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ENDO P1P2-19

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ANATOMIA DENTAL 
 
 
 
 
 
CDC = constrição,canal dentina-cemento. 
 
ANÁLISE TOPOGRÁFICA DA LOCALIZAÇÃO DO FORAME APICAL 
O ápice nunca está no centro, 48% dos dentes têm o ápice distalizado entre 0,5 e 3mm 
do centro. 
 
 
Anteriores Superiores (IC, IL, C) 100% raiz única, tipo I. 
Incisivo central inferior: 100% raiz única, mas o achatamento M-D faz com que os canais 
dupliquem, evidenciando um V e um L. Tipo I: 58% e tipo II 32%. 
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Incisivo lateral inferior: 100% raiz única, mas o achatamento M-D faz com que os canais 
dupliquem, evidenciando um V e um L. Tipo II: 37%. 
Canino inferior: 99% raiz única, com achatamento M-D, 96% Tipo I. 
 
Inclinação: Os superiores têm inclinação para palatino. 
Os inferiores têm inclinação para lingual. 
 
INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS 
Podem ser classificados das seguintes formas: 
✓ Acionamento: manual e mecanizados; 
✓ Desenho da parte de trabalho: farpados, K, hestroem e especiais; 
✓ Natureza da liga metálica: aço inoxidável ou liga de Ni-Ti 
✓ Processo de fabricação: torção ou usinagem. 
 
Limas 
As limas são instrumentos para alisamento e retificação de curvatura e irregularidades 
dos canais radiculares, embora contribuam também para o seu alargamento. 
Materiais 
Aço inoxidável e ligas Ni-Ti. 
As ligas de aço inoxidável apresentam uma boa resistência à corrosão e à fratura, além 
de dureza. As ligas Ni-Ti apresentam memória de forma e superelasticidade, além de alta 
resistência à deformação plástica e à fratura. 
 
Padronização 
✓ Numeração 
✓ Diâmetro 
✓ Conicidade do instrumento 
✓ Comprimento 
✓ Cor do cabo; 
✓ Comprimento da parte ativa; 
 
A parte ativa/de trabalho tem sempre 16mm, o que vai variar é a porção intermediária: 
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→ Lima de 21mm= 5+ 16mm 
 25mm= 9+ 16mm 
 31mm= 15+ 16mm 
D0 varia conforme a lima, ex., na lima 15 o D0 é 0,15mm e de D1 até D16 ela vai 
aumentando de 0,02 em 0,02mm. 
→ Questão de prova: Quanto é D6 da lima 15? 
D0 = 0,15 
D6 = 0,02x6 = 0,12. Logo: 0,15+0,12 = 0,27. 
 
Conicidade 
Trata-se da relação entre o aumento do diâmetro por unidade de comprimento da parte 
de trabalho. Os instrumentos convencionais apresentam conicidade de 0,02mm/mm sendo que 
a diferença de diâmetro da D16 em relação a D0 será sempre 0,32mm (16x0.02) 
Para instrumentos Ni-Ti as conicidades são de 0,04- 0,06- 0,08- 0,10 – 0,12. 
→ Quanto menor a conicidade, maior a flexibilidade do instrumento. Quanto maior a 
conicidade, maior a rigidez e a resistência à fratura 
 
K 
Podem atuar como lima e como alargador e podem ser fabricados em aço (fabricação 
por torção) e NiTi (fabricação por usinagem). A parte de trabalho tem 16mm e conicidade 
0,02mm/mm. A numeração varia de 6 a 140, sendo que a secção transversal é quadrangular até 
40 e triangular para todos os diâmetros maiores. 
ação de corte é satisfatória, é resistente e apresenta pouca flexibilidade. 
 
 
FLEX 
São fabricados por torção, produzidos a partir de haste de secção transversal triangular, 
em aço especial o que garante grande flexibilidade e, por isso indicada para canais curvos. 
Apresentam poder de corte maior do que as Limas Tipo K, sua borda cortante da espira é de 60 
graus. Encontram-se disponíveis no mercado na numeração de #15 a #40. 
 
 
HESTROEM 
... 
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Identificação: 
 
 
 
 
 Lima K Lima Flex Lima Hestroem 
 
 
 
Instrumentos com acionamento a motor 
Wave One 
Reciproc 
São instrumentos projetados para uso único, em movimento reciprocante. 
✓ O instrumento R25 apresenta ponta de 0,25 e conicidade de 0,08mm/mm na 
porção apical – tarja vermelha. 
✓ O instrumento R40 apresenta ponta de 0,40 e conicidade de 0,06mm/mm na 
porção apical – tarja preta. 
✓ O instrumento R50 apresenta ponta de 0,50 e conicidade de 0,05mm/mm na 
porção apical – tarja amarela. 
São comercializados em embalagem estéril. 
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15 
 
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Principais movimentos aplicados aos instrumentos endodônticos 
→ Penetração, Exploração ou Cateterismo 
Por meio deste movimento, confere-se ao instrumento pequenos avanços em sentido 
apical no interior do canal, juntamente com discretos movimentos de rotação em sentido H e 
AH de ¼ de volta, com retrocessos. Esse movimento tem como objetivo conhecimento da 
anatomia e esvaziamento do canal. Em geral emprega-se instrumentos tipo K. 
→ Alargamento 
Rotação e deslocamento compressivo simultâneos, manual ou mecanizado. Propicia um 
canal radicular de conformação cêntrica. 
→ Limagem 
Processo mecânico de limpeza via raspagem. É no sentido longitudinal, com retrocesso 
contra as paredes dentinárias. Deve ser executado com cuidado para evitar compactação de 
material na região apical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CIRURGIA DE ACESSO 
Objetivos: 
1. Remover todo tecido cariado; 
2. Conservar estrutura dentária sadia; 
3. Conseguir acesso direto ao forame apical. 
 
→ INCISIVOS 
PONTO DE ELEIÇÃO PE = próximo ao cíngulo; 
DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO DT = perpendicular à face palatina; 
FORMA DE CONVENIÊNCIA FC = de base para incisal. 
 
→ O PE é o mais próximo da câmara, para minimizar os riscos de acidentes nos dentes 
anteriores. No caso do ICS é próximo ao cíngulo. 
 → A DT é dinâmica começa perpendicular à face palatina, tendendo ao longo eixo. O 
volume da câmara pulpar identificada no rX vai determinar o calibre da broca. 
→ A FC proporciona acesso direto a todos os canais, e corresponde ao teto da câmara 
pulpar removido na cirurgia de acesso. Elimina-se o teto para deixar a parede totalmente lisa, 
broca para polimento de resina (ponta dourada), sua presença impossibilita a remoção da polpa 
ou do conteúdo tóxico necrótico da região. 
A localização do canal é com explorador reto e limas K. 
O preparo cervical é realizado com brocas de largo, com objetivo de tirar a 
concrescência remanescente do cíngulo, mas deve manter a dentina peri-cervical. A presença 
de concrescência inviabiliza a sanificação, pois o movimento do instrumento fica limitado, a lima 
deve deslizar suavemente até a região do ápice. 
 
→CANINOS 
PONTO DE ELEIÇÃO PE = próximo ao cíngulo; 
DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO DT = perpendicular à face palatina; 
FORMA DE CONVENIÊNCIA FC = forma de chama ou ovóide. 
 
TÉCNICA DA CIRURGIA DE ACESSO 
Isolamento absoluto e embrocamento do campo operatório com clorexidina 2% - 
lembrando que a partir deste momento a irrigação não é mais com a seringa tríplice, só 
hipoclorito de sódio e cânula para aspirar. 
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As brocas são selecionadas de acordo com o volume da câmara pulpar. Inicia-se o 
desgaste próximo ao cíngulo, inclinando no sentido do longo eixo do dente até remoção do teto 
da câmara pulpar. Os eventuais pontos de retenção são identificados com o explorador n.5 e os 
remanescentes podem ser removidos com broca cônica diamantada. Localiza-se o canal com 
explorador reto. O depósito de concrescências de dentina deve ser removido com brocas de 
largo em movimento de penetração com pressão lateral no sentido lingual – atuando somente 
na porção reta do canal. 
Irriga-se a todo momento com hipoclorito de sódio. 
Com uma lima do tipo K verifica-se o trajeto a ser percorrido na etapa do preparo do 
canal. 
Em seguida, realiza-se a sondagem do canal empregando-se limas K ou C (para canais 
calcificados) e hipoclorito. Com movimento de ¼ de volta no sentido anti-horário faz-se ligeira 
pressão apical e retrocesso (movimento de penetração). Essesinstrumentos manuais são 
introduzidos gradualmente no canal para sua exploração inicia, pré-alargamento e melhor 
definição da entrada. O limite desta manobra é 2/3 do comprimento aparente do dente, obtido 
pela radiografia de diagnóstico. 
→ é mais prudente considerar a existência de uma anatomia mais complexa, como nos 
dentes com achatamento M-D que apresentam 2 orifícios de entrada. 
O preparo da câmara pulpar estará concluído quando suas paredes estiverem planas, 
lisas e divergentes para incisal. 
 
ESVAZIAMENTO E LIMITE APICAL 
→ Corresponde à etapa de remoção do conteúdo no interior do canal radicular, 
realizada após a cirurgia de acesso. 
 
Polpa viva = pulpectomia; 
Polpa morta = penetração desinfetante 
Canal tratado = desobstrução 
 
Pulpectomia é o tratamento radical da polpa dentária, consistindo da incisão e exérese 
do tecido pulpar vital, indicado principalmente para: 
✓ Pulpite aguda irreversível; 
✓ Pulpite crônica hiperplásica; 
✓ Doenças degenerativas... alguns casos de traumatismo, entre outras. 
Sem este tecido, o dente perde toda a sua capacidade em transmitir estímulos térmicos 
e mecânicos, preservando apenas sua capacidade proprioceptiva oriunda do periodonto. O 
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limite deve ser um pouco aquém, para manter o tratamento dentro do canal e garantir sucesso. 
A zona de delta apical deve ser evitada, para evitar várias áreas de cicatrização. O limite é 1mm 
acima. 
 
→Pulpotomia refere-se à retirada da polpa coronária, que deve ser feita com muita 
irrigação de NaCl para evitar o escurecimento do dente pela deposição de hemoglobina nos 
túbulos dentinários. 
→ Pulpectomia pode ser realizada pelas seguintes técnicas: 
✓ Remoção integral do tecido pulpar; 
✓ Esmagamento, em que a remoção é concomitante ao PQC. 
✓ Penetração desinfetante para os casos de conteúdo necrótico. O objetivo é 
neutralizar e/ou remover o conteúdo necrótico, microorganismos, substratos e 
produtos bacterianos encontrados no interior do canal radicular (fatores 
bacteriológicos), sem levar estes componentes à porção apical. 
 
O desfecho ideal do tratamento é formação de tecido osteóide, e para isso o 
remanescente pulpar ajuda a fechar o forame com a produção de dentina ou cemento osteóide. 
 
Limite de trabalho 
Em dentes jovens o limite de trabalho deve ser considerado 2mm antes do início da 
abertura; adultos e idosos, 1mm. 
Idealmente o limite apical da instrumentação deve se alojar na CDC. 
Para polpa viva 1mm aquém do vértice radiográfico. 
 
ODONTOMETRIA 
A radiografia inicial pela técnica do paralelismo vai medir o CAD- Comprimento 
aparente do dente, que vai da borda incisal ou ponta de cúspide até o vértice radiográfico (ponta 
da raiz). 
De acordo com a anatomia do dente observada na radiografia inicial, comprimento e 
diâmetro, selecionamos o instrumento do tipo K. Com relação ao comprimento, dentes com 
o CAD até 21mm é óbvio a seleção de limas com 21mm e, respectivamente para os dentes 
até 25mm e 31mm. 
O diâmetro é selecionado, por meio da introdução e prova do instrumento previamente 
calibrado no comprimento desejado (CRI - comprimento real do instrumento, porém o 
instrumento a ser provado não deverá ficar folgado nem muito justo no interior do canal, o que 
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representaria respectivamente a possibilidade da lima cair durante a tomada radiográfica, bem 
como a extrusão (empurrar) tecidos saudáveis ou produtos tóxicos quando da mortificação 
pulpar para o periápice, acarretando agudização (dor) ou interferindo negativamente no 
processo de reparo cicatricial pós-tratamento endodôntico. 
 
Passo a passo: 
1- Obtenção do CAD pela técnica do cone longo/paralelismo. 
 
2- CAD – 3mm = CRI 
A subtração de 3mm ou 5mm do CAD é devido possíveis distorções da imagem na 
radiografia de diagnóstico. 
Introdução do instrumento escolhido, que deve ter sua ponta aquém do vértice 
radiográfico. Realizar a radiografia pela técnica da Bissetriz Excêntrica. 
 
Nesse caso a incidência dos feixes é no ápice do dente, de modo que a coroa e a porção 
cervical podem ficar distorcidas ou cortadas, mas isso não influencia no resultado. 
Processada a radiografia, mede-se, com o auxílio do negatoscópio, lupa e régua 
milimetrada transparente, o espaço entre a ponta do instrumento e o vértice radiográfico. A 
esta medida teremos um valor X. 
 
3- De posse desta medida X (neste caso foi igual a 3mm) iremos acrescentar 
(somar)ao valor determinado pelo CRI, totalizando desta forma o valor do Comprimento Real 
do Dente. 
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(CRD = CRI + X ) 
4- Com estes valores poderemos indicar o Comprimento de Trabalho (CT). 
a) Dentes com polpa viva. Esta condição implica instrumentar o canal há cerca de 1,0 
do CRD. 
Polpa viva: CT = CRD - 1,0 mm 
b) Dentes com polpa morta. De modo geral ao recuarmos 0,5 a 1,0 mm do vértice 
radiográfico estaremos no CRT / CT. 
Polpa morta: CT = CRD - 0,5 mm 
 
→Atenção: 
✓ Para os cálculos odontométricos foram necessárias 3 radiografias: a inicial 
com a técnica do paralelismo, cálculo do X com a técnica da bissetriz 
excêntrica e a confirmação do CRT ou CT com a técnica da bissetriz 
excêntrica. 
✓ os dentes íntegros, a referência incisal ou oclusal é fácil de ser determinada, 
porém, nos cariados ou fraturados, o dentista deve preparar o 
remanescente coronário de modo a apresentar uma superfície plana de 
estrutura dental, de modo a obter um ponto anatômico passível de ser 
mantido durante todo o tratamento. Para isso, toda e qualquer estrutura de 
esmalte sem suporte de dentina deve ser removida e planificada. Do 
contrário, corremos o risco de rompimento da coroa entre as sessões e 
perda da referência incisal ou oclusal, conduzindo a erros iatrogênicos 
durante o tratamento. 
 
 
PREPARO DOS CANAIS RADICULARES 
Após a cirurgia de acesso, esvaziamento do canal radicular e odontometria, vamos 
selecionar os instrumentos manuais e reciprocantes na medida do CRT. 
Técnica de preparo dos canais 
Colocar os instrumentos numa gaze com hipoclorito, repetir o embrocamento e lavar a 
câmara com hipoclorito. 
Preencher a câmara com EndoPTC + hipoclorito, realizar instrumentação durante a 
reação de efervescência. 
Se a técnica escolhida for reciprocante, a escolha do instrumento vai ser conforme a 
última lima utilizada manualmente. 
 
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Depois da etapa da Reciproc, precisamos consultar a tabela de Preparo Apical Mínimo 
para avaliar a necessidade ou não de complemento manual, ex., se o final da instrumentação 
deu 15, vamos usar a R25, mas a tabela de PAM é 40, então é mais fácil já usar a R40 e dispensar 
a instrumentação posterior. 
→ é uma boa conduta utilizar 1 ou 2 instrumentos manuais de diâmetro imediatamente 
acima do instrumento reciprocante utilizado. 
O movimento é reciprocante: (150º AH e 30º H) x 3 = 1 volta. Pecking motion é o 
movimento vai e vem. 
A cinemática de trabalho é: 3 ciclos de bicada/pincelamento, limpar a lima, irrigar e 
aspirar. São 3 inserções no terço cervical, depois no médio... até o CRT. 
Atenção: as limas R só cortam no sentido AH e o movimento reciprocante é ideal para 
não prender ou quebrar a lima, pois corta 150 e alivia 30. De acordo com o fabricante as R são 
de uso único, mas conforme estudo científico publicado por Bueno, o uso máximo é 3x. 
As limas R podem ser de 2 tipos: 
✓ Classic: NiTi com flexibilidade e memória de forma. Para canais sem curvaturas 
acentuadas; 
15 a 20 = R25 
20 a 30 = R40 
> 30 = R50 
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✓ Blue: NiTi com tratamento térmico, que são as azuis. Atende curvas mais 
acentuadas. 
A ponta da lima é o D, que pode ser 0,25 –0,40 e 0,50. 
A conicidade é de 0,08 nos 3 primeiros mm, depois varia conforme o fabricante. 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS COMUNS 
✓ Exploração inicial; 
✓ Glide path; 
✓ Modelagem por terços até chegar ao comprimento de trabalho; 
✓ Ampliação do 1/3 apical, levando instrumento compatível com o diâmetro 
anatômico; 
✓ Melhorar conicidade do terço apical e médio. 
 
IRRIGAÇÃO FINAL 
A irrigação deve acontecer sempre, antes da trepanação até a colocação da medicação 
ou obturação do canal radicular. 
Já irrigação final, conforme protocolo da disciplina, se dá em 3 etapas: 
1º ciclo: hipoclorito para remoção de matéria orgânica. Irrigar 2ml e agitar por 20seg com o easyclean. 
Aspirar. Repetir o processo mais 2x; 
2º ciclo: ácido cítrico para remoção de matéria inorgânica. Irrigar 2ml e agitar por 20seg com o easyclean. 
Aspirar. Repetir o processo mais 2x; 
3º ciclo: hipoclorito com ênfase na ação antimicrobiana. Irrigar 2mil e agitar por 20 seg com o easyclean. 
Aspirar. Repetir o processo mais 2x. 
 
→Observações gerais: 
O preparo químico-cirúrgico compreende a modelagem e sanificação dos sistemas de 
canais, realizados simultaneamente durante o preparo do canal radicular. 
A modelagem é a obtenção de um canal cirúrgico, realizado através da instrumentação, 
com instrumentos manuais e rotatórios (automatizados), que apresente conicidade, paredes 
divergentes para oclusal ou incisal e lisas, que contenha em toda sua extensão o canal 
anatômico, de modo a não alterar a forma original do canal radicular e que mantenha o forame 
apical, também na sua posição original. 
VERM R25 0,08 
PRETA R40 0,06 
AMARELA R50 0,05 
0,05 
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A sanificação é composta pela ação conjugada de substâncias químicas auxiliares da 
instrumentação e instrumentos endodônticos, com vistas à promoção da limpeza e desinfecção 
do sistema de canais radiculares. 
→Limpeza: Consiste na eliminação de irritantes como os subprodutos de 
microrganismos e tecido pulpar vivo ou mortificado e outro qualquer componente orgânico ou 
inorgânico, presente no interior do canal. 
→Desinfecção: Consiste na eliminação de agentes patogênicos. 
Solução de Milton é o nome dado ao hipoclorito de sódio na concentração de 1%, vai 
promover a dissolução de matéria orgânica (lise protéica, saponificação e bacteriólise). 
Suas principais características são: 
✓ Antimicrobiana e bactericida de largo espectro; 
✓ Ph alcalino; 
✓ Ausência de toxicidade clínica quando usado corretamente; 
✓ Rápido e baixo custo (mas, atenção, precisa ficar no local um tempinho para ter 
ação antimicrobiana boa). 
✓ Deve ser agitado! 
Ácido cítrico: para remoção de smear layer, dissolução de matéria inorgânica. É um 
eficiente desmineralizante e vai promover aumento das superfícies tubulares da dentina. 
 
→ E se extravasar? 
Edema imediato, reação inflamatória e necrose. Na hora precisa irrigar 
e aspirar muito, para lavar e pode ser necessário prescrever corticoide e 
analgésico. Pode haver necessidade de encaminhar para hospital 
 
Easy Clean é uma pá que promove a limpeza das paredes do canal através da agitação 
mecânica e do atrito. 
 
 
OBTURAÇÃO DO CANAL 
O objetivo da obturação é a eliminação de espaços vazios que podem servir de nichos 
para a proliferação de microrganismos que causam inflamação e reabsorção óssea na região. O 
preenchimento deve ser adequado, para perpetuar o estado de desinfecção e reduzir riscos de 
reinfecção. 
É realizado com cones de guta percha e cimento resinoso (AH plus ou Sealer Plus). 
→ Percolação é a infiltração de fluidos periapicais que vão servir de substrato para as 
bactérias. 
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Momento da obturação: 
→ PQC finalizado + ausência de dor, sensibilidade (dente extruído), exsudato ou fístula. 
Se o paciente não preencher as condições acima, o caso é de medicar e esperar. 
Materiais: 
A guta-percha é sólida, e não vai ser usada em casos de dentes decíduos, pois vai 
atrapalhar a rizólise causada pela erupção dos permanentes. O cimento é o agente de união. 
→ Guta-percha: 
Vantagens: boa adaptação, não altera a cor do dente, boa estabilidade dimensional, 
biocompatível, radiopaca e de fácil remoção. 
Desvantagens: certa resistência mecânica para canais curvos, falta de adesão à dentina 
e por isso precisa de cimento e pode ser deslocada com pressão para além do canal, por isso 
usamos o batente apical. 
A composição é, em maior parte, óxido de zinco. Os cones principais são padronizados: 
D0: 15 a 140. 
Conicidade: 0,02mm/mm 
Comprimento: 28mm. 
Os cones auxiliares têm conicidades e diâmetros variáveis, e suas pontas são afiladas. 
→ Cimento: deve ser de fácil manipulação e bom escoamento, radiopaco, com 
estabilidade dimensional, bom tempo de trabalho, compatibilidade biológica, não mancha, e 
propriedade antimicrobiana. Servem para preencher os espaços entre os cones e entre os cones 
e o canal radicular, proporcionando um preenchimento mais homogêneo. 
Secagem do canal 
 Normalmente utiliza-se no máximo 3 cones de papel de mesmo calibre do instrumento 
do preparo apical para secar adequadamente o canal, a partir deste número, se os cones de 
papel ainda evidenciar a presença de umidade-exsudação, sangue... 
Inserção do cimento 
O paciente deve estar posicionado de forma que o ápice do dente esteja num plano 
inferior a entrada do canal radicular. O cone principal ou secundário deve ser utilizado para levar 
o cimento para o interior do conduto. Um pouco de cimento é levado na ponta do cone ao 
interior do canal radicular, pincelando as paredes do conduto de apical para cervical, tomando-
se o cuidado de não bombear cimento para o forame, o que poderia provocar extravasamentos. 
Esse procedimento deverá ser repetido até que o cimento flua para a câmara pulpar. Posicionar 
o cone principal na medida do CRT 
No caso de dentes multirradiculares, promover a colocação de todos os cones principais. 
 
Técnicas: 
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→ do cone único: para canais de secção transversal circular; 
→ da condensação lateral e vertical: para canais de secção circular ovalada em que o 
canal será preenchido com a maior quantidade possível de cones. 
A seleção do cone principal será de acordo com a Reciproc utilizada. 
Uma vez aprovado nos testes visual e tátil, serão realizadas 3 radiografias de prova do 
cone, teste de qualidade da obturação e a final. 
 
 
 
1- Se o cone não chega no CRT: é preciso aumentar o diâmetro, instrumentar 
novamente, pois é problema de conicidade (e não odontometria); 
2- Se o cone não atinge o CRT, mas está travado, posso radiografar? Não, pois 
certamente não passou no teste visual. Tem que instrumentar novamente para dar 
a conicidade correta. 
3- O que fazer se meu cone chegar no CRT, mas não apresentar travamento? Cortar 
0,5mm, em 0,5mm – pinçar para marcar a media, colocar novamente e verificar. 
4- Cone vai além do ápice radiográfico: Corta o que excedeu e insere novamente. O 
cimento não causa tanto problema, mas o cone, por ser rígido, vai causar traumas 
conforme as pressões da mastigação. Atenção na hora de condensar. 
5- Para os testes pre-obturação, o canal deve estar úmido com hipoclorito. 
6- Após seleção do cone, mas antes de obturar = irrigação final. 
7- Bolhas no terço cervical: utilizar espaçadores e cones acessórios, e tomar radiografia 
para conferir. Já as bolhas no terço apical exigem retirada de todo material para 
repassar o último instrumento utilizado e proceder nova obturação. 
8- A descontaminação dos cones se dá pela submersão em hipoclorito por 1min. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dúvidas!

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