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MÚSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: MAIS QUE UM RECURSO PEDAGÓGICO
 
 Grupo Temático: Práticas Escolares e não escolares e Organizações alternativas
 Autora: Sara Regina Moreira da Silva
 Instituição: Universidade Federal de São Carlos
“Sonhamos com uma escola que, sendo séria, jamais vive sisuda. A seriedade não precisa de ser pesada. Quanto mais leve é a seriedade, mais eficaz e convincente é ela. Sonhamos com uma escola que, porque séria, se dedique ao ensino de forma competente, mas, dedicada, séria e competentemente ao ensino, seja uma escola geradora de alegria.O que há de sério, até de penoso, de trabalhoso, nos processos de ensinar e aprender, de conhecer, não transforma este quefazer em algo triste. Pelo contrário, a alegria de ensinar e aprender deve acompanhar professores e alunos em suas buscas constantes. Precisamos é remover os obstáculos que dificultam que a alegria tome conta de nós e não aceitar que ensinar e aprender são práticas necessariamente enfadonhas e tristes. É por isso que ... eu falava de que o reparo das escolas, urgentemente feito, já será um pouco mudar a cara da escola do ponto de vista também de sua alma” 
 (Paulo Freire).
	
A escola sonhada por Paulo Freire possui algumas características que merecem destaque: leveza, alegria, seriedade e competência, sendo que a seriedade e a competência não excluem a leveza e a alegria; portanto a escola, para ele, não precisa ser triste nem pesada.
	Ao estudar História da Educação é possível perceber que as práticas pedagógicas no decorrer do tempo, e ainda hoje em sua maioria, opõem-se ao que sonhava Paulo Freire.
	Os jovens e adultos, enquanto alunos e enquanto pessoas, já possuem uma história de exclusão social, cultural e auto-exclusão. Assim, a responsabilidade de vencer a barreira social através do aprendizado da leitura e da escrita da língua materna, além de outros aspectos da cultura e do conhecimento produzido socialmente, torna-se muito maior para a escola e, principalmente, para os professores e as professoras do supletivo, que terão a tarefa de ensinar e aprender em conjunto com os seus alunos jovens e adultos. 
Portanto, faz-se ainda mais necessárias e fundamentais na prática pedagógica desse professor a seriedade e a competência e, desse modo, duas possibilidades são colocadas: ou uma escola ainda mais triste e pesada por causa da condição de exclusão ou uma prática que, com leveza e alegria, possua toda a seriedade e competência necessárias, conforme o sonho de Paulo Freire.
 	Essa prática leve e alegre pode ser obtida de diversas maneiras, de acordo com a criatividade e o conhecimento do professor. A minha proposta nesse relato é obtê-la utilizando a música como um meio para desenvolver essa prática e tem também como objetivo ensinar música para os alunos e as alunas, considerando que toda proposta em educação de jovens e adultos deve contribuir para o aprendizado e o aprimoramento da leitura e da escrita, pois o analfabetismo é o principal fator de exclusão deles.
	Em estudos realizados anteriormente, pude observar que a educação por meio da música aprimora a criatividade, a sensibilidade e a inteligência, criando oportunidades de expressão do aluno. Além disso, as atividades musicais têm o intuito de criar laços entre as pessoas baseando-se na atividade em grupo.
	Ao começar o estágio em Educação de Jovens e Adultos nesse semestre observei que há entre os alunos uma tendência individualista, ou seja, há uma tendência maior ao atendimento individual que ao coletivo, o que dificulta muito o trabalho da professora da sala em questão e também o meu, enquanto estagiária.
	Num dia de estágio, a professora me pediu que pensasse em alguma atividade para ajudá-la. Pensei na minha experiência com música e no conhecimento que tenho sobre musicalização e ensino de arte, aprendido em textos, em uma disciplina, do currículo obrigatório do curso de pedagogia, que trata do ensino de Educação Artística e nas atividades de musicalização do projeto de extensão da UFSCar; assim, propus uma atividade de musicalização.
	A atividade foi realizada com os seguintes objetivos:
treinar leitura e interpretação de textos;
resgatar o folclore brasileiro;
destacar a importância da atividade artística na educação;
sensibilizar ( ao movimento, à audição etc) 
trabalhar conceitos musicais;
efetuar atividades em grupo e;
sair da rotina.
Após ler e interpretar o texto trabalhamos com a musicalização: ouvir a música, tocar, cantar e dançar.
	A reação dos alunos foi muito positiva, atingindo os objetivos esperados com grande eficiência, o que pôde ser percebido facilmente, pois o clima ficou mais alegre e mais leve. Os alunos estavam empolgados e disseram que se sentiram mais relaxados com a atividade. Uma aluna comentou que essa “abriu” a sua mente. A partir desse dia as atividades continuaram a ser realizadas a pedido da professora e com o apoio dos alunos, que pedem constantemente para que eu realize atividades musicais nos dias de estágio. 
	Essa experiência ajudou a confirmar aquilo que estudei e vivenciei em minha experiência profissional, pois realmente o trabalho com música sempre me fez bem e, conforme o próprio PCN sobre Arte preconiza, a atividade artística contribui para melhorar a qualidade de vida e é assim que a musicalização atua.
Além disso, conforme os PCNs:
“A arte também está presente na sociedade em profissões que são exercidas nos mais diferentes ramos de atividades; o conhecimento em artes é necessário no mundo do trabalho e faz parte do desenvolvimento profissional dos cidadãos.
O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível transformar continuamente a existência que é preciso mudar referências a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender”.
	
Como foi dito anteriormente, é preciso que as atividades desenvolvidas contribuam para o ensino da leitura e da escrita no supletivo. Como constatei, o trabalho com a música permite que isso aconteça. 
Por isso, acredito que é possível trazer a música também para a Educação de Jovens e Adultos como um recurso que, além de apoiar o ensino da leitura e da escrita, também proporciona uma melhor qualidade de vida e uma escola como sonhou Paulo Freire: séria, competente, leve e alegre.
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte. Brasília: MEC, 1997.
DELGADO Martha Karina Ferreira. “Educação de Jovens e Adultos: conhecendo as expectativas de alunos de um centro de educação supletiva”.Dissertação de mestrado: Departamento de Metodologia de Ensino – Universidade Federal de São Carlos, 1999.
FREIRE, Paulo. “A educação na cidade”. Cortez Editora. São Paulo, 2000.
JANNIBELLI, E. A. “A musicalização na escola”. Poligráfica Editora Limitada. Rio de Janeiro, 1977.
MANACORDA, M. A. “História da Educação: da Antigüidade aos nossos dias”. Cortez Editora. São Paulo, 2000.
MARCHAT, Verena “Música e dança para desenvolver a expressão criativa da criança”.Tradução e adaptação: Ilza Zenker Leme Joly, 2003. In: “La educación artística, clave para el desarollo de la creatividad.”Ministerio de Educación Cultura y Desporte. Secretaria General de Educación e Formación Profesional

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