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7 PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ASSÉDIO MORAL

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20/05/2019 7 principais dúvidas sobre o assédio moral no ambiente de trabalho
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20 de Maio de 2019
7 principais dúvidas sobre o assédio moral no ambiente de
trabalho
Esse artigo visa trazer esclarecimento e conhecimento ao cidadão comum,
trabalhador, esquivando-se assim os autores do uso da tradicional
linguagem intelectual e erudita de habitual no meio jurídico, trazendo
assim uma linguagem simples, acessível e de fácil interpretação ao
trabalhador, tendo como objetivo levar a estes o conhecimento dos seus
direitos trabalhistas, não tendo assim qualquer cunho científico ou de foco
para a comunidade jurídica.
20/05/2019 7 principais dúvidas sobre o assédio moral no ambiente de trabalho
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Ninguém gosta de ser chamado a atenção, advertido ou cobrado,
principalmente no ambiente de trabalho. Porém, toda empresa conta com
imposições e cobranças que são comuns, considerando a responsabilidade
de cada funcionário e o poder de direção do empregador.
Ocorre que, em determinadas situações, esse comportamento do assediador
passa a ser frequente e acompanhado de condutas que humilham, causam
constrangimento ou um estresse excessivo ao funcionário. É justamente aí
que nasce uma prática que deve ser amplamente evitada: o chamado
assédio moral.
Embora esse tema ainda seja confuso para muitos empregados, a prática do
assédio moral tem sido cada vez mais comum no ambiente de trabalho. Se
você ainda não conhece quais situações podem ser consideradas como
assédio moral e como se proteger dentro da empresa e através da justiça,
vale a pena conferir este artigo.
1. O que é o assédio moral?
A maioria dos empregados acredita que o assédio moral se resume a
ameaças, piadas, insultos e outros tipos de constrangimento. No entanto,
práticas como instruções imprecisas para a execução do trabalho,
sobrecarga de tarefas, cobranças de metas excessivas, isolamento do
funcionário e até restrições quanto ao uso do banheiro, podem ser
consideradas assédio moral.
Em geral, para que o assédio moral seja reconhecido, é necessário que a
conduta seja repetitiva, funcionando como uma espécie de perseguição.
Dessa forma, a situação deve ser praticada mais de uma vez pelo
assediador. No entanto, sempre é necessário avaliar cada caso concreto.
Um chefe que dá um prêmio público a um empregado de “pior funcionário
do mês”, ou até mesmo outro funcionário de mesma hierarquia que coloca
apelido no outro colega de trabalho, por exemplo, são situações que podem
caracterizar o assédio moral.
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Sempre que existir o objetivo de inferiorizar, isolar, constranger, humilhar
e perseguir, causando um abalo físico ou psicológico no empregado, existe
grande possibilidade de se caracterizar assédio moral, ainda que a conduta
não seja tão frequente.
Ocorre que, na prática, a “criatividade” dos assediadores supera essas
descrições e exemplos. Por isso, é importante o empregado sempre
consultar um advogado trabalhista, que poderá lhe esclarecer se a situação
vivenciada pode configurar ou não assédio moral.
2. O que não é considerado assédio
moral?
Toda empresa possui determinadas imposições, cobranças e avaliações de
seus empregados. Essas condutas são bastante comuns e não se configuram
como assédio moral. Antes de denunciar ou mesmo entrar com uma ação
judicial, o empregado deve ter clareza sobre aquilo que é e o que não é
considerado assédio moral.
Quando a empresa transfere um funcionário de posto em decorrência de
uma prioridade institucional, por exemplo, não é considerado assédio
moral. Da mesma forma, uma exigência com relação à execução do
trabalho, ou ainda, chamar a atenção por um comportamento inadequado
do funcionário, não são considerados como assédio moral.
Além da prática ser reiterada, é necessário que exista a humilhação, o
constrangimento ou mesmo a inferiorização do funcionário para que seja
reconhecido o assédio moral. Situações como não passar tarefas, dar
instruções erradas com o objetivo de prejudicar, expor o funcionário
publicamente, fazer brincadeiras ou críticas em público, forçar a demissão
do funcionário, proibir colegas de trabalho de conversarem com ele e até
impor horários injustificados, são exemplos de situações que configuram o
assédio moral e merecem providências da empresa.
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3. O assédio moral ocorre apenas entre o
superior e o seu subordinado?
Outra ideia equivocada que muitos empregados possuem sobre o assédio
moral é que ele só ocorre entre superiores e subordinados. No entanto, esse
tipo de assédio também pode ocorrer entre colegas de trabalho e até mesmo
entre os subordinados contra seus superiores.
A questão do assédio não está ligada à hierarquia, mas sim à dignidade do
trabalhador. Assim, qualquer conduta reiterada que fira a dignidade do
trabalhador, mesmo que praticada por funcionário de mesma hierarquia,
pode ser considerado assédio moral.
4. Estou sofrendo assédio moral no
trabalho. O que devo fazer?
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Sofrer assédio moral dentro da empresa é uma situação bastante delicada.
Porém, é necessário que o empregado saiba reconhecer as situações que
configuram o assédio, bem como, a melhor forma de se proteger.
Primeiramente é importante que a vítima resista às ofensas, buscando não
reagir. Também é importante que o empregado anote as datas, horários, o
nome do agressor, nomes de outras pessoas que presenciaram o ocorrido,
bem como, o conteúdo da conversa. Procurar a ajuda de colegas que
testemunharam o fato, ou mesmo sofreram os mesmos constrangimentos,
também é uma boa estratégia.
Para não deixar que a situação fique ainda pior, evite ao máximo conversas
particulares com o agressor. Procure manter a comunicação via e-mail, ou
na presença de outras pessoas.
Outra providência a ser tomada é buscar o RH ou a ouvidoria da empresa e
relatar o ocorrido. Caso a empresa não tome providência, é possível que o
empregado relate o assédio sofrido ao sindicato, ou mesmo ao Ministério
Público.
É importante que a vítima tente coletar o máximo de provas possíveis para
comprovar o assédio. Isso pode ser feito através de e-mails, testemunhas ou
mesmo gravações ambientais promovidas pelo empregado através de
gravador do telefone celular, por exemplo.
A ação judicial é uma medida a ser tomada, porém, neste caso, o ideal é
procurar um advogado trabalhista, de preferência antes de se desligar da
empresa.
5. A empresa é responsável pela conduta
assediadora de seu empregado?
Em todos os casos a empresa responde pela conduta assediadora do seu
empregado. Trata-se de responsabilidade subjetiva. É dever da empresa
promover um ambiente saudável para os seus funcionários, bem como,
realizar práticas de conscientização contra o assédio moral.
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6. Como comprovar que estou sofrendo
assédio moral?
Ao identificar que pode estar sofrendo assédio moral, é importante que avítima tente coletar o máximo de provas possíveis.
Por se tratar de uma conduta reiterada, é ideal que a vítima nunca esteja
sozinha com o assediador. Outros funcionários que tenham presenciado o
ocorrido podem servir de testemunha para a comprovação do assédio na
justiça.
E-mails ou mesmo gravações ambientais promovidas pelo empregado
através de gravador do telefone celular, por exemplo, são outras formas
para se comprovar o assédio moral.
7. Comprovado o assédio moral, qual o
direito do trabalhador?
Caso o assédio moral seja comprovado em uma ação judicial, o trabalhador
terá direito a ser indenizado pelos danos morais sofridos. Segundo a
legislação, será responsável pelo pagamento da indenização aquele que
direta ou indiretamente causou o dano. Ou seja, tanto o agressor quanto a
empresa podem ser responsabilizados.
O valor da indenização, contudo, é um tema bastante complexo, já que não
existe uma simples régua para medir a ofensa e o sofrimento causado à
vítima do assédio moral. O juiz, ao determinar o valor, deve ter em mente a
proporção do dano sofrido pela vítima e a necessária punição na empresa,
não podendo arbitrar um valor irrisório que não coíba que outros
funcionários sofram o assédio.
Importante também que o valor da reparação do dano não promova o
enriquecimento ilícito, ou seja, que a indenização não seja muito superior,
fugindo da razoabilidade.
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O assédio moral, sem dúvida, é um tema ainda nebuloso dentro e fora das
empresas. Porém, o empregado que sofre esse tipo de conduta abusiva não
deve deixar de buscar ajuda tanto dentro quanto fora da empresa, evitando
que o problema se agrave e prejudique a sua saúde física e psicológica.
8. Jurisprudência sobre o tema
RECURSO DE REVISTA. DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL.
CUMPRIMENTO DE METAS. CONFIGURAÇÃO E VALOR DA
INDENIZAÇÃO. A indenização por dano moral tem sido admitida não
apenas em casos de ofensa à honra objetiva (que diz respeito à
consideração perante terceiros), mas também de afronta à honra subjetiva
(sentimento da própria dignidade moral), a qual se presume. De acordo
com a jurisprudência pacífica, o que se exige é a prova dos fatos que
ensejam o pedido de indenização por danos morais (art. 818 da CLT e 333,
I, do CPC), e não a prova dos danos imateriais, esta, de resto, impossível.
Portanto, o dano moral verifica-se in re ipsa. Os fatos relatados no acórdão
regional retratam não apenas o rigor, na cobrança de metas, mas sobretudo
a relevante circunstância de o insucesso do autor ser indevidamente
noticiado a outros gerentes de contas e a outros empregados, promovendo-
se, assim e desnecessariamente, um ambiente hostil e vexatório de
trabalho. Evidenciado o dano moral, que deriva in re ipsa dessa conduta
patronal, não se há cogitar de violação dos artigos 5º, V e X, da
Constituição, 186 e 927 do código Civil, 818 da CLT e 333, I, do CPC. RR
6741920105090303. 6ª Turma. Ministro Relator: Augusto César Leite de
Carvalho. DEJT: 04/12/2015.
GERENTE DE CONTAS – COBRANÇA EXCESSIVA DE METAS. AMEAÇA
DE DESPEDIMENTO DE TRABALHADORA CASO NÃO ALCANCE
OBJETIVO QUE INDEPENDE EXCLUSIVAMENTE DO SEU
DESEMPENHO. DANO MORAL. O Gerente de Contas é o escriturário da
pós-modernidade, que preenche as fichas de abertura de contas, oferece
produtos e ao -administrar sua carteira de clientes- nada mais faz que
aplicar recursos e conceder empréstimos pré-aprovados exatamente iguais
aos que os clientes obtêm nos caixas eletrônicos, recebe depósitos como o
antigo caixa, vende produtos e seguros como um vendedor, abre contas
como o antigo escriturário. Constitui assédio moral indenizável instituir
política de pessoal fundada em campanhas de vendas que exigem o
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atingimento de metas que independem da conduta e da diligência do
trabalhador. Dano Moral que se concede. RO 5012020105010302 RJ. 7ª
Turma. Desembargador Relator: Alexandre Teixeira de Freitas Bastos
Cunha. DEJT: 23/08/2012.
ASSÉDIO MORAL. CONFIGURADO. Verifica-se que restou comprovado
pela reclamante, através da prova testemunhal produzida, o fato gerador
dos atos ilícitos perpetrados no curso do contrato de trabalho, como
xingamentos e humilhações ligados ao desempenho da reclamante no
desenvolvimento do seu trabalho. Destaque-se que o mercado de trabalho
competitivo e a consequente cobrança não podem servir como fundamentos
para denegrir a imagem e a dignidade do trabalhador. RO
00013406620105010004 RJ. 7ª Turma. Desembargador Relator: Alvaro
Luiz Carvalho Moreira. DEJT: 13/05/2015.
Nosso escritório de advocacia possui advogados trabalhistas especialistas
em direito e processo do trabalho aptos a esclarecerem quaisquer dúvidas
sobre a legislação e jurisprudência atualizada e vigente no país. Caso
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