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DIREITO PENAL

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DIREITO PENAL 
 
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL (art. 1º ao 12º, CP). 
 
 Lei Penal no Tempo (art. 1º ao 4º, CP). 
 
I- Tempo do Crime: adota-se a Teoria da Atividade considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão 
ainda que outro seja o momento do resultado. 
L ugar do crime 
U biquidade 
T empo do crime 
A tividade. 
 
II- Conflito de Leis no tempo ou Sucessões de Leis Penais (quando uma lei vem depois da outra) 
a) Princípio da Irretroatividade da lei mais severa (lex gravior ou novatio legis in pejus): 
 A lei mais severa NUNCA retroage, em virtude do princípio da anterioridade (art. 5º, XXXIX, CRFB e art. 1º, CP); 
 A Lei mais severa NÃO possui ultra avitidade, ou seja, não continua se aplicando quando tiver sido substituído 
por outra mais benéfica; 
EXCEÇÃO: A lei excepcional ou temporária mesma sendo mais severa possui ultra atividade (art. 3º, CP); 
>> Lei excepcional é a que só vigora durante determinada situação anormal. Cessada a situação ela se auto-revoga. 
>> Lei temporária é a que só vigora durante determinado prazo, terminado o prazo ela se auto-revoga. 
- Ambas as leis acima continuam se aplicando aos fatos praticados na sua vigência mesmo após revogadas. 
 A lei mais benéfica retroage aplicando-se a fatos anteriores inclusive quando decididos por sentença transitada 
em julgado; 
 
 A lei benéfica continua se aplicando aos fatos praticados na sua vigência, mesmo após revogada; 
 
 Isso significa que ela continua se aplicando aos fatos praticados na sua vigência mesmo após revogada; 
 Abolitio criminis: É a lei nova que deixa de considerar o fato como criminoso. Exemplo: adultério, sedução. 
A Abolitio criminis extingue a pena e todos os efeitos penais da sentença penal condenatória. Os efeitos civis NÃO 
são extintos (art. 2º, CP). 
 
 Súmula 611, STF  Compete ao juízo da execução a aplicação da lei benéfica após o transito em julgado; 
 
 Súmula 711, STF  Aplica-se a lei mais severa ao crime permanente e ao crime continuado, desde que tenha 
entrado em vigor antes de cessada a continuidade ou permanência; 
* Crime permanente cuja consumação/conduta se prolonga no tempo exemplo sequestro, tráfico de drogas, furto de energia elétrica. (______) = 
Linha única de crime – pena única 
* Crime continuado: é uma forma de concurso de crime. Exemplo: empregada furta trocados da bolsa da patroa. (- - - - -) Linha pontilhada - pena 
única aumentada de 1/6 à 2/3. 
 
 Lei Penal no Espaço (art. 5 ao 8, CP) 
I. Lugar do crime: Adota-se a Teoria da Ubiquidade (Onipresença). Considera-se praticado o crime tanto no lugar 
em que foi praticada a ação ou omissão no todo ou em parte quanto no lugar em que ocorreu ou deveria ter 
ocorrido o resultado. Exemplo: tiro dado do Chile para o Brasil, lugar do crime Chile e Brasil. 
L ugar do crime 
U biquidade 
T empo do crime 
A tividade 
 
II. Conflito de Leis no Espaço 
a) Princípio da Territorialidade temperada (REGRA) – art. 5º, CP. 
 Aplica-se a lei brasileira ao crime praticado no território brasileiro, sem prejuízo do disposto em tratados, 
convenções ou regras de direito internacional. 
 O conceito de território brasileiro inclui tanto o território físico quanto o território por extensão. 
EXCEÇÃO: extraterritorialidade (art.7º, CP): Excepcionalmente é possível aplicar a Lei brasileira a crimes 
praticados fora do Brasil. 
 
Território Brasileiro 
 
Físico  Solo - mar territorial (12 milhas) - Espaço aéreo 
 
Por Extensão  Aeronaves  Públicas ou à serviço do Governo: em qualquer lugar em que estejam; 
  Embarcações brasileiras  Privadas: desde que estejam em alto mar ou espaço aéreo correspondente; 
 
 
2. TEORIA DO CRIME 
 
Conceito analítico de crime – Fato típico – ilícito (antijurídico) – culpável 
 
 Fato típico – Conduta; 
 Resultado; 
 Nexo causal; 
 Tipicidade; 
 
 CONDUTA: 
- É a ação ou omissão humana, voluntária e consciente dirigida a um fim (Teoria Finalista - Welzel). 
 
 Classificação dos crimes quanto à conduta: 
 Comissivos: Praticados por ação. Ex. homicídio, furto, estupro 
 
 Omissivos: Praticados por omissão. 
o Próprios: São previstos de forma omissiva – verbo omissivo. Ex. omissão de socorro (art. 135, CP). 
 
o Impróprios ou comissivos por omissão: São previstos de forma comissiva, mas são realizados por omissão. 
São praticados quando quem se omite tinha o dever de agir, praticados pelo garante. Ex. homicídio quando quem se 
omite é o garante...etc. 
 
 
 
 
 RESULTADO: 
 
- É a modificação do mundo exterior causada pela conduta; Nem todo crime exige a ocorrência de resultado. 
 
 Classificação dos crimes quanto ao resultado: 
"A" omitiu-se e "B" morreu
"A" não era garante 
de "B"
"A" responde por 
omissão de socorro 
(omissão própria)
"A" era garante de 
"B"
"A" responde por 
homicídio (omissivo 
impróprio)
 
 
 
 NEXO CAUSAL 
- É o vínculo com liga empiricamente a conduta ao resultado. Nos crimes materiais exige-se, para a 
consumação, tanto o resultado quando o nexo causal. 
 
 Teoria do nexo causal:
 
 
 
 TIPICIDADE 
É a prática de um risco proibido que causa um resultado. E pode ser encarada como sendo a tipicidade formal e a 
tipicidade material. 
 
 Tipicidade formal 
Adequação do fato à Lei. É o enquadramento de uma conduta praticada no mundo real a um tipo legal; 
 Objetiva: tipo jurídico; 
 
 Subjetiva: 
 DOLO (art.18, CP): 
É a consciência e vontade de realizar os elementos do tipo; 
 
 Espécies de dolo 
 Direto 
– 1º grau: O agente prevê e deseja o resulta; 
- 2º grau: O agente prevê o resultado como uma consequência necessária da conduta; 
Resultado
Material
O resultado é previsto na Lei e precisa
ocorrer para o crime estar consumado.
Ex: homicídio, se não ocorrer a morte
ocorrerá a tentativa
Formal
O resultado é previso na Lei, mas não
precisa ocorrer para crime estar
consumado. O crime se consuma com a
mera conduta.
Ex. Extorsão mediante sequestro (art. 159,
CP). O crime se consuma com o sequestro,
mesmo que a extorsão não ocorra
Mera conduta
A Lei não prevê qualquer resultado, 
somente fala da conduta. 
Ex: violação de domicílio (art. 150, CP)
Nexo de causalidade 
Regra (art. 13, caput, CP).
Teoria da equivalência ou "conditio sine qua non". 
É causa toda a ação ou omissão sem a qual não teria 
ocorrido o resultado. (método hipotético de eliminação).
Ex: Paula pretende matar Joana e então desfere um tiro 
contra ela. Posteriormente, no laudo cadavérico, nota-se 
que Joana morreu pois havia ingerido veneno com o intúito 
de ceivar sua vida. Paula responderá pela tentativa de 
homicídio, mas não pelo resultado.
EXCEÇÃO: (art. 13, §1º, CP)
Teoria da causalidade adequada
A superveniência de causa relativamente 
independente exclui a imputação quando 
por si só tiver produzido o resultado.
Ex. Paula quer matar Joana, então disfere 
facadas contra Joana. É socorrida por uma 
ambulância e no caminho até o hospital o 
veículo se envolve em um acidente, capota 
e então Joana vem a óbito por traumatísmo 
craniano.
Essa situação EXCLUI a imputação. Paula 
responde apenas por tentativa de 
homicídio
 
 Eventual 
Prevê o resultado e assume o risco de produzi-lo, ou seja, concorda com a eventual ocorrência do resultado. 
Ex. Roleta Russa 
 
 CULPA (art. 18, II, CP): 
É a inobservância de um dever de cuidado objeto; Só é punível a forma culposa quando houver expressa previsão 
legal. 
Ex. crimes contra a vida somente o homicídio prevê forma culposa; 
Crimes contra o patrimônio  somente a receptação prevê forma culposa; 
 
 Espécies de culpa: 
 Consciente: prevê o resultado, mas espera ele não ocorra; 
Ex. Atirador de facas do circo. 
 
 Inconsciente:a gente não prevê o resultado, mas era previsível. 
 
 PRETERDOLO (ART. 19, CP) 
O crime é qualificado pelo resultado, sendo que a conduta inicial é dolosa e o resultado final é culposo; (“Se de 
ação resulta tal...”). Ex: A lesão seguida de morte (art. 129, §3º, CP). 
 Quando o resultado não era previsível nem querido, não é possível ser punido por ele. 
 
 Tipicidade material 
o É a lesão, ou ameaça relevante ao bem jurídico. 
o Se a lesão é insignificante ao o fato é atípico. 
 Princípios que excluem a tipicidade material: 
 Princípio da Ofensividade: 
 Princípio da Insignificância (Bagatela): 
 Princípio da adequação social: 
 
 Não se fala no princípio da insignificância, por exemplo, no crime de moeda falsa porque o bem jurídico tutelado 
é fé pública alias intangível. 
 
3. ERRO DE TIPO (art. 20, caput, CP) 
Pode ser classificado como essencial e acidental. 
 
 Erro de tipo essencial: 
 Elementar – é o dado essencial da figura típica sem o qual ela não subsiste. As elementares estão nos caputs dos artigos. 
Ex. Matar alguém por motivo fútil  retirar o matar alguém é retirar a elementar. 
 
 Conceito de erro de tipo sobre elementar: Por equivocada compreensão da situação de fato o sujeito não sabe, não tem 
consciência que realiza as elementares do tipo; 
 O erro sobre elementar sempre excluirá o dolo. 
 
 Classificado: 
I. Inevitável – invencível ou escusável (desculpável) 
Aquele que o cuidado comum não o evitaria. Exclui o dolo e também exclui a culpa. 
 
II. Evitável – vencível e inescusável (indesculpável) 
Aquele que o cuidado comum o evitaria. Exclui o dolo, mas deverá responder por 
culpa, se previsto. 
 
 Descriminante ou descriminante putativa (art. 20, §1º, CP) 
É sinônimo de excludente de antijuridicidade/ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever 
legal ou exercício regular de direito); 
 Por equivocada compreensão da situação de fato o sujeito imagina estar em situação que se fosse real tornaria 
sua conduta acobertada por um excludente de antijuridicidade. 
 Consequência: Prevalece no Brasil a teoria limitada da culpabilidade, segundo a qual as consequências da 
discriminante putativa por erro de tipo serão as mesma do erro de tipo sobre elementar, ou seja, fica sempre 
excluído o DOLO e se inevitável exclui a culpa e, se evitável, permite a punição por culpa, se previsto. 
 
 
3.1 – ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
 Erro sobre a pessoa “error in persona” (art. 20, §3º, CP): Por erro na identificação da vítima o autor atinge 
pessoa diversa da pretendida. Não são consideradas as condições ou qualidades da vítima e sim daquela que queria atingir. 
Consequência >> O autor responde como se tivesse atingido a vítima pretendida. 
 
 Erro na Execução “aberatio ictus” (art. 73, CP): Por erro no golpe executório, ou seja, por falha na mira o autor 
atinge pessoa diversa da pretendida. 
Consequência >> Resultado único ou simples se atinge apenas o 3º, responde como se tivesse alvejado a vítima 
pretendida; 
 >> Resultado múltiplo ou complexo: Caso atinja a pessoa pretendida e o 3º, responderá pelos crime 
praticados de acordo com a regra do concurso formal (art. 70, CP). 
 
4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA (Etapas de realização do Delito) 
 
 Consumado (art.14, I, CP)  Considera-se consumado o crime quando realizados todos os elementos de sua 
definição legal. 
 
Tentativa (art. 14, II, CP)  Considera-se tentado o crime se, iniciada a execução o sujeito não alcança a 
consumação por circunstâncias alheias a sua vontade. 
 A tentativa será punida com a pena do crime consumado diminuída de 1/3 a 2/3 (art. 14, parágrafo único, CP), 
salvo disposição em contrário. 
 A redução dar-se-á de acordo com a proximidade com a consumação, cabendo ao magistrado motivar sua redução; 
quanto mais próximo da consumação, menor a diminuição. 
 

 Classificação da tentativa: 
a) Branca X Cruenta: tentativa branca é aquela da qual não resulta lesão. Já dá cruenta, resulta lesão. 
b) Perfeita, completa (crime falho) X imperfeita ou inacabada: quanto à tentativa perfeita, o sujeito completa seu 
plano executório esgotando os meios de execução ao seu dispor. Já a incompleta, é aquela em que o sujeito sequer 
completa seu plano executório, sequer o realiza por circunstâncias alheias à sua vontade. 
 

 Tentativa qualificada/abandonada: a desistência voluntária e o arrependimento eficaz. 
a) Desistência voluntária (art. 15, CP): Após iniciar um plano executório, o autor, voluntariamente desiste de nele 
prosseguir impedindo a consumação. Afasta-se a tentativa e o sujeito só responde pelos atos já praticados. 
OBS: A desistência não precisa ser espontânea, bastando que seja voluntária. Espontânea é a que, 
necessariamente, independe de provocação; voluntário, pode ser provocado. 
 
 
b) Arrependimento eficaz (art. 15, CP): O sujeito, após terminar o plano executório, voluntariamente, atua de 
forma eficiente a impedir a consumação. A consequência do arrependimento eficaz é a mesma da desistência 
voluntária, ou seja, fica afastada a tentativa e o sujeito só responde pelos atos já praticados. 
 
Desistência voluntária Arrependimento eficaz 
Basta interromper a execução para 
evitar a consumação. 
É necessária ação salvadora 
para evitar a consumação. 
 
 Arrependimento posterior (art. 16, CP) - É causa de diminuição de pena de 1/3 a 2/3, desde que presentes 
os seguintes requisitos: 
I. Crime sem violência ou grave ameaça dolosa à pessoa; 
II. Reparação do dano por ato voluntário antes do recebimento da denúncia ou queixa. 
 Casos especiais: 
1. Nos termos da súmula 554, STF – No crime de estelionato por meio de cheque sem fundos a reparação do dano 
antes do recebimento da denúncia ou queixa torna o fato irrelevante penal; 
2. Nos termos do art. 312, §3º, CP, no peculato culposo a reparação do dano até a sentença definitiva extingue a 
punibilidade. Se posterior a decisão definitiva diminui a pena pela metade. 
 
 Tentativa inidônea: 
O crime impossível. No crime impossível, o sujeito pratica conduta muito semelhante à prevista no tipo, mas, por 
ausência de risco ao bem jurídico, não há relevância penal. 
A doutrina distingue três espécies de crime impossível (art. 17 do CP): 
 
a) Impropriedade absoluta do objeto: o objeto material (pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do sujeito) 
não reveste um bem jurídico tutelado; 
b) Inidoneidade absoluta do meio: se o meio escolhido pelo sujeito no caso concreto não foi capaz, sequer, de 
gerar risco ao bem jurídico; 
c) Por obra do agente provocador: o sujeito interfere de forma decisiva na dinâmica da conduta de terceiro, tendo 
tomado providências anteriores para impedir o risco ao bem jurídico. 
A súmula 145 do STF esclarece que no flagrante provocado não há crime se a preparação torna impossível a 
consumação. 
 
5. EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE/ILICITUDE: 
Antijuridicidade é a contrariedade do fato com a totalidade do ordenamento jurídico. 
No Brasil prevalece que a tipicidade é indiciária da antijuridicidade, ou seja, todo fato típico será antijurídico, salvo 
se presente uma excludente de antijuridicidade. 
Nos termos do art. 23 do CP, são excludentes de antijuridicidade: 
a) Legítima defesa; 
b) Estado de necessidade; 
c) Estrito cumprimento do dever legal; 
d) Exercício regular de direito. 
 
No termos do art. 23, parágrafo único, CP, o excesso será punido se doloso ou culposo. O excesso se não tiver nem 
dolo nem culpa, será exculpante. 
 
A doutrina e a jurisprudência aceitam a existência de causa extralegais excludentes da antijuridicidade, dentre as 
quais se destacam o consentimento do ofendido. 
O consentimento do ofendido deve ser livre, válido e o bem jurídico deve ser disponível. 
Requisito subjetivo das excludentes deantijuridicidade: 
 Prevalece que para ser beneficiado por excludente de antijuridicidade o sujeito deve conhecer a situação de fato 
que justifica a sua conduta. 
 
 Legítima defesa (art. 25 do CP): tem os seguintes requisitos, de acordo com a doutrina: 
a) Injusta agressão: agressão é a ação lesiva humana. Toda agressão é injusta, salvo se acobertada por uma 
excludente de antijuridicidade. É inviável a legítima defesa real recíproca, ou seja, que duas pessoas estejam, ao 
mesmo tempo, em legítima defesa real, uma contra a outra. 
b) Agressão atual ou iminente: Atual é aquela que está acontecendo; 
 Iminente é aquela que vai acontecer no próximo instante. 
Possível concluir pela inviabilidade de legítima defesa contra agressão passada ou futura. 
 
c) Bem jurídico próprio ou alheio: é necessária razoabilidade entre o bem defendido e o bem objeto da reação. 
d) Meio necessário: é o meio menos lesivo ao alcance do sujeito suficiente para afastar a agressão. 
e) Uso moderado: é o emprego do meio necessário da forma menos lesiva suficiente para afastar a agressão. 
 
 
 Estado de necessidade (art. 24 do CP)
a) Situação de perigo atual não criada voluntariamente pelo sujeito; 
b) Sacrifício inevitável e razoável do bem: inevitável é aquele que não se pode evitar sem risco pessoal. 
 No Brasil, entende-se razoável o sacrifício de um bem para salvar outro de igual ou maior valor. Não será razoável 
o sacrifício de um bem para salvar outro de menor valor. Se o sacrifício não for razoável, não há estado de 
necessidade excluindo a antijuridicidade, mas o juiz poderá diminuir a pena. 
Obs.: não pode arguir estado de necessidade quem tem o dever legal de enfrentar o perigo. 
 
 Estrito cumprimento do dever legal 
 Dever legal: previsto em norma genérica e abstrata. A mera obediência de uma norma concreta de superior 
para inferior não configura a excludente, mas pode se adequar à obediência hierárquica, que exclui a 
culpabilidade. 
 
Exercício regular de direito: o direito aqui mencionado também deve ser norma genérica e abstrata. 
Obs.1: a violência desportiva e a cirurgia estética são configuradas como exercício regular do direito. 
Obs.2: ofendículo é o aparato material predisposto para defesa de interesses (cerca elétrica, lanças, etc.). Para 
parte da doutrina, os ofendículos configuram legítima defesa predisposta. 
 
 
6. CULPABILIDADE (REPROVABILIDADE) 
Significa reprovabilidade, é o juízo de censura, sobre aquele que pode e deve agir de acordo com o direito. 
 
 
Elementos Excludentes 
Imputabilidade; Inimputabilidade; 
Potencial consciência da ilicitude; Erro de proibição inevitável; 
Exigibilidade de conduta diversa. Inexigibilidade de conduta diversa. 
 Coação moral irresistível; Obediência 
hierárquica. 
 
 
Inimputabilidade: 
São quatro causas consagradas de inimputabilidade: 
1. Menor de 18 anos  ECA (art. 27, CP); 
2. Silvícola não adaptado  Estatuto do Índio; 
3. Embriaguez acidental completa, derivada de caso fortuito ou força maior; Se a embriaguez for intencional ou 
culposa não afeta a culpabilidade (art. 28, inc. II, CP). Ex. Trote de faculdade; 
 Se for incompleta apenas diminui a pena. 
4. É inimputável aquele que em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, 
(causa biológica) não tem condições de compreender o caráter ilícito do fato, ou portar-se de acordo com tal 
entendimento (consequência psicológica) (art.26, CP).  Sistema adotado: biopsicológico. 
 Consequência da inimputabilidade do art. 26, CP: O inimputável desse art., que pratica fato típico e antijurídico 
receberá medida de segurança em uma sentença de absolvição imprópria. 
 Semi-imputabilidade: É aquele que em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
perde parcial capacidade de autodeterminação. 
>> Consequência da semi-inimputabilidade: semi-imputável que pratica fato típico e antijurídico será 
condenado e receberá pena reduzida OU medida de segurança. 
Sistema substitutivo. 
 
6.1 – ERRO DE PROIBIÇÃO – (art. 21, CP). 
Equivocada compreensão sobre o que é proibido e o que é permitido. Pensa que a conduta praticada é 
permitida, mas na verdade ela é proibida. 
 Erro de proibição inevitável/invencível: É aquele em que o autor não sabe e nas suas circunstância de 
vida não poderia saber da proibição. 
 Excluí a culpabilidade. 
 Erro de proibição evitável/vencível: É aquele em que o sujeito não sabe, mas nas suas condições de vida 
poderia saber da proibição; 
 Reduz a pena. 
 
 
7. CONCURSO DE PESSOAS (art. 29 a 31 CP). 
7.1. Teoria: 
a) Regra: (art. 29, caput, CP) - Teoria Monista  todo aquele que concorrer para o crime incide nas penas à ele 
cominadas na medida de sua culpabilidade. 
 Por força da teoria monista mesmo aquele que não é funcionário público poderá responder por crime funcional, 
desde que em concurso com um funcionário público. Ex. Peculato 
b) Exceção: Teoria pluralista – É adota como exceção em dois grupos de casos: 
I. Previsão expressa da conduta como tipo autônomo. Ex. Corrupção ativa (oferece); 
corrupção passiva (solicita/pede) – (arts. 317 e 333, CP); - aborto (arts. 124 e 126, CP); 
II. Cooperação dolosamente distinta. Nos termos do art. 29, §2º, CP: 
Se um dos colaboradores só quis participar de crime menos grave receberá a pena 
deste. Responderá nos limites de seu dolo. Se previsível resultado mais grave a 
pena poderá ser aumentada até a metade. 
Exemplo: Xisto e Pétreo querem participar do furto de um toca fitas de um carro, a vítima chega, o Xisto foge, o 
Pétreo usa arma que o Xisto desconhecia entra em confronto com a vítima e a mata, Xisto não queria cometer o 
latrocínio, logo ele deve responder pelo furto pois houve cooperação dolosamente distinta. 
 
7.2. Requisitos do Concurso de Pessoas. 
a) Pluralidade de Pessoas: mais de uma pessoa fazendo algo. 
b) Liame Subjetivo: adesão de uma vontade a outra. Todos os concorrentes tem que agir com a mesma 
intenção/objetivo. Não é necessário ajuste prévio basta que a conduta de um seja aderida a conduta do outro 
colaborando com ela. 
c) Relevância Causal das Condutas: se a pretensa colaboração em nada interfere na dinâmica causal do crime, não 
há concurso, pois todas as condutas têm que ter efetivamente contribuído moral ou materialmente para o crime 
(nexo causal). 
d) Unidade do Crime: o crime será um só para todos. 
 
Observação: A participação por omissão só existe quando quem se omite tinha o dever de agir (garante). Portanto, 
quem sem ser garante não impede um crime não responde por ele. 
 
7.3. Distinção autoria X participação 
Para parte da doutrina deveria ser adotado um conceito extensivo de autor que não distingue autoria e 
participação, ou seja, todos seriam autores. Prevalece, no entanto, o conceito restritivo de autor, segundo o qual 
deve ser reconhecida a diferença e partícipe. A teoria tradicionalmente adotado no Brasil para tal distinção é a 
objetivo formal: 
a) Autor: É quem realiza o verbo; 
b) Partícipe: É aquele que colabora, sem realizar o verbo. 
 
Obs: Nos termos do art. 29, §1º, CP, se a participação for de menor importância a pena poderá ser diminuída de 
1/6 a 1/3; 
 
7.4. Comunicabilidade de dados típicos (arts 29 e 30, CP) 
 
 As elementares se comunicam não importando se elas são objetivas ou subjetivas; 
 
 Elementares Sempre se comunicam 
 (Tudo que compõe o crime, o art.) Exemplo: quem ajuda a mãe a cometer infanticídio responde por ele também; 
 
 
 
 
Situações 
da vida real 
 
 
 
 
Circunstâncias 
(Tudo o que afeta a pena. 
Exemplo: agravantes, atenuantes)8. DOSIMETRIA DA PENA 
I. Aplicação da Pena (art. 59 ao 68, CP). II. Medida de segurança  Sentença de absolvição imprópria; 
 Sistema Trifásico previsto no art. 68 CP. 
 
 1ª fase - pena base; 
 Nessa fase a pena tem que ficar dentro dos limites legais. 
 No art. 59, CP - Existem oito circunstâncias judiciais que podem ser levadas em consideração para aumentar a 
pena base, sendo elas: 
Culpabilidade; Personalidade do agente; Conduta Social; Antecedentes; Motivos; Consequências; 
Circunstância especifica do crime e Comportamento da vítima. 
Só podem ser considerados como maus antecedentes sentenças condenatórias transitadas em julgado. 
(Inquéritos policiais e processos em tramitação não podem ser utilizados para aumentar a pena base prevista na Súmula 444, STJ). 
 
 
 2ª fase – pena provisória ou intermediária; 
 
 Nessa fase a pena tem que ficar dentro dos limites legais. 
A existência de circunstâncias atenuante não pode conduzir a pena abaixo do mínimo legal (Súmula 231 do STJ). 
 
 Nessa fase serão consideradas as atenuantes e agravantes genéricas (arts. 61 a 67, CP). 
Objetiva: comunicam-se desde que haja conhecimento. 
 
Subjetivas ou pessoais: não se comunicam. 
(Exemplo: ser reincidente, praticar crime contra ascendente, etc). 
 Atenuantes: São circunstâncias exemplificativamente previstas no art. 65 do CP; Ex.: A idade (menor de 21 anos na 
data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença), confissão espontânea. 
 
 Atenuante inominada: Conforme o art. 66 do CP, o Juiz pode considerar como atenuantes circunstâncias 
anteriores ou posteriores ao crime ainda que não prevista em lei. 
 
 Agravantes: São circunstâncias previstas taxativamente nos arts. 61 e 62 ambos do CP. 
Ex: Reincidência - crime praticado contra o CADI ou seja, Cônjuge Ascendentes, Descendente e irmão – Crime praticado com violência 
doméstica ou familiar. 
 
 Reincidência: ocorre quando o agente pratica novo crime depois do transito em julgado de condenação por 
crime anterior. O novo crime deverá ser praticado depois do trânsito em julgado e antes do término do 
período depurador, após esse período voltará a ser primário, com maus antecedentes. 
Período depurador: É o prazo de cinco anos a partir do término do cumprimento da pena. Se esses requisitos não estiverem preenchidos 
haverá mal antecedentes ao invés de reincidência. 
 Há 4 situações que não geram reincidência: 
- após ultrapassado o período depurador; 
- condenação por contravenção penal; 
- condenação anterior por crime político; 
- condenação anterior por crime militar próprio. 
 
 
 3ª fase – pena definitiva. 
 
 Nessa fase a pena pode ficar fora dos limites legais. 
 Nessa fase são consideradas as causas de aumento (majorantes) e diminuição de pena (minorantes), sempre 
na fração estipulada na Lei. 
 
 
>> Diferença entre qualificadora X Causa de aumento 
 
 As qualificadoras mudam a pena em abstrato, altera a margem de mínimo e máximo que será aplicada na pena base; 
 As causas de aumento aumentará em fração definida, sempre aplicada na 3ª fase e pode ultrapassar os limites, de máximo ou mínimo; 
 
 
8.1. CONCURSO DE CRIMES (art. 69 ao 71, CP) 
 
 Concurso material ou real (art. 69, CP): Duas ou mais condutas que resultam no cometimento de dois ou mais 
crimes, idênticos ou não. No concurso material as penas devem ser somadas. 
Homogêneos: crimes idênticos (definidos no mesmo tipo penal); 
Heterogêneos: Crimes não idênticos (não estão definidos no mesmo tipo penal). 
 
 Concurso formal (art.70, CP): Uma só conduta que resulta no cometimento de dois ou mais crimes, idênticos ou 
não. Aplica-se o sistema da exasperação, ou seja, aplica-se a pena mais gravosa, ou qualquer uma delas se forem 
iguais, devendo, em qualquer caso, ser aumentas de 1/6 até a metade. 
 Ocorrem duas hipóteses em que o magistrado pode somas as penas no concurso formal: 
1. Concurso formal impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, último parte, CP): Aplica-se quando os crimes forem dolosos 
resultantes de desígnios autônomos, ou seja, uma vontade conscientemente dirigidas a finalidades distintas. Ex. Tício valendo-
se de um armamento poderoso mata Mévio e Caio. 
 
2. Ocorre quando o sistema da exasperação resultar numa pena maior do que a decorrente da soma e nesse caso o Juiz somará 
as penas. Ex: Tício matou mévio e provocou lesão corporal culposa em caio. Nesse caso o somatório das penas é menos gravosa 
que a exasperação da pena. 
 
 Crime continuado (art. 71, CP): Ocorre quando o agente mediante duas ou mais condutas comete dois ou mais crimes. 
Adota-se também para efeitos de fixação de penas o sistema da exasperação (Pega-se qualquer uma das penas, se 
forem iguais, ou a mais grave se forem diferentes, e aumenta de 1/6 a 2/3). 
* Requisitos da continuidade delitiva: 
I. Crimes da mesma espécie (mesmo tipo penal); 
II. Praticados em condições objetivas semelhantes: 
a) tempo: intervalo entre os crimes não superior a 30 dias; 
b) lugar: mesma comarca, ou comarca próximas 
c) modo de execução “modus operandi” – Instrumentos, auxilio de comparsas; 
d) unidade de designíos (elemento subjetivo inserido pela jurisprudência) 
 
Espécie de crimes continuidade: 
 Simples ou comum (art. 71, caput, CP)  aumenta-se a pena de 1/6 a 2/3; 
 Qualificado ou especifico (art. 71, § único, CP)  aumenta-se a pena de 1/6 até o triplo  desde preencha os 
seguintes requisitos: a) crimes dolosos; b) Com violência ou grave ameaça contra pessoas; c) Vítimas diferentes. 
 
 
8.2. “SURSIS” (art. 77, CP) 
 
Suspensão condiciona da pena, sendo que o que suspense, por óbvio, é a aplicação da pena. 
 
 Pena privativa de liberdade não superior a 2 anos que poderá ser suspensa de 2 a 4 anos desde que: 
 Não haja condenação em crime doloso (salvo se a 1º condenação tenha sido pena de multa) 
 Circunstâncias judiciais favoráveis. 
 
>> Sursis etário e humanitário (§2º, do art. 77, do CP): 
 Caberá a execução da pena da pena privativa de liberdade não superior a 4 anos que poderá ser suspenda de 4 a 6 anos, 
desde que: 
O condenado seja maior de 70 anos. 
ou 
Razões de saúde que justificam a aplicação do sursis. 
 
 
9. HOMICÍDIO E O FEMINICÍDIO (LEI 13.104/15) 
 
 9.1 – Homicídio 
 
9.1.1 – Simples (art. 121, caput) Pena: 06 a 20 anos. 
9.1.2 – “Privilegiado” - § 1º - diminui de um sexto a um terço. 
São sempre hipóteses subjetivas, relacionadas ao agente. 
 I - Relevante valor social ou moral. 
 Social – coletivo; 
Ex: Patriotismo – cidadão que mata o traidor da pátria. 
 Moral - individual 
Ex: piedade – eutanásia. 
 II – Domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima. 
 
Causa de diminuição de pena (art. 121, §1, CP) Atenuante genérica (art. 65, CP) 
Terceira fase da dosimetria – pode conduzir a pena abaixo 
do mínimo; 
Segunda fase da dosimetria – não pode conduzir a pena 
abaixo do mínimo; 
Domínio de violenta emoção, logo após 
injusta provocação da vítima 
 
 
Influência + provocada por ato injusto da vítima (não tem 
requisito da imediatividade). 
 
 
9.1.3 – Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, CP) Pena 12 a 30 anos. 
 
a) Subjetivas – relacionadas ao agente. 
 
 “I” – paga ou promessa de recompensa ou qualquer outro motivo torpe 
Nessa hipótese de “paga ou promessa de recompensa” sempre terão dois agentes, tem a figura do mandante– 
quem paga e quem recebe (Ex. matador de aluguel). 
 Motivo torpe é aquele considerado imoral. Ex. de motivo torpe: herança. 
 
“II” – Motivo fútil 
Motivo banal, motivo pequeno, mesquinho. 
Ex. matar porque estava urinando no jardim. 
 
“V” – Para assegurar execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime. 
É uma qualificadora de conexão com outro crime “razão de ser por outro crime”Ex: queima de arquivo, matar comparsa para ficar com dinheiro de rouba. 
 
b) Objetivas. 
São relacionadas ao fato (não o “porque”, mas o “como”). 
 
“III” – qualificadora de meio: com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso 
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
- meio insidioso (meio que a vítima não percebe). 
- cruel: mais sofrimento que o necessário. 
“IV” – qualificadora de modo: à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificulte 
ou torne impossível a defesa da vítima. 
 
OBS: é possível o homicídio qualificado – privilegiado, desde que a qualificadora seja objetiva, pois o privilégio é 
sempre subjetiva. 
 
 
c) Feminicídio – 121, § 2º, VI 
 O feminicídio não é um crime autônomo e sim uma forma qualificada do homicídio. 
 Homicídio praticado contra mulher, em razão da condição feminina. 
Presume-se que haja a condição feminina em duas situações: 
 Violência doméstica ou familiar contra mulher, nos termos da Lei Maria da Penha; 
 Com menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Também hediondo como os demais homicídios qualificados. 
 
 O legislador acrescentou o §7º, que estipula causas de aumento de pena de 1/3 a 1/2, se o crime for 
praticado: 
 
a) A vítima menor de 14 anos, maior de 60 ou deficiente; 
b) Crime praticado na presença de ascendente ou descendente; 
c) Quando o crime de homicídio ou feminicídio praticado contra mulher grávida ou até 3 meses após parto. 
 
 
 
10. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO 
 
10. 1 – Furto (art. 155, CP) – 
Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel. 
 
 Subtrair é retirar sem o consentimento de quem detém a coisa. Furto, geralmente, é praticado na clandestinidade. 
 
I.  Furto Simples – (art.155, caput, CP) Pena: 1 a 4 anos -reclusão e multa. 
 
a) FURTO X ROUBO: 
 O furto se diferencia do roubo, pois nesse último há violência ou grave ameaça contra pessoa; 
 O arrebatamento de inopino (subtrair pegando a vítima de surpresa – ação rápida), se não provocar lesão 
corporal é furto, se provocar é roubo; 
 “Boa noite cinderela” é considerado roubo, pois há emprego de meio que impossibilita a defesa da vítima 
(violência imprópria) o crime é de roubo; 
 Se após a subtração, sem violência ou grave ameaça, o agente utilizar violência ou grave ameaça para 
assegurar a detenção da coisa ou a impunidade do crime haverá roubo, sendo roubo impróprio (art. 157, §1º, 
CP). 
 
b) FURTO X ESTELIONATO 
 A diferença entre o furto qualificado pela fraude e o estelionato é que no furto a fraude é utilizado para 
permitir a subtração. No estelionato a fraude é utilizada para induzir a vítima a entregar a coisa. Ex. Falso 
manobrista 
 A transferência eletrônica de valores bancários constitui furto mediante fraude. 
 
c) FURTO X APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
 A diferença entre furto e apropriação indébita é que nesse o agente já tem a posse lícita e desvigiada da 
coisa. 
 Se a detenção é vigiada o crime será de furto; 
 
 
II.  Causas de aumento de pena (art. 155, §1º, CP) – aumenta a pena 1/3; 
 Ocorre quando o furto é praticado durante o repouso noturno. 
Repouso noturno é um conceito sociológico, não astrofísico, prevalece que é o momento no qual as pessoas da 
região se encontram repousando. 
Não é necessário que seja praticado em local habitado e nem que haja pessoas repousando; 
A questão não é o repouso da vítima propriamente dito e sim a redução do nível geral de vigilância durante aquele 
período; 
Obs: atualmente prevalece que a causa de aumento de pena se aplica tanto ao furto simples, quanto ao qualificado. 
 
III.  Furto privilegiado – (art. 155, § 2º, CP): 
 O juiz pode substituir reclusão por detenção; 
 Reduzir de 1/3 a 2/3 ou pode aplicar somente a multa. 
 Requisitos cumulativos para furto privilegiado: agente primário – coisa de pequeno valor (inferior a 1 salário mínimo)1 
 
 É possível ocorrer o furto qualificado-privilegiado desde que a qualificadora seja objetiva (súmula 511, STJ). 
 
 
IV.  Qualificado (art. 155, §4º, CP) Pena de 2 a 8 anos e §5º - pena de 3 a 8 anos. 
 Destruição e rompimento de obstáculo. 
O obstáculo tem que ser externo à coisa. Se for inerente à própria coisa não qualificará o crime; 
 Concurso de pessoas. 
Súmula 442 do STJ, não se aplica ao furto praticado em concurso de pessoas a majorante prevista para o crime de roubo; 
 
 Chave falsa; 
É qualquer instrumento com ou sem forma de chave que acione um mecanismo de fechadura. 
 
 Escalada, destreza, fraude ou abuso de confiança. 
Escalada é qualquer meio anormalmente custoso de ingresso em determinado local. Ex: pular um muro alto ou entrar 
pela tubulação de esgoto. 
Destreza é a habilidade manual que impede que a vítima perceba a subtração. Se a vítima percebe a subtração, não 
qualifica. 
Fraude no furto mediante fraude, esta é utilizada para permitir que o agente consiga subtrair a coisa. 
Abuso de confiança: se o problema deixar claro que não havia confiança, não qualifica. 
 
 
1 Não se pode confundir o Privilégio com o Princípio da Insignificância, pois nesse tem que se levar em consideração, 
no caso concreto, o patrimônio da vítima. Enquanto que no privilégio é uma quantia fixada pela jurisprudência. 
 Veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou país. 
Se o veículo não cruzar a fronteira estadual ou federal, haverá furto simples consumado. 
 
OBS Furto: 
 
 O “furto de uso” constitui fato atípico. Se a intenção inicial era ficar com a coisa e depois da subtração o agente 
se arrepende e restitui, haverá mero arrependimento posterior que constitui causa de diminuição de pena. 
 
 O § 3º do art. 155 equipara a coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra com valor econômico. Nessa 
modalidade, o crime é permanente (se prolonga no tempo). Prevalece que o furto se consuma com a mera 
subtração, mesmo que não haja posse pacífica. 
 
 
11. PECULATO (art. 312, CP) 
 Crime contra a Administração Pública; 
 É um crime próprio porque a lei exige um requisito especial para sua prática, no caso ser funcionário público 
(art. 327 do CP); 
 É possível a existência de concurso de agentes no peculato, ou seja, o terceiro, particular que age em concurso 
com funcionário público responde por peculato, desde que tenha conhecimento da condição do comparsa. 
 Não há peculato em relação a serviços ou imóveis, por falta de previsão legal; 
 O peculato pode referir-se a bens públicos ou particulares2; 
 Se a intenção é apenas utilizar e depois restituir a coisa, caso o bem seja infungível (carro/avião) o fato será 
atípico. O mero uso não caracteriza peculato, apenas improbidade administrativa; 
 Caso o bem seja fungível (dinheiro) o crime será consumado. 
 Se a questão deixar claro que o funcionário público não utilizou qualquer facilidade relacionada ao seu cargo 
haverá crime de furto; 
 Se houve a reparação do dano no peculato doloso aplica-se a regra do arrependimento posterior (art. 16 do CP), 
que é causa de diminuição de pena (de 1/3 a 2/3). 
 
São espécies próprias: 
a) Peculato apropriação (art. 312, “caput”, primeira parte do CP): Apropriar-se é inverter o ânimo da posse em 
caráter definitivo. O funcionário público tem a posse funcional da coisa móvel e depois resolve inverter o ânimo 
dela para se tornar o dono da coisa. Exemplo: o delegado que tem a posse do carro irregular resolve se apropriar do motor. 
b) Peculato desvio (art. 312, “caput”, segunda parte do CP): Desviar é dar destinação diversa em proveito próprio 
ou alheio. O funcionário público tem a posse funcional da coisa móvel e desvia o seu destino. Se for em proveito da 
própria administração o crime será outro de empregoirregular de verba pública (art. 315, CP). Exemplo: o dinheiro que era 
destinado à educação é utilizado para pagar o empreiteiro. 
 
Espécie imprópria: 
c) Peculato furto (art. 312, §1º do CP): é um crime praticado por um funcionário público que não tem a posse da 
coisa móvel. Porém, tal funcionário público procede à sua subtração ou concorre dolosamente para que terceiro a 
subtraia, sempre se valendo da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário público (utilização de 
um crachá, por exemplo). 
 
Peculato culposo (art. 312, §2º do CP): Concorrer culposamente para o crime de outrem; Ex. Esquecer a porta do local de 
trabalho aberta e ocorre um furto. 
 A consumação do peculato culposo ocorre com a consumação do crime de outrem; 
 
2 Dinheiro apreendido quando realizada operação de tráfico de droga, esse dinheiro na sentença pode ser perdido em favor 
da União, porém enquanto está sob a custódia do judiciário ainda é considerado um bem particular passível de peculato. 
 
 A reparação do dano, antes da sentença irrecorrível ocorrerá a extinção da punibilidade; 
 Se fizer posterior ao transito em julgado, reduz a pena pela metade; 
 Caso o delito de outrem ficar na esfera da tentativa, o fato será atípico para o funcionário público porque não 
se pune a tentativa de crime culposo, salvo a culpa imprópria. É lógico, outrem será responsabilizado pela tentativa 
do crime. 
 
 Peculato mediante erro de outrem/peculato estelionato (art. 313 do CP): É apropriar-se de dinheiro ou qualquer 
utilidade, que recebeu em razão do cargo, por erro de outrem. 
 
 Inserção de dados falsos em sistema de informatizado - Peculato eletrônico (art. 313-A e 313-B, CP) 
 
 
 
12. CRIMES CONTRA A HONRA (art. 138 ao 145, CP) 
I- Bem Jurídico tutelado: é a honra no sentido da reputação ou no sentido do sentimento pessoal; 
a) Calúnia: atinge a honra objetiva (reputação, imagem, honra externa); 
b) Difamação: atinge a honra objetiva (reputação); 
c) Injúria: atinge a honra subjetiva (sentimento, amor próprio, autoestima). 
 
a) Calúnia: (art. 138, CP): 
 
 Imputar (atribuir) à alguém 
 Fato (conduta) 
 Definido como crime (típico) 
 Falsamente (não ocorreu, ou aquela pessoa não era o autor) 
 
 Para caracterizar calúnia é preciso utilizar um verbo de ação “João traficou drogas” (ação = calúnia) e não “João é 
traficante de drogas” (estado); 
 
Obs. I: Se o agente apenas atribuir uma qualidade negativa. (Ela é uma prostituta, ele é um traficante, ela é uma vaca, ele é 
ladrão, ele é um estelionatário, ele é bicheiro...) o crime será de injúria. 
Obs. II: Se o fato corresponder a uma conduta meramente imoral ou tipificada como contravenção (ele tem um caso com a 
secretária; ele tem uma banca de jogo do bicho) o crime será de difamação. 
Obs. III: Se o fato imputado for verdadeiro quem o imputou não pratica crime algum. 
Obs. IV: Se o agente imputa fato falso mas acredita que é verdadeiro haverá erro de tipo. Como calúnia não tem previsão de 
forma culposa a conduta será atípica. 
Ex. “Em uma Universidade uma professora, na hora do intervalo, vê alguém na sala de aula mexendo na carteira de outro aluno, 
então vai até a coordenação e fala ao coordenador que estava ocorrendo o furto. Quando, na verdade, a pessoa dona da carteira 
quem pediu para seu amigo pegar sua carteira, pois ia comprar um lanche.” 
 
Inserir ou facilitar 
a inserção de 
dados falsos 
Em sistema 
informatizado da 
administração
Excluir ou alterar 
dados 
verdadeiros 
pelo funcionário 
público competente
Com fim de obter 
vantagem ou 
causar prejuízo.
 
a.1) Conduta Equiparada: 
 Sabendo de falsa a imputação 
 a propaga ou divulga; 
 
 
 
b) Difamação: 
 Imputar (atribuir) 
 Um fato (conduta/fazer) 
 Desabonador (prejudicial à reputação) 
 
 
Na difamação o fato não precisa ser falso, mesmo que o fato pode ser verdadeiro pode ser constituído como 
difamação; Exemplo: publicar um vídeo de uma menina fazendo sexo com professor que repercutiu fato na faculdade. 
 Se o fato desabonador for tipificado como crime, será crime de calúnia; Ex. Falaram que uma empresa estava cometendo 
crime ambiental colocando em risco a segurança da região e, assim fizeram reportagem caluniosa. 
 
 
c) Injúria: 
 Ofender (xingar) 
 a dignidade ou o decoro 
 
 
 Qualidade negativa - “ele é....” será injúria. 
 
c.1) Injúria Real: Quando para ofender usa-se violência (lesão corporal) ou vias de fato (contato físico sem que haja 
lesão). 
Ex. Estudantes de medicina criaram o “Rodeio das Gordas”, conduta para humilhar, ofender. Sempre que para ofender usa-se 
de contato físico (ex: rasteira, cuspir, um tapa na cabeça, etc) é injúria real. 
Para distinguir a Injúria Real da Lesão Corporal deve-se observar o dolo do agente (intenção de lesionar ou de 
humilhar/ofender). 
 Se a injúria real provocar lesão corporal as penas serão somadas, ou seja, o agente responderá por Injúria Real 
e Lesão Corporal em concurso material - 
 
c.2) Injúria Preconceituosa ou Injúria Racial: 
 
 Raça 
 Cor 
 Etnia 
 Origem 
 Condição de pessoa idosa 
Deficiente 
 
Quando você utiliza de um dos requisitos acima para ofender uma determinada pessoa caracteriza-se a injúria 
racial, mesmo que para isso cite o todo do grupo. Exemplo: não vender roupa para uma determinada pessoa negra com intuito 
de ofendê-la. 
 Se alguém ofende um homossexual não é uma injúria racial, pois o rol é taxativo, então será uma injúria comum. 
 
 Racismo é crime de segregação de uma parcela indeterminada da população e não uma conduta contra uma 
determinada pessoa. Ex. negar atendimento em estabelecimento comercial à mulher mulçumana em razão da religião. 
 
 
 
 
 
 
II- Tipo Subjetivo 
 
a) Calúnia 
b) Difamação Precisa tem dolo. Não há previsão culposa. 
c) Injúria 
 
 Consumação: 
 Calúnia e difamação: Quando chegar a conhecimento de terceiros; 
 Injúria: Quando chega ao conhecimento do ofendido. 
 
Tentativa: 
Os crimes contra a honra são crimes formais, ou seja, não é preciso que haja o resultado pretendido. 
Não exigem que haja efetivo prejuízo à honra; 
 Admitem tentativa quando praticados de forma indireta. (Ex: da Carta Extraviada) se não chegar ao conhecimento 
de terceiro ou à conhecimento da própria vítima à depender do caso. 
 
III- Exceção da Verdade: 
 
 Injúria: nunca admite Exceção da Verdade. 
 Difamação: não admite Exceção da Verdade, salvo quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é 
relacionada ao exercício da função (neste caso há o interesse público). 
 Calúnia: em regra admite Exceção da Verdade, salvo em três situações: 
o Ofendido é Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro; 
o Quando já houve sentença absolutória definitiva pelo crime imputado; 
o Se o crime imputado é de ação privada e ainda não houve condenação.

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