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12 Relação Professor Aluno

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RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Relação Professor/Aluno 
Uma relação extremamente importante para qualquer estudante, independentemente de sua idade ou 
seu grau de formação, é aquela que se estabelece com o educador. Já pensou que, se professores e 
alunos mantêm um bom relacionamento em sala de aula, o aprendizado se torna mais eficiente e 
passa a existir um maior engajamento de ambas as partes? 
Quer entender melhor a importância da relação professor e aluno? 
Então confira o texto que preparamos: 
Como é a convivência em sua sala de aula? 
Essa é uma pergunta essencial que educadores de todos os níveis de aprendizado devem se fazer. 
Afinal, ter uma boa convivência com os alunos, em vez de alimentar relações conflituosas e de ten-
são, é uma ótima forma de garantir um ambiente saudável, muito mais propício ao aprendizado. 
Salas de aula com brigas constantes, alunos desafiando a autoridade do professor a todo momento e 
processos de intimidação definitivamente não favorecem a convivência adequada entre professores e 
alunos. Mas fato é que, infelizmente, essa tensão pode estar ainda mais presente no ensino de ado-
lescentes da chamada geração Z. 
Como estabelecer uma relação de confiança? 
Para contornar esses desafios, é preciso estabelecer uma relação de confiança entre alunos e pro-
fessores, já que, quando existe esse sentimento em sala de aula, os alunos têm mais disposição para 
aprender e os professores se sentem mais motivados para aprimorarem seu processo didático. 
Mas como colocar isso em prática? 
Comece pela transparência no estabelecimento de critérios avaliativos. Assim seus alunos saberão 
exatamente o que esperar em relação às notas, aos esforços de estudo e ao desempenho geral. 
Além disso, procure criar um ambiente em que seja possível questionar temas e aprender em con-
junto, sem repreender perguntas e curiosidades, por mais básicas que sejam. Os alunos devem se 
sentir confortáveis para expressar suas dúvidas livremente. 
E o que fazer com conflitos de personalidade? 
Uma sala de aula sempre reúne um conjunto de vários tipos de personalidade, incluindo aí até 
mesmo a do professor. Alguns são mais tímidos, outros mais extrovertidos. Há aqueles que gostam 
de demonstrar conhecimento, aqueles que buscam afirmação, bem como aqueles que são extrema-
mente inseguros. Sendo assim, como lidar de forma sustentável com essa diversidade, uma vez que 
os conflitos são naturais da vivência em sociedade? 
Nesse contexto, é importante que o professor aja como um verdadeiro administrador de conflitos, a 
fim de estabelecer, da melhor forma possível, um equilíbrio entre todas essas personalidades. No 
caso, repreender atitudes desrespeitosas, garantir voz aos alunos mais tímidos e também estimular o 
convívio saudável entre eles passam a figurar entre as tarefas do educador. 
Pertencimento 
Outra importante função do professor consiste em fomentar, dentro da sala de aula, o espírito de 
grupo e de pertencimento dos alunos. Esse sentimento deve estar presente para estimular o engaja-
mento dos estudantes nos estudos e também na vida social escolar como um todo. Isso pode ser 
feito por meio de atividades em grupo, discussões em sala e constante estímulo à cooperação. 
Diálogo 
Independentemente dos tipos de personalidade dos alunos, é imprescindível que a relação seja per-
meada de muito diálogo. Assim, cada tarefa deve vir acompanhada de explicações sobre sua impor-
tância e respectiva pertinência para os propósitos educacionais do curso, fazendo com que o estu-
dante compreenda ao máximo sua função. Se surgirem desentendimentos, tem-se automaticamente 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
uma brecha para, mais uma vez, esclarecer propósitos e papéis. É preciso ter sempre em mente que 
o diálogo é a melhor reposta para os problemas em sala! 
A importância da relação Professor x Aluno 
Pensando em educação e principalmente na forma em que aprendemos ou apreendemos algum con-
teúdo, resolvemos focar nossa discussão nesse mês sobre o relacionamento entre professor e aluno. 
Essa é uma relação que frequentemente lembramos, seja ela positiva ou não. Nosso foco será como 
se dá essa interrelação professor-aluno de forma produtiva. 
Muitas vezes buscamos nos nossos professores referências de comportamentos, valores e atitudes e 
quando esse vínculo torna-se positivo, levamos conosco como modelo de conduta. O professor não 
está apenas em sala de aula, nos ensinando apenas conteúdo escolar, ele nos ensina sobre a vida, 
como podemos lidar com os relacionamentos, nos ajudando a acreditar que podemos ser cuidados, 
pois muitas vezes essa relação está permeada pela paciência e benevolência. 
Especialmente nos primeiros anos escolares, sabemos o quanto é importante para cada criança per-
ceber, sentir, no olhar do professor que ela é bem-vinda, que aprender é bom. 
J. L. Moreno aborda em sua teoria a importância do ‘campo relaxado’, que nada mais é do que um 
local aonde podemos nos expor sem medo. Sem receio seremos mais criativos e espontâneos. Se a 
escola for um campo relaxado, em que o aluno estiver à vontade para se colocar, seja em forma de 
palavras e/ou comportamentos, o aprendizado poderá ser mais proveitoso. 
O professor ajuda a criar esse campo a partir do seu jeito de lidar com os alunos, a forma de cobrar o 
conteúdo e principalmente como reconhece o desenvolvimento deles, comunicando-os. 
Neste sentido, para nós pensar em educação é pensar num processo de aprendizagem que envolve 
professor-aluno como parceiros de uma caminhada que leva em conta a formação pessoal e profissi-
onal. 
Nossos agradecimentos aos professores que no dia-a-dia de suas atribuições buscam colaborar com 
uma educação que de fato seja inclusiva, que respeitam a diversidade de seus alunos e têm como 
princípio que o acesso a educação é direito de todos. 
Professor, você tem um convívio saudável com seus alunos? 
 
A relação do professor com seus alunos é de fundamental importância para a Educação, pois a partir 
da forma de agir do mestre é que o aprendiz se sentirá mais receptivo à matéria. 
A reciprocidade, simpatia e respeito entre professor e aluno proporcionam um trabalho construtivo, 
em que o educando é tratado como pessoa e não como número, ou seja, mais um. 
 
Os objetivos da Educação seriam mais facilmente alcançados se muitos dos problemas disciplinares 
fossem resolvidos com maior cautela, sem dramatização, onde um simples comentário bem feito solu-
cionasse o problema. 
 
Atividades variadas previnem a indisciplina dentro da sala de aula. 
 
A elaboração de provas justas e bem dosadas estimula o aluno a estudar mais, e diminui ou até 
mesmo elimina a “famosa cola”, afastando um dos maiores atritos que existem entre ambas as par-
tes. 
 
Outra forma de melhorar essa relação é aplicando trabalhos interessantes que desafiem a capaci-
dade do estudante, e que não gerem angústia e nem desânimo pelo grau de dificuldade. 
 
Procure aplicar aulas diferentes, usando dos recursos disponíveis e sendo criativo para improvisar 
materiais que levem a um melhor entendimento da disciplina por parte do aluno. 
 
Não é possível educar sem dialogar. 
 
Buscando um melhor relacionamento, o professor será tratado com respeito e como educador, dando 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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oportunidade ao diálogo. 
 
Às vezes o professor usa de expressões ameaçadoras para com os alunos, como: Calem a boca! É 
para ser feito assim, pronto e acabou! Dessa forma, deixa transparecer que quem está à frente (o 
educador) não tem controle sobre a situação, atitudes e sentimentos. 
 
Existem quatro elementos fundamentais para o ato de ensinar: o processo, a matéria, o aluno e o pro-
fessor, sendo esse último o fator decisivo na aprendizagem, levando em conta a influência que 
exerce sobre a classe para ministrar as aulas. 
O professor tem que estar sempre aberto às novas experiências, aos sentimentos e aos problemasde seus alunos. É claro que a responsabilidade da aprendizagem está ligada ao aluno, mas essa 
deve ser facilitada pelo professor levando o aluno à auto-realização. 
A Importância da Relação Professor e Aluno 
1. INTRODUÇÃO 
A relação professor/aluno representa um esforço a mais na busca da praticidade, afetividade e efici-
ência no preparo do educando para a vida, numa redefinição do processo ensino-aprendizagem. 
Não obstante, cada profissional deve ter claramente definido o seu papel nesse contexto social, onde 
esta relação aqui considerada passa a ser alvo de pesquisas, na busca do diálogo, do livre debate de 
idéias, da interação social e da diminuição da importância do trabalho individualizado. 
A interação professor/aluno ultrapassa os limites profissionais, escolares, do ano letivo e de semes-
tres. É, na verdade, uma relação que deixa marcas, e que deve sempre buscar a afetividade e o diá-
logo como forma de construção do espaço escolar. 
Ser professor não constitui uma tarefa simples, ao contrário, é uma tarefa que requer amor e habili-
dade. O educador não é simplesmente aquele que transmite um tipo de saber para seus alunos, 
como um simples repassador de conhecimentos. O papel do educador é bem mais amplo, ultrapas-
sando esta mera transmissão de conhecimentos. 
No sistema escolar, o professor deve tornar seu saber pedagógico uma alavanca desencadeadora de 
mudanças, não somente ao nível da escola que é parte integrante, mas também ao nível do sistema 
social, econômico e político. O professor deverá ser uma fonte inesgotável de conhecimentos no coti-
diano de sala de aula, retirar dos elementos teóricos que permitam a compreensão e um direciona-
mento a uma ação consciente. Também deve procurar superar as deficiências encontradas e recupe-
rar o real significado do seu papel como professor, no sentido de apropriar-se de um fazer e de um 
saber fazer adequados ao momento que vive a escola atual. 
A importância desta pesquisa permitirá o acesso melhor ao conhecimento sobre a relação professor-
aluno, o que auxiliará não só na discussão sobre o problema, mas para apontar as posturas existen-
tes, implementando novos comportamentos e ações no que diz respeito aos pressupostos de susten-
tação, nas escolas, no que se refere à relação professor/aluno em suas múltiplas determinações. 
2. TRAJETÓRIA DO PROJETO DE PESQUISA 
Problematização 
- Qual importância da relação professor-aluno no processo educativo. 
Objetivo Geral 
- Refletir sobre a importância do relacionamento professor/aluno para o ensino aprendizagem. 
Objetivos específicos 
 Identificar e refletir as possíveis relações entre professor e o aluno a fim de contribuir para o pro-
cesso ensino-aprendizagem; 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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 Buscar subsídios para relatar o quanto a interação entre professor e aluno é importante para o 
processo ensino aprendizagem; 
 Identificar os fatores que dificultam o relacionamento entre professor/aluno; 
 Refletir sobre a importância e o papel do professor e do seu relacionamento com os educandos. 
Justificativa 
O projeto pretende esclarecer a influência do relacionamento afetivo entre professores e alunos, veri-
ficar que as dificuldades e sucessos caminham juntos. Através destes esclarecimentos poderá identi-
ficar os pontos relevantes, que possam estimular tanto professor como aluno à convivência de afetivi-
dade no processo educativo levando–os a uma educação de qualidade. 
Será possível apontar as oportunidades que o futuro educador poderá ter, ao estudar e analisar a 
educação, a fim de poder em sua realidade educacional ser colaborador convicto de suas realizações 
através de suas ações. Esclarecerá as relações afetivas em sala de aula e colocará este relaciona-
mento como um desafio para o educador, devendo este agir de forma que expresse o seu interesse 
pelo crescimento dos alunos, e assim respeitando suas individualidades, criando um ambiente mais 
agradável e propício para a aprendizagem. 
As informações obtidas mostrarão que a aprendizagem depende muito do relacionamento que o pro-
fessor tem com o aluno. 
3. A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
O relacionamento humano é peça fundamental na realização comportamental e profissional. Desta 
forma, a análise dos relacionamentos entre professor/aluno envolve interesses e intenções, sendo 
esta interação o expoente das consequências, pois a educação é uma das fontes mais importantes 
do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros da espécie humana. 
Neste sentido, a interação estabelecida caracteriza-se pela seleção de conteúdos, organização, siste-
matização didática para facilitar o aprendizado dos alunos e exposição onde o professor demonstrará 
seus conteúdos. 
No entanto este paradigma deve ser quebrado, são preciso não limitar este estudo em relação com-
portamento do professor com resultados do aluno; devendo introduzir os processos construtivos 
como mediadores para superar as limitações do paradigma processo-produto. 
O educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, 
deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto 
é portador do conhecimento mais importante: o da vida. GADOTTI (1999, p. 2) 
Desta maneira, o aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente pelas ati-
tudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelo aprender não é uma atividade que 
surge espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo em 
alguns casos encarada como obrigação. Para que isto possa ser melhor cultivado, o professor deve 
despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no desenvolver das atividades. 
O professor não deve preocupar-se somente com o conhecimento através da absorção de informa-
ções, mas também pelo processo de construção da cidadania do aluno. Apesar de tal, para que isto 
ocorra, é necessária a conscientização do professor de que seu papel é de facilitador de aprendiza-
gem, aberto às novas experiências, procurando compreender, numa relação empática, também os 
sentimentos e os problemas de seus alunos e tentar levá-los à auto-realização. 
De modo concreto, não podemos pensar que a construção do conhecimento é entendida como indivi-
dual. O conhecimento é produto da atividade e do conhecimento humano marcado social e cultural-
mente. O papel do professor consiste em agir com intermediário entre os conteúdos da aprendizagem 
e a atividade construtiva para assimilação. 
O trabalho do professor em sala de aula, seu relacionamento com os alunos é expresso pela relação 
que ele tem com a sociedade e com cultura. 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade 
que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada con-
cepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade. ABREU & 
MASETTO (1990, p. 115), 
O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do 
seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não 
dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pau-
sas, suas dúvidas, suas incertezas". (FREIRE: 1996, p. 96), 
A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, 
da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de com-
preensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Indica também, 
que o professor, educador da era industrial com raras exceções, deve buscar educar para as mudan-
ças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo 
dos alunos e para a formação de um cidadãoconsciente de seus deveres e de suas responsabilida-
des sociais. 
4. RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: OS ESTILOS DE RELAÇÕES 
A relação professor/aluno em sala de aula é um processo bastante complicado, pois existem nesse 
contexto diversos aspectos a serem analisados, tendo em vista que, para um bom relacionamento en-
tre ambos há necessidade de ir além de um simples relacionamento afetivo. 
Em sala de aula, tanto professor, quanto o aluno deve estar aberto à interação, pois em todo relacio-
namento, a empatia é uma questão necessária e eficaz para que haja uma aproximação entre ambos. 
Assim, a relação professor/aluno pode apresentar diversos estilos, que proporcionam diversos tipos 
de interação. Vamos tentar analisar as duas principais relações usadas entre professores e alunos na 
sala de aula: relação de comunicação mais pessoal e relação de orientação própria ao estudo. 
A relação de comunicação mais pessoal é reconhecer os êxitos, reforçar autoconfiança dos alunos, 
manter constantemente uma atitude de cordialidade e de respeito; isso sem esquecer que embora 
tenhamos que ter uma relação afetiva com nossos alunos, isso não significa dizer que tenhamos que 
ir à sala de aula para sermos humoristas e nem sermos carinhosos para que os alunos se sintam 
bem. Na verdade, se não houver uma relação didática eficaz não poderá haver relação profes-
sor/aluno. 
Nessa perspectiva, a relação de orientação própria para o estudo entra no mérito do papel exercido 
pelo professor em sala de aula, cujo principal será criar e comunicar uma estrutura que facilite o 
aprendizado. Entende-se que numa relação professor/aluno em sala de aula, a afetividade não po-
derá ser eficaz se não houver de fato a competência da tarefa didática, por que então, a qualidade de 
ensino será prejudicada. 
Entretanto, dois aspectos referentes à educação devem ser abordados, são eles: necessidades psi-
cológicas e educativas. Por necessidades psicológicas entende-se por aquelas que os alunos interio-
rizam e que por muitas vezes são de uma certa forma imposta pelos padrões sociais, como o desejo 
de ascensão social, por exemplo, o qual exige para que isso seja possível, a apropriação dos moldes 
pré-estabelecidos como: passar de ano, tirar boas notas, ser o primeiro colocado nos processos sele-
tivos, etc, os quais estão automaticamente nas necessidades educativas. Sendo que, o aluno ao ver 
suas necessidades psicológicas e educativas atendidas se automotiva. 
O professor por sua vez tende a descobrir qual a melhor forma de abarcar essas necessidades sem 
prejuízo ao aprendizado. Assim, as três áreas de atuação do professor são: relações interpessoais, 
estrutura de aprendizado e apoio da autonomia e do desenvolvimento integral do aluno. 
Segundo Morales, as relações interpessoais são manifestadas de diversas formas, das quais: a dedi-
cação de tempo à comunicação com os alunos, a manifestação de afeto e interesse pelos alunos, o 
elogio sincero, o interagir com os alunos com prazer, entre outros; o oposto se trata de rejeição. Ou 
seja, os alunos devem sentir que o professor se interessa por eles, assim os alunos devem sentir-se 
livres para errar e aprender com seus erros. O sentir-se livre se traduz aqui por ausência de medo, de 
angústia... Aprender com os próprios erros é importante para o crescimento pessoal, seja emocional, 
social ou cognitivo. 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
A estrutura de aprendizado se refere à qualidade e quantidade de informações que são repassadas 
aos alunos, para que se tenha eficácia neste aprendizado: as expectativas devem ser demonstradas, 
ajudar quando houver necessidade, sentir-se ao mesmo nível dos alunos, etc; o oposto é o caos. 
Nesse sentido, o professor deve entender que a informação é uma fonte de poder, por isso, nunca 
deve utilizar, por exemplo, a avaliação como arma de castigo, controle e autodefesa. 
A autonomia do aluno está relacionada com a liberdade concedida no momento da aprendizagem, 
por isso não se deve utilizar pressões ou a garantia de prêmios àqueles que realizarem com afinco as 
atividades. Cabe nesse ponto, ao professor a dura tarefa de transformar sua aula em um campo moti-
vado pelo prazer e pela paz. E isso ainda pode trazer mais lucros ao bom relacionamento não só do 
professor-aluno, como do próprio aluno com outro, no sentido de que estes consequentemente pos-
sam aprender a colaborar, a respeitar-se entre si quando trabalham em grupo ou em projetos coope-
rativos; podem aprender a apreciar outras culturas, a desenvolver-se bem na sociedade. 
4.1 PONTOS FORTES E FRACOS DA RELAÇÃO 
Como toda relação pessoal, a relação professor/aluno tem seus pontos fortes e fracos. Cabe agora 
analisarmos quais seriam estes pontos, para podermos chegar a um consenso com a idéia que o au-
tor Morales escreve como sendo "o efeito Pigmalião". 
O efeito Pigmalião está ligeiramente ligado ao efeito referentes às expectativas do professor quanto 
ao rendimento do aluno em sala de aula. Essas expectativas nascem dos dados que o professor re-
cebe dos alunos antes de iniciar seu relacionamento com estes. A partir de então, cria-se uma expec-
tativa ou desejos, de que alguns alunos, aqueles considerados bons, tenham um ótimo desempenho. 
Essa expectativa termina muitas vezes prejudicando o trabalho do professor, que em vez de ajudar 
todos, termina beneficiando uns poucos. 
Assim, as expectativas desenvolvidas pelos professores sobre alguns alunos, fazem com que estes 
tratem de forma diferente os alunos em sala de aula. O tratamento diferenciado pode se. 
Afetividade e Aprendizagem: Relação professor e aluno 
A Esse estudo foi realizado no Ensino Fundamental, do primeiro ao quinto ano de escolaridade da 
Rede Pública de Ensino do Município de Paracambi. (faixa etária 9 e 12 anos). Os alunos desta fase 
necessitam de um maior envolvimento, pois estão no início de sua “ construção” e acreditamos que 
o afeto motiva o comportamento e os levará a uma melhor aprendizagem. A importância desta rela-
ção para o sucesso do aluno em sua vida estudantil é fundamental, de forma que a predileção do es-
tudante por algumas disciplinas, muitas vezes passa por gostar ou não de um determinado professor. 
Não podemos viver sem afetividade e a vivência desta alicerça o caráter do sujeito refletindo em toda 
a conduta humana. 
O mundo tem atravessado grandes transformações que afastam o homem de sua essência interfe-
rindo nas relações interpessoais no contexto ensino-aprendizagem- afetividade: relação professor-
aluno. 
Considerando que a escola é um campo de vivência e cidadania é preciso que ela possa trazer no 
seu alicerce o ideal de proporcionar aos educandos momentos prazerosos de aprendizagem, por esta 
razão a grande importância do bom relacionamento afetivo entre docentes e discentes dentro da es-
cola. 
Sou professora da Rede Pública Municipal de Ensino e durante alguns anos inserida no contexto da 
sala de aula, hoje atuo como diretora e observo que no dia a dia com o aluno e observando o trabalho 
do professor muitas vezes podemos constatar entre ambos uma relação não compreendida. Há mo-
mentos em que o ambiente da sala de aula se transforma em uma pequena repressão, administrada 
sob o olhar atento do professor que se encarrega de ser o chefe. Este perfil se dá por conta da falta 
de limites que o alunos traz consigo e das dificuldades do professor em lidar com tais questões. 
O processo de aprendizagem pode ser beneficiado quando professor e aluno buscam conhecimentos 
mútuo de suas necessidades, tendo consciência de sua forma de relacionar-se, respeitando as dife-
renças. O professor em sala de aula deverá contribuir para desenvolver em seus alunos a auto-es-
tima, a estabilidade, tranquilidade, capacidade de contemplação do belo, de perdoar, de fazer amigos 
e de socializar-se. Assim sendo, as instituições escolares não podem dispensar tais conceitos 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
de seu currículo, devendoestimular uma rede mais generalizada de afetividade nas relações inter-
pessoais, no âmbito escolar, e trabalhando intensivamente para gerar oportunidades de integrar o ho-
mem na sociedade. 
É importante ressaltar neste estudo que a afetividade, por sua vez, tem uma concepção mais ampla e 
complexa, envolvendo uma gama de manifestações e sentimentos de origem psicológica e biológica. 
 Com base nessas reflexões podemos situar a seguinte questão a ser estudada: Como a afetividade 
contribui para aprendizagem do aluno do primeiro segmento do ensino fundamental? Como hipótese 
para a questão desse estudo podemos dizer que a concepção bancária pode ser a grande responsá-
vel, com suas diversas ações, pela falta de afeto entre professor e aluno levando-se em conta o pro-
fessor com baixa remuneração que se deixa influenciar na relação afetiva com o aluno. 
 Henri Wallon, (2003) considera a pessoa como um todo. Afetividade, emoções, movimento e espaço 
físico que se encontram num mesmo plano. As emoções para o autor têm papel preponderante no 
desenvolvimento da pessoa. 
 O objetivo deste estudo é refletir sobre a importância do relacionamento afetivo entre professor e 
aluno dentro das Instituições de Ensino, buscando fundamentação teórica que possibilite ao professor 
uma melhor compreensão da importância dessa relação, assim como de suas próprias relações inter-
pessoais que envolvem a escola e suas diretrizes e estudar as conexões entre o desenvolvimento da 
afetividade do aluno e o sentimento de responsabilidade social do sujeito. 
Os procedimentos metodológicos nos fazem entender que o embasamento teórico é de fundamental 
importância para a pesquisa, pois oferece fundamento para o referido estudo. 
Dividida em quatro capítulos, esta pesquisa oferece aos educadores informações e reflexões sobre a 
importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem. O primeiro capítulo busca uma defini-
ção para o tema em questão fazendo uma abordagem sobre as teorias de alguns autores; o segundo 
capítulo busca questionamentos acerca da importância do relacionamento interpessoal professor-
aluno, enfocando a escola e a família como mediadores na relação afetiva, e expressa ainda a impor-
tância da formação do educador para a conquista da cidadania; o terceiro capítulo discute as ações 
implementadas utilizadas pelo professor, levando-o a refletir sobre suas prática pedagógica; o quarto 
capítulo trata do importante papel da psicopedagogia na aprendizagem. 
CAPÍTULO I - AFETIVIDADE: ALGUNS PRESSUPOSTOS 
1.1 – Conceito de Afetividade: 
A afetividade pode ser definida segundo diferentes perspectivas, dentre outras, a filosófica, a psicoló-
gica e a pedagógica. Neste estudo a afetividade é abordada na perspectiva pedagógica, tendo em 
vista a relação educativa que se estabelece entre professor e aluno em sala de aula. 
A palavra afeto vem do latim “ affectur” (afetar, tocar) e constitui o elemento básico da afetividade. 
Segundo caracterização da Enciclopédia Larrousse Cultural. (1998), a afetividade é o conjunto de fe-
nômenos psíquicos em que se manifestam sentimentos, paixões, acompanhados sempre da impres-
são de dor, insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou tristeza.( p, 156 ) 
O afeto é a parte de nosso psiquismo responsável pela maneira de sentir e perceber a realidade. A 
afetividade é, então, a parte psíquica responsável pelo significado sentimental de tudo que vivemos. 
Se algo que vivenciamos está sendo agradável, prazeroso, sofrível, angustiante, causa medo ou pâ-
nico, ou nos dá satisfação, todos esses conceitos são atribuídos pela nossa afetividade. A afetividade 
é impulsionada pela expressão dos sentimentos, das emoções, e desenvolve-se por meio da forma-
ção do sujeito. 
Podemos constatar que o amor, carinho, compreensão, respeito, amizade, afeto, solidariedade, aten-
ção e companheirismo têm uma forte chance de constituir o núcleo central da representação da afeti-
vidade. A concepção de afetividade em relação professor/aluno evidencia que ela emerge como um 
sentimento, uma atitude, um estado e uma ação. Enquanto sentimento, a afetividade aparece no dis-
curso dos participantes de duas maneiras: primeiro concebida com amor, carinho e afeição entre as 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
pessoas, trata-se de um sentimento que nasce na interação entre os seres humanos na relação inter-
pessoal. A afetividade é um estado de afinidade profunda entre os sujeitos. Assim, na interação afe-
tiva com outro sujeito, cada sujeito intensifica sua relação consigo mesmo, observa seus limites e, ao 
mesmo tempo, aprende a respeitar os limites do outro. A afetividade é necessária na formação de 
pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de conviver com o mundo que a cerca. No ambiente esco-
lar afetividade é além de dar carinho, é aproximar-se do aluno, saber ouvi-lo, valorizá-lo e acreditar 
nele. 
As psicólogas Cláudia Davis e Zilma de Oliveira em seus estudos retratam que, 
A presença do adulto dá a criança condições de segurança física e emocional que a levam a explorar 
mais o ambiente e, portanto a aprender. Por outro lado, a interação humana envolve também a afeti-
vidade e a emoção como elemento básico. (1998:83:84). 
De acordo com o exposto as emoções estão presentes quando estabelecemos relações com objetos 
físicos, concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis, presen-
tes em qualquer atividade. A afetividade se estrutura nas ações dos indivíduos. O afeto pode, assim, 
ser entendido como energia necessária para que a estrutura cognitiva possa operar. Ele influencia a 
velocidade com que se constrói o conhecimento, pois, quando as pessoas se sentem seguras, apren-
dem com mais facilidade. 
Segundo Morales (1998:61) “ a conduta do professor influi sobre a motivação, afetividade e a dedica-
ção do aluno ao aprendizado” . Podemos reafirmar que o aluno se vê influenciado por sua percepção 
em relação ao professor. O professor deve sempre reforçar a autoconfiança dos alunos, manterem 
sempre uma atitude de cordialidade e de respeito. 
1.2 – Afetividade segundo Henri Wallon 
Para Henri Wallon, a evolução afetiva está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento cognitivo, visto 
que difere sobremaneira entre uma criança e um adulto, supondo-se a partir disto que há uma incor-
poração de construções de inteligência por ela, seguindo a tendência que possui para racionalizar-se. 
 Observamos, portanto, a inigualável importância dos aspectos afetivos para o desenvolvimento psi-
cológico, é por meio das emoções que o aluno exterioriza seus desejos e vontades. Em geral são ma-
nifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos módu-
los tradicionais de ensino. A emoção é altamente orgânica, altera a respiração e os batimentos cardí-
acos, causa impacto no outro e tende a propagar-se no meio social. A afetividade é um dos principais 
elementos do desenvolvimento humano. Conforme as idéias de Wallon (2003), a escola infelizmente 
insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensa-
mento tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa. 
 Falar de afetividade na relação professor/aluno é falar de emoções, disciplina, postura do conflito do 
eu e do outro. Isto é uma constante na vida da criança, em todo o meio do qual faça parte, seja a fa-
mília, a escola ou outro ambiente que ela frequente estas questões estão sempre presentes. 
 Para o autor, as teorias sobre emoções têm base mecanicistas e difíceis de serem compreendidas. 
Primeiro ele as vê como reações incoerentes e tumultuadas, depois destaca o poder ativador que têm 
as emoções consideradas por ele positivas. O estudo da criança exigiria o estudo do/ ou dos meios 
onde ela se desenvolve. O papel da afetividade no processo de mediação do professor direciona o 
olhar para a relação professor/aluno. Entretanto é possível supor que a afetividade também se ex-
pressasob outras dimensões humanas. 
 Nesse sentido o autor quer dizer que a sociedade intervém no desenvolvimento psíquico da criança 
através de suas repetidas experiências e das dificuldades para ultrapassá-las, já que a criança, dife-
rentemente de outros seres vivos, depende por muito tempo de seus semelhantes “ adultos” . A di-
mensão afetiva é de fundamental importância para Wallon, seja do ponto de vista da construção da 
pessoa ou do ponto de vista do conhecimento, sendo marcante para o desenvolvimento da espécie 
humana, que se manifesta a partir do nascimento e estende-se ao longo dos anos de vida de uma cri-
ança. 
 Uma criança “ normal,” quando já esta se relacionando afetivamente bem com o seu meio ambi-
ente, principalmente com a mãe, sente necessidade de ser objeto de manifestações afetivas para 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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que, assim, seu desenvolvimento biológico seja normal. É comum acontecerem reviravoltas nas con-
dutas da criança e nas suas relações com o meio, o qual é de suma importância para a existência da 
criança. O autor acredita haver esta reviravolta desde o período fetal, prolongando-se além do nasci-
mento. Aos três anos escolares iniciam-se os conflitos interpessoais, onde a criança opõe-se a tudo 
que julga diferente dela. Verificamos que no cotidiano escolar a maneira de agir da criança vai corres-
ponder a alguns princípios afirmados nas etapas anteriores, tal como descritas por Wallon. Princípios 
estes necessários para evitar crises penosas pelas quais a maturação da criança e o seu eu psicoló-
gico podem passar. É na escola que a criança começa a emancipar-se da vida familiar, nesse perí-
odo é necessário disciplina, uma disciplina de ordem maternal. 
 A escola na figura do professor precisa compreender o aluno e seu universo sócio-cultural. Conhecer 
esse universo é de grande eficácia para o trabalho do professor que atua no plano universal, cultural 
e pessoal. O professor tem que colocar acima de tudo sentimento de amor, carinho e respeito na sua 
relação com o aluno. Rangel nos faz refletir quando diz: 
Acreditamos que a escola deve se ocupar com seriedade com a questão do “ saber,” do “ conheci-
mento” . Se um professor for competente, ele, através de seu compromisso de educar para o conhe-
cimento, contribuirá com a formação da pessoa, podendo inclusive contribuir para a superação de de-
sajustes emocionais ( 1992: 72 ). 
 Assim sendo, a prática educativa na escola deve primar pelas relações de afeto e solidariedade, pro-
porcionando situações que dê prazer ao aluno de construir conhecimentos e de crescer junto com o 
outro. 
1.3 – Afetividade segundo Vygotsky 
Para Vygotsky (1996:78), relação professor/aluno não deve ser uma relação de imposição, mas, sim 
de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um ser interativo e 
ativo no seu processo de construção do conhecimento. O professor por sua vez deverá assumir um 
papel fundamental nesse processo, como um sujeito mais experiente. Por essa razão cabe ao profes-
sor considerar o que o aluno já sabe, sua bagagem cultural é muito importante para a construção da 
aprendizagem. O professor é o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domínio e a apropriação 
dos diferentes instrumentos culturais. 
 Segundo o autor, a construção do conhecimento se dá coletivamente, portanto, sem ignorar a ação 
intrapsíquica do sujeito. Assim o autor conceituou o desenvolvimento intelectual de cada pessoa em 
dois níveis: real e potencial. O real é aquele já adquirido e formado que determina o que a criança já 
é capaz de fazer por si própria já possui um conhecimento consolidado. A abordagem do autor é de 
fora para dentro, através da internalização, ele afirma que o conhecimento se dá dentro de um con-
texto, afirmando serem as influências sociais mais importantes que o contexto biológico. A aprendiza-
gem acelera processos superiores internos que só são capazes de atuar quando a criança encontra-
se interagida com o meio ambiente e com outras pessoas. É importante que esses processos sejam 
internalizados pela criança. A educação é um processo necessário. É importante que esses proces-
sos sejam internalizados pela criança. A educação é um processo necessário. É importante conside-
rar o principal objetivo da educação - que é a autonomia moral e intelectual.. 
 Assim, os autores referendados neste estudo, Wallon e Vygotsky (2003), enfatizaram a íntima rela-
ção entre afeto e cognição, superando a visão dualista do homem. Além disso as idéias dos autores 
aproximam-se no que diz respeito ao papel das emoções na formação do caráter e da personalidade. 
 Vygotsky buscou delinear um percurso histórico a respeito do tema afetividade. Sendo assim, pro-
cura explicar a transição das primeiras emoções elementares para as experiências emocionais supe-
riores, especialmente no que se refere à questão dos adultos terem uma vida emocional mais refi-
nada que as crianças. Ele defende que as emoções não deixam de existir, mas se transformam, afas-
tando-se da sua origem biológica e construindo-se como fenômeno histórico cultural. 
1.4 - O papel da afetividade no processo ensino/aprendizagem. 
 O processo ensino aprendizagem só pode analisado como uma unidade. O ensino/aprendizagem 
são faces de uma mesma moeda, nessa unidade, a relação professor/aluno é um fator determinante 
para aprendizagem do aluno. Para tornar esse processo mais produtivo e prazeroso o professor de-
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
verá orientar, propiciar e testar atividades adequadas aos alunos inseridos em sala de aula. O profes-
sor deverá planejar atividades que promovam entrosamentos mais produtivos entre as atividades apli-
cadas. 
 Partindo da teoria de Wallon (2003), o desenvolvimento do sujeito se faz a partir da interação com 
grandes variedades de fatores ambientais. O foco da teoria é uma relação complementar entre os fa-
tores orgânicos e socioculturais. 
 A aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria ativamente do conteúdo da ex-
periência humana, daquilo que o seu grupo social conhece, e para que o sujeito o aprenda necessi-
tará interagir com outros seres humanos, especialmente com os adultos, e com outras crianças mais 
maduras. Em geral o adulto ou outra criança fornece ajuda direta à criança, orientando-a e mos-
trando-lhe como proceder através de gestos e instruções verbais em situações interativas. Na intera-
ção professor/aluno gradativamente a fala social trazida pelo professor vai sendo internalizada pelo 
aluno e o seu comportamento passa a ser então, orientado por uma fala interna que planeja sua 
ação. O papel do professor nesse processo é fundamental, ele procura estruturar condições para 
ocorrência de interações professor/aluno e objeto de estudo que leve a apropriação do conhecimento. 
Paralelo a esses fatores, podemos verificar como a criança chega ao adulto/professor), do ponto de 
vista afetivo: 
 No primeiro estágio (0 a 1 ano), impulsivo/emocional, a criança expressa sua afetividade através de 
movimentos desordenados, respondendo à sensibilidades corporais, o processo ensino/aprendiza-
gem exige respostas corporais, contatos físicos, daí a importância de se ligar ao professor. 
 No segundo estágio (1 a 3 anos), sensório/motor, quando já dispõe da fala, a criança está voltada 
para o mundo externo e para um contato interno com os objetos e há a indagação insistente do que 
são e como funcionam. 
 No terceiro estágio (3 a 6 anos) há personalismo entre a criança e o outro. É a fase de se descobrir 
diferente das outras crianças e adultos. 
 No quarto estágio (6 a 11 anos), categorial, ela tem compreensão mais nítida de si mesma. A apren-
dizagem se faz predominantemente pela descoberta de diferenças e semelhanças entre objetos ima-
gens e idéias. 
 No quinto estágio (11 anos em diante), há exploração de si mesmo na busca de uma identidade au-
tônoma, mediante atividade de confronto, auto-afirmaçãoe questionamentos. Neste estágio, o re-
curso principal de aprendizagem, do ponto de vista afetivo, volta a ser a oposição, que vai aprofun-
dando e possibilitando a identificação das diferenças entre idéias, sentimentos e valores próprios. 
 Mesmo reconhecendo a importância dos fatores emocionais e afetivos na aprendizagem, o objetivo 
da ação escolar não é resolver dificuldades nesta área e sim, propiciar a aquisição e reformulação 
dos conhecimentos elaborados por uma dada sociedade. Ainda que atenta aos aspectos emocio-
nais, não é função da escola promover ajustamento afetivo, saúde mental ou mesmo a felicidade. Na 
verdade cabe à escola esforçar-se por propiciar um ambiente estável e seguro, onde os alunos sin-
tam-se bem, pois nestas condições as atividades aplicadas são facilitadas. 
 Convém ressaltar que a afetividade e a inteligência se estruturam nas ações dos indivíduos. O afeto 
pode, assim, ser entendido como energia necessária para que a estrutura cognitiva possa operar. 
Tanto a inteligência como a afetividade são mecanismos de adaptação permitindo ao indivíduo cons-
truir noções sobre os objetos, as pessoas e situações diversas, conferindo-lhes atributos, qualidades 
e valores. Assim, contribuem para a construção do próprio sujeito, sua identidade e sua visão de 
mundo. 
 Inês Maria Gómez-Chacón em seu artigo nos faz refletir quando, 
 
Destaca a importância dada à questão sempre presente dos afetos, que atualmente é assumida e 
aceita por professores cada vez mais dispostos a reconhecer neles elementos de indiscutível valor e 
interesse no acompanhamento e na avaliação do processo ensino/aprendizagem. (2004: 52). 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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Diante desta reflexão podemos afirmar que é necessário que se perceba a ligação entre cognição e 
afeto. Quando o professor consegue trabalhar com essas dimensões ele pode interferir de maneira a 
conduzir positivamente as reações emocionais, favorecendo a formação e a solidificação de atitudes 
benéficas à aprendizagem. Segundo Augusto Cury (2003:72) “ Ser um mestre inesquecível é formar 
seres humanos que farão a diferença no mundo.” Como podemos concluir, o tempo pode passar e 
as dificuldades podem surgir, mas as sementes de um professor que marca a vida de seu aluno ja-
mais serão destruídas. 
CAPÍTULO II – RELAÇÃO INTERPESSOAL PROFESSOR/ALUNO E A FORMAÇÃO DO EDUCA-
DOR 
2.1 – A importância do relacionamento afetivo professor/aluno 
 Nos dias de hoje, o professor não é apenas aquele que transmite conhecimentos, mas, sobretudo, 
aquele que subsidia o aluno no processo de construção do saber. Para tanto, é imprescindível ser um 
profissional que domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas também a metodolo-
gia e a didática eficiente na missão de organizar o acesso ao saber dos alunos. E não apenas o saber 
de determinadas matérias, mas o saber da e para a vida; o saber ser gente com ética, dignidade, va-
lorizando a vida, o meio ambiente, a cultura. Muito mais que transmitir conteúdos das matérias curri-
culares, organizadas e programadas para o desenvolvimento intelectual do sujeito, é preciso ensinar 
a ser cidadão, mostrar aos alunos seus direitos e seus deveres, subsidiando-os para que saibam de-
fendê-los. É preciso mostrar que existem deveres e que as responsabilidades sociais devem ser cum-
pridas por cada um para que todos vivam com dignidade. Assim, é importante que o professor traba-
lhe valores, fazendo seu aluno perceber o outro; perceber quem está ao seu redor, formando alunos 
que saibam a importância de respeitar, ouvir, ajudar e amar o próximo. 
Teles conclui que, 
Ensinar implica humildade. Nenhum de nós é uma enciclopédia e detém todo o saber. Mesmo em 
nossa área, nosso conhecimento, por mais estudiosos que sejamos nunca pode ser completo. Assim 
esta posição de “ donos do saber” é simplesmente ridícula. Somos eternos aprendizes em tudo e é 
preciso que os alunos também aprendam esta verdade. (2004:40, 41). 
 O educador deve sempre questionar o seu saber, pois este é sempre uma busca e não uma posse. 
 Para o autor Paulo Freire (1993 p,71), “ cabe ao professor observar a si próprio; olhar para o mundo, 
olhar para si e sugerir que os alunos façam o mesmo e não apenas ensinar regras, teorias e cálcu-
los” . O professor deve ser um mediador de conhecimentos, utilizando sua situação privilegiada em 
sala de aula não apenas para instruções formais, mas para despertar os alunos para a curiosidade; 
ensiná-los a pensar, a ser persistentes a ter empatia e ser autores e não expectadores no palco da 
existência. O aluno tem que ter interesse em voltar à escola no dia seguinte reconhecendo que 
aquele momento é mágico para sua vida. 
 Sem dúvida o docente de hoje desempenha inúmeros papéis que são importantíssimos para o de-
senvolvimento das futuras gerações. Deve, portanto, encarar com muita seriedade sua profissão, tra-
balhar para esclarecer seus alunos e fazer com que eles reflitam sobre a realidade em que vivem. 
Como profissional em movimento o professor está em constante busca do saber, aperfeiçoando-se, 
qualificando-se para exercer de maneira cada vez melhor a profissão docente. O docente pode trazer 
situações de mundo para a sala de aula e explorá-las, enriquecê-las paralelamente com a matéria. 
Pode trabalhar questões difíceis de forma divertida, trocar experiências, trazer a família para dentro 
da escola, criar vínculos com a família mostrando que todos fazem parte de uma mesma sociedade, 
considerar a vivência do aluno, seu dia-a-dia, suas questões familiares, seu emprego, seu lazer. O 
professor deve acreditar que todos têm capacidade de aprender, cada um no seu próprio ritmo. O 
educador dispõe da oportunidade de mudar, disciplinar, criar, reconstruir, enriquecer a vida de seres 
humanos. Para tanto precisa superar sua onipotência, sua concepção de dono do saber, de quem se 
esconde atrás de avaliações dificílimas e se compraz a reprovar o aluno. Há que ter bem claro que se 
quisermos um adulto mais humano e consciente no futuro precisamos investir na formação da criança 
dos dias de hoje que chega na escola para possibilitar ao ensinante o desenvolvimento de um traba-
lho de construção do saber. Quando Paulo Freire (1996:77), diz: “ me movo como educador, porque 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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primeiro me movo como gente” . Acreditamos que o professor pode levar os educandos a terem curi-
osidade de querer fazer e aprender, e que ainda está em tempo de desprendermos do tradicionalismo 
arcaico os quais muitos ainda vivem e praticam. Assim podemos afirmar que, 
Os alunos não precisam de guias espirituais, nem de catequizadores. Eles se constroem encontrando 
pessoas confiáveis, que não se limitam a dar aulas, mas que se apresentam como seres humanos 
complexos e como atores sociais que encarnam interesses, paixões, dúvidas, falhas, contradições 
(...) atores que se debatem como todo mundo, com o sentido da vida e com as vicissitudes da condi-
ção humana. (Perrenoud, 2005:139). 
 Diante do exposto, a expectativa que se tem do papel do professor é a de que ele intervenha de 
forma ativa junto ao corpo discente e consiga atingir a autoridade com autonomia e participação cons-
ciente e responsável em sala de aula. Sua função hoje mudou de paradigma, não é mais aquele que 
dá aulas, mas, aquele capaz de assumir, face às exigências da vida, tarefas diferentes daquelas que 
tradicionalmente lhes eram atribuídas: transmitir o saber historicamente acumulado na sociedade. Es-
sas questões nos levam a indagar novamente até que ponto a formação desse novo professor estará 
sendo trabalhada para além de ministrar aulas. O professor, assumindo-se como cidadão, tendo 
consciência da sua cidadania e dos pressupostos teóricos que fundamentam sua prática pedagógica, 
com certeza, irá colaborar na formação de seus alunos. Segundo Paulo Freire, 
O bom educador é o que consegue enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimentodo 
seu pensamento. Sua aula é assim, um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, 
não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas 
pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (1996:96). 
 Ainda segundo o autor “ o educador autoritário, licencioso, sério, incompetente, irresponsável, mal-
amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles pas-
sam pelos alunos sem deixar sua marca.” 
 A responsabilidade e o respeito pelos sentimentos do outro é um dos aspectos mais importantes na 
relação professor/aluno, pois, futuramente, irá se tornar responsabilidade social para a cidadania. 
Freire (1993:54), afirma que, “ sem intervenção democrática do professor não há educação progres-
sista.” 
 Sabemos que não é fácil essa intervenção, mas tudo isso constitui uma grande luta de transforma-
ção profunda da sociedade brasileira. Os educadores progressistas precisam convencer-se de que 
não são puros ensinantes, puros especialistas da docência. O autor conclui ainda: “ Que o saber tem 
tudo a ver com o crescer, tem. Mas é preciso, absolutamente preciso, que o saber de minorias domi-
nantes não proíba, não asfixie, não castre o crescer das imensas maioria dominadas” . (1993: 127). 
 Concluímos que a questão fundamental diante de uma educação de qualidade é que devemos estar 
bastante lúcidos e cada vez mais competentes naquilo em que estivermos dispostos a realizar que é 
a capacidade de ensinar. Partindo de uma postura de tomada de consciência do progresso educacio-
nal podemos observar que a lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional promulgada em 
20 de dezembro de 1996, traz bem explicitas, em seus artigos: 12, 13, 14 e 15 as normas a serem 
seguidas na legislação de uma escola democrática, que mostrará a importância da autonomia escolar 
alternativa sem se desligar de seu caráter público(...). Um dos pontos altos da LDB é o reconheci-
mento da importância dos valores na educação escolar (p, 36). 
 Freire afirma que, “ a escola democrática de que precisamos não é aquela em que só o professor 
ensina em que só o aluno aprende e o diretor é o mandante poderoso” .(1993, 100). 
 É nesse sentido que a escola deve organizar-se democraticamente com objetivos transformadores e 
articulados com os interesses dos grupos. 
 Segundo Içami Tiba (1998:02), “ o saber consiste em ensinar e aprender. E ninguém pode estimular 
ninguém, a saber, se não o pratica. “ Pois o saber não é só acúmulo de informações, mas um con-
junto de capacidades adquiridas e desenvolvidas na escola que tornam o jovem apto a enfrentar os 
desafios da vida profissional” 
 2.2 – A família e a escola como mediadora na relação afetiva. 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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 A família é o primeiro grupo com o qual uma pessoa convive e seus membros são exemplos para a 
vida. No que diz respeito a educação, se essas pessoas demonstrarem interesses em relação ao que 
acontece em sala de aula e reforçarem a importância do que está sendo aprendido, estarão dando 
uma enorme contribuição para o sucesso da aprendizagem do aluno. Pode parecer simples e é exa-
tamente o que temos pedido aos responsáveis pelos estudantes de todos os níveis de ensino. 
 A afetividade, a princípio centrada nos complexos familiares, amplia sua escala na proporção da mul-
tiplicação das relações sociais e os sentimentos morais, a princípio ligados a uma autoridade que 
evoluem no sentido de respeito mútuo e de reciprocidade. O segredo de uma boa relação familiar é 
saber ouvir, respeitar as culturas e trabalhar juntos. Para tanto, é preciso um trabalho de conquista. 
Só que é difícil haver aproximação quando só são marcados encontros para falar de problemas de 
disciplinas e/ou outro problema em relação ao aluno. Isso causa antipatia no familiar. O bom relacio-
namento deve começar na matrícula e se estender a todos os momentos da vida estudantil do aluno. 
Envolver os familiares na elaboração de projetos, eventos e de algumas propostas pedagógicas pode 
ser a meta principal de uma grande parceria. Içami Tiba (1998:27) destaca: “ a família cobra que a 
educação seja dada pela escola, enquanto esta diz que deve vir de berço.” 
 A Constituição Federal Brasileira de 1988 em seu art. 227 sublima a política de proteção à criança e 
ao adolescente. 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta pri-
oridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, crueldade e 
opressão. ( p, 148 ). 
 Diante do exposto notamos que há um grande desafio e perspectivas para alcançarmos verdadeira-
mente uma educação pautada na dimensão humana, uma educação que deve ter o alicerce na rocha 
do respeito. Respeito às inteligências múltiplas, às potencialidades humanas, ao crescimento social e 
intelectual dos que constroem o caminho real da educação. 
Cláudia Davis e Zilma de Oliveira após estudos e publicações no setor conclui, 
O aluno não aprende apenas na escola, mas também através da família, dos amigos, de pessoas que 
ele considera significativas, dos meios de comunicação de massa, das experiências do cotidiano (...) 
a escola é a instituição social que se apresenta como responsável pela educação sistemática das cri-
anças, jovens e até mesmo adultos. (1994:23). 
 É nesse sentido que a escola deve organizar-se democraticamente com objetivos transformadores 
articulados com interesses dos grupos. A escola só poderá desempenhar um papel transformador se 
estiver junto com os interessados, ela deve estar atenta para atender aos interesses das camadas 
trabalhadoras. A participação da comunidade na escola é um caminho que se faz ao caminhar, o que 
não elimina a necessidade de se refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que 
a realidade apresenta para ação. Segundo Ivone Boechat “ a escola como agência de transforma-
ções sociais têm o compromisso de atender as expectativas que desperta pelo seu grandioso poder 
de atração e sedução” . (1998:27). 
 A escola é voltada para a postura crítica e nos diz que o conhecimento é dinâmico e transformador e 
nos propõe um fazer pedagógico capaz de criar oportunidades valorizando talentos, repassando dina-
mismo, altruísmo e solidariedade. A escola não pode dispensar tais conceitos de seu currículo. Pois, 
há uma sede generalizada de mais afetividade nas relações, a partir de tais conceitos. O saber é po-
derosa arma de segurança e autonomia. Portanto, a escola busca junto da comunidade escolar recur-
sos para trabalhar pelo fortalecimento da família e condições básicas para melhorias na qualidade de 
vida. 
Paulo Freire afirma que, 
A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso obviamente é permitir que 
minha afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever de professor (...) não posso condicio-
nar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele. 
(1996: 160). 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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A prática avaliativa deve estar coerente com a perspectiva da construção de conhecimentos, esta 
prática exige do professor domínio e seriedade amplamente detalhada de sua disciplina. O professor 
deve atuar junto ao aluno de forma significativa para que ambos possam construir os resultados ne-
cessários à aprendizagem, assim, ele estará aferindo com seriedade a aprendizagem do aluno. 
2.3 – Formação do Educador: 
O conceito de profissão à ocupação de professor ou educador apresenta várias dificuldades. Já a dis-
tinção entre professor e educador aparece para alguns como uma divisão: 
Professor mero profissional/ensinante e o educador o mediador de saberes. 
 Partindo dessa premissa encontramos várias dificuldades na formação desse profissional, principal-
mente do professor do ensino primário, pois o seusaber ainda é muito pouco diante do que nossos 
alunos hoje buscam. Durante muito tempo a preparação do professor do ensino primário se dava em 
um período de tempo bastante reduzido sem exigir nenhuma preparação específica e os conteúdos 
não atingiam a necessidade do profissional. Segundo Candau (1996:67), “ a formação do professor 
no antigo nível secundário atualmente enfrenta problemas sérios mal resolvidos, pois há uma insatis-
fação muito grande em relação ao curso de graduação.” para a autora ao iniciarem a graduação mui-
tos apresentam uma série de dificuldades na aprendizagem dos conteúdos aplicados. É importante 
ressaltar que em certos casos o professor ao iniciar sua vida profissional recebe pouca ajuda vinda 
de uma relação direta, pessoal de um outro profissional. Muitas vezes o professor é lançado em sua 
prática isoladamente e assim, continua a exercer sua profissão muitos sem o contato direto com cole-
gas ou com supervisores responsáveis por sua iniciação profissional. 
 Na tentativa de compreendermos melhor a formação do educador é relevante a contribuição de Can-
dau quando esclarece, 
 A ocupação do educador tem passado por concepções bastante diversas ao longo da história (...), 
até os nossos dias, quando professores de pedagogia, respondendo a uma enquête sobre o educa-
dor, disseram que o professor não é um profissional como os outros, ou seja, ele é muito mais; seu 
trabalho não pode ser reduzido a uma rotina, supõe criatividade, compromisso, doação(...). Que ca-
racterísticas deve ele possuir, que conteúdos dominar, que qualidades morais exibir?(1996: 69). 
Diante do exposto e conforme esclarecimentos da referida autora, podemos argumentar que atual-
mente há um grande esforço para a reformulação do curso de pedagogia e a capacitação dos profis-
sionais da educação. Nesse contexto é urgente refletirmos sobre a função e a formação do educador. 
Maria Violeta C. Villas Boas nos faz refletir quando em seu estudo diz: 
A função do educador não é mais apenas a de dar aulas, mas sim, um educador capaz de assumir 
face às exigências da vida contemporânea, tarefas diferentes daquelas que tradicionalmente lhes 
eram atribuídas: transmitir o saber historicamente acumulado na sociedade. (1998: 96). 
Até que ponto a formação desse novo professor estará capacitando-o como ser pensante, esclare-
cido, maduro, sintonizado com o tempo real da sociedade em que atua. As mudanças cientificas e 
tecnológicas implicam também alterações nas relações sociais, em particular nas relações de traba-
lho, exigindo desses profissionais um reaprender constante e um contínuo enfrentamento de incerte-
zas e desafios. 
Nesse contexto, vale referir-se à LDB n° 9394/96 que em seu artigo 62 trouxe a perspectiva de nível 
superior propondo que, 
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licen-
ciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como 
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro séries do ensino 
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. ( p, 50 ). 
Ainda no artigo 63, “ resgata, todavia, um pouco da rota moderna, ao estabelecer a idéia de institutos 
superiores de educação, para formação de profissionais (...) além de outras finalidades mais gerais 
como programas de formação pedagógica e de educação continuada.” (p, 51 ). 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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Portanto, parece cada vez mais claro que a educação básica brasileira, para encontrar seu rumo, pre-
cisa dessa premissa inicial que é o da valorização do magistério com cursos, capacitações e plano de 
carreira resgatando o professor. Sem isso nada frutifica, pois se não buscarmos essa motivação o 
professor nem de longe irá contagiar sua clientela. 
Segundo Demo (2001:52), “ ninguém mais do que o educador, para manter-se profissional, precisa 
todo dia estudar.” 
Há de ser repensada a formação do novo educador, criativo, aberto ao novo, atualizado em termos 
de conhecimentos e das novas formas de aquisição de conhecimentos. Que ele seja capaz de condu-
zir o aluno na busca de suas próprias respostas aos problemas que enfrenta no cotidiano, capaz de 
ajudá-lo na elaboração de um código de valores e respeitá-lo em sua individualidade e dignidade. 
Não basta investir na formação do professor e pagar-lhe bem. É necessário lembrar que ele é um tra-
balhador como outro qualquer, fará um tipo de trabalho especial, que envolve alma, gente, formação 
de personalidades, ideais e valores. 
Segundo Hélio R. de Araújo, diretor da FEUC (2004:06) “ é preciso destacar que, para que tenhamos 
uma educação de qualidade precisamos investir e valorizar o professor. Talvez não exista profissão 
mais importante do que esta, sem o professor não há outra carreira.” 
Diante do exposto o professor trabalha para atingir a mente. Cabe a ele formar as gerações futuras 
do país. De acordo com Araújo a docência apresenta diversos aspectos positivos. “ O magistério tem 
um retorno rápido. Dificilmente se vê um professor desempregado (...), outro aspecto positivo é que o 
magistério não é uma carreira ameaçada pelos avanços tecnológicos” . Sob o ponto de vista da valo-
rização do profissional é certo que hoje, com a internet, o acesso a informação é mais rápido e libe-
rado, mas é preciso alguém para orientar o educando sendo ele criança, jovem ou adulto. E este é o 
papel do professor. Ele nunca será substituído pela máquina. 
2.4 – Educação e Cidadania: 
 A palavra cidadania vem do latim “ Civita” que significa cidade. Esta palavra foi usada em Roma an-
tiga para indicar a situação política e os direitos de um cidadão. 
 Segundo caracterização da Enciclopédia Larrousse Cultura (1998:140), cidadania é a qualidade de 
cidadão, que possui em uma determinada comunidade política, o conjunto dos direitos civis e políti-
cos. Para que haja cidadania é necessário que o cidadão participe seja ativo e faça valer seus direi-
tos. 
Para Perrenoud em seus estudos sobre o assunto em questão nos diz: 
Nossa sociedade atualmente não vai muito bem, pois a encontramos em estado lastimável a miséria, 
desnutrição, desigualdades, exclusões, crimes bárbaros e regime totalitários em todos os cantos, 
guerras, tráficos de drogas e de armas em larga escala, comércio de mulheres e turismo sexual, polu-
ição atmosférica e esgotamentos dos recursos naturais.(2005:09). 
Ainda segundo o autor, “ educar as novas gerações, torná-las responsáveis, dar-lhes o sentido da 
comunidade e da partilha, restaurar a proibição á violência nada disso aconteceria.” (2005:09). É pre-
ciso lembrar no entanto, que a escola está na sociedade, é fruto dela, é de onde extrai seus recursos 
sejam eles para o bem ou para o mal. Não podemos exigir que ela preserve ou inculque valores que 
uma parte da sociedade despreze ou só respeita da boca para fora. Em nossa sociedade tão dividida, 
temos direito de incitar mais firmemente o sistema educacional e situar-se do lado da cidadania e da 
comunidade. 
 Complementando a reflexão acima encontramos o ponto de vista de Pablo Gentilli ressaltando que: 
A cidadania é reconhecida como o pertencimento a uma comunidade política no qual os indivíduos 
são portadores de direito. Os direitos configuram cidadania ao mesmo tempo em que tornam os indi-
víduos cidadãos, no contexto de um conjunto de instituições que garantam sua efetividade (...) sendo 
assim, educar para a cidadania significa transmitir a todos os direitos que formalmente lhes foram re-
conhecidos. (2003:69-71). 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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Diante do exposto, a educação para a cidadania pressupõe a todos os cidadãos ao acesso, a perma-
nência e a aprendizagem do conhecimento. 
 Segundo a Constituição Federal (1988:28-68)) em seu artigo 22, XIII nos diz: “ nacionalidade, cida-
dania e naturalização” e no art. 68, 1º,II confirma ainda a todos os cidadãos, “ nacionalidade, cidada-nia, direitos individuais, políticos e eleitorais.” 
 O grande desafio colocados às instituições que visam contribuir para a formação de cidadãos consci-
entes possibilitando o exercício da cidadania de contribuir significativamente para o exercício da de-
mocracia participativa. Conforme podemos registrar a função da escola é garantir a educação aos es-
tudantes, contribuindo para que se tornem sujeitos, isto é, autores e senhores de suas vidas, criando 
oportunidades para que eles decidam, pensem, tornem-se livres e responsáveis, autônomos e eman-
cipados. Por isso é indispensável que a escola reconheça, respeite e valorize o saber do educando, 
ela contribuirá para ampliar o conhecimento e intervir na formação de cada ser. 
 Philippe Perrenoud, nos faz refletir sobre a questão em estudo e afirma: 
“ Nossas sociedades não dominam nem o desenvolvimento urbano, nem o emprego, nem as desi-
gualdades. Será que é por que não temos nenhum poder sobre esses fenômenos? Ou por que os ri-
cos não querem pagar o preço de uma sociedade mais justa mais humana” . (2005:10). 
 Para o autor “ se pretendemos que a escola trabalhe para desenvolver a cidadania, se acreditamos 
que isso não é tão óbvio nem tão simples temos que pensar nas consequências.” Por isso não se 
fará sem abrir mão de muitas coisas, sem levar em conta o conjunto de alavancas disponíveis como a 
relação com o saber, as relações pedagógicas, a avaliação, a participação dos alunos e o papel da 
família na escola que é muito importante para a construção de uma comunidade democrática e soli-
dária. 
CAPÍTULO III – AÇÕES IMPLEMENTADORAS QUE O PROFESSOR DEVERÁ UTILIZAR. 
3.1 – Estratégias de Ensino – recursos didáticos e pedagógicos: 
A aprendizagem deve ter sempre um sentido lúdico. E não importa se o educando é criança, adoles-
cente ou adulto. Querer conhecer, saber, pesquisar, atuar e criar sobre tudo que esta a sua volta, são 
necessidades básicas de todo o ser humano e tudo isso lhe dá enorme prazer em serem satisfeitas. 
Mas não podemos deixar que essas necessidades possam ter o peso do “ dever” para o aluno, pois 
quando as atividades passam a ser obrigatórias e repetitivas o aluno já não encontra nelas nenhuma 
satisfação. Segundo Costa (2000:35), “ ao planejar o processo de ensino aprendizagem, além de es-
tabelecer objetivos educacionais (...) o docente seleciona os procedimentos e estratégias adequadas 
à realidade do educando” . 
 Pelo exposto concluímos que as estratégias de ensino devem relacionar-se com os procedimentos 
didáticos e pedagógicos adotados pelos docentes com o objetivo de orientar a aprendizagem dos 
mesmos. Partindo do pressuposto de que educar é um processo contínuo, cabe ao educador progra-
mar ações diversificadas, criando um ambiente estimulador para que os alunos aprendam por si, fa-
vorecendo-os na construção de sua identidade. 
 O educador precisa estar atento se sua proposta de trabalho está sendo claramente entendida por 
todos os educandos, isso ajudará na organização e nas realizações das atividades diárias. É impor-
tante esclarecer que os recursos utilizados pelo educador deverá ser feito com base no desenvolvi-
mento do aluno e no seu contexto social. 
Segundo Sonia Kramer (1991), em seus estudos define que, 
o planejamento, por sua vez, contém as estratégias, situações e as atividades que serão feitas no dia 
a dia. Os recursos didáticos ( jogos, livros de histórias, materiais de sucata, técnicas de artes, papéis, 
giz, quadro etc); são essenciais no ensino/aprendizagem, sabendo usá-los adequadamente. 
(p,91,92). 
É importante notar que tais recursos servem apenas como guia, devendo ser introduzidas todas as 
motivações que se façam necessárias a fim de atender as necessidades da aprendizagem e às su-
cessivas descobertas da criança. 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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 Nesse sentido, a integração da equipe pedagógica - diretora, supervisora, orientadora e coordena-
dora - juntamente com a equipe docente é requisito básico para um ótimo trabalho. Essa integração 
pode ser viabilizada por: reuniões, quinzenais com os professores e pais e responsáveis, reuniões 
mensais com toda a equipe escolar para a realização e levantamento do trabalho desenvolvido e dis-
cutir eventuais atividades pedagógicas extra-curricular. 
 Ressaltamos ainda neste estudo, a difusão de novas tecnologias de informação e comunicação no 
ensino. Mas tudo isso não poderia ter êxito sem a criação de ferramentas pedagógicas adequadas 
nas atividades diárias com o educando. Os recursos pedagógicos reflete as expectativas do Ministé-
rio da Educação Nacional (2004) que enfoca, a informatização nas Instituições de ensino, por sua vez 
nos trouxe grandes benefícios dando a muitos alunos a oportunidade de conhecer a multimídia no en-
sino. Permitindo em especial a prática do tele/ensino, trabalhos em grupos e principalmente a sociali-
zação com diferentes meios de recursos didáticos e pedagógicos.(p,45) 
 A relação entre a pedagogia e a tecnologia é que dá força ao programa da multimídia no ensino. 
Hoje a maioria das escolas apresentam esses recursos, facilitando a vida cotidiana do aluno permi-
tindo-lhe que melhor se preparem para as exigências do mundo contemporâneo. Concluindo, pode-
mos dizer que os avanços tecnológicos geram uma transformação qualitativa na área do conheci-
mento. 
CAPÍTULO IV – OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA 
4.1 – Psicopedagogia – Breve Histórico: 
 Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa, em 1946, por Boutonier e Ge-
orge Mauco, com direção médica e pedagógica. Estes Centros uniam conhecimentos da área de Psi-
cologia, Psicanálise e Pedagogia, onde tentavam readaptar crianças com comportamentos social-
mente inadequados na escola ou no lar e atender crianças com dificuldades de aprendizagem apesar 
de serem inteligentes. 
Segundo Bossa (1994:28) “ Esperava-se através da união Psicologia-Psicanálise-Pedagogia, conhe-
cer a criança e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso para determinar uma ação 
reeducadora” 
Para a autora, 
A literatura francesa influencia as ideias sobre psicopedagogia na Argentina (a qual, por sua vez, in-
fluencia a práxis brasileira) – encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine Mery, a psicopeda-
goga francesa que apresenta algumas considerações sobre o termo psicopedagogia e sobre a origem 
dessas idéias na Europa, e os trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médico psi-
copedagógico na França(...), onde se percebeu as primeiras tentativas de articulação entre Medicina, 
Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução dos problemas de comportamento e de aprendiza-
gem (BOSSA, 1994, p. 28). 
Esperava-se então conhecer através da união Psicologia-Psicanálise-Pedagogia, conhecer a criança 
e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso para determinar uma ação reeducadora.. 
Diferenciar os que não aprendiam, apesar de serem inteligentes, daqueles que apresentavam alguma 
deficiência mental, física ou sensorial era uma das preocupações da época. 
Observamos que a psicopedagogia teve uma trajetória significativa tendo inicialmente um caráter mé-
dico-pedagógico dos quais faziam parte da equipe do Centro Psicopedagógico: médicos, psicólogos, 
psicanalistas e pedagogos. Esta corrente européia influenciou significativamente a Argentina. Con-
forme a psicopedagoga Alicia Fernández (apud Bossa, 1994: 32), “ a Psicopedagogia surgiu na Ar-
gentina há mais de 30 anos e foi em Buenos Aires, sua capital, a primeira cidade a oferecer o curso 
de Psicopedagogia” . Foi na década de 70 que surgiram, em Buenos Aires, os Centros de Saúde 
Mental, onde equipes de psicopedagogos atuavam fazendo diagnóstico e tratamento. Estes psicope-
dagogos perceberem um ano após o tratamento que os pacientes resolveram seus problemas de 
aprendizagem, mas desenvolveu distúrbios de personalidade como deslocamento de sintoma. Resol-
veu então incluir o olhar e a escuta clínica psicanalítica,perfil atual do psicopedagogo argentino. 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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“ Como nas primeiras décadas deste século os psicólogos argentinos não tinham permissão de clini-
car, a educação surgiu para eles como uma área efetiva de trabalho” . (BOSSA: 32). Segundo este 
aspecto toda dedicação quase exclusiva a educação, os levou a produzir uma metodologia sobre a 
chamada dificuldade de aprendizagem, dando origem à atual psicopedagogia. Alicia Fernandes 
afirma que Buenos Aires foi a primeira cidade Argentina a oferecer uma Faculdade de Psicopedago-
gia (Apud, Bossa, 1994:32). O curso passou por três momentos distintos devido a alterações nos 
seus planos de estudos. O primeiro correspondeu na formação filosófica e psicológica incluindo fun-
damentos de biologia. (...) e uma área específica que era a psicopedagógica. O segundo momento da 
psicopedagogia na Argentina foi constituído pelos planos que evidenciaram a influência da Psicologia 
Experimental na formação do psicopedagogo, procurando capacitá-lo na medição das funções cogni-
tivas e afetivas. Essa alteração curricular se traduziu pela inclusão de matérias básicas que exigiram 
mais de um ano de formação para obtenção do título de Psicopedagogo, cuja a duração passa de 
três para quatro anos.(...)Essa situação levou a reformulação do currículo. O terceiro momento do 
curso de Psicopedagogia foi a criação da licenciatura na matéria tal como existe atualmente, ou seja, 
uma carreira de graduação com duração de cinco anos. Para as educadoras argentinas, durante os 
trinta anos que se passou desde o seu estabelecimento, a Psicopedagogia tem ocupado um significa-
tivo espaço no âmbito da educação e da saúde. 
Bossa (1994:33) “ destaca um fato relevante que permitiu mudanças na abordagem da psicopedago-
gia: da reeducação à clínica.” 
Na década de 70 criou-se em Buenos Aires, os Centros de Saúde Mental, onde equipes de psicope-
dagogos atuavam fazendo diagnóstico e tratamento. Estes profissionais observaram que, depois de 
um ano de tratamento, quando retornavam para controle, haviam resolvido seus problemas de apren-
dizagem, mas desenvolveram distúrbios de personalidade: fobia e traços psicóticos. Resolveu então 
incluir o olhar e a escuta clínica psicanalítica, perfil atual do psicopedagogo argentino. (1994:34) 
Como vimos, na Argentina, a atuação psicopedagógica está ligada fundamentalmente, a duas áreas 
a educação e a saúde. 
 A psicopedagogia chegou ao Brasil na década de 70, época em que as dificuldades de aprendiza-
gem eram associadas a uma disfunção neurológica, denominada de disfunção cerebral mínima 
(DCM), que virou moda neste período, servindo para camuflar problemas sociopedagógicos. Inicial-
mente, os problemas de aprendizagem foram estudados e tratados por médicos na Europa no século 
XIX e no Brasil percebemos, ainda hoje, que na maioria das vezes a primeira atitude dos familiares é 
levar seus filhos a uma consulta médica. Na prática do psicopedagogo, ainda hoje é comum receber 
no consultório crianças que já foram examinadas por um médico, por indicação da escola ou mesmo 
por iniciativa da família, devido aos problemas que está apresentando na escola. A Psicopedagogia 
foi introduzida aqui no Brasil baseada nos modelos médicos de atuação e foi dentro desta concepção 
de problemas de aprendizagem que se iniciaram, a partir de 1970, cursos de formação de especialis-
tas em Psicopedagogia na Clínica Médico-Pedagógica de Porto Alegre, com a duração de dois anos. 
A Psicopedagogia foi inicialmente uma ação subsidiada da Medicina e da Psicologia, perfilando-se 
posteriormente como um conhecimento independente e complementar, possuída de um objeto de es-
tudo, denominado processo de aprendizagem, e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos 
próprios. Com esta visão de uma formação independente, porém complementar, destas duas áreas, o 
Brasil recebeu contribuições para o desenvolvimento da área psicopedagógica de profissionais argen-
tinos tais como: Sara Paín, Jacob Feldmann, Ana Maria Muniz, Jorge Visca, dentre outros. 
Temos o professor argentino Jorge Visca como um dos maiores contribuintes da difusão psicopeda-
gógica no Brasil. Foi o criador da Epistemologia Convergente, linha teórica que propõe um trabalho 
com a aprendizagem utilizando-se da integração de três linhas da Psicologia: Escola de Genebra - 
Psicogenética de Piaget (já que ninguém pode aprender além do que sua estrutura cognitiva permite), 
Escola Psicanalítica - Freud ( já que dois sujeitos com igual nível cognitivo e distintos investimentos 
afetivos em relação a um objeto aprenderão de forma diferente) e a Escola de Psicologia Social de 
Enrique Pichon Rivière. “ Se ocorresse uma paridade do cognitivo e afetivo em dois sujeitos de dis-
tinta cultura, ainda assim suas aprendizagens em relação a um mesmo objeto seriam diferentes, de-
vido às influências que sofreram por seus meios sócio-culturais” . (VISCA, 1991: 66). 
 Visca implantou CEPs no Rio de Janeiro, São Paulo, capital e Campinas, Salvador, e Curitiba. Deu 
 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO 
 
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aulas em Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Itajaí, Joinville, Maringá, Goi-
ânia, Foz do Iguaçu e muitas outras. 
Muitos outros cursos de Psicopedagogia foram surgindo ao longo deste período até os dias atuais e 
este crescimento não pára de acontecer o que indica uma grande procura por esta profissão. Entre-
tanto, é importante ressaltar, esta demanda pode fazer proliferar cursos precários, distribuindo diplo-
mas e certificados a profissionais inadequados. Devemos, portanto, escolher com muito cuidado a 
Instituição que desejamos fazer o curso de Psicopedagogia. Existe, em nosso país há 13 anos a As-
sociação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) que dá um norte a esta profissão. Ela é responsável 
pela organização de eventos, pela publicação de temas relacionados à Psicopedagogia e pelo cadas-
tro dos profissionais. 
4.2 - O fazer e o pensar do psicopedagogo 
 Não é fácil para o professor a decisão de encaminhar um aluno para atendimento psicopedagógico. 
Essa decisão requer uma análise cuidadosa da situação e um preparo especial para lidar com a rea-
ção dos pais, que na maioria das vezes ficam insatisfeitos com o professor e até mesmo com a es-
cola, achando que ambos agem de forma errada, achando que seu filho não tem nada. 
 Na verdade sabemos que essa insatisfação consiste num tipo de defesa dos pais que às vezes não 
aceita o trabalho do psicopedagogo. É comum, no meio escolar, professores serem acusados de se 
isentarem de sua culpa e de responsabilizarem o aluno ou a família pelos problemas de aprendiza-
gem. 
 Segundo Nadia Bossa (2000:02) “ Muitos professores quando encaminham o aluno ao psicopeda-
gogo o fazem com intuito de melhor auxiliá-lo, e não desistindo dele.” Por isso a psicopedagogia é 
muito importante, é uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar, feita por um pro-
fissional, o que propõe uma visão abrangente para as soluções das dificuldades que alguns alunos 
enfrentam, analisando-a em diferentes perspectivas da sociedade, da escola e do aluno. 
 A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda muito grande: 
“ o problema de aprendizagem” colocando-o num espaço muito pouco explorado, situado além dos 
limites da psicologia e da própria pedagogia. Portanto, vemos que, a psicopedagogia estuda as ca-
racterísticas da aprendizagem humana: como se aprende, como a aprendizagem varia evolutiva-
mente, como reconhecer problemas, como tratá-los e prevení-los. 
Tais questionamentos adquirem características especificas a depender do trabalho clínico ou preven-
tivo. No trabalho preventivo, a instituição, enquanto espaço físico e psíquico da aprendizagem, é ob-
jeto de estudo da psicopedagogia. 
 Nadia Bossa em seus estudos sobre o trabalho clínico expressa: 
O trabalho clínico se dá na relação entre o sujeito com sua história pessoal e sua modalidadede

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