Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ANATOMIA DENTAL CDC = constrição,canal dentina-cemento. ANÁLISE TOPOGRÁFICA DA LOCALIZAÇÃO DO FORAME APICAL O ápice nunca está no centro, 48% dos dentes têm o ápice distalizado entre 0,5 e 3mm do centro. Anteriores Superiores (IC, IL, C) 100% raiz única, tipo I. Incisivo central inferior: 100% raiz única, mas o achatamento M-D faz com que os canais dupliquem, evidenciando um V e um L. Tipo I: 58% e tipo II 32%. 2 Incisivo lateral inferior: 100% raiz única, mas o achatamento M-D faz com que os canais dupliquem, evidenciando um V e um L. Tipo II: 37%. Canino inferior: 99% raiz única, com achatamento M-D, 96% Tipo I. Inclinação: Os superiores têm inclinação para palatino. Os inferiores têm inclinação para lingual. INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS Podem ser classificados das seguintes formas: ✓ Acionamento: manual e mecanizados; ✓ Desenho da parte de trabalho: farpados, K, hestroem e especiais; ✓ Natureza da liga metálica: aço inoxidável ou liga de Ni-Ti ✓ Processo de fabricação: torção ou usinagem. Limas As limas são instrumentos para alisamento e retificação de curvatura e irregularidades dos canais radiculares, embora contribuam também para o seu alargamento. Materiais Aço inoxidável e ligas Ni-Ti. As ligas de aço inoxidável apresentam uma boa resistência à corrosão e à fratura, além de dureza. As ligas Ni-Ti apresentam memória de forma e superelasticidade, além de alta resistência à deformação plástica e à fratura. Padronização ✓ Numeração ✓ Diâmetro ✓ Conicidade do instrumento ✓ Comprimento ✓ Cor do cabo; ✓ Comprimento da parte ativa; A parte ativa/de trabalho tem sempre 16mm, o que vai variar é a porção intermediária: 3 → Lima de 21mm= 5+ 16mm 25mm= 9+ 16mm 31mm= 15+ 16mm D0 varia conforme a lima, ex., na lima 15 o D0 é 0,15mm e de D1 até D16 ela vai aumentando de 0,02 em 0,02mm. → Questão de prova: Quanto é D6 da lima 15? D0 = 0,15 D6 = 0,02x6 = 0,12. Logo: 0,15+0,12 = 0,27. Conicidade Trata-se da relação entre o aumento do diâmetro por unidade de comprimento da parte de trabalho. Os instrumentos convencionais apresentam conicidade de 0,02mm/mm sendo que a diferença de diâmetro da D16 em relação a D0 será sempre 0,32mm (16x0.02) Para instrumentos Ni-Ti as conicidades são de 0,04- 0,06- 0,08- 0,10 – 0,12. → Quanto menor a conicidade, maior a flexibilidade do instrumento. Quanto maior a conicidade, maior a rigidez e a resistência à fratura K Podem atuar como lima e como alargador e podem ser fabricados em aço (fabricação por torção) e NiTi (fabricação por usinagem). A parte de trabalho tem 16mm e conicidade 0,02mm/mm. A numeração varia de 6 a 140, sendo que a secção transversal é quadrangular até 40 e triangular para todos os diâmetros maiores. ação de corte é satisfatória, é resistente e apresenta pouca flexibilidade. FLEX São fabricados por torção, produzidos a partir de haste de secção transversal triangular, em aço especial o que garante grande flexibilidade e, por isso indicada para canais curvos. Apresentam poder de corte maior do que as Limas Tipo K, sua borda cortante da espira é de 60 graus. Encontram-se disponíveis no mercado na numeração de #15 a #40. HESTROEM ... 4 Identificação: Lima K Lima Flex Lima Hestroem Instrumentos com acionamento a motor Wave One Reciproc São instrumentos projetados para uso único, em movimento reciprocante. ✓ O instrumento R25 apresenta ponta de 0,25 e conicidade de 0,08mm/mm na porção apical – tarja vermelha. ✓ O instrumento R40 apresenta ponta de 0,40 e conicidade de 0,06mm/mm na porção apical – tarja preta. ✓ O instrumento R50 apresenta ponta de 0,50 e conicidade de 0,05mm/mm na porção apical – tarja amarela. São comercializados em embalagem estéril. 15 15 15 5 Principais movimentos aplicados aos instrumentos endodônticos → Penetração, Exploração ou Cateterismo Por meio deste movimento, confere-se ao instrumento pequenos avanços em sentido apical no interior do canal, juntamente com discretos movimentos de rotação em sentido H e AH de ¼ de volta, com retrocessos. Esse movimento tem como objetivo conhecimento da anatomia e esvaziamento do canal. Em geral emprega-se instrumentos tipo K. → Alargamento Rotação e deslocamento compressivo simultâneos, manual ou mecanizado. Propicia um canal radicular de conformação cêntrica. → Limagem Processo mecânico de limpeza via raspagem. É no sentido longitudinal, com retrocesso contra as paredes dentinárias. Deve ser executado com cuidado para evitar compactação de material na região apical. 6 CIRURGIA DE ACESSO Objetivos: 1. Remover todo tecido cariado; 2. Conservar estrutura dentária sadia; 3. Conseguir acesso direto ao forame apical. → INCISIVOS PONTO DE ELEIÇÃO PE = próximo ao cíngulo; DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO DT = perpendicular à face palatina; FORMA DE CONVENIÊNCIA FC = de base para incisal. → O PE é o mais próximo da câmara, para minimizar os riscos de acidentes nos dentes anteriores. No caso do ICS é próximo ao cíngulo. → A DT é dinâmica começa perpendicular à face palatina, tendendo ao longo eixo. O volume da câmara pulpar identificada no rX vai determinar o calibre da broca. → A FC proporciona acesso direto a todos os canais, e corresponde ao teto da câmara pulpar removido na cirurgia de acesso. Elimina-se o teto para deixar a parede totalmente lisa, broca para polimento de resina (ponta dourada), sua presença impossibilita a remoção da polpa ou do conteúdo tóxico necrótico da região. A localização do canal é com explorador reto e limas K. O preparo cervical é realizado com brocas de largo, com objetivo de tirar a concrescência remanescente do cíngulo, mas deve manter a dentina peri-cervical. A presença de concrescência inviabiliza a sanificação, pois o movimento do instrumento fica limitado, a lima deve deslizar suavemente até a região do ápice. →CANINOS PONTO DE ELEIÇÃO PE = próximo ao cíngulo; DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO DT = perpendicular à face palatina; FORMA DE CONVENIÊNCIA FC = forma de chama ou ovóide. TÉCNICA DA CIRURGIA DE ACESSO Isolamento absoluto e embrocamento do campo operatório com clorexidina 2% - lembrando que a partir deste momento a irrigação não é mais com a seringa tríplice, só hipoclorito de sódio e cânula para aspirar. 7 As brocas são selecionadas de acordo com o volume da câmara pulpar. Inicia-se o desgaste próximo ao cíngulo, inclinando no sentido do longo eixo do dente até remoção do teto da câmara pulpar. Os eventuais pontos de retenção são identificados com o explorador n.5 e os remanescentes podem ser removidos com broca cônica diamantada. Localiza-se o canal com explorador reto. O depósito de concrescências de dentina deve ser removido com brocas de largo em movimento de penetração com pressão lateral no sentido lingual – atuando somente na porção reta do canal. Irriga-se a todo momento com hipoclorito de sódio. Com uma lima do tipo K verifica-se o trajeto a ser percorrido na etapa do preparo do canal. Em seguida, realiza-se a sondagem do canal empregando-se limas K ou C (para canais calcificados) e hipoclorito. Com movimento de ¼ de volta no sentido anti-horário faz-se ligeira pressão apical e retrocesso (movimento de penetração). Essesinstrumentos manuais são introduzidos gradualmente no canal para sua exploração inicia, pré-alargamento e melhor definição da entrada. O limite desta manobra é 2/3 do comprimento aparente do dente, obtido pela radiografia de diagnóstico. → é mais prudente considerar a existência de uma anatomia mais complexa, como nos dentes com achatamento M-D que apresentam 2 orifícios de entrada. O preparo da câmara pulpar estará concluído quando suas paredes estiverem planas, lisas e divergentes para incisal. ESVAZIAMENTO E LIMITE APICAL → Corresponde à etapa de remoção do conteúdo no interior do canal radicular, realizada após a cirurgia de acesso. Polpa viva = pulpectomia; Polpa morta = penetração desinfetante Canal tratado = desobstrução Pulpectomia é o tratamento radical da polpa dentária, consistindo da incisão e exérese do tecido pulpar vital, indicado principalmente para: ✓ Pulpite aguda irreversível; ✓ Pulpite crônica hiperplásica; ✓ Doenças degenerativas... alguns casos de traumatismo, entre outras. Sem este tecido, o dente perde toda a sua capacidade em transmitir estímulos térmicos e mecânicos, preservando apenas sua capacidade proprioceptiva oriunda do periodonto. O 8 limite deve ser um pouco aquém, para manter o tratamento dentro do canal e garantir sucesso. A zona de delta apical deve ser evitada, para evitar várias áreas de cicatrização. O limite é 1mm acima. →Pulpotomia refere-se à retirada da polpa coronária, que deve ser feita com muita irrigação de NaCl para evitar o escurecimento do dente pela deposição de hemoglobina nos túbulos dentinários. → Pulpectomia pode ser realizada pelas seguintes técnicas: ✓ Remoção integral do tecido pulpar; ✓ Esmagamento, em que a remoção é concomitante ao PQC. ✓ Penetração desinfetante para os casos de conteúdo necrótico. O objetivo é neutralizar e/ou remover o conteúdo necrótico, microorganismos, substratos e produtos bacterianos encontrados no interior do canal radicular (fatores bacteriológicos), sem levar estes componentes à porção apical. O desfecho ideal do tratamento é formação de tecido osteóide, e para isso o remanescente pulpar ajuda a fechar o forame com a produção de dentina ou cemento osteóide. Limite de trabalho Em dentes jovens o limite de trabalho deve ser considerado 2mm antes do início da abertura; adultos e idosos, 1mm. Idealmente o limite apical da instrumentação deve se alojar na CDC. Para polpa viva 1mm aquém do vértice radiográfico. ODONTOMETRIA A radiografia inicial pela técnica do paralelismo vai medir o CAD- Comprimento aparente do dente, que vai da borda incisal ou ponta de cúspide até o vértice radiográfico (ponta da raiz). De acordo com a anatomia do dente observada na radiografia inicial, comprimento e diâmetro, selecionamos o instrumento do tipo K. Com relação ao comprimento, dentes com o CAD até 21mm é óbvio a seleção de limas com 21mm e, respectivamente para os dentes até 25mm e 31mm. O diâmetro é selecionado, por meio da introdução e prova do instrumento previamente calibrado no comprimento desejado (CRI - comprimento real do instrumento, porém o instrumento a ser provado não deverá ficar folgado nem muito justo no interior do canal, o que 9 representaria respectivamente a possibilidade da lima cair durante a tomada radiográfica, bem como a extrusão (empurrar) tecidos saudáveis ou produtos tóxicos quando da mortificação pulpar para o periápice, acarretando agudização (dor) ou interferindo negativamente no processo de reparo cicatricial pós-tratamento endodôntico. Passo a passo: 1- Obtenção do CAD pela técnica do cone longo/paralelismo. 2- CAD – 3mm = CRI A subtração de 3mm ou 5mm do CAD é devido possíveis distorções da imagem na radiografia de diagnóstico. Introdução do instrumento escolhido, que deve ter sua ponta aquém do vértice radiográfico. Realizar a radiografia pela técnica da Bissetriz Excêntrica. Nesse caso a incidência dos feixes é no ápice do dente, de modo que a coroa e a porção cervical podem ficar distorcidas ou cortadas, mas isso não influencia no resultado. Processada a radiografia, mede-se, com o auxílio do negatoscópio, lupa e régua milimetrada transparente, o espaço entre a ponta do instrumento e o vértice radiográfico. A esta medida teremos um valor X. 3- De posse desta medida X (neste caso foi igual a 3mm) iremos acrescentar (somar)ao valor determinado pelo CRI, totalizando desta forma o valor do Comprimento Real do Dente. 10 (CRD = CRI + X ) 4- Com estes valores poderemos indicar o Comprimento de Trabalho (CT). a) Dentes com polpa viva. Esta condição implica instrumentar o canal há cerca de 1,0 do CRD. Polpa viva: CT = CRD - 1,0 mm b) Dentes com polpa morta. De modo geral ao recuarmos 0,5 a 1,0 mm do vértice radiográfico estaremos no CRT / CT. Polpa morta: CT = CRD - 0,5 mm →Atenção: ✓ Para os cálculos odontométricos foram necessárias 3 radiografias: a inicial com a técnica do paralelismo, cálculo do X com a técnica da bissetriz excêntrica e a confirmação do CRT ou CT com a técnica da bissetriz excêntrica. ✓ os dentes íntegros, a referência incisal ou oclusal é fácil de ser determinada, porém, nos cariados ou fraturados, o dentista deve preparar o remanescente coronário de modo a apresentar uma superfície plana de estrutura dental, de modo a obter um ponto anatômico passível de ser mantido durante todo o tratamento. Para isso, toda e qualquer estrutura de esmalte sem suporte de dentina deve ser removida e planificada. Do contrário, corremos o risco de rompimento da coroa entre as sessões e perda da referência incisal ou oclusal, conduzindo a erros iatrogênicos durante o tratamento. PREPARO DOS CANAIS RADICULARES Após a cirurgia de acesso, esvaziamento do canal radicular e odontometria, vamos selecionar os instrumentos manuais e reciprocantes na medida do CRT. Técnica de preparo dos canais Colocar os instrumentos numa gaze com hipoclorito, repetir o embrocamento e lavar a câmara com hipoclorito. Preencher a câmara com EndoPTC + hipoclorito, realizar instrumentação durante a reação de efervescência. Se a técnica escolhida for reciprocante, a escolha do instrumento vai ser conforme a última lima utilizada manualmente. 11 Depois da etapa da Reciproc, precisamos consultar a tabela de Preparo Apical Mínimo para avaliar a necessidade ou não de complemento manual, ex., se o final da instrumentação deu 15, vamos usar a R25, mas a tabela de PAM é 40, então é mais fácil já usar a R40 e dispensar a instrumentação posterior. → é uma boa conduta utilizar 1 ou 2 instrumentos manuais de diâmetro imediatamente acima do instrumento reciprocante utilizado. O movimento é reciprocante: (150º AH e 30º H) x 3 = 1 volta. Pecking motion é o movimento vai e vem. A cinemática de trabalho é: 3 ciclos de bicada/pincelamento, limpar a lima, irrigar e aspirar. São 3 inserções no terço cervical, depois no médio... até o CRT. Atenção: as limas R só cortam no sentido AH e o movimento reciprocante é ideal para não prender ou quebrar a lima, pois corta 150 e alivia 30. De acordo com o fabricante as R são de uso único, mas conforme estudo científico publicado por Bueno, o uso máximo é 3x. As limas R podem ser de 2 tipos: ✓ Classic: NiTi com flexibilidade e memória de forma. Para canais sem curvaturas acentuadas; 15 a 20 = R25 20 a 30 = R40 > 30 = R50 12 ✓ Blue: NiTi com tratamento térmico, que são as azuis. Atende curvas mais acentuadas. A ponta da lima é o D, que pode ser 0,25 –0,40 e 0,50. A conicidade é de 0,08 nos 3 primeiros mm, depois varia conforme o fabricante. PRINCÍPIOS COMUNS ✓ Exploração inicial; ✓ Glide path; ✓ Modelagem por terços até chegar ao comprimento de trabalho; ✓ Ampliação do 1/3 apical, levando instrumento compatível com o diâmetro anatômico; ✓ Melhorar conicidade do terço apical e médio. IRRIGAÇÃO FINAL A irrigação deve acontecer sempre, antes da trepanação até a colocação da medicação ou obturação do canal radicular. Já irrigação final, conforme protocolo da disciplina, se dá em 3 etapas: 1º ciclo: hipoclorito para remoção de matéria orgânica. Irrigar 2ml e agitar por 20seg com o easyclean. Aspirar. Repetir o processo mais 2x; 2º ciclo: ácido cítrico para remoção de matéria inorgânica. Irrigar 2ml e agitar por 20seg com o easyclean. Aspirar. Repetir o processo mais 2x; 3º ciclo: hipoclorito com ênfase na ação antimicrobiana. Irrigar 2mil e agitar por 20 seg com o easyclean. Aspirar. Repetir o processo mais 2x. →Observações gerais: O preparo químico-cirúrgico compreende a modelagem e sanificação dos sistemas de canais, realizados simultaneamente durante o preparo do canal radicular. A modelagem é a obtenção de um canal cirúrgico, realizado através da instrumentação, com instrumentos manuais e rotatórios (automatizados), que apresente conicidade, paredes divergentes para oclusal ou incisal e lisas, que contenha em toda sua extensão o canal anatômico, de modo a não alterar a forma original do canal radicular e que mantenha o forame apical, também na sua posição original. VERM R25 0,08 PRETA R40 0,06 AMARELA R50 0,05 0,05 13 A sanificação é composta pela ação conjugada de substâncias químicas auxiliares da instrumentação e instrumentos endodônticos, com vistas à promoção da limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares. →Limpeza: Consiste na eliminação de irritantes como os subprodutos de microrganismos e tecido pulpar vivo ou mortificado e outro qualquer componente orgânico ou inorgânico, presente no interior do canal. →Desinfecção: Consiste na eliminação de agentes patogênicos. Solução de Milton é o nome dado ao hipoclorito de sódio na concentração de 1%, vai promover a dissolução de matéria orgânica (lise protéica, saponificação e bacteriólise). Suas principais características são: ✓ Antimicrobiana e bactericida de largo espectro; ✓ Ph alcalino; ✓ Ausência de toxicidade clínica quando usado corretamente; ✓ Rápido e baixo custo (mas, atenção, precisa ficar no local um tempinho para ter ação antimicrobiana boa). ✓ Deve ser agitado! Ácido cítrico: para remoção de smear layer, dissolução de matéria inorgânica. É um eficiente desmineralizante e vai promover aumento das superfícies tubulares da dentina. → E se extravasar? Edema imediato, reação inflamatória e necrose. Na hora precisa irrigar e aspirar muito, para lavar e pode ser necessário prescrever corticoide e analgésico. Pode haver necessidade de encaminhar para hospital Easy Clean é uma pá que promove a limpeza das paredes do canal através da agitação mecânica e do atrito. OBTURAÇÃO DO CANAL O objetivo da obturação é a eliminação de espaços vazios que podem servir de nichos para a proliferação de microrganismos que causam inflamação e reabsorção óssea na região. O preenchimento deve ser adequado, para perpetuar o estado de desinfecção e reduzir riscos de reinfecção. É realizado com cones de guta percha e cimento resinoso (AH plus ou Sealer Plus). → Percolação é a infiltração de fluidos periapicais que vão servir de substrato para as bactérias. 14 Momento da obturação: → PQC finalizado + ausência de dor, sensibilidade (dente extruído), exsudato ou fístula. Se o paciente não preencher as condições acima, o caso é de medicar e esperar. Materiais: A guta-percha é sólida, e não vai ser usada em casos de dentes decíduos, pois vai atrapalhar a rizólise causada pela erupção dos permanentes. O cimento é o agente de união. → Guta-percha: Vantagens: boa adaptação, não altera a cor do dente, boa estabilidade dimensional, biocompatível, radiopaca e de fácil remoção. Desvantagens: certa resistência mecânica para canais curvos, falta de adesão à dentina e por isso precisa de cimento e pode ser deslocada com pressão para além do canal, por isso usamos o batente apical. A composição é, em maior parte, óxido de zinco. Os cones principais são padronizados: D0: 15 a 140. Conicidade: 0,02mm/mm Comprimento: 28mm. Os cones auxiliares têm conicidades e diâmetros variáveis, e suas pontas são afiladas. → Cimento: deve ser de fácil manipulação e bom escoamento, radiopaco, com estabilidade dimensional, bom tempo de trabalho, compatibilidade biológica, não mancha, e propriedade antimicrobiana. Servem para preencher os espaços entre os cones e entre os cones e o canal radicular, proporcionando um preenchimento mais homogêneo. Secagem do canal Normalmente utiliza-se no máximo 3 cones de papel de mesmo calibre do instrumento do preparo apical para secar adequadamente o canal, a partir deste número, se os cones de papel ainda evidenciar a presença de umidade-exsudação, sangue... Inserção do cimento O paciente deve estar posicionado de forma que o ápice do dente esteja num plano inferior a entrada do canal radicular. O cone principal ou secundário deve ser utilizado para levar o cimento para o interior do conduto. Um pouco de cimento é levado na ponta do cone ao interior do canal radicular, pincelando as paredes do conduto de apical para cervical, tomando- se o cuidado de não bombear cimento para o forame, o que poderia provocar extravasamentos. Esse procedimento deverá ser repetido até que o cimento flua para a câmara pulpar. Posicionar o cone principal na medida do CRT No caso de dentes multirradiculares, promover a colocação de todos os cones principais. Técnicas: 15 → do cone único: para canais de secção transversal circular; → da condensação lateral e vertical: para canais de secção circular ovalada em que o canal será preenchido com a maior quantidade possível de cones. A seleção do cone principal será de acordo com a Reciproc utilizada. Uma vez aprovado nos testes visual e tátil, serão realizadas 3 radiografias de prova do cone, teste de qualidade da obturação e a final. 1- Se o cone não chega no CRT: é preciso aumentar o diâmetro, instrumentar novamente, pois é problema de conicidade (e não odontometria); 2- Se o cone não atinge o CRT, mas está travado, posso radiografar? Não, pois certamente não passou no teste visual. Tem que instrumentar novamente para dar a conicidade correta. 3- O que fazer se meu cone chegar no CRT, mas não apresentar travamento? Cortar 0,5mm, em 0,5mm – pinçar para marcar a media, colocar novamente e verificar. 4- Cone vai além do ápice radiográfico: Corta o que excedeu e insere novamente. O cimento não causa tanto problema, mas o cone, por ser rígido, vai causar traumas conforme as pressões da mastigação. Atenção na hora de condensar. 5- Para os testes pre-obturação, o canal deve estar úmido com hipoclorito. 6- Após seleção do cone, mas antes de obturar = irrigação final. 7- Bolhas no terço cervical: utilizar espaçadores e cones acessórios, e tomar radiografia para conferir. Já as bolhas no terço apical exigem retirada de todo material para repassar o último instrumento utilizado e proceder nova obturação. 8- A descontaminação dos cones se dá pela submersão em hipoclorito por 1min. Dúvidas!
Compartilhar