 37,8% doces. E ainda pior 33,5% das crianças entre 5 e 9 anos atingem o 
excesso de peso para sua idade. 
No Brasil em 1999 foi criada a pirâmide alimentar brasileira por pesquisadores do 
departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São 
Paulo. O seu objetivo era reunir conhecimentos científicos sobre ingestão alimentar em 
um instrumento que facilitasse a seleção e o consumo de todos os grupos de alimentos 
indispensáveis para uma alimentação saudável. Em 2013 essa pirâmide passou por uma 
melhor adaptação visto a alteração dos hábitos alimentares da população brasileira, 
instituindo um valor energético diário de 2000 kcal, dieta com seis porções diárias, 
incentivo à atividade física e inclusão de alimentos integrais, micronutrientes e óleos 
essenciais. 
 Alimentação do lactente 
 Aleitamento materno 
Como já foi dito acima amamentar é muito mais do que apenas nutrir uma criança é 
um processo complexo que envolve interação profunda entre a mãe e o filho que 
perpassa sobre o estado nutricional e emocional da criança. O leite humano, por sua 
complexidade biológica, é considerado uma fonte nutritiva essencial, além de exercer 
papel importante na proteção do recém-nascido e prevenção sobre doenças adultas 
em longo prazo. Tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria, como o Ministério da Saúde 
recomendam o aleitamento materno por 2 anos ou mais, sendo de caráter exclusivo 
durante os primeiros 6 meses. Não há vantagens sobre o fato de iniciar a alimentação 
antes dos 6 meses, pelo contrário, essa atitude acarreta mais prejuízos do que benefícios 
à saúde do recém-nascido. 
O início do aleitamento deve ser algo natural, sob regime de demanda, sem a 
existência de horários pré-fixados, levando em consideração o estado de saúde da 
mãe, bem como do recém-nascido. Nos primeiros dias as mamas produzem o primeiro 
leite, denominado de colostro, o qual é rico em proteínas, minerais, fatores de 
crescimento e imunológicos. Durante as 2 primeiras semanas o colostro vem dando 
espaço para o leite maduro o qual é responsável por suprir todas as necessidades 
nutritivas do lactente até o 6° mês de vida. 
Alimentação complementar 
A partir dos 6 meses de idade é recomentado a inserção de alimentos 
complementares, visto que o aleitamento materno a partir desse tempo não é capaz de 
suprir sozinho todas as necessidades do bebê. Sendo assim, a proposta da inserção de 
uma alimentação complementar visa promover quantidade suficiente de água, energia, 
macro e micronutrientes, por meio de alimentos seguros, culturalmente aceitos e 
economicamente acessíveis. É importante salientar que esse momento inicial na 
introdução de alimentos é considerado de elevado risco para a criança pois a oferta de 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
6 
 
alimentos desaconselháveis, manipulação e preparo inadequado favorece o 
aparecimento de doenças diarreicas, desnutrição e deficiência de micronutrientes. 
As crianças menores que 6 meses que receberam com exclusividade o leite materno 
começam a desenvolver a capacidade de autocontrole da ingestão muito cedo. Essa 
capacidade permite à criança assumir autocontrole sobre o volume de alimento que 
consome e os intervalos entre as refeições, segundo as suas necessidades. 
Posteriormente, esse autocontrole sofrerá influência de outros fatores, como cultural e 
social. A presença desse autocontrole permite que as introduções de alimentos não 
necessitem de esquema rígidos de alimentação como horários e quantidades fixadas. 
A papa principal (mistura múltipla) deve ser oferecida após a criança completar 6 
meses nos horários referentes ao almoço ou a janta. Essa refeição deve conter cerais, 
tubérculos, leguminosas, carnes e hortaliças. Cabe ressaltar que não se deve adicionar 
sal aos alimentos. A papa deve ser amassada com o garfo ficando com a consistência 
de purê, não devendo ser nunca liquidificado ou peneirado. A introdução do papa é 
algo bastante difícil, pois normalmente as crianças reagem negativamente quando 
expostas a um alimento desconhecidos. Estudos mostram que necessitam de 8 a 10 
exposições para que o alimento seja reconhecido e aceito pela criança. Nesse período 
é fundamental a participação de profissional de saúde a fim de tranquilizar os pais. A 
orientação é fundamental, pois estudos mostram que o Brasil sofre com a presença de 
carência por micronutrientes, sobretudo o ferro. 
Não devemos esquecer que o fornecimento de água potável é importante nesse 
período, bem como uma boa higiene dos utensílios, alimentos e da própria criança. A 
ingestão de sucos deve ser evitada, devido eles serem bastante calóricos e não 
proporcionarem o consumo de fibras presentes nas frutas. A frequência dessa 
alimentação deve ser de 2-3 refeições por dia dos 6-8 meses e 3-4 refeições por dia dos 
9-24 meses. Após os 12 meses é recomendado a adição de lanches, sendo que a 
frequência das mamadas podem ser mantidas durante esse período. 
Alimentação para crianças não amamentadas 
Como já estamos discutindo ao longo desse problema durante os dois primeiros anos 
a alimentação adequada para o bebê é de fundamental importância para assegurar 
um bom crescimento e desenvolvimento. Sendo assim, é imprescindível que o profissional 
de saúde reflita sobre as questões socioeconômicas da família, pois a substituição do 
aleitamento materno por outro acarreta enormes riscos à saúde da criança. Dessa 
forma, o papel do profissional de saúde é importante para auxiliar nessa transição, 
lembrando que essa orientação deve ser de forma individualizada, analisando cada 
caso, pois além dos fatores econômicos da família é importante avaliar a condição de 
saúde do bebêe da mãe. 
Sabemos da existência dos Bancos de Leite Humanos que utilizam leite processado 
para ser destinado a crianças de risco internadas em Unidade de Terapia Intensiva. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
7 
 
Cabe ressaltar, que as mães HIV positivas podem receber fórmulas infantis para a 
alimentação o de seus filhos! 
Uma alternativa encontrada pelas famílias é a utilização de leite de vaca para as 
crianças que não são amamentadas. Como já foi dito o leite de vaca é muito diferente 
do leite humano quanto a quantidade e qualidade dos nutrientes. A Sociedade Brasileira 
de Pediatria não recomenda seu uso em crianças menores que 1 ano. Além de não ser 
nutricional mente adequado o leite de vaca é muito alergênico para crianças, pois seu 
consumo está muito associado com o desenvolvimento de atopia. Dessa forma, na 
impossibilidade de aleitamento materno, o leite de vaca não é recomendado para 
crianças pequenas e a fórmula infantil está economicamente distante da realidade 
econômica da maioria das famílias brasileiras. 
Nessa perspectiva o leite de vaca torna-se o único alimento disponível em alguns 
casos, sendo necessário a orientação correta para as mães inserir esse alimento na dieta 
do recém-nascido. Para tanto, os papéis dos profissionais de saúde são importantes para 
assegurar essa orientação, pois o preparo adequado com diluição e correção para 
alguns nutrientes que estão ausentes como ácido graxo (linoeico), vitamina C e ferro. 
A complementação do uso de leite de vaca deve ser realizada mais precocemente, 
sendo que deve iniciar após os 4 meses, devido as necessidades diárias desse bebê. 
Essas recomendações precisam ser adaptadas a cada caso e a cada criança, sendo 
que a introdução deve respeitar a aceitação da criança. Mesmo após a introdução de 
uma alimentação complementar o leite ainda é uma fonte importante de vitaminas e 
minerais. 
Fórmulas infantis 
Além da utilização de leite de vaca uma alternativa mais indicada é a utilização de 
fórmulasinfatis para lactentes que estão impossibilitados de receberem o aleitamento 
materno. Apesar dessas fórmulas serem elaboradas a base de leite de vaca, elas 
seguem as orientações quanto a quantidade de carboidrato, proteínas e vitaminas. Por 
outro lado, os fatores anti-infecciosos e bioativos encontrados no leite materno não são 
disponibilizados nas fórmulas infantis. 
A fórmula infantil deve ser preparada cuidadosamente seguindo as orientações 
presentes nos rótulos quanto as quantidades adequadas para o peso e idade da 
criança. Os profissionais de saúde deve orientar as mãe e cuidadores quanto à 
importância de seguir essas recomendações. A complementação alimentar de crianças 
que estão fazendo o uso de fórmulas infantis deve seguir a mesma lógica das crianças 
ques tão sendo amamentadas. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
8 
 
 
Alergias e intolerâncias alimentares 
Como foi dito acima a introdução de leite de vaca de forma precoce pode permitir o 
desenvolvimento de reações adversas causadas por mecanismos imunológicos (alergia) 
ou não imunológicos. A hipersensibilidade é causada por uma resposta imune anormal 
que é mediada por algumas imunoglobulinas. Normalmente, as reações alérgicas que 
surgem de forma precoce são derivadas da ingestão de leite de vaca. O seu 
diagnóstico é difícil e muitas das vezes é confundido como intolerância alimentar. 
Alimentação complementar (Segundo ano) 
As taxas de crescimento diminuem após o 1º ano, sendo que esse período pode ser 
marcado por uma falta de interesse da criança por determinados alimentos. Sendo 
assim, é importante que os pais sejam orientados quanto a essa fase, sendo fundamental 
evitar alimentação forçada. A atitude esperada pelos pais é tentar induzir a 
alimentação através de várias tentativas, somente depois disso os pais devem assumir a 
negação sobre aquele componente dietético. 
A alimentação balanceada e isenta de consumos prejudiciais é de suma importante 
nessa fase, pois é nela em que os hábitos e padrões alimentares são definidos. Nesse 
período é recomendado que a criança receba 3 refeições principais e 2 lanches. 
Os alimentos sólidos podem ser oferecidos no prato, com colher pequena. É 
importante que a criança manuseie os alimentos nessa fase. Os líquidos devem ser 
ofertados em copos ou xícaras de preferência de plástico para evitar que sejam 
quebrados. O treinamento para uso desses utensílios envolve o estimo à coordenação e 
à destreza, sendo importante para o desenvolvimento neuropsicomotor. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
9 
 
Em alguns casos é necessária a suplementação de algumas vitaminas. Por exemplo o 
ferro de uso profilático deve ocorrer para todos os lactentes a partir da interrupção do 
aleitamento materno exclusivo até 24 meses; a suplementação de vitamina K ocorre 
após o nascimento por via intramuscular ou oral; a suplementação de vitamina D 
profilática deve ocorrer a partir da primeira semana de vida até 12 meses. 
3. Estudar as causas, sintomas, tratamento, prevenção e 
consequências da desnutrição. 
Desnutrição Energético-Proteica 
A desnutrição é um distúrbio da nutrição decorrente da falta concomitante de 
calorias e de proteínas em diferentes proporções. Ela se manifesta de duas formas: (1) 
decorrente de fatores ambientais, tais como carência alimentar (micro e 
macronutrientes), falta de acesso a condições sanitárias, falta de acesso aos serviços de 
saúde e falta de prática de cuidados infantis (vacinação e higiene pessoal); (2) 
provocado por doenças que aumentam as necessidades metabólicas, diminuiem a 
absorção intestinal ou levam à perda de nutrientes (por exemplo as síndromes 
disarbsortivas estudadas no módulo anterior). 
O período mais susceptível à desnutrição são os primeiros 1000 dias de vida (que 
compreendem um pouco mais do que 2 anos). Sendo assim, qualquer agravo nutricional 
nesse momento afeta o crescimento e desenvolvimento, trazendo consequências 
cognitivas futuras. É sabido que a desnutrição pode se manifestar logo após o 
nascimento com o baixo peso do RN (<2,500g) podendo está relacionado com retrição 
de crecimento intrauterino ou prematuridade. 
A avaliação do estado nutricional acontece através dos parâmetros antropométricos 
como peso (agravos agudos da desnutrição), estatura (agravos em longo prazo) e 
circunferência braquial. Essa avaliação é feita através da análise de gráficos que 
relacionam esses parâmetros citados, gerando uma análise sobre o estado nutricional do 
bebê. O diagnóstico de déficit ponderal ou 
desnutrição é feito com base nos percentis/escores 
Z das novas curvas da OMS. 
A curva peso/estatura reflete o efeito agudo da 
desnutrição na vida da criança, enquanto a curva 
estatura/idade reflete o efeito crônico da 
desnutrição. 
A compreensão acerca da desnutrição é 
bastante complexa, sendo que ela pode 
apresentar efeitos a curto e longo prazo. O efeito 
primordial a curto prazo é morte precoce do RN a 
qual se encontra elevada quando os índices de desnutrição estão acentuados. Por 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
matheDestacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
10 
 
outro lado, as manifestações em longo prazo desses dados são alterações no 
desenvolvimento neuropsicomotor, capacidade cognitiva e desempenho acadêmico-
laborativo. Pode haver também o aumento da chance de desenvolver doenças 
crônicas na vida adulta (diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão). 
Fisiopatologia 
Para entendermos as manifestações clínicas resultantes da desnutrição é importante 
termos em mente que ela causa alterações neuroendócrinas importantes no organismo. 
Como foi dito inicialmente a desnutrição se manifesta com diminuição do ganho de 
peso e posteriormente na diminuição da estatura. A fisiologia hormonal do organismo se 
altera com o objetivo de captar energia por outras vias metabólicas. Sobre isso, é 
importante observar as alterações hormonais que compreendem os dois principais tipos 
de desnutrição: marasmo (forma não edematosa) e o kwashiorkor (forma edematosa). 
As razões nas quais uma criança desenvolve um tipo e outra desenvolve outro tipo ainda 
são desconhecidas. No entanto, tem-se o entendimento de que o excesso de 
carboidratos em uma dieta em detrimento da nutrição proteica resulta no consumo de 
proteínas corpóreas, diminuição de albumina e formação de edema periférico 
(kwashiorkor). Por outro lado, a elevação do cortisol está presente no marasmo. 
Sobre as alterações metabólicas e hormonais há de forma generalista uma redução 
do metabolismo com diminuição do gasto energético. Dado isso, os reservatórios 
energéticos (glicogênio, gorduras e proteínas) são alterados com aumento de glicólise, 
lipólise para geração de energia. O metabolismo cerebral sobrevive à custa do 
fornecimento de energia através do ácidos graxos e corpos cetônicos produzidos da 
lipólise, sendo estimulado pelo hormônio do crescimento e a epinefrina. A queda 
plasática de glicose e aminoácidos resulta no aumento do glucagon e da adrenalina. 
Elevam-se os níveis de GH, enquanto reduz os níveis de IGF-1. O cortisol aumenta como 
resposta a esse estresse com a tentativa de estimular a glicogenólise e gliconeogênese 
(consumo muscular). É possível notar a redução de T3 e T4 reduzindo a taxa do 
metabolismo basal e consequentemente a termogênese (redução do consumo de 
oxigênio). Como consequência da falta de ATP as bombas de sódio-potássio estão com 
sua ação bastante reduzia o que leva a redução dos níveis séricos de sódio 
(hiponatremia), os níveis de potássio intra e extracelular estão reduzidos (hipocalemia). 
 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
11 
 
Quanto as alterações imunológicas são possíveis observar perda das defesas 
inespecíficas, celular e humoral. A imunidade inespecífica é reduzida com perda da 
integridade das barreiras epitelial e mucosa. A imunidade celular é reduzida com a 
diminuição da população de linfócitos T, de IL-1 e fatores complemento. Desse modo, o 
organismo apresenta menor capacidade de opsonização, fagocitose e quimiotaxia. A 
imunidade humoral está relativamente preservada com uma pequena deficiência 
funcional. Lembrar que não é contraindicada a vacinação. 
Quanto as alterações neurológicas são possíveis observar déficit no desenvolvimento 
neuropsicomotor (baixo quoeficiente de desenvolvimento e quoeficiente de 
inteligência). Essas alterações são resultados da redução da divisão celular, formação 
de sinapses, proliferação dendríticas e retardo na mielinização. 
Quanto as alterações gastrointestinais elas se assemelham a manifestações clínicas 
semelhantes a de uma síndrome disabsortiva, sem a presença de esteatorreia, pois a 
ingestão de gordura é rara. Há redução na secreção gástrica, pancreática e biliar com 
redução das enzimas digestivas. A diminuição da lactase pode induzir uma intolerância 
ao leite. Pode haver lesão nas microvilosidades o que leva a diminuição da absorção de 
nutrientes (nesses casos é possível utilizar triglicerídeos de cadeia média que não 
necessitam de modificação para serem absorvidos). Há perda de tônus das alças 
intestinais e diminuição da peristalse favorecendo proliferação bacteriana o que 
dificulta a absorção de eletrólitos, bem como a alteração no pool da microbiota. 
As alterações cardiovasculares e renais são déficit contrátil do miocárdio cardíaco 
com queda do débito cardíaco basal, bem como a redução da taxa de filtração 
glomerular com prejuízo da função de concentração e acidificação urinária. 
Manifestações clínicas 
Para identificar a presença de desnutrição energético proteica um componente 
fundamental é a avaliação da condição nutricional. Sendo assim, a pesquisa por fatores 
de risco: História gestacional e periparto; história patológica pregressa, história vacinal, 
anamnese alimentar (avaliação sistemática dos alimentos habitualmente consumindo, 
incluindo a frequência e a forma de armazenamento, preparo e administração; sinais e 
sintomas de DEP (alterações no cabelo e pele, musculatura, fácies senil, edema e 
hepatomegalia); história social (composição de núcleo familiar). 
Ao exame físico as medias antropométricas são importantes instrumentos diagnósticos 
(peso, comprimento/estatura, perímetro cefálico, circunferência do braço, prega 
cutânea). É sabido que o sinal clínico observado mais precocemente é a influência no 
crescimento, sendo que seu ganho ponderal torna-se comprometido. A avaliação 
desses dados requer o acompanhamento das curvas de peso e estatura nos gráficos 
próprios para idade e sexo, as quais se mostram estacionárias ou decrescentes em 
crianças com DEP. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
12 
 
A apresentação clínica de forma geral é uma manifestação apática, letárgica, com 
nível de atividade inferior para idade e diminuição da atividade física da criança. Um 
exame físico cuidadoso com a procura desses sinais pode ser realizado de forma 
sistemática. 
 
A classificação clínica de uma DEP grave é caracterizada com: (1) índices de peso ou 
estatura para idade abaixo de 3 DP da média; (2) circunferência braquial abaixo de 115 
mm nas crianças entre 6 e 59 meses; (3) edema com cacifo bilateral. 
As principais síndromes de DEP são o marasmo (deficiência predominantemente de 
ingestão calórica total) e kwashiorkor (déficit de ingestão proteica). É importante o 
examinador ficar atento quanto ao meio termo entre essas duas síndromes que pode 
está presente no estágio intermediário em que há uma mistura nesses sinais clínicos. 
Desse modo, o diagnóstico precoce permite a interrupção da evolução dessa 
apresentação clínica. É importante dizer que a hipoalbuminemia está presente em 
ambas as formas de DEP grave. Cercade 99% das crianças desnutridas apresentam 
déficit de crescimento/desenvolvimento e apresentam maior propensão ao 
desenvolvimento de infecções. A baixa estatura é a principal queixa e o fator importante 
para que haja a procura de um profissional de saúde. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
13 
 
Marasmo 
Significa uma má nutrição que resulta na deficiência calórica total de energia e 
proteínas. A expressão marasmo significa “desgaste” que denota inanição. O déficit na 
ingestão global de nutrientes está associado ao agravamento por infecções 
intercorrentes. Esse tipo de manifestação clínica nutricional está presente em quase 
todos os países em desenvolvimento, normalmente, está relacionado com a retirada 
precoce do aleitamento materno, havendo substituição por fórmulas caloricamente 
deficientes (busca de reduzir os gastos da família). Todos esses fatores combinados com 
a ignorância sobre higiene e atrasos 
costumeiros na administração de vacinas leva 
o desenvolvimento de infecções 
gastrointestinais preveníeis. 
Geralmente a criança que sofre por 
marasmo é internada não pela desnutrição, 
mas sim pela intercorrência infecciosa. Os 
aspctos clínicos observados nessa síndrome 
são déficit de peso e estatura, atrofia muscular 
intensa, emagrecimento acentuado com 
pobreza de tecido subcutâneo, em alguns 
casos, o apetite está preservado 
(diferentemente do que acontece com 
kwashiorkor), a anemia e a diarreia são 
comuns e com frequência as crianças 
apresentam o abdômen volumoso. 
Kwaskiorkor 
Essa síndrome é caracterizada pela deficiência dietética de proteínas. A carência 
proteica impede a adaptação do organismo à desnutrição. Sua instalação é mais 
rápida do que o marasmo. Na literatura essa síndrome era caracterizada como “doença 
do primeiro filho quando nasce o segundo”, pois seu surgimento era descrito em 
lactentes desmamados subitamente, devido a superstição de que a amamentação 
poderia “evenenar” o feto. 
O edema é o sinal clínico bastante comum nessa síndrome, sabendo que ele pode se 
manifestar em vários lugares do corpo, sendo mais comum nos pés e pernas. Alterações 
metais/comportamentais estão presentes como o comportamento apático, hipoativo, 
anorexia e desinteresse pelos fatos. Nesse tipo pode haver um grau de gordura 
subcutânea a qual é analisada para avaliar o grau de deficiência calórica. Dermatoses 
podem ser presentes, sobretudo em regiões de grande atrito como região inguinal e 
períneo. Uma outra manifestação bastante comum são as alterações presentes nos 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
14 
 
cabelos o que pode se caracterizado com um “sinal de bandeira” em que o cabelo 
apresenta faixas, traduzindo os períodos alternados de pior e melhor nutrição. 
Como foi dito acima a hipoalbuminemia e a redução de proteína sérica total estão 
presentes. Além disso, um sinal importante nessa síndrome é a hepatomegalia 
(esteatose). 
 
Tratamento 
O tratamento das crianças que sofrem por desnutrição energético protreica é 
realizada em três fases: (1) estabilização – 1-7 dias com identificação das alterações e 
condições ameaçadoras à vida, tais como hipoglicemia, hipotermia, distúrbios 
hidroeletrolítcos, desidratação, infecção e anemia. (2) fase de reabilitação – 2ª a 6ª 
semana – com a alimentação intensiva a fim de recuperar a maior parte do peso. (3) 
fase de acompanhamento – 7ª a 26ª semana – a fim de prevenir uma recaída e 
assegurar a continuidade do tratamento. Durante todo o tratamento é importante o 
acompanhamento especial tanto da criança, quanto da família com o objetivo de 
assegurar uma eficácia e continuidade. É importante que a equipe seja composta de 
forma multiprofissional com médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, terapeutas 
ocupacionais, dentistas e pedagogos. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
15 
 
Fase inicial (1 a 7 dias) 
Nessa fase é importante a correção dos distúrbios apresentados pelo paciente. 
1. Hipoglicemia pode surgir em pacientes desnutridos (glicose sanguínea <54 mg/dl) 
sendo importante causa de morte nos primeiros dias de tratamento. Sua causa 
pode ser derivada por uma infecção sistêmica ou a não nutrição da criança nas 
últimas 4-6 horas. Os sinais presentes na hipoglicemia é a baixa temperatura 
corporal (<36,5°C), letargia, incoordenação e perda consciência. Normalmente o 
único sinal presente antes de levar ao óbito é sonolência, sendo assim quando 
existe a suspeita de hipoglicemia deve-se iniciar o tratamento imediatamente sem 
a necessidade de confirmação laboratorial. A correção pode ser feita quando a 
criança estar consciente com a administração de 50 mL de glicose ou sacarose a 
10%. Em casos mais graves pode utilizar açúcar embaixo da língua. Deve também 
alimentar a criança de 2/2 horas no primeiro dia e utilizar antibióticos de amplo 
espectro. Em casos de crianças inconsciente é importante utilizar soro glicosado a 
10% com dosagem 5mL/Kg IV. 
2. A hipotermia pode estar presente em crianças menores que 12 meses portadores 
de marasmo ou com grandes áreas de pele lesada. A confirmação da hipotermia 
pode ser através da temperatura retal menor que 35,5°C ou TAX 35°C. Para tanto, 
é importante manter a criança aquecida longe de janelas e correntes de ar, lavá-
la somente quando necessário e em alguns casos utilizar a técnica canguru 
colocando a mãe pele a pele com a criança e coberta com um cobertor 
aquecido. 
3. A desidratação pode estar presente, bem como o choque séptico, sendo 
bastante difícil de diferenciá-los. Os sinais de hipovolemia estão presente nas duas 
manifestações sendo importante reidratar a criança desnutrida, sobretudo por via 
oral. Em caso de impossibilidade de utilizar a via oral, por exemplo na presença de 
choque, é necessário a utilização da via endovenosa. 
4. Infecções podem estar presentes nesses casos, sendo necessário o tratamento 
com antibióticos de amplo espectro. Devemos considerar uma criança desnutrida 
como imunodeprimida, não requerendo sinais incipientes de infecção para que 
possamos iniciar a terapia. Sendo assim as crianças sem sinais aparentes de 
infecção deve ser utilizado amoxicilina VO 25m/kg/dose 12/12 horas durante 5 
dias, enquanto crianças com sinais aparentes devem utilizar ampicilina 50m/kg IM 
ou IV a cada 6h por 2 dias e seguido por amoxicilina, ou Gentamicina 7,5mg/kg IM 
ou IV uma vez ao dia durante 7 dias, 
5. A dieta da criança deve ser balanceada, não podendo extrapolar e aumentar 
sua quantidade. A via oral é a via preferencial, sendo a nasogástria restrita apenas 
em algumas condições específicas (como a não aceitação do volume mínimo 
estipulado). 
6. A reposição de micronutrientes é importante para suprir as deficiências 
nutricionais, sobretudo a vitamina A, ácido fólico, zinco e cobre. 
7. O monitoramento da anemia deve ser feito, sendo que níveis menores que 
Segunda fase (duração: 2 a 6 semanas) 
Essa fase é chamada de reabilitação e seu objetivo é a recuperação nutricional 
através da administração de dieta hiperproteica, hipercalórica,com reposição de 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
16 
 
vitaminas e micronutrientes até atingir um peso alto 10-15 g/kg/dia, de modo a evitar 
insuficiência cardíaca provocada por uma superalimentação. É importante destacar 
que uma criança que esteja sendo alimentada por sonda nasogástrica não é 
considerada apta para entrar na fase de reabilitação. 
A criança deve receber alimentos suficientes para repor seus déficits e retomar o 
crescimento. É importante garantir o aporte necessário de calorias e outros nutrientes por 
intermédio de uma dieta de alta concentração calórica e progressivamente variada, 
respeitando a aceitação da criança. 
Terceira fase (duração: 7 a 26 semanas) 
Essa fase é importante manter o acompanhamento da criança e sua família a fim de 
prevenir uma recaída e assegurar a continuidade do densenvolvimento emocional, físico 
e mental da criança. A evolução da criança com ganho de peso satisfatoriamente 
permite que ela seja conduzida a um centro de reabilitação nutricional em que há uma 
equipe treinada em reabilitação em crianças desnutridas. Em cidades que não possuem 
esses centros especializados a criança deve continuar internada no próprio hospital. 
Após todo esse tempo a criança pode receber alta e com isso passa a receber visitas 
domiciares na tentativa de complementar o tratamento (1 semana, 2 semanas, 1 mês, 3 
meses e 6 meses). 
4. Determinar os parâmetros e métodos utilizados para avaliação do 
crescimento da criança (medidas antropométricas, correlação com 
gráficos e score Z) 
Fisiologia do crescimento 
O crescimento é do ponto de vista biológico uma alteração no tamanho e função 
celular. Ele está presente desde o resultado da fecundação até a morte, visto que em 
todo esse período há crescimento celular (proliferação). Para a clínica pediátrica o 
crescimento que apresenta relevância é o crescimento somático que ocorre após o 
nascimento e vai até a adolescência. Logo, crescimento consiste em aumento físico, 
aumento de massa corporal, hiperplasia e hipertrofia celular. Sua análise é realizada 
através do peso e altura da criança ao longo do tempo. Como é sabido ocrescimento é 
um indicador importante para a avaliação da saúde. 
O crescimento sobre influência de fatores intrínsecos e extrínsecos. O primeiro consiste 
no potencial genético do indivíduo e fatores metabólitos que auxiliam nesse mecanismo. 
O segundo compreende o ambiente, a alimentação, a higiene, as condições de 
habitação e cuidados com a criança. É importante termos em mente que esses fatores 
atuam concomitantemente, sendo que a sua junção permite o crescimento adequado 
da criança. 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
17 
 
Sobre os fatores que atuam no crescimento pontuarei dois de extrema relevância 
(sistema neuroendócrino e meio ambiente). O sistema neuroendócrino é bastante 
complexo pois envolve mecanismo que regulam os processos de crescimento através da 
regulação hormonal. O eixo principal envolvido nesse controle é o GH-sistema IGF. O 
aumento da estatura do indivíduo, por exemplo, acontece, devido uma série de 
processos coordenados e combinados que permitem a junção de cartilagem, a 
interação de fatores de crescimento, a disponibilidade de nutrientes e enzimas 
necessários. Para tanto, o GH é responsável pelo recrutamento de células especializadas 
para o mecanismo, enquanto o IGF determina a hiperplasia e hipertrofia das células 
recrutadas. Cabe ressaltar que os hormônios tireoidianos são necessários para o 
crescimento, atuando na produção e secreção de GH e na síntese de IGF-1. Por outro 
lado, o meio ambiente interfere no crescimento do ser humano desde quando ele está 
na vida intrauterina. Caso não haja a oferta de nutrientes adequados nesse período é 
possível que haja um retardo de crescimento. Após o nascimento o fator extrínseco 
preponderante é o meio ambiente, pois ele atua de forma decisiva para “moldar” a 
criança. Para ter ideia os fatores genéticos só sobrepõe os fatores ambientais quando a 
criança já está maior e durante a adolescência. Ainda sobre o crescimento na primeira 
infância é importante que os pediatras tenham em mente que nesse período pode 
haver alterações na velocidade de crescimento. Isso é algo puramente normal, pois esse 
mecanismo é fundamental para que a criança estabeleça um canal de crescimento 
adequado a de seus pais. Basta ver que quando uma criança nasce muito grande e ela 
é filha de pais pequenos é esperado que o ritmo de crescimento reduza sua velocidade. 
Avaliação do crescimento 
A avaliação do crescimento e análise de alguns parâmetros são de suma importância 
para interpretar a saúde do recém-nascido. Para tal, devemos lembrar que o 
crescimento se traduz em um aumento de peso e estatura ao longo de um tempo. Os 
pediatras normalmente acompanham o peso, estatura, medidas de seguimento superior 
e inferior e perímetro cefálico. Sabemos que o peso pode sofrer influência de vários 
fatores por isso ele é considerado um indicador mais sensível, embora seja menos 
específico, por outro lado, a estatura é um indicador mais confiável, sendo menos 
sensível e mais específico. 
a) Peso: é um parâmetro que muda constantemente, sobretudo nos primeiros 
meses de vida. Sua avaliação se dá pela pesagem, para tanto é importante 
lembrar que crianças de até 2 anos ou até 16 kg deverão ser pesadas na 
posição deitada ou sentada na balança mecânica pediátrica. Por outro lado, 
crianças maiores que 2 anos e adultos são pesados de forma ereta na balança 
tipo plataforma. Fórmula do peso até 11 anos. 
 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
18 
 
b) Estatura: o termo comprimento é usado para determinar o crescimento linear 
das crianças até dois anos. Após esse período esse termo es substituído por 
altura. Até dois anos a criança deverá ser avaliada em decúbito dorsal com a 
medição do vértice da cabeça até a planta dos pés em 90°. Após esse período, 
ela deverá ser avaliada de forma ereta. Fórmula da altura até 11 anos. 
 
c) Perímetro cefálico: um parâmetro bastante útil nos primeiros meses de vida para 
avaliar possíveis desvios do desenvolvimento neurológico. Sua medição utiliza 
como parâmetros a elevação occipital e a glabela. 
 
 
 Referenciais antropométricos 
De forma isolada todos os indicadores de crescimento não apresentam valor 
diagnóstico, sendo importante interpretá-los a partir de gráficos que os relacionam. Por 
meio da comparação com populações de referência é que podemos avaliar o 
crescimento do nosso paciente. 
 
Percentil 
A distribuição por percentil são valores obtidos para todos os indicadores de 
crescimento que foram estudados. Esses valores são dispostos em gráficos, de forma 
crescimento, o que permite a análise da situação de cada paciente. De forma bem 
genérica podemos compreender que esse gráfico dispõe de uma lista crescente de 
alturas para uma determinada idade, caso um paciente encontra-se no percentil 40, 
traduz essa colocação em porcentagem, sendo que 60% daquela população apresenta 
uma estatura maior. Dessa forma, indivíduos que se encontram no percentil 50 estão 
dentro da médica para aquela população. A interpretação desses dados é realizada 
através de gráficos elaborados pela OMS, sendo que os percentis destacados são 3, 15, 
50, 85 e 97. 
A análise realizada por esse parâmetro é menos criteriosa e utiliza dados próximos da 
média o que permite a avaliação em evolução de cada paciente. Sendoassim, ele é 
considerado mais sensível em relação ao escore Z. 
Escore Z 
O escore Z é uma outra forma de comparar os indicadores de crescimento estudados 
acima. Ele mede a distância em desvio-padrão que a medida do paciente se encontra 
da média da população da mesma idade e sexo. Um escore Z positivo se traduz em um 
indivíduo acima da média, por outro lado, um escore Z negativo significa que o paciente 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
19 
 
está abaixo da média. E por fim um escore Z zerado significa que o paciente está na 
média. 
A análise realizada por esse parâmetro é mais criteriosa, pois utiliza dados mais 
extremos, podendo gerar falsos negativos. Sendo assim, ele é considerado mais 
específico em relação ao percentil. 
Curvas de crescimento de referência 
As curvas são gráficos elaborados pela OMS para que possamos interpretar os dados 
de nossos pacientes. Desse modo, por muito anos o MS utilizava as curvas padrões 
disponibilizadas por esse órgão. Devido muitos questionamentos acerca da etnia e 
nutrição das crianças ditas como “padrão”, o Brasil, em 2006, passou a ser o valor de 
referência na América Latina. A partir de então a OMS recomenda os gráficos de 2006 
como referência na análise dos dados antropométricos, podendo analisar crianças até 
19 anos. 
Site com as curvas: https://www.sbp.com.br/departamentos-
cientificos/endocrinologia/graficos-de-crescimento/ 
O acompanhamento sistemático do crescimento da criança é um dos eixos 
primordiais das consultas pediátricas. É possível extrairmos alguma informação sobre a 
avaliação e interpretação da gravidade aponta pelos dados. Várias medidas de 
crescimento de uma criança são colocadas nos gráficos a cada consulta, assim, é 
possível analisar o padrão de crescimento e comparar com a média. Um crescimento 
adequado tente seguir em paralelo com a linha verde (linha média). Qualquer 
alteração tanto para cima quanto para baixo deve ser investigada para determinar sua 
causa e realizar a conduta adequada. Um traçado horizontal significa que a criança 
não está crescendo, necessitando de uma investigação sobre a causa. 
Quanto a interpretação dos percentis uma criança que se encontra entre o p3 e p15 
requer uma atenção especial do profissional de saúde e dos cuidadores da criança, pois 
essa faixa é importante para a vigilância do baixo peso. 
5. Compreender o desenvolvimento da criança até a primeira infância 
(pesquisa de reflexos, possíveis alterações...). 
Desenvolvimento se traduz em ganho de função, sejam habilidade motoras ou 
neuropsíquicas durante os primeiros meses de vida, sejam as funções reprodutivas que se 
apresentam durante a puberdade. O desenvolvimento é análise desses parâmetros 
qualitativos que ocorre durante toda a vida do ser humano. 
Chamamos de desenvolvimento neuropsicomorotr o conjunto de todas as reações 
das crianças, todo o seu comportamento que evolui progressivamente ao longo do 
tempo sob a forma de funções e habilidades cada vez mais específicas. Desse modo, 
nos primeiros meses de vida é possível observar reações reflexas e estereotipadas as 
https://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/endocrinologia/graficos-de-crescimento/
https://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/endocrinologia/graficos-de-crescimento/
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
20 
 
quais denominamos de reflexos primitivos que vão desaparecendo com o tempo e 
tornando-se reações voluntárias. As bases fisiológicas que explicam esse mecanismo de 
evolução são o crescimento somático e desenvolvimento (mielinização e formação de 
novas sinapses) das vias motoras, sensitivas, sensoriais, linguagem, raciocínio e memória. 
O estudo do desenvolvimento está compreendido em cinco áreas: 
1) Conduta adaptativa: é considerada uma conduta percussora da inteligência, 
pois nela é avaliada a capacidade da criança em “resolver” problemas e 
apresentar a partir de novas experiências. Por exemplo, ao mostrar um objetivo 
para um lactente de 4 meses é esperado que ele estenda a mão para busca-lo 
para poder leva-lo a boca para iniciar a exploração. 
2) Conduta motora fina: consiste na habilidade cada vez específica na utilização 
das mãos e dedos no auxílio da exploração dos objetos por parte dos lactentes. 
Por exemplo, é esperado que um lactente de 4 meses realize a pega palmar, 
aos 7 meses realize a pega radial e aos 12 meses realize a pega em pinça. 
3) Conduta motora grosseira: habilidade motora geral como sustentar a cabeça, 
tronco, sentar, rolar, engatinha e andar. Ela demanda a interação das vias 
motoras centrais e periféricas, bem como a participação dos sentidos e vias de 
equilíbrio. 
4) Conduta de linguagem: consiste na capacidade da criança em compreender e 
exprimir sensações e pensamentos. Essa comunicação pode ser verbal e não 
verbal. 
5) Conduta pessoal-social: reações da criança frente às pessoas, como a mãe e 
parentes, e frente situações da vida diária, como alimentação. 
 
 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
21 
 
 
A sequência do desenvolvimento neuropsicomotor ocorre no sentido céfalo-caldal e 
proximal-distal. O lactente adquire primeiro controle da cabeça, para depois adquirir o 
controle do tronco, o sentar o engatinhar e o andar. Os reflexos primitivos neonatais são 
respostas motoras deflagradas por um estímulo externo do examinador. É chamado de 
primitivos porque não são voluntárias, sendo assim, estão sobre controle de centros 
subcorticais, tronco encefálico e medula. Lembrar que esses reflexos tem um caráter 
transitório, pois apresentam um período para desaparecerem. 
1. Reflexo de preensão plantar: o bebê está em posição supina e o examinador 
comprime o polegar sobre a face plantar. A resposta esperada é a flexão dos 
dedos. Esse reflexo desaparece aos 15 meses. 
2. Reflexo de Galant: o examinador coloca o bebê em posição prona, apoiando-o 
com o braço. Com o dedo contralateral ele realiza um movimento linear paralelo 
à coluna vertebral, indo do ombro as nádegas. A resposta esperada é uma flexão 
do tronco, com a concavidade virada para o lado estimulado. Desaparece aos 4 
meses. 
3. Reflexo extensor suprapúbico: o examinador coloca o bebê em posição supina e 
realiza uma pressão acima do púbis. A resposta esperada é a extensão de ambos 
os membros inferiores. Esse reflexo desaparece em 1 mês. 
 
 
 
mathe
Destacar
mathe
Destacar
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
22 
 
 
 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
23 
 
 
6. Definir o SISVAN e sua importância. 
É um sistema de informação que visa descrever e predizer de maneira contínua, 
tendências das condições de nutrição e alimentação de uma população, e seus 
fatores determinantes, com fins ao planejamento e avaliação dos efeitos de políticas, 
programas e intervenções. 
O SISVAN tem como objetivos: descrever o estado nutricional da população com 
particular referência a subgrupos que são identificados como estando sob-risco, 
permitindo o conhecimento do problema nutricional; prover informação que irá 
contribuir para a analise das causas e fatores associados possibilitando uma seleção de 
medidas preventivas e/ou educativas que poderão ser ou não nutricionais; permitir 
predições a serem feitas com base na consolidação e análise dos dados a fim de indicar 
a evolução provável dos problemas nutricionais; acompanhar e monitorar o estado 
nutricional da população atendida em Unidades Básica de Saúde e/ou Programa Saúde 
da Família; monitorar programas e políticaspúblicas no contexto da alimentação e 
nutrição, e avaliar sua efetividade. 
No contexto do setor saúde, o SISVAN contempla quatro eixos interligados: 
 Padronização de atividades, isto é, tarefas organizadas de receber, tratar, 
analisarem dados e informações para devolvê-los à rede do Sistema Único de Saúde 
(SUS) e à sociedade, retro alimentando os setores responsáveis pelo planejamento, 
gestão e controle social dos programas e políticas públicas. 
: Engloba quaisquer atividades rotineiras e contínua de coleta, 
processando, análise e interpretação dos dados: recomendação de medidas de 
controle apropriadas: promoções das ações de controle indicadas; avaliação da 
eficácia e efetividade das medidas adotadas; e divulgação de informações pertinentes. 
: Envolve os aspectos relativos à promoção de práticas alimentares 
saudáveis e à prevenção e ao controle dos distúrbios alimentares e de doenças 
associadas à alimentação. 
 NUTRICIONAL: Considera o estado nutricional de coletividades como resultante do 
equilíbrio entre o consumo alimentar e a utilização biológico e sua estreita relação com 
o estado de saúde 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
24 
 
7. Descrever o atendimento à puérpera. 
É recomendado pelo MS uma visita domiciliar à gestante e a criança na primeira 
semana pós-parto. Nesta visita é fundamental que o profissional de saúde saiba 
identificar sinais de perigo à saúde da criança. Isso porque, as crianças menores de 2 
meses podem adoecer e morrer em um curto espaço de tempo por infecções 
bacterianas graves. 
A primeira consulta do RN deverá ocorrer na sua primeira semana de vida, que 
constitui um momento propicio para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do 
aleitamento materno exclusivo, para orientar sobre as imunizações, para verificar a 
realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e para estabelecer ou reforçar a rede 
de apoio. 
A partir da anamnese procura-se identificar as condições de nascimento da criança 
(tipo de parto, local de parto, peso ao nascer, índice de Apgar, intercorrências clinicas 
na gestação e parto). Já o exame físico deve ser completo, avaliando peso – 
lembrando, que se considera normal uma perda de peso de até 10% ao nascer, 
devendo ser recuperado até o 15º dia de vida - comprimento, perímetro cefálico, 
estado geral, face, pele, fontanelas, reflexos. 
Além disso, é importante verificar se o RN recebeu a 1ª dose da vacina contra 
hepatite B e da BCG na maternidade e se será necessário indicar a aplicação dessas 
vacinas na unidade de saúde. 
O MS recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano e vida (1ª semana, 1º mês, 
2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês) além das duas consultas no 2 ano de vida (18º 
e no 24º mês), e a partir do 2 ano de vida, consultas anuais. Essas faixas são selecionadas 
porque representam momentos de oferta de imunizações. 
Ressaltar os aspectos emocionais envolvidos durante o nascimento, sobretudo nos 
casos em que a mãe é primigesta. O papel da equipe multiprofissional é ressaltar o 
papel no núcleo familiar (não só responsabilizar a mãe) na ação de acolher e suprir as 
necessidades demandas por um recém-nascido. É um período bastante conturbado e 
delicado esses primeiros meses, ainda mais pela extrema dependência do bebê com a 
mãe. 
7. Abordar a importância do ECA (maus tratos à criança). 
Os maus-tratos contra a criança e ao adolescente podem ser praticados pela 
omissão, pela supressão ou pela transgressão dos seus direitos, definidos por convenções 
legais ou normas culturais. Classicamente os maus-tratos são divididos nos seguintes tipos: 
 Maus-tratos físicos: uso da força física de forma intencional, não-acidental, praticada 
por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas da criança ou adolescente, com o 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
25 
 
objetivo de ferir, danificar ou destruir esta criança ou adolescente, deixando ou não 
marcas evidentes. 
 Síndrome de Munchausen por procuração: é definida como a situação na qual a 
criança é trazida para cuidados médicos devido a sintomas e/ ou sinais inventados ou 
provocados pelos seus responsáveis. 
 Abuso sexual: é todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual cujo 
agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a 
criança ou o adolescente. 
 Maus-tratos psicológicos: são toda forma de rejeição, depreciação, discriminação, 
desrespeito, cobrança ou punição exageradas e utilização da criança ou do 
adolescente para atender às necessidades psíquicas dos adultos. 
 Negligência: é ato de omissão do responsável pela criança ou adolescente em 
prover as necessidades básicas para o seu desenvolvimento. O abandono é 
considerado uma forma extrema de negligência. A negligência pode significar omissão 
em termos de cuidados básicos como a privação de medicamentos; cuidados 
necessários à saúde; higiene; ausência de proteção contra as inclemências do meio 
(frio, calor); não prover estímulo e condições para a frequência à escola. 
A suspeita de maus-tratos contra crianças e adolescentes surge, geralmente, no 
momento em que se procede a anamnese ou no decorrer do exame físico do paciente. 
Cabe ressaltar que, na maioria das vezes, as vítimas não possuem evidências físicas de 
maus-tratos. Sendo assim, a anamnese ocupa lugar relevante no esclarecimento dos 
casos, não apenas pelo relato da ocorrência da violência em si, como também de 
sintomas sugestivos de que a criança possa estar sendo vitimizada. 
Sempre que possível, é importante que a avaliação seja feita por equipe 
multiprofissional, na qual estejam incluídos, além do médico, psicólogo e assistente 
social. 
 A ATITUDE DO PROFISSIONAL 
 A entrevista inicial tem como objetivo estabelecer uma relação entre o médico e os 
pais ou responsáveis, além de se ouvirem as queixas apresentadas. É em nome deste 
relacionamento que o profissional da saúde deve manter uma atitude de isenção, 
Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre 2020 22 mesmo que haja suspeita de que um 
dos pais ou o responsável seja o abusador. 
As perguntas devem ser isentas de qualquer conotação de acusação ou de censura, 
embora as intenções de esclarecer a suspeita ou confirmação dos maus-tratos e de 
proteger a criança de novas agressões devam estar sempre presentes. 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
26 
 
Diante de qualquer tipo de maus-tratos, todos os dados obtidos a respeito da criança 
(relatos sobre o episódio de maus-tratos, exame físico e exames complementares) 
devem ser cuidadosamente registrados no prontuário, uma vez que a Justiça pode 
solicitar cópias da documentação da unidade de saúde. 
Segundo o ECA, os profissionais da saúde são obrigados a notificar os maus-tratos 
cometidos contra crianças e adolescentes. 
Para que este preceito legal seja cumprido, é preciso sensibilizar e conscientizar os 
profissionais da área para o problema; fornecer maior conhecimento sobre o tipo de 
atendimento a ser dado às vítimas desses agravos; disponibilizar informação e 
capacitação para o diagnóstico e a intervenção; promover medidas preventivas; e 
aperfeiçoar o sistema de informação sobre o perfil de morbimortalidade por violência. 
O cumprimento dos direitos garantidos pelo ECA é amparado pelo Conselho Tutelar, 
que é um órgão permanente e autônomo, mantido com recursos públicos. 
Por este motivo, o profissional de saúde deve notificar ao Conselho Tutelar, 
estabelecendo uma parceria fundamental para a proteção da criança e o apoio à 
família. O campo de atuação do Conselho Tutelar é diferente e mais amplo que o de 
uma unidade de saúde e o profissional passa a ter um parceiro para compartilhar o 
atendimento e dividir responsabilidades.

Continue navegando