Alimentos Funcionais e Nutracêuticos

Prévia do material em texto

Alimentos Funcionais e Nutracêuticos
Alunas: Dandara Bindemann, Djeine Cibele, Flávia Matheus, Isabella Peres, Meyissehoue Jacqueline, Larissa Fernandes, Luana Cardoso, Maria Carolina Correa, Nicolle de Lima
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO:
Definições e características atribuídas aos alimentos funcionais
Definições e características atribuídas aos nutracêuticos
Principais diferenças entre os dois
NUTRACÊUTICOS:
Classificação
Estudos na área
Aspectos Legais
Controle de qualidade e segurança
ALIMENTOS FUNCIONAIS:
Classificação
Aspectos Legais
Estudos na área
-Definição e características atribuídas aos alimentos funcionais:
O que é um alimento funcional?
Segundo a Anvisa,alimentos funcionais “contêm ingredientes que podem auxiliar, por exemplo, na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, na proteção das células contra os radicais livres, no funcionamento do intestino, na redução da absorção do colesterol, no equilíbrio da flora intestinal, entre outros, desde que seu consumo esteja associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”. 
Fonte: https://www.lbnanalises.com.br/wp-content/uploads/2015/06/alimentos-funcionais.jpg
O que um alimento deve conter para ser considerado funcional?
Devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta normal/usual;
Devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em elevada concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam;
Devem ter efeitos positivos além do valor básico nutritivo, que pode aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças, promovendo benefícios à saúde além de aumentar a qualidade de vida, incluindo os desempenhos físico, psicológico e comportamental;
A alegação da propriedade funcional deve ter embasamento científico;
Pode ser um alimento natural ou um alimento no qual um componente tenha sido removido;
Pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha sido modificada;
Pode ser um alimento no qual a bioatividade de um ou mais componentes tenha sido modificada.
(Roberfroid 2002,apud Moraes 2006)
O que contém um alimento funcional?
Fontes de fibras (inulina, frutooligossacarídeos, polidextrose,entre outros);
Fitoesteróis;
Probióticos (microrganismos que contribuem para o equilíbrio da flora intestinal);
Acidos graxos ômega 3;
Quitosana;
Psillium;
Produtos com proteína de soja.
Alimento enriquecido é alimento funcional? 
Não. Alimento enriquecido tem adicionado na sua composição nutrientes, com o objetivo de aumentar seu valor nutricional. (Anvisa)
 
(Anvisa)
Fonte: http://www.jornaldasaude.com.br/alimentos-funcionais.htm
-Definição e características atribuídas aos nutracêuticos:
O que é um nutracêutico?
Segundo definição de Zeisel (Regulation of nutraceuticals. Science 285:1853-55, 1999), nutracêuticos são "suplementos alimentares que contém a forma concentrada de um composto bioativo de alimento, apresentado separadamente da matriz alimentar e utilizado com a finalidade de melhorar a sa
úde, em doses que excedem aquelas que poderiam ser obtidas de alimentos."
Ou seja, são compostos bioativos presentes nos alimentos que desempenham papéis importantes na saúde, apesar de não serem essenciais.
Quais são seus benefícios?
Os nutracêuticos podem ser utilizados para fins específicos, como complementar a alimentação diária ou ajudar na prevenção e/ou combate a doenças. Eles podem ser utilizados, inclusive, com finalidades estéticas, como para beneficiar a pele e os cabelos, ou acelerar o processo metabólico para facilitar a perda de peso, por exemplo.
Principais nutracêuticos e seus benefícios:
Licopeno: reduz o risco de doenças cardiovasculares e ajuda na proteção contra o câncer;
Probióticos: são importantes para o bom funcionamento do intestino e redução do risco de câncer de intestino;
Catequinas: possuem ação antioxidante, além de inibirem a formação de placas de gordura no sangue (ateromas);
Resveratrol: ajuda a inibir a formação de células cancerígenas, inflamações e coágulos
Ômega 3: Combate os radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce. Além disso estimula a produção de colágeno, beneficia o cérebro, olhos, pele, etc;
Fitoesteróis: Controlam a produção do mal colesterol;
Selênio: Ameniza os danos causados pelos raios UV.
-Principais diferenças entre os dois:
Alimentos funcionais: Estão presentes no nosso dia a dia, na forma de um alimento comum que é consumido como parte da dieta. Possui capacidade de auxiliar no tratamento e na prevenção de doenças como diminuir a absorção de colesterol, aumentar a imunidade, dentre outros. 
Alimentos Nutracêuticos: Produtos que contém alguns componentes de alimentos funcionais isolados que apresentam benefícios de prevenção e tratamento de doenças comprovados, são administrados sabendo que vai proporcionar aquele benefício. Como: Cápsulas de vitamina D3, suplementos dietéticos, productos herbais. Indicado porque possuem uma concentração maior de nutrientes, sendo mais efetivos na prevenção e no tratamento de doenças.
 Alho:
Auxilia na imunização (combate contra vírus e bactérias)
Previne a aterosclerose (reduz o colesterol alto e os triglicerídeos)
 Açafrão:
Reduz inflamações no organismo 
Exemplo Alimentos Funcionais: 
Exemplo de Nutracêuticos:
Colágeno: 
Ajuda na hidratação e elasticidade da pele;
Fortalece o cabelo, unhas, ossos e articulações;
Ômega 3:
Diminui o colesterol;
Regula a pressão arterial;
Bom para a visão;
-Classificação dos nutracêuticos:
 Vários nutracêuticos podem ser produzidos através de métodos fermentativos com o uso de microrganismos considerados como GRAS (Generally Recognized as Safe). Estes podem ser classificados como:
Fibras dietéticas
Ácidos graxos poliinsaturados
Proteínas
Peptídeos
Aminoácidos ou cetoácidos
Minerais
Vitaminas e antioxidantes 
(ANDLAUER & FÜRST, 2002)
NUTRACÊUTICOS
-Estudos na área:
-Aspectos Legais: 
Os órgãos regulatórios de diferentes países não reconhecem o gênero nutracêutico, enquadrando estes compostos ativos de diferentes formas.
Além do mais, o cenário de regulamentação sempre esteve sob forte influência do mercado de alimentos funcionais e correlatos.
Os altos custos para se desenvolver novas marcas e produtos e a necessidade de proteger as já existentes fez com que se tornassem menos rigorosos os processos de desenvolvimento de muitas empresas do ramo (HASLER, 2005).
-Panorama mundial:
Estados Unidos:
Nos Estados Unidos, o termo nutracêutico não é reconhecido oficialmente;
Porém um nutracêutico poderia ser enquadrado, parcialmente, como um suplemento dietético, segundo a legislação do país.
União Européia:
Um dos princípios comuns que norteia esse setor e que é um produto alimentício não pode ser apresentado como agente modificador ou restaurador de funções fisiológicas do organismo e nem figurar como tratamento de patologias (CASTELLINI & et al., 2002);
Desta forma, em termos de leis européias, um grande número de substâncias seria enquadrada como medicamento e não um componente alimentar;
O status regulatório de nutracêuticos varia de acordo com os países que compõem a União Européia.
 Brasil:
No Brasil, a ANVISA não reconhece o termo nutracêutico;
No entanto, a Resolução RDC nº 2, de 2002, define substância bioativa, a definição oficial mais equiparável a nutracêuticos
Substância bioativa: nutriente ou não nutriente com ação metabólica ou fisiológica específica no organismo, devendo estar presente em fontes alimentares, seja de origem natural ou sintética, sem finalidade medicamentosa ou terapêutica (BRASIL, 2002).
Embora existam legislações e definições aplicáveis a nutracêuticos, não há reconhecimento oficial da categoria, bem como não há nenhuma lei específica para esses produtos que trate de sua eficácia, segurançae qualidade.
-Controle de qualidade e segurança:
O Controle de Qualidade é o conjunto de medidas destinadas a verificar a qualidade de cada lote de medicamentos e demais produtos cumprindo com as normas;
Possuem a capacidade de alterar funções metabólicas e fisiológicas do organismo e portanto devem ter a qualidade analisada;
As Farmacopéias regem os procedimentos para avaliação da qualidade de nutracêuticos, porém são incompletas sobre, o que é um desafio para os cientistas;
Para alertar a comunidade científica sobre a escassez de informações e métodos analíticos para os nutracêuticos, foi criado um grupo de entidades internacionais como o National Institutes of Health (NIH), AOAC International e o FDA;
A regulamentação e adoção de métodos analíticos validados é importante para os consumidores terem garantia de qualidade, além de ajudar na identificação de produtos adulterados.
 ALIMENTOS FUNCIONAIS:
-Classificação dos alimentos funcionais: 
• Alimentos com propriedades imunológicas: podem melhorar o sistema imunológico, fazendo com que nosso organismo se defenda de microorganismos. Podemos encontrar nos vegetais, hortaliças, frutas, chás, trigo e peixes.
• Alimentos com atividade antioxidante: protegem o nosso organismo da oxidação provocada pelos radicais livres. Auxiliam no combate a várias doenças como câncer, cardiopatias, catarata e diabetes. São ricos em Vitamina C, Zinco, Vitamina E, Betacaroteno. Podemos encontrar na cenoura, abóbora, brócolis, espinafre, tomate, entre outros.
• Alimentos ricos em ácidos graxos poliinsaturados Ômega-3, Ômega-6: podem prevenir doenças do coração, aumento das taxas de triglicerídeos e hipertensão arterial. Podemos encontrar nos peixes de água salgada e fria e também na semente de linhaça. 
-Estudos na área:
Tornaram-se mais evidentes nos últimos anos
Em crescimento: importância destes compostos no aumento da expectativa de vida 
Agentes promotores de saúde no caso de doenças crônicas tais como a obesidade, a aterosclerose, a hipertensão, diabetes 
Prioridade de pesquisa em todo o mundo
-Legislação e controle de qualidade:
O primeiro País a ter introduzido o termo “Alimentos Funcionais” foi o Japão na década de 80, sendo definidos como “Alimentos para uso específico de saúde”.
No Reino Unido a definição foi feita pelo MAFF (Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentos), definindo alimentos funcionais como “um alimento cujo componente incorporado oferece benefício fisiológico e não apenas nutricional”. 
Nos Estados Unidos da América do Norte são definidos alimentos funcionais, como alimentos que possuem benefícios além da nutrição básica. Sendo regulamentados pela FDA (Food and Drugs Administration) que os classificam baseando-se no uso que se pretende dar ao produto, na descrição contida nos rótulos ou nos ingredientes do produto. 
No Brasil pela ANVISA, são definidos como alimentos funcionais aqueles que além de funções nutricionais básicas, produzem efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica.
Codex Alimentarius
O Codex Alimentarius é um programa conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), criado em 1963.
Objetivo: estabelecer normas internacionais na área de alimentos, incluindo padrões, diretrizes e guias sobre Boas Práticas e de Avaliação de Segurança e Eficácia.
Atualmente, participam do Codex Alimentarius 187 países membros e a União Europeia, além de 238 observadores (57 organizações intergovernamentais, 165 organizações não governamentais e 16 organizações das Nações Unidas).
Apesar de os documentos do Codex Alimentarius serem de aplicação voluntária pelos membros, eles são utilizados em muitos casos como referências para a legislação nacional dos países. 
A Resolução das Nações Unidas 39/248, de 1985, recomenda que os governos adotem, sempre que possível, as normas e diretrizes do Codex Alimentarius, ao formular políticas e planos nacionais relacionados a alimentos. 
O Brasil é membro do Codex Alimentarius desde a década 70 e é um dos países da América Latina que tem maior tradição de participação nos trabalhos do programa. 
Regulamentação Brasileira:
Em 1999, o Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou quatro resoluções relacionadas aos Alimentos Funcionais. Sendo elas: 
- Resolução da ANVISA/MS 16/99: Aprova Procedimentos para Registro de Alimentos e ou Novos Ingredientes, na qual a principal característica é de não necessitar de um Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) (BRASIL, 1999a);
- Resolução da ANVISA/MS 17/99: Aprova Diretrizes Básicas para a Avaliação de Risco e Segurança de Alimentos que prova, baseado em estudos e evidências científicas, se o produto é seguro sob o ponto de risco à saúde ou não (BRASIL, 1999b);
- Resolução da ANVISA/MS 18/99: Aprova Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e/ou de Saúde alegadas em rotulagem de alimentos (BRASIL, 1999c);
- Resolução da ANVISA/MS 19/99: Aprova Procedimentos para Registro de Alimento com Alegação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde em sua Rotulagem (BRASIL, 1999d). 
Diretrizes para a utilização da alegação de propriedades funcionais (ANVISA):
a) A alegação de propriedades funcionais é permitida em caráter opcional; 
b) O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais, além de funções nutricionais básicas, deve ser seguro para consumo sem supervisão médica; 
c) São permitidas alegações de função ou conteúdo para nutrientes e não nutrientes, mediante demonstração da eficácia. Para os nutrientes com funções plenamente reconhecidas pela comunidade científica não será necessária a demonstração de eficácia;
d) No caso de uma nova propriedade funcional, há necessidade de comprovação científica da alegação de propriedades funcionais e da segurança de uso, segundo as Diretrizes Básicas para avaliação de Risco e Segurança dos alimentos; 
e) não são permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças (BRASIL, 1999c; BRASIL, 1999d). 
REFERÊNCIAS: 
https://www.researchgate.net/profile/Luciane_Colla/publication/237390187_ALIMENTOS_FUNCIONAIS_E_NUTRACEUTICOS_DEFINICOES_LEGISLACAO_E_BENEFICIOS_A_SAUDE_Functional_foods_and_nutraceuticals_definition_legislation_and_health_benefits/links/5578696108aeacff2002831e/ALIMENTOS-FUNCIONAIS-E-NUTRACEUTICOS-DEFINICOES-LEGISLACAO-E-BENEFICIOS-A-SAUDE-Functional-foods-and-nutraceuticals-definition-legislation-and-health-benefits.pdf
http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=2866855&_101_type=content&_101_groupId=219201&_101_urlTitle=alimentos-funcionais&inheritRedirect=true
Moraes F. P. e Colla L. M. / Revista Eletrônica de Farmácia Vol 3 (2), 99-112, 2006 1
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/1999/prt0398_30_04_1999.html
http://lexlenix.blogspot.com/2012/02/os-alimentos-funcionais-podem-ser.html
http://farmakacia.com.br/artigos-e-noticias/entenda-o-que-s%C3%A3o-os-nutrac%C3%AAuticos-e-para-que-servem
REFERÊNCIAS
https://www.hipolabor.com.br/blog/2017/01/30/voce-sabe-o-que-sao-nutraceuticos/
https://apisnutri.com.br/conheca-os-nutraceuticos-e-descubra-tudo-o-que-podem-fazer-por-voce/
https://www.tuasaude.com/nutraceutico/
SCHALKA, S.; BOMBARDA, P. C. P de.; CANALE, C. Composto nutracêutico no tratamento do eflúvio telógeno associado à síndrome das unhas fracas. Revista Surg Cosmet Dermatol, Rio de Janeiro, v.10, n.1, p. 55-60, jan-mar. 2018. Disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/621/Composto-nutraceutico-no-tratamento-do-efluvio-telogeno-associado-a-sindrome-das-unhas-fracas> . Acesso em: 27 de mar. 2019.
Chen, G.; WANG, H.; ZHANG, X.; YANG, S.T. Nutraceuticals andfunctional foods in the management of hyperlipidemia. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24499150> . Acesso em: 27 de mar. 2019.