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Monografia A importância da afetividade na aprendizagem

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FACULDADE PAULISTA 
VIVIANE APARECIDA SARMENTO BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRUZEIRO 
2015 
 
FACULDADE PAULISTA 
VIVIANE APARECIDA SARMENTO BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM 
 
 
Monografia apresentada como exigência do curso 
de Pós-Graduação para obtenção do título de 
Especialista em Alfabetização e Letramento, sob 
orientação do Professor Orientador Itatiane 
Nascimento Sallesse. 
 
 
 
 
 
 
 
CRUZEIRO 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
BARBOSA SARMENTO APARECIDA, VIVIANE. 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM. 
São Paulo: 2015. 
Orientação: Prof.ª Itatiane Nascimento Salesse. 
 
FACULDADE PAULISTA 52 f. 
 
Monografia apresentada como exigência do curso de Pós-
Graduação Alfabetização e Letramento para obtenção do 
título de Especialista em Alfabetização e Letramento. 
 
1 – O CONCEITO DE AFETIVIDADE; 2 – A AFETIVIDADE E A 
FAMÍLIA; 3 – A CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NO 
PROCESSO DE ENSINO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM 
 
 
 
VIVIANE APARECIDA SARMENTO BARBOSA 
 
 
APROVADA EM ........../............../........................ 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
__________________________________ 
 Prof. Dr. 
COORDENADORA 
 
 
 
__________________________________ 
 
Prof. ITATIANE NASCIMENTO SALLESSE 
PROFESSOR 
 
 
 
Prof. Ms. ______________________________. 
SUPLENTE 
 
 
 
Prof. Ms. _____________________________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Jesus, autor e consumador da minha fé, 
a minha família pelo amor, aos meus 
amigos pelos momentos de incentivo e 
aos mestres pelos conhecimentos. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus, pela a vida, sem o qual não conseguiria chegar até aqui. 
 
A minha orientadora Prof.ª Itatiane Nascimento Sallesse por toda a sua 
dedicação e competência a mim destinada. 
 
À Faculdade Paulista, pela oportunidade concedida, a mim e meus colegas. 
 
Aos demais professores, pela amizade e compreensão e destinadas a mim e 
meus colegas e de seus conhecimentos sem os quais seria impossível desenvolver 
esse trabalho. 
 
Aos meus familiares pelo amor e apoio nos momentos difíceis, em especial a 
minha amada mãe que me ensinou valores aos quais me fizeram crescer 
pessoalmente e profissionalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico este trabalho a Jesus meu único e exclusivo salvador, aos meus 
amados, esposo Décio e filho Dimitry, a meus pais bênçãos de Deus em minha vida. 
A minha cunhada Dalila que muito me auxiliou, obrigado por tudo, amo vocês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O trabalho tem por tema a importância da afetividade na aprendizagem. O objetivo 
geral da pesquisa é investigar as possibilidades de desenvolvimento da afetividade 
na aprendizagem e na relação entre aluno e professor. O trabalho tem como 
metodologia a pesquisa bibliográfica. Partimos da hipótese de que a afetividade é 
uma facilitadora na educação e também influencia no cognitivo da criança permitindo 
que ela tenha controle de suas emoções e se sinta confortável e motivada a 
aprender. A afetividade na prática educativa é uma ferramenta muito importante para 
o professor em sala de aula, pois ela permite que o ambiente escolar seja agradável 
e a relação entre professor e aluno seja harmoniosa. Uma educação que trabalha a 
afetividade nos alunos torna a prática do saber mais dinâmica e diferente dos 
padrões há muito tempo estipulados. A afetividade é fundamental nas relações 
humanas, pois ela influencia os comportamentos, os pensamentos e a 
personalidade do indivíduo. Por fim, a relação afetiva entre professor e aluno precisa 
acontecer de forma plena e permanente, pois somente dessa forma que a aquisição 
da aprendizagem poderá acontecer no ambiente escolar. 
 
 
Palavras-chave: Afetividade; Educação afetiva; Professor afetivo; Relação 
professor aluno; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The work has the theme of the importance of affect in learning. The overall goal of 
the research is investigating the potential development of affectivity in learning and 
the relationship between student and teacher. The study is the methodology 
literature. We hypothesized that the affection is a facilitating education and also 
influences the child's cognitive allowing her to have control of your emotions and feel 
comfortable and motivated to learn. The affection in educational practice is a very 
important for the teacher in a classroom tool because it allows the school 
environment is pleasant and the relationship between teacher and student is 
harmonious. An education that works affectivity makes the students learn to practice 
different dynamics and standards stipulated long ago. The affection is essential in 
human relationships because it influences the behaviors, thoughts and personality of 
the individual. Finally, the affective relationship between teacher and student needs 
to happen fully and permanently, because only in this way that the acquisition of 
learning can happen at school. 
 
 
Key words: Affection; Affective education; Affective teacher; Student teacher 
relationship; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10 
 
CAPÍTULO I - O CONCEITO DE AFETIVIDADE......................................................12 
1.1 AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO..........................................................................13 
1.2 A AFETIVIDADE COMO FERRAMENTA PARA O CONHECIMENTO..............18 
1.3 AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR E ALUNO................................................21 
 
CAPÍTULO II - A AFETIVIDADE E A FAMÍLIA.........................................................25 
2.1 O RETRATO DA FAMÍLIA ATUAL.....................................................................27 
2.2 A IMPÔRTANCIA DA FAMÍLIA NA CONSTRUÇÃO AFETIVA DA CRIANÇA..29 
2.3 A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DA CRIANÇA...............32 
 
CAPÍTULO III - A CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE 
ENSINO......................................................................................................................36 
3.1 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A AFETIVIDADE.........................................37 
3.2 O PROFESSOR COMO EDUCADOR DAS EMOÇÕES.....................................41 
3.3 OS BENEFÍCIOS DA AFETIVIDADE NA VIDA ESCOLAR E SOCIAL DO 
ALUNO.......................................................................................................................44 
 
CONCLUSÃO............................................................................................................48 
 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................5010 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A prática da afetividade é muito importante para a vida em sociedade. Desde 
os tempos remotos o afeto sempre se fez presente na vida das pessoas. O homem, 
desde seu nascimento, precisa se sentir querido e acolhido, pois isso auxilia 
diretamente no seu desenvolvimento. 
Dentro do ambiente escolar as práticas afetivas são igualmente importantes, 
pois quando o aluno se sente motivado e estimulado, o aprendizado se torna algo 
prazeroso. 
Por isso, a presente pesquisa tem por tema: a importância da afetividade na 
aprendizagem. 
A presente investigação, portanto, parte do seguinte problema de pesquisa: 
De que forma o desenvolvimento da afetividade pode contribuir no processo de 
ensino aprendizagem dos alunos? 
Aventa-se a hipótese que a afetividade é uma grande facilitadora na 
educação, pois quando o aluno cria certa afinidade com o seu professor ele passa a 
ter mais segurança e com isso, se sente mais estimulado a aprender. 
Defende-se, também, a hipótese de que a afetividade influencia diretamente o 
cognitivo da criança e quando ela tem controle de suas emoções e sente acolhida e 
amada, isso desperta nela o desejo em aprender. 
Objetivo geral da pesquisa é investigar as possibilidades de desenvolvimento 
da afetividade na aprendizagem e na relação aluno professor. Além de, analisar as 
características da afetividade dentro do processo de ensino. E enfatizar uma síntese 
sobre qual a contribuição da afetividade no contexto educacional da criança, levando 
em consideração que a afetividade pode determinar o sucesso da criança em sua 
vida acadêmica. 
A pesquisa terá tripla dimensão: científica, social e pessoal. 
Na dimensão científica, qualquer estudo que se preocupe em abordar o tema 
de afetividade dentro do âmbito escolar é pertinente, pois expande o assunto em 
relevo a partir das abordagens já existentes, além de permitir uma reflexão profunda 
sobre a atuação do professor em sala de aula. 
A afetividade na escola permite criar uma relação de companheirismo e 
amizade entre professor e aluno, facilitando assim o processo de ensino, pois uma 
11 
 
 
vez criado esses laços o aluno se sente estimulado a aprender e contribuindo para o 
sucesso de sua formação futura. 
No âmbito pessoal, como professora que atua na educação infantil a pesquisa 
é de especial interesse, não apenas pela sua prática pedagógica, mas acima de 
tudo, por buscar incessantemente que os alunos se sintam felizes em aprender 
dentro de um ambiente confortável e acolhedor. 
Como metodologia adotou-se a pesquisa bibliográfica. Onde foram realizadas 
leituras críticas, a elaboração de resumos e a redação de fichamentos de obras 
julgadas apropriadas ao desenvolvimento do tema, além da leitura de livros 
relacionados ao tema da pesquisa. 
A pesquisa terá por base as obras de Castro (2012), Ferreira (2004), Almeida 
(2003), Vygotsky (1992) e Wallon (1995), Freire (1983) e Cunha (2008), Saltini 
(2008), Snyders (1986) e Martinelli (2005). Pereira (2003), Jablonski (2003), Papalia 
e Olds, (1998), Silva e Ritto (2012) e Cury (2003), Jusani (2009), Casarin e Ramos 
(2007), Tiba (1996) e (2012), Reis (2010), Vytgostky (2010), Leite (2012), Leite e 
Tassoni (2002), Almeida (1999), Menger (2010), Cury (2003), Woolfolk (2000), Gil 
(2007), Cunha (2010) e Pereira, Conde e Araújo (2011). 
Estruturalmente, o trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro 
capítulo abordam-se o conceito de afetividade, a afetividade na educação, ela como 
ferramenta para o conhecimento e a relação afetiva entre o professor e o aluno. 
No segundo capítulo, discorre-se sobre a afetividade e a família, além de 
apresentar o retrato da família atual, a importância da família na construção afetiva 
da criança e a participação da família na sua vida escolar. 
O terceiro capítulo apresenta a contribuição da afetividade no processo de 
ensino, as práticas pedagógicas e a afetividade, também o professor como educador 
das emoções e os benefícios da afetividade na vida escolar e social do aluno. 
Seguem, por fim, as referências e a conclusão. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
CAPÍTULO - I O CONCEITO DE AFETIVIDADE 
 
A afetividade na educação é muito importante para o desenvolvimento do 
aluno e no processo de construção do conhecimento, uma vez que quando a criança 
se sente importante e motivada se torna mais aberta a novas aprendizagens. 
Assim, a afetividade relacionada ao ensino, principalmente na Educação 
Infantil e Ensino Fundamental, influencia em toda e qualquer dificuldade de 
aprendizagem e favorece uma maior receptividade do ensino por parte do aluno, que 
aprenderá com maior facilidade. Sabendo-se da influência da escola e do educador 
na formação integral do indivíduo, é de suma importância à presença de um 
ambiente escolar acolhedor e de educadores capacitados a exercer adequadamente 
suas tarefas, porém sensíveis ao transmitir afeto na mais ampla concepção da 
palavra. 
Deve-se a isso o fato de que desde o início de sua vida o individuo tenta 
socializar-se, descobrindo o mundo inclusive pela aprendizagem escolar. Essa 
tentativa acompanhada de sentimentos de afeto fará com que o mesmo sobressaia-
se aos obstáculos com sucesso e realização. Do contrário, o indivíduo poderá não 
conseguir conquistar autonomia, socialização e conhecimento (ALMEIDA, 2003). 
Diante desse contexto, o capítulo trata do conceito de afetividade, de sua 
importância para a vida das crianças no período escolar e como a relação de 
afetividade entre o professor e aluno pode ajudar o desempenho do aluno em sala 
de aula. 
Esse capítulo tem o objetivo dar um conceito geral de afetividade e como 
essa afetividade pode ser aplicada dentro do contexto educativo como instrumento 
positivo de aprendizagem. Também como se dá a relação afetiva entre o professor e 
o aluno, uma relação muito importante para que o processo de ensino-aprendizagem 
aconteça de forma plena. 
Para a realização desse capítulo foram utilizadas diversas obras de vários 
autores, tais como, Castro (2012), Ferreira (2004), Almeida (2003), Vygotsky (1992) 
e Wallon (1995), todos eles classificando e conceituando a afetividade de forma 
geral. Também foram usadas as obras de Freire (1983) e Cunha (2008) que definem 
a afetividade dentro do ambiente escolar. E ainda Saltini (2008), Snyders (1986) e 
Martinelli (2005) que falam sobre a relação entre professor e alunos. 
 
13 
 
 
1.1 AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO 
 
Uma educação de qualidade tem sido ao longo dos anos o objetivo de 
educadores, instituições de ensino, pais e alunos. Esse tema é muito discutido em 
discursos políticos e programas governamentais e as soluções quase sempre são 
dispendiosas e distantes da realidade e da elucidação dos problemas de ensino. 
No entanto existem soluções sensatas e próximas dos educadores, das 
escolas e governos. Elas se encontram dentro de cada pessoa e precisa ser, 
encontrada, entendida e colocada em prática como ferramenta que transforma e 
torna a aprendizagem uma atividade saudável. 
Dentre todas essas soluções a afetividade desempenha um papel muito 
importante e deveria estar mais presente dentro dos currículos escolares e cobradas 
dos professores nos exercício de suas funções. Pois a afetividade dentro do 
processo de ensino e aprendizagem é um elemento essencial e funciona como um 
divisor entre a aprendizagem e a ignorância. 
Segundo Castro (2012, p.15) “pais e educadores concordam com a opinião de 
que há a necessidade de a escola trabalhar mais os aspectos humanos, emocionais, 
não visando apenas aos conteúdos conceituais. A escola precisa preparar o 
indivíduo para a vida”. 
Por essa razão,é necessário que se compreenda como cada indivíduo pensa 
e como ele exterioriza seus sentimentos para que através da afetividade o processo 
de educar seja eficiente e de qualidade. 
O ser humano, sua relação com a natureza e com os outros serem vem 
sendo, ao longo da história, objeto de estudo. Os estudiosos buscam verificar qual a 
importância e as consequências positivas e negativas que a relação interpessoal, 
emocional e afetiva traz na vida das pessoas e como essas relações influenciam nos 
meios escolares e acadêmicos e todas as suas esferas e dimensões. 
As questões comportamentais influenciam a maior parte das ações das 
pessoas, sejam elas positivas ou negativas. E por isso, elas deveriam ter maior 
atenção por parte dos estudiosos, principalmente a questão da afetividade dentro do 
processo escolar. 
A afetividade pode ser compreendida como sendo, um fenômeno mental, dos 
sentimentos e emoções que interferem nos comportamentos humanos de maneira 
14 
 
 
satisfatória ou não, conforme os estímulos externos e internos e a capacidade 
pessoal de cada um a responder ou reagir a isso. 
 
A afetividade é: conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a 
forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da 
impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou 
desagrado, de alegria ou tristeza (FERREIRA, 2004, p.99). 
 
A afetividade tem um papel fundamental nas relações psicossomáticas 
básicas, e ela influência de forma predominante e decisiva a percepção, a memória, 
o pensamento, à vontade e a ação, sendo um fator essencial de harmonia e 
equilíbrio da personalidade humana. 
Contudo, há uma grande confusão sobre o termo afetividade e os diversos 
vocábulos que são agregados ao seu conceito. Alguns autores dessa área 
concordam que a afetividade tem relação direta com as emoções, os sentimentos, 
as inclinações e as paixões. 
Os sistemas, afetivo e cognitivo do homem são inseparáveis, um está unido 
ao outro dentro do processo de desenvolvimento individual de cada pessoa. Assim, 
uma pessoa com problemas na afetividade, não terá condições de envolver-se 
cognitivamente. Da mesma forma, para que uma pessoa possa compreender suas 
emoções e sentimentos é preciso que sua parte racional esteja bem estruturada e 
suas ideias bem organizadas. Por isso, a escola precisa estudar e se envolver em 
atividades que permitam o desenvolvimento cognitivo no processo de 
desenvolvimento do aluno (CASTRO, 2012). 
Assim, a escola não deve apenas estudar e promover maneiras que 
desenvolvam o sistema cognitivo, ela deve buscar a interligação entre atividades 
que envolvam o desenvolvimento científico, o aspecto afetivo, pois ele está ligado à 
conduta humana juntamente com o sistema cognitivo e o professor deve ser o 
mediador desse processo. 
Almeida (2003, p.13) afirma que a falta de uma educação que aborde a 
emoção em sala de aula traz prejuízos irremediáveis a ação pedagógica e ainda 
acrescenta que: 
 
Para realizar uma ação educativa eficaz, a escola não deve se considerar 
alheia aos conhecimentos que favoreçam o total desabrochar da pessoa. 
Pelo contrário, deve-se considerar atenta a todos os aspectos relacionados 
com a atividade de conhecimento, para realmente se constituir num meio 
propício para o desenvolvimento mental e pessoal da criança. 
 
15 
 
 
A falta de uma educação que aborde a afetividade dentro de sala de aula traz 
más consequências à ação pedagógica. Essa afirmação demonstra que o professor 
que tem a intenção de conhecer a relação controversa entre emoção e desempenho 
cognitivo terá uma grande ferramenta para atuar com mais segurança em situações 
tipicamente emocionais sem se deixar afetar por elas. 
O ser humano passa grande parte da vida na escola, as experiências e os 
conhecimentos transmitidos lá têm grande importância durante toda a sua vida 
social e afetiva. Dessa forma, os educadores têm muita influência em como os 
alunos irão viver determinadas situações. Assim, é importante que eles conheçam 
seus alunos não apenas em seu aspecto cognitivo, mas também no aspecto afetivo-
emocional. 
Segundo Almeida (2003, p.17) quando os professores procuram conhecer 
seus alunos inteiramente, é mais “fácil garantir a otimização das relações, das trocas 
entre parceiros e de qualquer outra experiência na escola que exerça sensível 
influência na estrutura da personalidade da criança". 
Por isso, se a escola quer promover uma educação de qualidade e mais 
eficaz ela precisa prestar mais atenção à relação de afetividade entre alunos e 
professores. Pois a habilidade em lidar com a afetividade vai determinar uma ação 
pedagógica mais eficiente ou não. 
 
Assim, enquanto o conhecimento do funcionamento emocional pode 
representar para o professor, a mola mestra do equilíbrio diante das 
reações emocionais dos seus alunos, sua ignorância pode significar o risco 
de uma escravidão (ALMEIDA, 2003, p.17). 
 
Tratar os alunos de forma afetiva não quer dizer, como alguns pensam, 
realizar todas as suas vontades e ser permissivo e condescendente em tudo, mas 
sim estabelecer limites e direcionar de maneira positiva e ética sua conduta, para 
que ele não se prejudique no processo de aprendizagem e nem prejudique seus 
colegas, professores ou a até mesmo a própria escola. 
Conforme Vygotsky (1992, p.75) as dimensões cognitivas e afetivas do 
funcionamento psicológico vem sendo estudas separadamente pela ciência ao longo 
dos anos. Atualmente, porém, se percebe uma inclinação de reunião desses dois 
aspectos, numa tentativa de recomposição psicológica completa do ser humano, 
uma vez que, o homem vive suas experiências como um ser completo e todas as 
suas funções trabalham juntas e em harmonia. 
16 
 
 
Assim, a afetividade pode ser classificada como sendo uma capacidade 
individual de experimentar um conjunto de fenômenos afetivos, tais como, as 
tendências, emoções, paixões e sentimentos. Todos esses fatores compõem a 
afetividade, e a influência deles tem um papel importante no processo de 
aprendizagem do ser humano, pois a afetividade está presente em todas as áreas 
da vida, influenciando de forma profunda o crescimento cognitivo do homem. 
A afetividade permite que o ser humano revele os seus sentimentos em 
relação aos outros seres e objetos. Através da afetividade, as pessoas podem criar 
laços de amizade entre elas e até mesmo com os animais irracionais, pois eles 
também têm a capacidade de demonstrar afetividade uns com os outros e com os 
seres humanos. 
Dessa forma, as relações e os laços desenvolvidos por meio da afetividade 
não são baseados apenas em sentimentos, mas também em atitudes, isso quer 
dizer que, dentro de um relacionamento há diversas atitudes que devem ser 
cultivadas para que o relacionamento possa prosperar. 
Um dos grandes pensadores que conceituou a afetividade foi o psicólogo 
francês Henri Wallon, para ele, a inteligência não é apenas o elemento mais 
importante do desenvolvimento humano, mas esse desenvolvimento depende de 
três fatores, o motor, o afetivo e o cognitivo. Assim, ele afirma que: 
 
As necessidades de descrição obrigam a tratar separadamente alguns 
grandes conjuntos funcionais, o que não deixa de ser um artifício [...]. Os 
domínios funcionais entre os quais se dividirão o estudo das etapas que a 
criança percorre serão, portanto, os da afetividade, o do moto, do 
conhecimento e da pessoa (WALLON, 1995, p.131-135). 
 
A dimensão biológica e a social estão unidas e são inseparáveis, pois elas se 
completam mutuamente, dessa forma, a evolução humana não depende apenas da 
sua capacidade intelectual garantida pelo caráter biológico, mas também do meio 
ambiente,pois ele também interfere na sua evolução, permitindo ou impedindo que 
algumas potencialidades sejam desenvolvidasO conceito de afetividade é bastante 
vasto e a sua prática dentro da educação é muito importante, pois as emoções 
influenciam direta ou indiretamente no desempenho acadêmico dos alunos. 
A afetividade influencia a educação como um todo, pois o homem é um ser 
cheio de emoções e sentimentos e essas emoções interferem no seu processo de 
aprendizagem. 
17 
 
 
Ela acompanha o ser humano desde sua concepção até a sua morte, 
passando por todas as fases do seu desenvolvimento. Dentro do processo 
educativo, ela permite que o processo de ensino-aprendizagem aconteça com mais 
força, o que possibilita numa facilidade maior de formação cognitiva e intelectual da 
criança. 
A escola é um espaço que tem a função de levar o aluno a adquirir 
conhecimentos sistematizados. No entanto, hoje ela vem assumindo a 
responsabilidade de desenvolver as habilidades sociais, que anteriormente eram de 
responsabilidade exclusiva dos pais e da família. 
Para Castro (2012), a relação entre família-escola é muito importante no 
desenvolvimento sadio da pessoa humana. A família é a primeira educadora, o 
ambiente familiar é o primeiro contato que a criança possui do mundo exterior e por 
isso, os pais devem priorizar pelo ensinamento de valores positivos, que auxiliem o 
indivíduo em sua vida futura, pois do contrário ele não será capaz de crescer como 
uma pessoa com valores éticos e morais que visam interferir de forma positiva na 
construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. 
Na escola o ensino e a aprendizagem acontecem como trocas entre o 
professor e o aluno, nos dois sentidos, e permite que se estabeleça uma ligação de 
relações históricas, sociais, econômicas e afetivas. 
A afetividade em sala de aula permite que as relações interpessoais sejam 
mais estreitadas, criando assim um ambiente de amizade, ternura, cooperação, 
respeito mútuo e diversos outros sentimentos positivos que irão fazer do ambiente 
escolar um espaço de bem-estar e realização pessoal. 
Segundo Freire (1983, p.98) não há educação sem amor “ama-se na medida 
em que se busca comunicação, integração a partir da comunicação com os demais”. 
Por isso, o professor precisa buscar formas de se interagir com seus alunos, estar 
aberto e permitir que os vínculos entre eles se estreitem. 
Nesse contexto, a educação afetiva é a construção de uma escola a partir do 
respeito, compreensão, moral e autonomia de ideias, pois para se ter indivíduos 
críticos, honestos e responsáveis, é preciso desenvolver o lado afetivo deles, para 
que essa afetividade os ajude em sua aprendizagem. 
Dessa forma, educar não significa apenas transmitir conhecimentos, mas criar 
oportunidades de aprendizagem para os alunos e permitir que eles busquem suas 
18 
 
 
próprias verdades, é por isso que dentro do processo de ensino o afeto deve estar 
sempre presente, pois dessa maneira, ele terá o prazer de estudar e aprender. 
A aprendizagem é essencial para as relações interpessoais, capacidades 
profissionais e os fundamentos de uma vida digna deixando de lado aprendizagens 
inúteis, desenvolvendo habilidades e construir conhecimentos. 
Cunha (2008, p. 51) afirma que: 
 
Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista da atenção 
do aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe 
em lugares que, muitas vezes, estão fechados às possibilidades 
acadêmicas. Considerando o nível de dispersão, conflitos familiares e 
pessoais e até comportamentos agressivos na escola hoje em dia, seria 
difícil encontrar algum outro mecanismo de auxílio ao professor e mais 
eficaz. 
 
De fato, a afetividade é uma ferramenta fundamental para ajudar o professor 
dentro de sua prática pedagógica. Quando a afetividade é desenvolvida em sala de 
aula, ela consegue obter a atenção do aluno e provocar nele o desejo de querer 
aprender e ao mesmo tempo torná-lo participativo do processo de aprendizagem. 
Dessa forma, a afetividade na educação é um instrumento facilitador da 
aprendizagem, pois por meio do afeto o aluno passa a se sentir mais seguro para 
aprender, além de criar uma relação positiva com o professor e isso facilitará sua 
atuação dentro de sala de aula. 
Por isso, o professor precisa utilizar a afetividade como forma mais eficiente 
de ensino, permitindo que a prática do afeto se torne um uma ferramenta que resulte 
no conhecimento. 
 
1.2 A AFETIVIDADE COMO FERRAMENTA PARA O CONHECIMENTO 
 
Educar não significa apenas transmitir conhecimentos, informações ou ainda, 
mostrar um caminho a seguir. Educar é auxiliar o educando a tomar consciência de 
si mesmo, dos outros e da sociedade e qual é a sua responsabilidade dentro dela. É 
saber se aceitar e se amar como pessoa e principalmente aceitar e amar o outro, 
mesmo com seus defeitos e qualidades. É, também, dar oportunidades para que a 
pessoa possa escolher o seu caminho dentre muitos outros e determinar o que 
melhor se adequar aos seus valores, sua visão de mundo e as situações adversas, 
às quais, irá encontrar durante o percurso. 
19 
 
 
Dentro desse processo educativo o professor é uma ferramenta fundamental, 
pois ele será o mediador que irá canalizar essas informações e fazer o aluno 
perceber qual será a melhor direção a seguir. 
Por isso, uma educação baseada no afeto tem o poder de derrubar muralhas 
emocionais e romper bloqueios psicológicos, além de promover o bem estar e 
aumentar a autoestima dos alunos. 
Conforme Saltini (2008, p.12): 
 
Inicialmente, educar seria, então, conduzir ou criar condições para que, na 
interação, na adaptação da criança de zero até seis anos, fosse possível 
desenvolver as estruturas da inteligência necessárias ao estabelecimento 
de uma relação lógico-afetiva com o mundo. 
 
Isso quer dizer que, por meio da interação afetiva, do professor com o aluno e 
com os seus colegas de classe, existe a troca de informações através do diálogo. 
Dessa forma o diálogo permitirá que o aluno desenvolva intelectualmente a partir da 
interação das atividades propostas pelo professor. 
A relação com os sentimentos, afetos e as escolas tem sido objeto de estudo 
de diversos autores, por se tratar de um assunto muito complexo e cheio de 
peculiaridades. 
Snyders (1986, p.45) afirma que quando se ama o mundo, esse amor tem a 
capacidade de iluminar e auxiliar o aluno a revelar e descobrir esse amor. Nesse 
contexto, o amor não vem de encontro ao conhecimento, mas caminha lado a lado 
com ele e permite que ele seja mais concreto, compreendido e prazeroso. 
Por isso, a educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos 
professores e das instituições de ensino, pois ela determina o comportamento, o 
caráter e a atividade cognitiva da criança. 
Quando se permite que a criança desenvolva sua inteligência emocional, ela 
consegue adquirir confiança em aprender, desperta a sua curiosidade, autocontrole, 
capacidade de relacionamento de comunicação e cooperação. 
Cunha (2008, p.54) diz que são quatro os estágios de desenvolvimento de 
inteligência emocional, com diferentes níveis. Tais como, “o sensório-motor, o pré-
operário, operações concretas e operações formais. Cada período constitui um 
momento do desenvolvimento, onde são construídas estruturas cognitivas 
singulares”. 
20 
 
 
Dessa forma, esses estágios de desenvolvimento cognitivo são muito 
importantes para o aprendizado da criança e cada um desses segmentos devem ser 
trabalhados e respeitados pelo professor, pois em cada etapa a criança tem a 
oportunidade de desenvolver o seu intelecto e suas emoções aumentando assim,a 
sua afetividade. 
Por isso, o professor precisa ter a percepção de que esses estágios fazem 
parte do desenvolvimento inicial da criança e deve ser estimulado e respeitado em 
todas as suas características. 
 
É importante que o professor conheça os estágios do conhecimento 
cognitivo do seu aluno, para utilizar os mecanismos educativos apropriados 
que promovam práticas pedagógicas estimulativas, não restritivas, 
adequadas ao período de amadurecimento de cada idade (CUNHA, 2008, 
p.57). 
 
Assim, conhecer os estágios do desenvolvimento cognitivo é muito 
importante, pois na medida em que essa verdade se torna presente e permanente 
na prática pedagógica do professor, ele saberá direcionar sua metodologia de forma 
mais eficaz, sem desrespeitar o tempo de desenvolvimento da criança e cada fase 
que compõe esse desenvolvimento. 
Nesse contexto, a afetividade vem como uma base sobre a qual o 
conhecimento é adquirido, isso quer dizer que, primeiro o professor cativa a 
confiança do aluno, por meio do diálogo e do afeto e depois ele começa a ensinar 
exercícios de desenvolvam o aluno. 
O professor deve estar preparado para conquistar o afeto do aluno, ele 
precisa ser capaz de conhecer a criança através do olhar, pois apenas dessa forma, 
ele saberá de que maneira agir diante de determinadas situações que exijam a sua 
intervenção. 
Por isso, Cunha (2008, p.59) afirma que: 
 
Um educador mal preparado para observar a alma infantil e o dinamismo 
das nuances do seu desenvolvimento cognitivo pode calcar a sua natural 
necessidade para o aprendizado escolar, e consequente de expressar-se. É 
necessário manter a prodigiosa aptidão da criança que, enquanto vive 
plenamente, aprende. 
 
Daí vem à importância de se estar preparado e ter uma sensibilidade que 
possibilite ao educador estar sempre atento e preparado para atender todas as 
expectativas e promover momentos importantes que destaque as capacidades da 
21 
 
 
criança, permitindo que ela vivencie situações de aprendizado e acima de tudo 
possa se expressar. 
Dessa forma, quando o professor está mal preparado ele impede que a 
criança se expresse e isso, resulta em falta de avanço, de crescimento e de 
momentos de aprendizagem. 
Por essa razão o professor precisa focar no aluno para executar a sua prática 
pedagógica, ele a todo instante precisa pensar a sua ação, e compreender que para 
que haja aprendizado é preciso primeiramente, que as necessidades dos alunos 
sejam respeitadas. Pois o ato de ensinar não se resume apenas na transmissão de 
conhecimentos ou algo imposto, como se o aluno fosse um depósito bancário, mas 
sim uma experiência prazerosa, em que a criança ao mesmo tempo em que aprende 
se divirta. 
Enfim, o professor deve criar um vínculo afetivo com seus alunos, é preciso 
que ele conheça a fundo cada um deles, e perceba que ele é um ser completo 
dotado de sentimentos, desejo e necessidades tanto físicas quando espirituais, pois 
somente dessa forma os laços fraternos se estabelecerão e a relação entre 
educador e educando terá uma raiz forte e duradoura. 
A relação de afetividade entre o professor e o aluno apenas começará a 
existir, a partir do momento em que ele começar a conhecer e respeitar a 
individualidade de cada um de seus alunos. 
 
1.3 AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR E ALUNO 
 
Todas as relações humanas são baseadas em sentimentos, que dependendo 
do grau de emoções existentes, determinam o grau de envolvimento entre eles. Na 
educação, de maneira especial, a relação afetiva entre aluno e professor também 
não é diferente. Dessa forma, eles precisam estar envolvidos e comprometidos para 
que o processo de aprendizagem aconteça de verdade. 
Por isso, cabe ao professor e ao aluno dar-se conta de que eles são 
indivíduos dotados de emoções, sentimento e necessidades. Eles devem sentir 
prazer em aprender e ensinar, através da prática do respeito, da afetividade e da 
troca de experiências entre si. 
Nesse contexto, não há aquele que apenas ensina ou aprende, mas sim 
indivíduos que trocam saberes juntos, ora aprendem, ora ensinam. 
22 
 
 
Assim, para que haja uma boa relação entre professor e aluno é preciso que a 
afetividade esteja presente dentro desse processo, pois ela auxilia de forma 
significativa para que ambos tenham prazer em se relacionar. 
Como em todo relacionamento, a relação entre professor e aluno deve se 
basear na afetividade, para que ela fomente o desejo de vivenciá-la dentro do 
ambiente escolar. 
Dessa forma a escola deve: 
 
Propiciar um ambiente favorável à aprendizagem em que sejam trabalhados 
a auto-estima, a confiança, o respeito mútuo, a valorização do aluno sem, 
contudo esquecermos da importância de um ambiente desafiador, [...] mas 
que mantenha um nível aceitável de tensões e cobranças, são algumas das 
situações que devem ser pensadas e avaliadas pelos educadores na 
condução do seu trabalho (MARTINELLI, 2005, p.116). 
 
Ao se criar um ambiente acolhedor e afetivo, ele se tornará um ambiente 
propício para que a aprendizagem aconteça. Por isso, cabe a escola juntamente 
com os professores desenvolver um ambiente de confiança e harmonia, desde o 
início das aulas, isso ajudará no convívio dos alunos e nas suas relações com a 
escola, com os colegas e com os professores. 
O desenvolvimento da aprendizagem do educando só acontecerá a partir do 
momento em que ele se sentir bem e seguro no ambiente no qual está, assim, a 
escola precisa ser um local interessante, onde o aluno tenha o gosto de estar e não 
ir apenas por uma obrigação. 
Em relação a isso Saltini (2008, p.69) alerta que: 
 
O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas 
aquele que estabelece uma relação e um diálogo íntimo com ele, bem como 
uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que 
acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao 
serviço de sua própria vida. 
 
O professor precisa manter um diálogo afetivo constante com seus alunos, 
pois apenas dessa maneira ele conseguirá compreendê-lo e até apontar alguma 
dificuldade de aprendizagem. 
É por meio do diálogo que os professores conseguem embutir no coração e 
na vida do aluno valores de respeito, responsabilidade e gratidão, além de moldá-lo 
dentro de princípios da ética e da cooperação, principalmente nos dias de hoje, onde 
o que impera é o individualismo e o consumismo desenfreado. 
23 
 
 
A responsabilidade do professor em mudar esses paradigmas é muito grande, 
é a sua conduta e atuação dentro de sala de aula que vai determinar a forma de 
proceder de seus alunos, por exemplo, se o professor grita, ele vai ensinar a criança 
a gritar, se ele é impaciente a criança poderá se tornar ansiosa, dessa forma o 
exemplo dado pelo educador será aquele que vai ser seguido pelos alunos. 
Cunha (2008, p.80) afirma que: 
 
A professora ou o professor é guardião do seu ambiente. A começar pelos 
seus movimentos em sala, que devem ser adequados e gentis. A postura, o 
andar, o falar são observados pelos alunos, que o vê como modelo. 
Independentemente de idade, da pré-escola à universidade, o professor 
será sempre observado. Então, um bom ambiente para a prática do ensino 
começa por ele, que canalizará a atenção do aprendente e despertará o seu 
interesse em aprender. 
 
O professor é o agente principal da conduta vivida pelos alunos no cotidiano 
escolar. Por ser a peça central das atenções, o professor deve se preocupar com a 
sua postura, sua conduta diante dos alunos e das pessoas, sua maneira de 
proceder, de se expressar, pois tudo isso será observado pelos alunos dentro e fora 
de sala de aula. 
A postura do professor deve influenciarde forma positiva o aluno, realçando 
os pontos fortes de sua personalidade e despertando nele o desejo de aprender, de 
querer adquirir valores e virtudes e transformá-lo em um cidadão crítico, consciente, 
capaz de tomar suas próprias decisões e exercer de forma plena e participativa a 
sua cidadania. 
Para isso, é importante que o professor conheça plenamente seus alunos e 
respeitar as etapas de seu desenvolvimento. Além disso, é preciso se ter paciência 
para alcançar a aprendizagem de cada educando, pois ela acontece de forma 
individual, em todas as fases de seu desenvolvimento, assim, o professor só 
alcançará isso quando trabalhar a sensibilidade e afetividade (CASTRO, 2014). 
Enfim, apesar dos problemas enfrentados atualmente na educação, o 
professor que deseja desenvolver de forma positiva o processo de aprendizagem em 
seus alunos, precisa contar com a afetividade. É através da sensibilidade afetiva que 
o professor irá derrubar as barreiras criadas pela desigualdade e injustiça e 
despertar nos alunos o gosto por aprender a ser e viver, uma vez que a sociedade 
moderna passa por grandes problemas, no que diz respeito ao individualismo criado 
pelo avanço da tecnologia, além disso, o grande caos urbano que vem afetando as 
24 
 
 
escolas e influenciando no comportamento e nas relações sociais entre os alunos, e 
entre professores e alunos, por isso, o desenvolvimento de uma relação afetiva em 
sala de aula vai promover a igualdade e balancear as relações entre as pessoas que 
convivem nesse ambiente, permitindo o resgate das relações fraternas e respeitosas 
de ambas as partes. 
O próximo capítulo trata da família e a afetividade, além de traçar o perfil da 
família atual e qual é a importância que sua participação traz para a vida da criança 
dentro do processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
CAPÍTULO - II A AFETIVIDADE E A FAMÍLIA 
 
A família é considerada a base da sociedade, pois no seio da família são 
criados os valores que são seguidos pelos grupos sociais. Também é dentro da 
família que há o primeiro contato da criança com a educação, dada pelos pais, avós 
ou responsáveis. 
Ela pode ser entendida como um conjunto de pessoas com laços sanguíneos 
ou afetivos, descendência, ou por participarem da mesma fé, sistema, profissão, etc. 
As pessoas, geralmente se unem por amor, ou situação financeira, ou sobrevivência. 
As crianças se identificam com a família, pois para ela é a principal formadora e 
socializadora da criança. 
A família está presente dentro de um contexto social e participa ativamente de 
seu dinamismo, por isso, é constantemente influenciada por condições de caráter 
político, econômico e cultural. Isso faz com que, a família fique suscetível a perda 
dos valores, tradições. Trazendo diversas incertezas relacionadas às novas 
propostas de conduta apresentadas pela sociedade moderna. Gerando grandes 
desafios no que tange a sua fluência e dando margem a outras possibilidades que 
as obrigam a viver numa dinâmica de tentativas de acerto e erro. 
Donati (2008, p.25) entende a família como relação social com “referência 
simbólica e intencional que conecta sujeitos sociais na medida em que atualiza ou 
gera um vínculo entre eles”. 
Segundo Saraceno (1997, p.35) a família contemporânea é qualificada por 
possuir várias formas e isso resulta numa inadequação dos diversos modelos de 
tradição. 
Assim, eleger uma escola que melhor se adapte aos interesses da família e, 
ao mesmo tempo, que agrade a criança, é uma tarefa que depende da habilidade de 
julgamento dos pais em escolher dentre todas as propostas aquele que venha de 
encontro aos seus interesses. 
Também é importante que os pais estejam atentos ao projeto educativo e 
perfil disciplinar da escola e escolher aquela que mais se assemelhe com os valores 
e as posturas adotadas pela família. Outro ponto igualmente importante, os pais 
conhecerem o espaço físico da escola, os recursos pedagógicos oferecidos aos 
alunos, bem como seu corpo docente. 
26 
 
 
Muitos pais não se dão conta que o processo educativo tem início no seio da 
família, quando a criança nasce. Uma vez que a família é o primeiro ambiente onde 
os valores são formados, como também ideias e comportamentos. Assim, as 
atitudes dos pais têm o poder de influenciar positiva ou negativamente a formação 
de seu filho. 
Conforme Brandão (1982, p.12), “a educação existe sob tantas formas e é 
praticada em situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser invisível”. 
Fazendo-nos, compreender que a vida é essencialmente educativa. 
A convivência e o relacionamento dos membros da família são muito 
importantes para o desenvolvimento individual da pessoa humana. Dessa forma, 
compreender o sujeito como sendo parte integrante de um sistema de um todo 
organizado, com elementos que interagem entre si, influenciando cada parte e 
sendo influenciado por ela, permite que se entenda de que forma se dá o 
desenvolvimento humano. Isso ajuda a refletir sobre os contextos de família e 
escola, são elementos de moderação, inclusão e segurança. 
Por isso, quando a criança se encontra em um ambiente familiar estruturado e 
harmonioso, com pais presentes e compreensivos, com certeza, ela desenvolverá 
atitudes positivas em relação a ela e ao próximo. No entanto, se ela tem maus 
exemplos, ou uma condição familiar desregrada, ela poderá vir a se tornar uma 
criança insegura e sem autonomia, o que afetará sua vida em sociedade. 
Dessa forma, este capítulo fala sobre a afetividade e a família e tem o objetivo 
de traçar o perfil da família atual, que com o passar dos anos sofreu diversas 
mudanças e transformações. Também é apontado nesse capítulo a importância que 
a família tem na construção afetiva dos filhos e como o desenvolvimento sadio das 
emoções ajuda na vida escolar da criança. Além disso, o capítulo ressalta a 
importância da união entre escola e família no processo de ensino-aprendizagem e 
construção de um ser humano completo e crítico capaz de amar, pensar e decidir. 
Na elaboração desse capítulo foram usadas as obras de diversos autores. 
Pereira (2003), Jablonski (2003), Papalia e Olds, (1998), Silva e Ritto (2012) e Cury 
(2003) traçam o perfil da família moderna e as transformações sofridas por ela 
através dos anos. Já Jusani (2009), Castro (2012), Casarin e Ramos (2007) falam 
sobre a família como primeira educação e sua importante participação na formação 
afetiva da criança. 
27 
 
 
Ainda são analisadas as obras de Tiba (1996) e (2012), Reis (2010) e Castro 
(2012) que ressaltam a importante e necessária parceria que deve haver entre 
escola e família dentro do processo de ensino da criança. Levando em consideração 
que o papel de educar um indivíduo não é apenas da escola, mas também da família 
que é a primeira referência educativa que a criança possui. 
 
2.1 O RETRATO DA FAMÍLIA ATUAL 
 
O contexto de família vem mudando drasticamente com o passar dos anos. 
Atualmente, não há apenas o modelo tradicional de família, em que há o pai, a mãe 
e os filhos de um mesmo casamento. Hoje as famílias são formadas pela mãe e o 
padrasto, ou pelo pai e a madrasta, por casais homossexuais, por amigos que 
dividem um apartamento, etc. 
Essas mudanças ocorreram principalmente por causa da inversão de valores, 
o crescimento e o desenvolvimento da sociedade, que passou a valorizar as 
satisfações pessoais e a qualidade dos relacionamentos das pessoas. 
Segundo Pereira (2003, p.1) afirma que “a instituição familiar está se 
adaptando aos novos tempos, assumindoum perfil mais centrado na qualidade das 
relações entre as pessoas e no desejo de cada indivíduo”. 
A família moderna está tendo de se adaptar as novas transformações e 
modos de viver, pois a hierarquia, a obediência e a formalidade, que eram 
características das famílias tradicionais no passado começam a desaparecer e dar 
lugar a uma relativa igualdade e respeito de seus integrantes. 
Nesse contexto, o homem deixa de ser o único provedor da família e passa a 
dividir com a mulher essa tarefa e a mulher deixa de ser aquela que cuida da casa, 
da família, começa a sair para o mercado de trabalho e disputar com os homens 
cargos que antes eram exclusivos deles. 
Segundo Jablonski (2003, p. 64), a mulher entrou no mundo do trabalho e na 
sociedade e começou a executar tarefas e funções que antes eram desempenhadas 
pelos homens, como também os homens passaram a realizar tarefas domésticas, 
atividades que eram consideradas tipicamente femininas. 
A entrada da mulher no mercado de trabalho deu a ela mais autonomia e 
realização pessoal, especialmente porque, ela passou a mostrar para a sociedade 
suas competências e habilidades, além de lhe dar liberdade de consumo e escolhas. 
28 
 
 
No entanto, isso contribuiu para que os filhos ficassem aos cuidados de 
terceiros, tais como, avós, tias, babás, etc. tirando assim, a referência de autoridade 
que a criança possuía quando era a mãe que cuidava dela. 
O grande problema a observar quando a educação de uma criança é 
entregue aos cuidados de terceiros, salvo algumas exceções, é que ela perde a 
chance de desenvolver valores, sentimentos de amor e ter controle sobre suas 
emoções dentro do ambiente familiar. 
Conforme Papalia e Olds, (1998, p.186) a criança forma sua personalidade 
nos primeiros quatro anos de vida, por isso, a influência que recebe da família e dos 
ambientes sociais que frequenta serão determinantes na formação de seu caráter, 
do seu comportamento e até mesmo da sua saúde emocional na fase adulta. 
Segundo Cury (2003, p. 24), “nossas agressividades, rejeições e atitudes 
impensadas podem criar um alto volume de tensão emocional em nossos filhos, 
gerando cicatrizes para sempre”. 
Tal afirmação chama a atenção para os perigos que a desestruturação 
familiar traz para as emoções das crianças e jovens, deixando neles marcas 
negativas e permanentes, que podem vir a afetar seu caráter emocional, cognitivo, 
social, psicológico e até mesmo cultural. 
A lei do divórcio deu as pessoas, a chance de refazerem suas vidas conforme 
seus próprios desejos e quantas vezes quiserem, não sendo obrigados a respeitar 
mais o princípio do “até que a morte os separe” que até então era o princípio 
vigente. 
Dessa forma, o casamento perdeu o seu significado sagrado e indissolúvel, 
direcionando a sociedade para um número cada vez maior de divórcios, marcando 
para sempre a vida de muitos casais de diversas idades que experimentam a 
inconstância do amor e a injusta dissolução do lar e da família. 
Segundo Silva e Ritto (2012, p.1) há um número alarmante de divórcios 
acontecendo: 
 
O Rio, capital das separações. O crescimento no índice de pessoas que já 
viveram em união conjugal e não viviam mais na época da pesquisa é 
generalizado em todas as regiões do país. De 2000 para 2010, o índice de 
pessoas que terminaram uma união conjugal subiu de 15,6% para 17,5% - o 
maior porcentual do país, cuja média geral é de 14,6%. Mas os maiores 
crescimentos porcentuais foram observados em Rondônia (33%) e no Mato 
Grosso (31%), onde ainda se mantêm uma tradição maior no que diz 
respeito ao casamento tradicional. 
 
29 
 
 
Por isso, não é de se admirar que a geração atual tenha dificuldades de 
relacionamento, de convivência, de respeito, de compartilhamento, pois os valores 
que eles estão aprendendo são muito diferentes daqueles que eles precisam ter e 
que deviam fazer parte da vida diária da família, como o amor, a tolerância, o saber 
perdoar, compreender e compartilhar. 
Dentro de um casamento estável, por exemplo, a criança aprende o valor da 
fidelidade, do respeitar o outro, da dedicação que deve haver entre pais e filhos e 
acima de tudo o amor, todos esses sentimentos são um caminho para uma estrutura 
familiar feliz e um ambiente de harmonia dentro da família (CASTRO, 2012). 
Quando a criança cresce dentro de uma estrutura familiar estável os valores 
aprendidos pelos pais se perpetuam para a vida adulta da criança e isso influencia 
também nas suas relações sociais futuras e também nas suas emoções. 
A família é uma das principais instituições de convivência e afetividade, pois é 
dentro do ambiente familiar que acontece de forma concreta, o relacionamento entre 
as pessoas, é por meio da família que elas experimentam os mais variados tipos de 
sentimentos e emoções. 
Por isso, a família é um importante auxiliadora na construção afetiva da 
criança, pois as palavras dos pais direcionadas a elas são muito significativas e 
determinam a sua autoestima diante das suas relações entre os outros. 
 
2.2 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA CONSTRUÇÃO AFETIVA DA CRIANÇA 
 
A família pode ser classificada como, um grupo de pessoas que se unem pelo 
desejo de estar juntas, de construírem laços e de se completarem. É por meio, 
dessas relações que as pessoas se tornam mais humanas, aprendem a viver a 
afetividade de maneira mais adequada, a educar seus filhos dentro de um ambiente 
cheio de referências positivas e com propósitos de estabelecer os limites 
necessários para o desenvolvimento de uma personalidade emocionalmente 
equilibrada. 
Ela não é apenas a base da cultura e da sociedade futura, mas ela é o centro 
da vida social. Ela vem ao longo do tempo sendo a matriz do desenvolvimento da 
personalidade e do caráter das pessoas. Além disso, ela é a responsável pelo 
processo de amadurecimento psíquico e proporciona uma sustentação necessária à 
individualização. 
30 
 
 
Segundo Jusani (2009, p.1) “a família é o alicerce que rege a vida de todo ser. 
É ela que primeiramente apresenta o mundo do conhecimento à criança, já que este 
não é adquirido somente no âmbito escolar”. 
Os pais são aqueles que têm a responsabilidade de dar suporte emocional 
para seus filhos, para que eles alcancem sucesso na aprendizagem escolar, como 
também devem saber orientá-los para lidar com as frustrações relacionadas aos 
modelos formais de aprendizagem. 
A criança para aprender precisa se sentir segura, ter estabilidade, afetividade 
e compreensão, ela precisa se sentir adequada diante os processos de 
aprendizagem, pois um ambiente não favorável gera uma agressividade, um 
sentimento de incapacidade e um comportamento antissocial. 
É função primeira dos pais direcionarem seus filhos e despertar neles o gosto 
em aprender para que futuramente eles possam ser capazes de alcançarem 
grandes níveis de aprendizagem e fazer com que ela se torne uma fonte ilimitada de 
oportunidades e realizações em suas vidas. 
Por isso, a forma, como os pais se direcionam aos seus filhos pode 
determinar o seu sucesso ou fracasso tanto na vida escolar quanto nas suas 
relações sociais e afetivas. 
Segundo Castro (2012, p.37-38): 
 
Estas mensagens são transmitidas pela presença ou pela ausência dos pais 
e permanecem na construção do ser. Muitos adultos têm sensações de 
inadequação que são inexplicáveis ao olharem sua vida atual, mas, quando 
retomam suas histórias, acham rapidamente uma explicação. O bebê que 
não foi desejado e teve esta mensagem reforçada na infância, 
possivelmente, será um adulto com a sensação de inadequação. Esta e 
outras sensações vividas na vida adulta são reflexos das suas experiências 
infantis. As pessoas com quem a criançaconvive tornam-se espelhos, onde 
elas observam se tem valor ou não. 
 
A falta, ou escassez, de relações familiares adequadas, pois cada dia mais os 
pais convivem menos com seus filhos, gera uma carência das funções materna e 
paterna e fragiliza os laços amorosos. 
A família desempenha um papel que deve ir além de prover os meios 
necessários para a sobrevivência. Quando um casal decide ter filhos, eles devem ter 
a dimensão dessa responsabilidade, pois a criança ao nascer e durante toda a sua 
vida precisa ter suas necessidades básicas atendidas, receber afeto, gozar do 
aprendizado que irá transformá-la em um indivíduo capaz de viver em sociedade. 
31 
 
 
Segundo Casarin e Ramos (2007, p.5) se a família não der a base necessária 
para o desenvolvimento da criança ou do adolescente, isso permitirá que ele busque 
em outros grupos o que não lhe é oferecido em sua própria casa, assim ele corre o 
risco de se tornar um ser humano frágil emocionalmente e crescer sem perspectivas 
de autonomia no futuro. 
Dessa forma, as palavras possuem um significado muito grande, uma vez que 
uma comunicação eficiente diminui a chance de desvios de compreensão. Assim, é 
preciso que o diálogo seja uma atividade diária e uma ferramenta positiva na 
educação, pois uma relação baseada no diálogo e no comprometimento é 
fundamental para uma situação confortável entre as pessoas na família. 
A afetividade é a base que sustenta o aprendizado, ela é o fator principal que 
define, de delimita os caminhos que o aluno irá seguir durante o processo de ensino 
aprendizagem, por isso, a família precisa cultivar esse sentimento para que essa 
aprendizagem tenha o sucesso almejado pelos pais e professores. 
Jusani (2009, p.1) afirma que: 
 
A relação afetiva que uma criança tem em casa irá contribuir negativa ou 
positivamente no seu desempenho escolar. Os anseios e as expectativas 
que a família tem sobre a criança são muito relevantes tanto em sua 
formação acadêmica quanto pessoal, pois a criança espera ser admirada, 
elogiada, motivada, amada, e quando isto não acontece, ela se sente 
desestimulada, não produz, não vê satisfação, prazer no ato da 
aprendizagem. 
 
A atuação dos pais no exercício de motivar e criar laços afetivos na criança é 
muito importante, pois é através desses laços que as crianças se sentirão seguras e 
amparadas diante das dificuldades apresentadas a elas, seja pela escola ou pelas 
relações sociais. 
Quando uma criança não é motivada pela família e nem consegue sentir o 
afeto por parte deles, a aprendizagem não acontece de forma plena, satisfatória e a 
criança se sente desmotivada em aprender. 
Nesse contexto, vale frisar, que o acompanhamento da família na vida escolar 
da criança é fundamental para o seu desenvolvimento, como também é essencial a 
prática da afetividade como ferramenta na educação da criança, tanto na família 
quanto na escola. 
Por fim, a família tem a função de direcionar, socializar e estruturar as 
crianças permitindo que elas cresçam e se tornem adultos emocionalmente 
32 
 
 
saudáveis. Dentro do seio familiar é o lugar onde, a criança adquire seus primeiros 
vínculos afetivos e é através dela que o indivíduo é apresentado ao mundo cultural. 
Assim, ela é a grande responsável pela educação das crianças, da sua 
aprendizagem e é através dessa aprendizagem que a pessoa começa a construir 
saberes (CASTRO, 2012). 
Por isso, a participação da família na vida escolar da criança é muito 
importante, pois os pais são os primeiros educadores, os valores ensinados por eles 
são aqueles que a criança levará para a escola e por essa razão, deve haver a 
parceria entre família e escola para que a aprendizagem possa acontecer na vida 
dessa criança. 
 
2.3 A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DA CRIANÇA 
 
Dentro de um contexto histórico, a família é classificada como uma instituição 
de fundamental importância na formação, na educação das crianças e a escola 
desempenha o papel de desenvolver a educação, a formação e sistematizá-las. 
É no ambiente familiar que a criança tem o seu primeiro contato com a 
sociedade, por isso, é fundamental que a escola e a família se unam para juntas 
possibilitar a formação integral da criança. 
Assim, a participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e 
consciente, pois a vida familiar e escolar se completa e a parceria entre ambas as 
instituições auxilia no bem-estar do educando. Cuidar e educar significa dedicação, 
cooperação, cumplicidade, amor de todos aqueles que têm a responsabilidade de 
executar esse processo, que precisa ser dinâmico e estar em constante evolução. 
A família é a primeira responsável pela educação dos filhos, ela é o espelho 
no qual eles se baseiam para agir diante da sociedade e das pessoas, por isso, a 
família precisa assumir o seu papel de educadora e não deixar a cargo da escola 
realizar atividades que são de responsabilidade primeira dos pais. 
 
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, 
e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos 
pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam 
apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que freqüentam 
(TIBA, 1996, p. 111). 
 
A família e a escola são as bases que sustentam o ser humano, eles são 
pontos de referência existencial e por essa razão, deve haver a parceria entre ela 
33 
 
 
para que a formação integral do indivíduo aconteça, os resultados esperados sejam 
positivos e significativos. 
Os pais e professores precisam compreender que apesar das transformações 
que a família vem passando, ela continua sendo a primeira fonte de influência no 
comportamento, nas emoções e na ética da criança. 
Os pais precisam estar conscientes que, embora o mundo esteja mudando, 
os valores se invertendo e se tornando cada dia mais inconstantes e frívolos, eles 
ainda são os principais responsáveis em embutir uma educação primária a seus 
filhos, para que quando cheguem à escola essas crianças estejam aptas a 
adquirirem novas aprendizagens. 
A participação da família na vida escolar da criança precisa ser intensa e 
responsável, assim a vida familiar e escolar precisa estar em sintonia, é importante 
que pais e professores, filhos/alunos troquem experiências, entenda e trabalhe 
juntas nas questões que envolvem o cotidiano sem puxar a razão para nenhum lado 
e sim buscar por soluções comuns e benéficas para todos. 
 
A busca de uma boa relação entre família e escola deve fazer parte de 
qualquer trabalho educativo que tem como foco a criança. Além disso, a 
escola também exerce uma função educativa junto aos pais, discutindo, 
informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, para 
que família e escola, em colaboração mútua, possam promover uma 
educação integral da criança. Uma relação baseada na divisão do trabalho 
de educação de crianças e jovens, envolvendo expectativas recíprocas 
(REIS, 2010, p.22). 
 
A contribuição da família traz benefícios tanto ao aluno quanto a escola e os 
professores, pois algumas vezes dentro de sala de aula o aluno não entende muito 
bem o conteúdo e nesse caso a participação complementar da família em casa é 
muito importante. 
Essa parceria também deve existir quando se trata da disciplina e do modo de 
proceder dos alunos. Pois nunca houve dentro do ambiente escolar, tantas 
discussões sobre a falta de limites, desrespeito na sala de aula e desmotivação dos 
alunos. Tudo isso, gera um sentimento de impotência e frustração tanto nos 
professores que percebem a falta de interesse dos alunos diante aos conhecimentos 
que lhes são apresentados, quanto nos alunos que sesentem desanimados e 
desmotivados em ir à escola. 
34 
 
 
Por isso, é necessário que a união entre escola e família aconteça desde 
cedo, pois uma é o complemento da outra e no final a criança será a grande 
beneficiária disso. 
Segundo Tiba (2012, p.186): 
 
Quando a escola, o pai e a mãe usam a mesma linguagem e têm valores 
semelhantes, os dois principais contextos da criança, a família e a escola, 
demonstram a segurança e coerência extremamente favorável ao seu 
desenvolvimento. 
 
Isso quer dizer que, quando a família e a escola trabalham juntas e em 
harmonia o desenvolvimento da criança acontece de forma positiva e total, pois uma 
vai completando os ensinamentos dados pela outra e ajudando ativamente na 
construção de um ser completo, capaz de pensar, sentir e decidir por si mesmo. 
Dessa forma, quando a família se envolve no processo educativo da criança o 
seu aproveitamento escolar é maior. A participação dos pais acontece quando eles 
incentivam a leitura e a escrita, acompanham a lição de casa, vão às reuniões e se 
interessam pela rotina acadêmica da criança. 
Entretanto, para que a família participe da vida escolar de seus filhos, as 
escolas precisam estar de portas abertas para recebê-los e garantir a eles a 
permanência na escola, através de reuniões dinâmicas, mais interessantes e 
motivadoras. Quanto mais espaço as escolas abrirem para a participação das 
famílias, novas oportunidades irão surgir para que se tenha uma educação de 
qualidade, sustentada pela relação escola e família. 
Castro (2012, p.70) afirma que: 
 
Para uma construção segura, é preciso uma sintonia entre o planejamento e 
a execução; para construir uma educação de limites e afetividade, é preciso 
promover encontros. Encontros entre os ensinantes da família e os 
ensinantes da escola e principalmente, entre aprendentes e os ensinantes, 
para se atingir a plena integração - o “ser” com o “vir a ser”. 
 
Cabe aos professores dar o primeiro passo para que aconteça o 
relacionamento entre os pais e a escola, haja vista que, os pais não têm o 
conhecimento da rotina da escola, tampouco tem conhecimento sobre as 
características do desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social ou sabem sobre 
o processo de ensino aprendizagem. 
Contudo, não há uma fórmula mágica para que os laços entre família e escola 
se estreitem, uma vez que, cada realidade familiar é única e difere uma da outra, 
35 
 
 
dessa forma, essa interação é muito importante para que ambas conheçam a 
realidade uma da outra e assim, possam construir em conjunto uma relação de 
diálogo, procurando encontrar soluções para as dificuldades enfrentadas pelas 
diversas realidades apresentadas pela sociedade moderna. 
Por fim, o conceito de família esta mudando rápida e drasticamente, o modelo 
de família atual não é o mesmo de anos atrás, no entanto, ela continua sendo uma 
das primeiras referências educativas para as crianças e o papel que ela assume 
como primeira educadora é muito importante e deve ser bem realizado para criar 
indivíduos emocionalmente sadios (CASTRO, 2012). 
Por isso, cada pai ou mãe deve assumir sua responsabilidade como 
direcionador da criança, além disso, é de responsabilidade dos pais estarem em 
contato direto com a escola, tanto família quanto escola são responsáveis pela 
formação do filho/aluno e o diálogo entre essas duas intuições precisa acontecer de 
forma constante e consciente, pois é apenas por meio dessa ligação que acontecerá 
a aprendizagem na vida da criança e também despertará nela o gosto por aprender. 
O próximo capítulo vai falar sobre a contribuição da afetividade no processo 
de ensino, também a relação que deve haver entre as práticas pedagógicas e a 
afetividade, ainda apresentar o professor como um educador de emoções e quais 
são os benefícios que um ambiente afetivo traz para a vida acadêmica e social do 
aluno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
CAPÍTULO - III A CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NO PROCESSO 
DE ENSINO 
 
Educar é uma arte. Por meio da educação, o ser humano tem a oportunidade 
de adquirir conhecimentos, competências e habilidades que serão úteis até o fim de 
sua vida. A educação atual assumiu uma visão continuada e permanente, onde o 
aprender é possível em qualquer idade ou condição social. 
Diante das grandes transformações sofridas pela sociedade moderna, 
causadas pela globalização, o neoliberalismo e a mudança de valores a educação é 
uma forma de libertar as pessoas dessas amarras trazidas por essas mudanças, 
para que assim elas aprendam a pensar certo e por elas mesmas. 
Dentro desse contexto, o papel do educador é muito importante, pois ele é o 
responsável por fomentar o conhecimento. Uma vez que o conhecimento não deve 
ser transferido para o aluno, mas sim estimulando e aguçado na busca de novos 
saberes. 
Por isso, educar não é transferir conhecimento, é fundamental que nossos 
educadores saibam respeitar os conhecimentos prévios de seus educandos, suas 
opiniões divergentes e não se considerar “soberanos” em sala de aula. É preciso 
que o professor promova verdadeiramente a inclusão de todos os alunos e alunas e 
tornar a escola um ambiente que dignifica e respeita os alunos ajudando assim a 
construir a ponte de libertação que os separa da autonomia de ser pensante e 
detentor de sua própria história e isso se dará principalmente em sala de aula onde 
o professor atua e interage com o aluno (FREIRE, 1996). 
Assim, professor como mediador do conhecimento precisa em sua prática 
pedagógica, trabalhar constantemente em conjunto com o aluno, para que juntos 
eles possam construir o saber com ética e coerência. 
Portanto ensinar exige que o educador esteja apto para realizar esse papel, 
ele precisa despertar em seus educandos a curiosidade e a vontade de aprender, 
para torná-los pessoas críticas e bem resolvidas com elas mesmas e com a 
sociedade. Uma vez que educar não é simplesmente a transferência de 
conhecimentos, mas sim a conscientização e testemunho de vida, pois só assim o 
processo de construção do conhecimento se tornará eficaz. 
37 
 
 
Conforme Freire (1996), uma pedagogia eficaz é aquela na qual o professor 
precisa buscar nos estímulos didáticos para conseguir transpor as dificuldades e 
achar novas formas de fomentar o gosto por aprender. 
Por esse motivo, a afetividade no processo de ensino é muito importante, pois 
todas as pessoas desde a mais tenra idade necessitam de afeto. Dentro de sala de 
aula a afetividade funciona como uma força que impulsiona o aluno para frente. 
O objetivo desse capítulo é apresentar a afetividade como um instrumento 
que auxilia no processo de ensino do aluno. Também descrever como as práticas 
pedagógicas podem ser mais eficazes se aplicadas utilizando a afetividade como 
instrumento para o desenvolvimento cognitivo e intelectual da criança. Ainda qual é 
o papel do professor e sua importância na prática do ensino, tendo a afetividade 
como base para o desenvolvimento de seu trabalho pedagógico. E por fim, a 
importância da afetividade na vida escolar e social do aluno. 
Para o desenvolvimento desse capítulo foram usadas às obras de Vygotsky 
(2010), Leite (2012), Leite e Tassoni (2002), Almeida (1999), Castro (2012), Menger 
(2010), que falam sobre as práticas pedagógicas e a afetividade. Para falar sobre o 
papel do professor como educador das emoções o capítulo se baseou Cury (2003), 
Woolfolk (2000), Gil (2007), Cunha (2010). E para falar sobre a contribuição da 
afetividade na vida acadêmica e social da criança foram usadas as obras de Pereira 
e Gonçalves (2010), Vasconcelos (2004), Galvão (1996). 
 
3.1AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A AFETIVIDADE 
 
Dentro do contexto social a afetividade é constantemente entendida como 
sinônimo de emoções ou sentimentos, ou seja, de reações a estímulos sofridos do 
meio externo. Embora, as emoções e sentimentos tenham relação com a 
afetividade, o seu significado é muito mais abrangente. 
Conforme Vygotsky (2010, p.138) para que se compreenda o conceito de 
afetividade é preciso presumir que todo o “comportamento é um processo de 
interação entre o organismo e o meio”, no qual a sua mudança depende das trocas 
que serão estabelecidas pelo mundo externo. Dessa forma, pode-se afirmar que, 
para que algo aconteça ao indivíduo ele precisa ser necessariamente afetado pelo 
meio. 
38 
 
 
No processo de aprendizagem a relação entre o professor e o aluno permite 
uma troca de experiências que se dão através do convívio de ambos, permitindo que 
essas trocas desenvolvam laços de afetividade entre eles, auxiliando assim na 
aprendizagem do aluno dentro de sala de aula. 
Dentro das práticas pedagógicas escolhidas pelos professores no decorrer de 
sua atuação de mediador do conhecimento, algumas etapas precisam ser definidas, 
para que os laços afetivos entre professor e alunos possam existir. 
Segundo Leite (2012, p.363) essas etapas são: “a) a escolha dos objetivos de 
ensino; b) a decisão sobre o início do processo de ensino; c) a organização dos 
conteúdos de ensino; d) a escolha dos procedimentos e atividades de ensino; e) a 
escolha dos procedimentos de avaliação do ensino”. 
A escolha dos objetivos de ensino é uma decisão que tem a ver com os 
valores e crenças que o professor ou a escola querem transmitir aos alunos. Já no 
início do processo de ensino, o professor precisa adotar um critério rígido, pois 
quando os conteúdos são elaborados e organizados de forma aleatória, não 
respeitando a lógica da organização do conhecimento, isso prejudica o processo de 
aprendizagem do aluno. 
Freire (1996, p.48-49) afirma, 
 
Fala-se quase exclusivamente do ensino dos conteúdos, ensino 
lamentavelmente quase sempre entendido como transferência do saber. 
Creio que uma das razões que explicam esse descaso em torno do que 
ocorre no espaço-tempo da escola, que não seja a atividade ensinante, vem 
sendo uma compreensão estreita do que é educação e do que é aprender. 
 
É preciso que as práticas pedagógicas sejam revistas, não é possível 
apresentar ao educando um conteúdo sem sentido, no qual ele não se identifique, e 
ainda obrigá-lo a aprender. Por isso o educador precisa estar aberto às perguntas 
trazidas pelos alunos, bem como sua curiosidade. Pois será somente através da 
solidariedade social e política que a educação conseguirá evitar um ensino elitista e 
autoritário, onde a escola é dona exclusiva do saber articulado. 
O educador precisa sentir prazer em ensinar, ele tem que demonstrar a 
alegria, confiança e generosidade ao educando, sem deixar que falte o respeito 
tanto do professor para com o aluno e vice-versa. 
É preciso que a educação seja reencantada e ministrada em prol dos menos 
favorecidos e oprimidos, por isso, os gestos na escola devem ter sentido de 
39 
 
 
libertação e não de opressão. Talvez esta seja uma forma de combater o imobilismo 
e o individualismo e assim ela se tornar realmente universal, dentro das diversas 
realidades e jeitos, sem que ela perca a sua identidade, liberdade e esperança. 
O objetivo principal da educação é levar as pessoas a pensarem por conta 
própria e conseguirem sua autonomia. Contudo, essa liberdade não pode ser 
confundida como uma maneira compulsiva de agir, pois ser autônomo é ser capaz 
de conhecer o problema e criar meios sensatos para elucidá-lo, levando em 
consideração a opinião do outro, sem egoísmo ou egocentrismo e dando-se conta 
que o homem é um ser livre para pensar, agir e percebendo que a melhor maneira 
de desenvolver a autonomia é, através, do trabalho cooperativo, da afetividade e da 
reciprocidade (ALMEIDA, 1999). 
Assim, as escolhas das atividades de ensino vão determinar o olhar afetivo 
que o aluno irá ter do conteúdo ensinado pelo professor dentro de sala de aula. Por 
isso, quando as atividades são bem escolhidas e desenvolvidas, as chances de 
aprendizado aumentam e consequentemente a relação afetiva entre professor e 
aluno se estreitam. 
Conforme Leite e Tassoni (2002, p.11): 
 
As interações em sala de aula são constituídas por um conjunto complexo 
de variadas formas de atuação que se estabelecem entre as partes 
envolvidas – professores e alunos. Uma maneira de agir está intimamente 
relacionada à atuação anterior e determina, sobremaneira, o 
comportamento seguinte. Na verdade, é pela somatória das diversas formas 
de atuação, durante as atividades pedagógicas, que a professora vai 
qualificando a relação que se estabelece entre o aluno e os diversos objetos 
de conhecimento. 
 
O que o professor diz e em que momento ele diz, da mesma forma, o que se 
faz, como se faz, em que momento e por que, influenciam muito a relação entre 
professor e aluno, como também, influenciam diretamente o processo de 
aprendizagem, por isso, a postura do professor é muito importante, pois cada uma 
das suas ações palavras e gestos vão afetar de forma diferente cada aluno. 
A escola pode ser definida como sendo um espaço, onde, o processo de 
transmissão e produção de conhecimento tem um compromisso maior. 
Almeida (1999, p.107) afirma que "as relações afetivas se evidenciam, pois a 
transmissão do conhecimento implica, necessariamente, uma interação entre 
pessoas. Portanto, na relação professor-aluno, uma relação de pessoa para pessoa, 
o afeto está presente". 
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A relação entre o ensinar e o aprender se dá através dos vínculos entre as 
pessoas e tem início dentro da família. A base desta relação é afetiva, porque é por 
meio da comunicação emocional que o bebê interage com o adulto e consegue dele 
todo o cuidado que precisa. 
Dessa forma, é a relação de afeto entre o adulto e a criança que sustenta a 
fase inicial do processo de aprendizagem. Nos primeiros meses de vida, seu status 
é fundamental e determinante para a sobrevivência. O vínculo afetivo nos primeiros 
anos de vida permite que a criança tenha acesso ao mundo simbólico e, aos pouco 
vai desenvolvendo seu cognitivo (ALMEIDA, 1999). 
Por isso, nessa fase da vida é importante para a criança ter vínculos afetivos, 
isso permite que ela amplie seus conhecimentos e a figura do professor tem grande 
importância nessa relação de ensino e aprendizagem na escola. 
Contudo, a relação de afetividade dentro de sala de aula, não deve se resumir 
apenas nas relações cara a cara, entre aluno e professor, mas sim fazer com que o 
aluno se sinta seguro em aprender. 
A escola tem a missão de transmitir para o aluno um ambiente no qual ele se 
sinta seguro e disposto realizar as atividades propostas pelo professor. 
Segundo Castro (2012, p.71) da mesma forma que acontece “no ambiente 
familiar, o aprendente deve ter na escola um lugar de segurança. Os educadores do 
ambiente escolar devem ter a consciência de que as mensagens são transmitidas 
com palavras ou sem palavras”. 
Por isso, as palavras e ações realizadas pelo professor são muito importantes 
e devem ser medidas para que uma palavra ou atitude errada não venha a abalar a 
confiança do aluno nem destruir a relação entre ambos. 
Segundo Menger (2010, p.26), o professor tem um papel fundamental na 
educação afetiva do aluno, pois suas práticas e intervenções contribuem para o 
crescimento de outras pessoas, em especial os alunos. 
Assim, aprender a se conhecer, refletir a respeito da vida, das virtudes e 
defeitos, não são tarefas fáceis, mas são

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