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luiz fernando de frança
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
inclusão dos portadores de deificiência nas aulas de Educação física
PROJETO DE ENSINO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Cidade
2019
luiz fernando de frança
inclusão dos portadores de deificiência nas aulas de Educação física
PROJETO DE ENSINO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Projeto
 
de Ensino 
apresentado à Unopar, como requisito parcial 
à conclusão
 do Curso d
e
 
Educação Física
.
Orientadores
: Prof.
 
Mario Carlos Welin Balvedi
, 
Eraldo Pedro da Silva
 e Carlos Miné.
Taubaté
2019
França, Luiz INCLUSÃO DOS PORTADORES DE DEIFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: inclusão. 2019. 37 folhas. Projeto de Ensino (Graduação em Educação Física) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Taubaté, 2019.
RESUMO
A prática da Educação Física escolar proporciona oportunidades múltiplas para a ação educativa dos jovens. Os conteúdos e estratégias devem sempre proporcionar a inclusão de todos os alunos inclusive os portadores de deficiência física. Ao longo da história os portadores de deficiência física sofreram grande preconceito, foram tratados como loucos e estúpidos. Somente a partir do século XX houve preocupações nas descobertas de métodos que visassem uma reintegração social com deficiente. O objetivo deste estudo foi verificar se realmente a Educação Física escolar é um meio de inclusão dos alunos deficientes físicos, e se estes participam ativamente das aulas. A pesquisa foi realizada no período de fevereiro a março de 2019, com aplicação de um questionário aos profissionais de Educação Física das escolas estaduais, municipais e particulares de Taubaté contendo três questões abertas e duas fechadas. O resultado mostrou que ainda falta muito para os alunos portadores de deficiências físicas serem incluídos nas aulas de Educação Física, e apesar dos professores não terem estrutura adequada e nem capacitação para trabalharem com alunos portadores de necessidades especiais, eles fazem o que podem para incluir esses alunos em suas aulas. 
Palavras-chave: Educação Física Escolar, Inclusão, Portadores de Deficiência Física, Profissionais de Educação Física.
ABSTRACT
The practice of School Physical Education provides multiple opportunities for the educational action of young people. Content and strategies should always provide for the inclusion of all students, including those with physical disabilities. Throughout history, people with disabilities have suffered great prejudice, been treated like crazy and stupid. Only from the twentieth century were there concerns about the discovery of methods that aimed at social reintegration with deficiency. The objective of this study was to verify if the Physical Education in the school is a means of inclusion of the disabled students, and if they participate actively in the classes. The research was carried out from February to March 2019, with the application of a questionnaire to the Physical Education professionals of the state, municipal and private schools of Taubaté containing three open and two closed questions. The result showed that it is still a long way for students with physical disabilities to be included in Physical Education classes, and although teachers do not have the right structure or capacity to work with students with special needs, they do what they can to include these students in their classes.
Key words: School Physical Education, Inclusion, Physical Disability, Physical Education Professionals.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	8 
REVISÃO DE LEITURA	10
 - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E SUA HISTÓRIA	10
 - OS OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA	13
 - PROFESSORES CAPACITADOS	15
 - INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA	18
MATÉRIAS E MÉTODOS	22
 3.1 - AMOSTRA	22
RESULTADOS E DISCUSSÃO	24
CONSIDERAÇÕES FINAIS	32
REFERÊNCIAS	33
AENXO 1 - AUTORIZAÇÃO	35
ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO	36
ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO	37
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – REFERENTE À QUESTÃO – VOCÊ POSSUI ALGUMA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ADAPTADA?	24 
GRÁFICO 2 – REFERENTE À QUESTÃO – A INSTITUIÇÃO QUE VOCÊ 
LECIONA POSSUI ESTRUTURA ADEQUADA PARA OS ALUNOS COM 
DEFICIÊNCIA FÍSICA?	27
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – REFERENTE À QUESTÃO – VOCÊ JÁ DEIXOU DE INCLUIR 
ALGUM ALUNO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA? POR QUÊ?	25
QUADRO 2 – REFERENTE À QUESTÃO – OS ALUNOS PORTADORES 
DE DEFICIÊNCIA PODERIAM ATRAPALHAR DE CERTA FORMA O 
ANDAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA TURMA?	28
QUADRO 3 – REFERENTE À QUESTÃO – QUAL INICIATIVA OS ALUNOS 
COM DEFICIÊCIA FÍSICA TEM COM RELAÇÃO ÀS AULAS DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA?	30
INTRODUÇÃO
Olhar para as pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físicas e perceber não a limitação nem a desvantagem, mas suas capacidades, possibilidades e potencialidades que possuem é função primordial do profissional de Educação Física, a fim de assegurar os direitos humanos e sociais e melhorar a qualidade de vida num âmbito global, onde todos os indivíduos com ou sem diferenças possam estar incluídos. Conceitua-se inclusão social como um processo em que todos são importantes e significativos e que devemos considerar e respeitar as diferenças individuais, no sentido de adaptar os cidadãos que foram excluídos de alguma forma.
Portanto, incluir não é apenas colocar essas crianças em salas de aula, apenas como se fossem pessoas "normais" e esperar que se adaptem num contexto que nunca foi pensado por elas e para elas. A escola é quem deve se adequar a essas crianças para que haja um ambiente favorável a todos. É fundamental que o educador repense sua forma de atuação no ambiente escolar para que ele não crie impedimentos para as crianças com deficiência física, ao contrário, o educador deve criar facilidades para que elas possam conviver com a diferença.
Com isso, esta pesquisa tem por objetivo compreender se os alunos com deficiência física são incluídos nas aulas de Educação Física, se realmente os professores estão preparados para atuar com este público e como eles vêem a inclusão destes alunos nas aulas de Educação Física. Verificar também se a escola está preparada para receber esses alunos, tanto no aspecto arquitetônico quanto no âmbito pedagógico.
A monografia tem início com a definição da pessoa com deficiência e seu contexto histórico. A partir dessa exemplificação é relacionada à Educação Física Adaptada e à pessoa com deficiência, mostrando sua importância para esse seguimento. Posteriormente cita-se o profissional de Educação Física e suas capacidades com relação às pessoas com deficiência física e à inclusão dessas pessoas nas aulas de Educação Física. O trabalho tem seu desfecho com os resultados e discussão sobre um questionário apresentado aos professores de Educação Física com perguntas relacionadas à inclusão dos alunos com deficiência física. 
Espera-se que esta pesquisa contribua para que os profissionais de Educação Física e a sociedade deem a real importância da inclusão das pessoas com deficiência física, pois essa inclusão oferece uma melhor qualidade de vida e desenvolve suas capacidades físicas. psicológicas e sociais como uma forma de integração e que a sociedade se torne mais compreensiva com este segmento, que sejam feitas formas para que esses indivíduos sejam incluídos na sociedade e que as barreiras, tanto sociais, quanto arquitetônicas, sejam derrubadas.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E SUA HISTÓRIA
A pessoa com deficiência se faz presente na sociedade desde os mais remotos tempos, o tratamento dado a essas pessoas varia conforme os valores e normas de diferentes culturas. Era comum o abandono dos doentes e portadoresde deficiência, pois essas pessoas dificultavam as constantes mudanças e caminhadas características desses povos. Carmo (1991, apud CIDADES & FREITAS, 2002, p.13) coloca ainda que “a maioria das tribos humanas eram caracterizadas pela necessidade de sobrevivência e superstições e consideravam os deficientes como bons e maus espíritos".
Entre 500 a. C e 400 d. C, ocorreram diversas guerras onde os povos construíram a imagem de corpos fortes com preocupações com a capacidade física dos soldados. Devido aos combates ,ocorreram diversas amputações com esses combatentes, ainda persistia a superstição de bons e maus espíritos e as crianças que nasciam imperfeitas fisicamente eram executadas (CIDADES & FREITAS, 2002). Depauw e Gavron (1995. apud CIDADES & FREITAS, 2002, p.14) relatam que, "no início do cristianismo (400 a 1500 d. C) os indivíduos com deficiência eram trancados em vales, casas, porões e eram protegidos pelos monastérios, persistia a ideia de possessão demoníaca, que terminava em longas seções de exorcismo".
Castro (2002, p.39) afirma que, "durante os séculos XVI e XVII as pessoas com distúrbios mentais ou emocionais eram vistas como loucas, estúpidas, e as ameaças eram vistas no sentido de removê-las da sociedade." O século XVIII foi evidentemente influenciado pela transição das formas de pensar, passando da superstição e hostilidade para compaixão e pena. Iniciando o interesse de educar e reabilitar esses indivíduos. 
Ter algum impedimento que interfere na capacidade de um desenvolvimento normal não é tão raro em nossa sociedade. Durante toda a história as pessoas com deficiência física sofreram grande preconceito, e eram tratadas como indivíduos inferiores. No século XX após a segunda Guerra Mundial houve um efeito positivo sobre as atitudes em relação à pessoa deficiente, houve a preocupação nas descobertas de métodos que visavam uma reintegração social do deficiente e, na medida do possível, torná-lo um fator de produção da sociedade, com o início de programas dirigidos para esses indivíduos (ROSADAS, 1986).
Cidade & Freitas ( 2002, p. 15), colocam que:
Pelo menos, a décima parte de todas as crianças nasce ou adquire impedimentos — físicos, mentais ou sensórias — que interferirão em sua capacidade para um desenvolvimento normal, a não ser que lhes seja prestada assistência e atenções especiais. Está é uma estimativa aproximada, os números podem ser maiores em países de terceiro mundo, alcançando quinze a vinte por cento de todas as crianças, conforme as definições de deficiência utilizadas (CIDADE & FREITAS 2002, p. 15).
Duarte e Werner (1985, apud CIDADES & FREITAS, 2002, p.59) definem que a deficiência física é "entendida como uma alteração no corpo que provoca dificuldade na movimentação das pessoas e as impede de participarem da vida de forma independente." Telford e Sawrey (1978, apud CIDADES & FREITAS, 2002, p.59) completa que, deficiência motora, caracteriza-se por um distúrbio da estrutura anatômica ou da função, que interfere na movimentação e/ou locomoção do indivíduo. Busca-se reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para práticas corporais, resultantes da valorização exacerbada, desempenho e da eficiência, PCN (BRASIL, 2001).
Para Entreamigos (2001, apud PALHARES & MARINA, 2002), o termo pessoas com deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor, o qual compreende os sistemas ósteo-articular, muscular e nervoso. As doenças ou as lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variados, conforme os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.
Ainda hoje os primeiros contatos com a diversidade fazem com que a maioria das pessoas se sinta desconfortável, mas o choque dos primeiros contatos desaparece aos poucos, a adaptação ocorre de maneira natural e quando se percebe essa diversidade passa a ser normal (PICCHE, 1998, p.13).
Diante deste fato deve-se sempre tratar o indivíduo deficiente como uma pessoa saudável, pois possuir limitações funcionais não significa que a pessoa seja doente ou portadora de doenças contagiosas. Atualmente, no contexto social, as pessoas com deficiência física encontram inúmeros problemas, entre eles: falta de atendimento especializado, desemprego, discriminação, preconceito, dificuldade no acesso aos locais públicos, falta de transportes adequados e barreiras arquitetônicas (SASSAKI, 1997).
O Conselho Nacional dos Direitos Portadoras de Deficiência (Conade) foi criado pela medida provisória n° 1799 — 6, de 10 de julho 1999, como órgão responsável pelo acompanhamento e avaliação Política Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência das políticas setoriais da educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política urbana, no que concerne à pessoa portadora de deficiência. Suas competências estão definidas no decreto 3.298/99, de 20 de dezembro de 1999 (PEDRINELLI, 1994).
A lei n. 10.048, de 08 de novembro de 2000, prioriza o atendimento de pessoas com deficiência em repartições públicas, reserva assentos no transporte público, dispõe sobre a construção de edifícios públicos que permitam o seu acesso (SOLER, 2005). Essas leis representam um grande avanço no que concerne aos direitos do cidadão com deficiência podendo assim mudar a história desses indivíduos. Também sinaliza um novo olhar sobre as diferenças, uma nova maneira de ver a disposição dessa parcela da população tão carente de respeito e de espaços próprios.
 2.2 - OS OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Bueno e Resa (1995, apud CIDADES & FREITAS, 2002, p.36) afirmam que a Educação Física Adaptada é uma área da Educação Física que não se diferencia do seu contexto nem de seus conteúdos, mas compreende técnicas, métodos e forma de organização que podem ser aplicados ao indivíduo deficiente. Rosadas (1994, apud BORGES. 2006, p.1) completa que a Educação Física Adaptada é uma área do conhecimento em Educação Física e esportes que tem por objetivo privilegiar uma população caracterizada como portadora de deficiência ou de necessidades especiais, e desenvolve-se através de atividades psicomotoras, esporte pedagógico, recreação e lazer especial e técnicas de orientação e locomoção sendo então a Educação Física muito importante para o desenvolvimento geral de qualquer indivíduo.
Segundo Souza (2007)
A Educação Física enfatiza o conhecimento e domínio corporal e busca, através de atividades lúdicas e esportivas, serve como importante elemento de desenvolvimento geral, aumentando o potencial de experimentação corporal de situações de aprendizagem e de aquisição de conceitos básicos. Desenvolve a autoconfiança, a auto-iniciativa e a auto-estima. além de atuar como elemento facilitador de um desenvolvimento motor adequado e propiciador de situações de interação social, deste modo nos mostra a importância da educação física para os portadores de deficiência física (SOUZA 2007, p.3).
Para Castro (2002) os objetivos da Educação Física Adaptada (EFA) são integrar e aplicar fundamentos teórico-práticos das diferentes disciplinas, proporcionando o desenvolvimento global e promovendo diversos benefícios aos praticantes de atividade física. Sassaki (1997) afirma também que a Educação Física estimula seus praticantes a desenvolver a apreciação pela diversidade individual, adquirir experiências diretas com a variação natural das capacidades humanas; demonstrar crescente responsabilidade e melhora da aprendizagem através do ensino entre os alunos considerados normais; ter acesso a uma gama mais ampla de modelos de papel social, atividades de aprendizagem e redes sociais; desenvolver, em escala crescente o conforto, a confiança e a compreensão da diversidade individual deles e de outras pessoas e demonstrar crescente, responsabilidade e aprendizagem através do ensino.
Souza (2007) afirma que tais estímulos ajudarão esses indivíduos a se adaptaremas diversas barreiras de seu cotidiano. O educador deverá sempre identificar tanto a necessidades e capacidades de cada educando, quanto suas possibilidades de ação e adaptações para o movimento e facilitar sua independência e autonomia, favorecendo, assim o processo de inclusão e aceitação em seu grupo social.
Segundo Bueno e Resa (1995, apud CIDADES & FREITAS, 2002, p. 37) "a Educação Física se constitui em uma grande área de adaptação, ao permitir, nos programas sociais, participação de crianças e jovens em atividades físicas adequadas as suas possibilidades, fazendo com que sejam valorizadas." Diante deste fato, a EFA possibilita o desenvolvimento das potencialidades da pessoa com deficiência física, respeitando seus limites, ensinando o manejo correto da cadeira de rodas, muletas e outras órteses, facilitando o acesso ao meio físico e possibilitando adaptações de materiais, de acordo com seu tipo de deficiência (SASSAKI, 1997).
Segundo Pedrinelli (1994, apud CIDADES & FREITAS, 2002, p.35):
O termo educação física adaptada na década de 50 foi definido pela American Association for Hetle, Plyscol Education Recreation Dance (AAHPERD) como sendo um programa diversificado de atividades desenvolvimentistas, jogos e ritmos adequados aos interesses capacidades e limitações de estudantes com deficiência. A partir de 1982 passou a ser definidas "... Educação Fisica para pessoas portadoras de deficiência física."Pedrinelli (1994,apud CIDADES e FREITAS,2002,p.35).
A Educação Física adaptada é um grande avanço para as pessoas com deficiência física, podendo trazer vários benefícios para todos, tanto para essas pessoas, quanto para as pessoas ditas "normais".
2.3 PROFESSORES CAPACITADOS
"Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996, está acontecendo uma revolução no sistema educacional brasileiro, pois a tarefa é transformá-lo em um sistema que reconheça e valorize a diversidade, favorecendo a todos os envolvidos" (SOLER, 2005 p. 19). Cria-se então a questão, se os profissionais de Educação Física estão capacitados para atender crianças com deficiência física. Palhares e Marina (2002, p.25) afirmam que "os professores não estão habilitados para lidar com essas crianças, uma vez que, até recentemente, não reconhecia como sua responsabilidade de educar crianças com necessidades especiais".
Segundo Palhares & Marina (2002, p. 53):
Há muito se vem denunciando o descaso das autoridades brasileiras competentes com a educação brasileira. Também é comum atribuir a baixa qualidade do ensino à inadequada formação do professor. Essa interpretação, no entanto, é reducionista, pois focaliza um só lado do problema, e a resposta a esse problema tem sido promover cursos de capacitação para os profissionais da educação. Contudo, essa estratégia não ataca outros problemas, como os baixos salários, a rotatividade de professores nas escolas públicas, entre outros, nem garante espaço suficiente para a reflexão da ação pedagógica (PALHARES E MARINA. 2002, p. 53).
Segundo Gainza (1964, apud PALHARES & MARINA, 2002, p.232), uma das condições primordiais para dedicar-se à delicada tarefa de ensinar é sentir verdadeira paixão pelo objeto de ensino. Esse sentimento quando verdadeiro vem acompanhado de grande necessidade de transmitir e difundir o foco do interesse. Ribeiro (2001, p.31) afirma que os profissionais que atuam diretamente com esporte, seja como professor de Educação Física ou áreas afins, não devem ser indiferentes às diferenças existentes, ou ignorar a diversidade que os cerca. É necessário, portanto, que neste cenário os educadores invistam nesta educação inclusiva, para beneficiar não somente os portadores de deficiência física, mas toda a sociedade através da aceitação e valorização das diferenças individuais, aprendendo a conviver dentro da diversidade humana, através da cooperação e da compreensão. (CIDADES & FREITAS, 2002).
Schiavon (2003, p.11) relata que, "os profissionais de Educação Fisica precisam perceber que os alunos que mais precisam do conhecimento dos professores são exatamente aqueles que mais apresentam dificuldades nas aulas". Ribeiro (2001, p.31) afirma que apenas oportunizar a prática da atividade esportiva não garantirá automaticamente a inclusão. Para que isto ocorra é importante que todos os envolvidos estejam fazendo parte do objetivo da atividade. Pedrinelli (1994) relata que o educador deverá selecionar a atividade em função do comprometimento motor, da idade cronológica e do desenvolvimento intelectual do aluno. O educador, em seu trabalho, deve antes conhecer certos fatores que podem melhorar e auxiliá-lo (ex: tipo de deficiência, em que idade surgiu se é transitória ou permanente, que funções e estruturas estão prejudicadas).
Darido e Rangel (2005) afirmam que, se entendermos que todos os alunos têm direitos, enquanto cidadãos, de participar das aulas de Educação Fisica, o problema do professor reside em encontrar alternativas para a não exclusão. Os professores devem estar atentos às necessidades de seus alunos, para assim conseguir atender cada um deles, sem que nenhum fique prejudicado.
Munster e Almeida (2005, p.61) afirmam ainda
Os programas de atividade motora adaptada estão fundamentados basicamente na compreensão do processo de desenvolvimento do ser humano em questão, na identificação das necessidades e potencialidades de cada indivíduo, na seleção de objetivos e conteúdos que levam em consideração os interesses dos educandos e no uso de estratégias e recursos adequados para desenvolvê-los. (MUNSTER E ALMEIDA, 2005, p.61).
Soler (2005, p. 23) destaca que a ideia que se formou ao longo dos anos, de que é bastante difícil lidar com as pessoas com deficiência física, é nada mais do que um equívoco, pois o que a pessoa especial quer é ser incluída e também ser tratada como as demais pessoas. Portanto, para que isso aconteça é necessário algum conhecimento especifico sobre aspectos da deficiência, para não cometermos nenhum erro.
Para Stainback e Stainback (1999) deve-se oferecer aos alunos com necessidades especiais serviços de que necessitem, em ambientes integrados, e proporcionar aos professores atualizações de suas habilidades, e que os professores sejam capacitados, pois na medida em que elevam sua posição, mantêm-se informados das mudanças que ocorrem em suas áreas e garantem sua participação na tomada de decisões. Para trabalhar com alunos com necessidades especiais é necessário que o professor tenha o interesse em se capacitar e se dedique a tarefa de ensinar.
2.4 INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DE DEFICIÊNCIA FÍSICA
Inclusão é o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades educacionais especiais e, simultaneamente, estas, se preparam para assumir seus papeis na sociedade (SASSAKI, 1997, P.41)- Embora o debate sobre educação inclusiva não tenha nascido no contexto da educação especial, se aplica também a ela, na medida em que sua clientela também faz parte daquela população historicamente excluída da escola e da sociedade.
Entretanto, ela não pode ser reduzida à errônea crença de que para implementá-la basta colocar crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais em escolas regulares ou nas classes comuns (PALHARES & MARINA,2002). Não basta simplesmente "colocar" o aluno com deficiência física dentro de uma escola regular, tem que haver a inclusão. Portanto, a inclusão escolar não é um processo rápido, e sim um processo gradativo. Aranha (2001, apud PALHARES & MARINA, 2002, p.61), afirma que "a ideia de inclusão se fundamenta em uma filosofia que reconhece e aceita a diversidade na vida em sociedade. Isto significa a garantia de acesso a todas as oportunidades independente das peculiaridades de cada indivíduo ou grupo social."
Segundo Palhares & Marina (2002, p. 68):
(...) os indivíduos portadores de deficiência física tiveram sua inserção garantida,não apenas na legislação, mas na realidade, preferencialmente na classe comum das escolas públicas. Entretanto, seria conveniente ressaltar que a mera inserção na classe comum não garante a educação de qualidade, integração social e a conquista de uma educação inclusiva e mais do que isso, de uma sociedade inclusiva (RALHARES E MARINA, 2002, p68.).
Souza (2007) aponta que nos anos 60 houve uma expansão do ensino integrado, que aconteceu por ter sido incluído na Legislação de Ensino pela primeira vez no Brasil um dispositivo referente à educação de Excepcionais - Lei de Diretrizes e Bases, 1971; "Artigo 88 - A educação de excepcionais deve no que for possível, enquadrar-se no Sistema Geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade". Esse foi um grande passo para que acontecesse uma maior integração entre as pessoas ditas normais e as com algum tipo de deficiência, proporcionando a merecida igualdade de direitos e tentando findar o preconceito.
A estrutura da ação em educação especial foi adotada pela Conferência Mundial em Educação Especial, organizada pelo governo da Espanha em cooperação com a UNESCO, realizada em Salamanca entre 07 e 10 de junho de 1994 (SASSAKI, 1997). Tem como importante princípio o reconhecimento das diferenças, o atendimento das necessidades de cada um, a promoção da aprendizagem, o reconhecimento da importância da escola para todos e a formação de professores com a perspectiva de um mundo inclusivo onde todos têm direito a sociedade, em busca da realização do mais alto nível de democracia.
Sendo assim, o Estatuto da Criança e do Adolescente disciplina as ações visando à proteção judicial dos interesses difusos e coletivos. Em seu art. 208, prevê que: regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensas aos direitos assegurados a criança e ao adolescente referente ao não oferecimento da oferta regular do ensino obrigatório e de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência (OLIVEIRA & ADRIÃO, 2007).
Stainback e Stainback (1999) colocam que as aulas inclusivas fazem parte da filosofia segundo a qual todas as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar, onde a diversidade é valorizada. Acredita-se que tal diversidade fortaleça a todos os seus membros, oferecendo maiores oportunidades para a aprendizagem.
Hoje em dia, há um grande apelo pela educação inclusiva; espera-se que esse movimento cresça e realmente "inclua" todas as pessoas com deficiência física. Ribeiro (2001, p. 40), sugere "que na escola inclusiva se proponha um modo de se constituir o sistema educacional onde se considera as necessidades de todos os alunos e que ela seja estruturada em virtudes dessas necessidades. 
Segundo Stainback & Stainback (1999, p. 25): 
Em geral, os locais segregados são prejudiciais porque alienam os alunos.
Os alunos com deficiência recebem, afinal, pouca educação útil para a vida
real, e os alunos sem deficiência experimentam fundamentalmente uma
educação que valoriza pouco a diversidade, a cooperação e o respeito por
aqueles que são diferentes. Em contraste, o ensino inclusivo proporciona as
pessoas com deficiência a oportunidade de adquirir habilidades para o
trabalho e para vida em comunidade. Os alunos com deficiência aprendem
como atuar e interagir com seus pares no mundo "real". Igualmente
importantes seus pares e também os professores aprendem como agir e
interagir com eles. (STAINBACK & STAINBACK 1999, p. 25).
Stainback & Stainback (1999) reforçam que é discriminatório que os alunos com deficiências devam conquistar o direito para serem incluídos na educação regular, é absurdo esperar que os pesquisadores educacionais provem que eles podem ser beneficiados da educação em turmas regulares enquanto outros alunos têm acesso irrestrito ao ensino, simplesmente porque não tem esse rótulo. Sem dúvida, a razão mais importante para o ensino inclusivo é o valor social de igualdade. Se não começarmos pela escola ficará mais restrito o convívio das pessoas com deficiência física perante a sociedade. 
O grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e reconhecer a riqueza representada pela diversidade (BRASIL, 2001, p.32). Deve-se também incluir o aluno e não integrar, para muitas pessoas essas duas palavras podem ser ditas como Sinônimos, porém isso não é verdade.
Segundo Mittler (2003):
A integração envolve e prepara os alunos para serem colocados nas escolas regulares que implica um conceito de “prontidão” para transferir o aluno da escola especial para escola regular. O aluno deve adaptar-se a escola, e não a necessidade de que a escola mudará para acomodar uma diversidade cada vez maior de alunos. Já a inclusão implica uma reforma radical nas escolas em termo de currículo, avaliação, pedagógica e formas de argumento dos alunos em atividades em sala de aula (MITTLER,2003).
Sassaki (1997, p. 34) afirma que a integração tem constituído no esforço de inserir na sociedade pessoas com deficiências que alcançaram um nível de competência compatível com os padrões sociais vigentes, o indivíduo com deficiência tem que estar de alguma forma capacitado para superar as barreiras físicas, programáticas e atitudinais existentes. 
Porém, é na escola que a criança tem que desde cedo ser "incluída", aonde ela vai estar sendo preparada para a vida adulta. 
Segundo Palhares e Marina (2002), tendo uma Educação Física inclusiva, o professor poderá trabalhar as diferenças dos alunos no sentido de minimizá-las, propondo tarefas em que as crianças com maiores dificuldades tenham oportunidade de expor suas angústias e medos, para que juntos superem seus limites e explorem suas potencialidades. 
Stainback e Stainback (1999, p.27) concluem que "o ensino inclusivo faz sentido e é um direito básico não é algo que alguém tenha que conquistar". Desse modo é preciso que as escolas se adaptem no seu contexto global, que efetivem currículos adequados ou modificados quando necessário, que permaneça uma pratica pedagógica flexível com adaptações para que assim seja o ensino proveitoso e que as diferenças sejam respeitadas.
3 - MATERIAIS E MÉTODOS 
 Esta pesquisa possui caráter qualitativo, na busca do entendimento como é tratada a inclusão das pessoas com deficiência física nas aulas de Educação Física, por parte dos professores de Educação Física das redes estaduais, municipais e particulares da cidade de Taubaté.
 A obtenção dos dados aconteceu sob autorização da Direção Escolar através de documento, e posteriormente autorizada pelo próprio sujeito da pesquisa via termo de consentimento livre e esclarecido. Foi entregue um questionário com Cinco questões, sendo três questões abertas e duas questões fechadas ao professor de Educação Física da instituição escolar com um prazo de entrega definido em acordo comum. 
Antes de se pesquisar, de ir até o sujeito e seu ambiente, não se sabe o que se encontrará, você tem uma hipótese dos acontecimentos, mas isto só se confirma ou não no decorrer da pesquisa, muitas vezes nos levando para caminhos diferentes dos imagináveis no início da mesma (SCHIAVON, 2003). 
Com isso, esta pesquisa tem por objetivo compreender se os alunos com deficiência física são incluídos nas aulas de Educação Física, se realmente os professores estão preparados para atuar com este público e como eles veem a inclusão destes alunos em suas aulas. Verificar também se a escola está preparada para receber esses alunos, tanto no aspecto arquitetônico quanto no âmbito pedagógico. 
Todos os dados das questões fechadas foram tabulados em gráficos, e as questões abertas em quadros. Para análise destas questões foram feitas comparações entre os pontos comuns e pontos incomuns dos argumentos e tabulados em gráficos para mostrar uma linha de pensamento. 
Seguem nos anexos I, 2 e 3, a autorização, o termo de consentimento livre e esclarecido e o modelo do questionário respectivamente.
3.1 - AMOSTRA 
A entrevista foi realizadaem 15 escolas, sendo, cinco da rede estadual, cinco da rede particular e cinco da rede municipal; totalizando 15 professores, sendo identificados apenas como sujeitos nos resultados das análises.
4 - Resultado e Discussão
Gráfico 1 – referente à questão – você possui alguma especialização em Educação Física Adaptada?
Constatou-se que os da rede particular são os que mais possuem algum tipo de especialização, 40% dos entrevistados, vindo depois os professores da rede municipal, 20% apenas possuem algum tipo de Especialização em Educação Adaptada (EFA). Além disso nenhum dos professores possuem especialização em EFA. Observa-se então, que os 5 dos entrevistados não possuem especialização em EFA. Palhares e Marina (2002) destacam que além do desejo de ensinar, o professor deve possuir capacidade que o habilite a realizar sua tarefa com êxito e o máximo de rendimento e que o professor deve ser, ao mesmo tempo, profundo pesquisador de si mesmo, da criança e daquilo que deseja ensinar. 
O professor, para trabalhar na escola inclusiva, deve estar apto e conhecer os vários tipos de necessidades especiais, pois só assim poderá propor atividades inclusivas. (SOLER, 2005, p.132) .Sendo assim pode-se dizer que para o professor trabalhar com alunos portadores de deficiência física, além de muita vontade de ensinar ele também deve estar capacitado para isto.
Quadro 1 – referente a questão – Você já deixou de incluir aluno nas aulas de educação física? Por quê? 
Escolas Municipais
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Não
	Sim. Mas só por falta de interesse do aluno.
	Não. Sempre procurei ter como referência o princípio da inclusão.
	Não.
	Não.
Escolas Particulares
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Sim, pois a atividade não era adequada, porém incentivo os alunos a realizar a atividade de acordo com seus limites. 
	Constantemente isto ocorre, porque muitos se recusam a fazer certos tipos de atividades.
	Não. Penso que é de grande importância a convivência entre todos, sempre respeitando seus limites.
	Não, todos são orientados a participar das aulas, da maneira que as circunstâncias possibilitam.
	Sim, pois os pais dos alunos o proibiram de participar, mesmo eles sendo informados sobre os benefícios.
Escolas Estaduais
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Sim, pois os cadeirantes não têm acesso a quadra. 
	Não, penso que a inclusão pode gerar maior diferenciamento.
	Não. Tento fazer uma adaptação com este problema com leituras e trabalhos. 
	Não. Nunca tive aluno com esse problema.
	Não. Pela própria necessidade de fazer com que ele se sinta parte do conjunto.
A grande maioria dos professores. tanto da rede municipal, particular e estadual responderam que não deixam de incluir os alunos com deficiência física em suas aulas. As exceções que responderam que sim, foi por um motivo especial. Solar (2005. p.23) afirma que a escola deve ter um espaço aberto a todos, pois sendo democrática e acolhedora, estará contemplando a todas as diferenças e individualidades". 
Palhares e Marina (2002. p.75) destacam que 'o princípio fundamental da escola inclusiva é de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter." O professor passando atividades diferentes para os alunos com deficiência física que não sejam relativas às atividades que os alunos considerados "normais" estejam executando na aula, pode-se considerar uma força de exclusão, pois esse aluno não estará vivenciando a aula e o aprendizado e nem estará exercendo o princípio da escola inclusiva pois no contexto inclusivo as crianças devem aprender juntas. 
Gráfico 2 - referente à questão - A instituição que você leciona possui estrutura adequada para os alunos com deficiência física?
Observa-se nesta questão que a grande maioria das escolas não possui estrutura adequada para os alunos com deficiência física, a rede municipal é a que mais possui essa estrutura, porém não sendo suficiente. E que 100% das escolas particulares não possuem estrutura adequada para receber esse público. Segundo Sassaki (1997, p.47), "temos que eliminar todas as barreiras físicas, programáticas e atitudinais para que as pessoas com necessidades especiais possam ter acesso aos serviços, lugares, informações e bem necessários ao seu desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional." A escola teria que ser o exemplo, onde não teria que existir nenhum tipo de barreira arquitetônica, para que ali o aluno comece o processo de inclusão de forma digna e respeitosa. 
Quadro 2- referente à questão - Os alunos portadores de deficiência poderiam atrapalhar de certa forma o andamento e desenvolvimento da turma?
Escolas Municipais
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Acredito que não. 
	De certo ponto sim, pois limita a turma, porém com as adaptações e reestruturação das aulas daria para incluí-los.
	Não necessariamente. 
	De maneira nenhuma.
	Não. Eles iriam se desenvolver melhor.
Escolas Particulares
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Não. 
	Não. Eles se estimulados ,dependendo da deficiência, conseguem realizar as atividades. 
	Não. Se houver uma conscientização por parte da turma das necessidades e possibilidades de adaptações. 
	De maneira alguma.
	Não. Somente as aulas propostas é que teriam de ser adaptadas à deficiência física do aluno.
Escolas Estaduais
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Não. 
	Sim, se as aulas não forem adequadas para a inclusão de deficientes.
	Acredito que na Educação Física não dá para se fazer um bom trabalho.
	Eles não poderiam participar por causa da estrutura física da escola, de certa forma poderiam atrapalhar a aula.
	Não, eles sempre contam com a solidariedade dos colegas.
Os professores das escolas particulares e municipais foram praticamente unânimes em dizer que os alunos com deficiência não atrapalham o andamento da aula, porém alguns citam a importância de uma proposta adaptada a todos. Já nas escolas estaduais a resposta da grande maioria dos professores, foi que o aluno com deficiência física poderia atrapalhar sim o andamento e desenvolvimento das aulas. Gorgattil e Costa, (2005, p.19) afirmam que, “participar de um processo inclusivo é estar predisposto a considerar e a respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre os outros". Para haver a inclusão é necessária uma proposta adaptada, onde todos os alunos são beneficiados com a possibilidade de aprender com as diferenças. 
Quadro 3 - referente à questão - Qual iniciativa os alunos com deficiência física têm com relação às aulas de Educação Física? 
Escolas Municipais
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Na maioria das vezes nenhuma, tenho que incentivá-los o tempo todo.
	Eu não tenho nenhum aluno para tirar minhas conclusões.
	A iniciativa é positiva, com participação e demonstração de alegria e satisfação.
	Algumas vezes é mais participativo que os demais alunos. 
	Gosta de participar da aula.
Escolas Particulares
	Sujeito 1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Eles apresentam muito interesse em participar das aulas, tem um relacionamento afetivo muito bom e valorizam e respeitam as regras.
	Nenhuma, acho que os professores estão despreparados para trabalhar com esses alunos especiais, além deles não se empenharem em realizar as atividades.
	Acredito que os alunos com deficiência física buscam muito mais superar suas dificuldades. 
	Eles participam e gostam muito.
	Não tenho alunos com deficiência física.
Escolas Estaduais
	Sujeito1
	Sujeito 2
	Sujeito 3
	Sujeito 4
	Sujeito 5
	Alguns gostam de participar, mas a grande maioria não.
	A grande maioria dos deficientes físicos sente prazer com as aulas de educação física, onde eles podem demonstrar que o grau de deficiência não o atrapalha.
	Eles adoram participar, tem uma relação boa dependendo da didática do professor que tem que estar preparado para esse tipo de atividade.
	O sujeito não respondeu à questão.
	Depende do temperamento do aluno. Há os que se dão bem com a classe, e os que se mantém afastados.
A maioria dos professores relata um comportamento positivo dos alunos com deficiência física nas aulas de Educação Física, e afirma também que eles sentem prazer em realizar as aulas e demonstram alegria e superação. Segundo Cidade e Freitas (2002, p.41) "os objetivos de um programa prático de atividade física com a pessoa com deficiência física, devem considerar a individualidade, interesses, limitações e potencialidades dos alunos.” A grande maioria dos alunos com deficiência física demonstra grande interesse de participar das aulas, mas não se pode deixar de considerar suas individualidades e limitações, para assim poder preparar uma aula que o ajude e estimule a estar trabalhando tanto o aspecto motor como o social desse aluno.
	
JUSTIFICATIVA
A inclusão ainda vem sendo muito discutida entre os professores e instituições para que eles possam chegarem em uma conclusão de qual seria a melhor maneira de inserir estes alunos nas aulas de Educação Física. Através dos estágios feito por mim, pude ver com os meus olhos as dificuldades encontradas tanto pelos professores em inserir estes alunos em suas aulas quanto a dos alunos em participarem das aulas. Quando eles não se deparam com a falta de planejamento arquitetônico da instituição se deparam com a falta de material adaptados a estes alunos fazendo com que a inserção deles seja interrompida. 
SÉRIE/ANO PARA QUAL A PESQUISA SE DESTINA
Esta pesquisa se destina para todas as etapas de ensino, tanto fundamental quanto ao ensino médio. A inclusão desse aluno e futuro adulto deve ser feita da melhor forma possível preparando-o para um futuro com ou sem planejamento por parte das instituições públicas ou privadas.
PROBLEMATIZAÇÃO
Através dos estágios feitos por mim nas instituições públicas pude perceber o despreparo desses professores referente a inclusão desses alunos em suas aulas de educação física tanto na falta de materiais adequados, planejamento dos prédios e a falta de suporte por parte da prefeitura. Inserir estes alunos é de suma importância para o desenvolvimento motor, cognitivo e de interação com os demais. A escolha desta pesquisa foi feita por causa das dificuldades dos alunos em participarem das aulas de educação física. É muito difícil um professor inserir estes alunos em suas aulas, pois ele deve planejar pensando em todos e não somente em um grupo como ocorre nos dias atuais.
OBJETIVOS
Esta pesquisa foi feita para levantar quais os problemas enfrentados pelos professores de educação física tanto municipal quanto particular em relação a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em suas aulas. Após todas as perguntas feitas e respondidas pude perceber que as escolas particulares estão um passo a frente das municipais referente a inclusão desses alunos. A infraestrutura dos prédios é mais esquipada e planejada para estes alunos, possui um amplo espaço para armazenamento dos matérias que são bastante e os professores tem mais curso em educação inclusiva. Trabalhar de forma com que todos os alunos possam participar das aulas de educação física independente da sua cor, raça ou limitações é a parte principal desta pesquisa feita com esses profissionais. É importante que o professor possa estar fazendo cursos especializados em inclusões de pessoas com necessidades especiais, trocando ideias com seus parceiros e discutindo sobre como inserir todos os alunos em suas aulas. 
		
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as informações obtidas e analisadas nesta pesquisa podemos dizer que a trajetória das pessoas com deficiência física passou por diversas fases, do preconceito e sendo exclusa do convívio social. Somente a partir do século XX a sociedade começou a se preocupar com a reintegração social desses indivíduos. 
Já dentro da linha da pesquisa podemos refletir sobre a inclusão das pessoas com deficiência física nas aulas de Educação Física, respondendo os objetivos propostos pelo trabalho, vimos que a minoria dos profissionais possui especialização em Educação Física Adaptada, sendo que, na rede estadual, 100% dos professores entrevistados disseram não ter especialização. 
A maioria dos entrevistados respondeu não deixar de incluir os alunos com deficiência física em suas aulas; vimos que mesmo com a falta de capacitação dos professores, eles se empenham em fazer com que todos os alunos sejam incluídos. Constatamos ainda, através deste estudo, que a grande maioria das escolas não possui estrutura adequada para receber os alunos com deficiência física, nas escolas particulares, 100% dos professores constataram não haver estrutura adequada. 
Foi visto que a grande maioria dos professores responderam que os alunos com deficiência física não atrapalham o andamento da aula, somente nas escolas estaduais a maioria dos profissionais colocou que esses alunos podem sim atrapalhar o andamento da aula. Sobre como é a iniciativa desses alunos nas aulas de Educação Física, os entrevistados relataram que em sua maioria eles são participativos, motivados e alegres. 
Essa pesquisa constatou que a inclusão dos indivíduos com deficiência nas aulas de Educação Física ainda está muito longe de acontecer, falta a capacitação para os professores, estruturas arquitetônicas adequadas nas escolas, e apesar da maioria dos professores responderem que não deixam de incluir esses alunos em suas aulas, falta o conhecimento do verdadeiro significado de inclusão.
REFERÊNCIAS
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BRASIL, MINISTERIO DA EDUCAÇAO. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacional — Introdução, 03 ed. Vol. 01. Brasília, 2001.
CASTRO, E. M. Atividade Física Adaptada. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2002. 
CIDADE, R. E. A.; FREITAS, P. S. INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FISICA E AO DESPORTO PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA. Curitiba: Ed. UFPR, 2002. 
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação Física na Escola: Implicações para a pratica pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. Atividade física adaptada: qualidade de vida para Pessoas com necessidades especiais. São Paulo: Manole, 2005. 
MITTLER, P. Educação inclusiva• contextos sociais. Porto alegre: Artes Médicas, 2003. 
MUNSTER, M. A.; ALMEIDA, J. G. Atividade física e deficiência visual. In: GORGATTI, R, F. Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. Barueri: Manole. 2005.
OLIVEIRA R. P.; ADRIÃO, T. Gestão, financiamento e direito à educação: ' Análise da constituição Federal e da LDB. São Paulo: Xamã, 2007. 
PALHARES, M. S.; MARINA, S. Escola inclusiva. São Carlos: EdUFSCar, 2002.
PEDRINELLI, V.J. Educação Física Adaptada: conceituação e terminologia. In Curso de atividade física e Desporto para Pessoas Portadoras de Deficiência. Brasília' MEC —SEDES, SESI- DN, 1994. 
PICCHI, M. B. Parceiros da inclusão escolar: ser ou não ter? Ed.Da Universidade Estadual de Campinas. São Paulo, 1998, p.13 
RIBEIRO, S. M. TEMAS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA. Ed.SOBAMA CURITIBA 2001. 
ROSADAS,S. C. Educação física especial para deficientes: Fundamentos da avaliação e aplicabilidade de programas sensórios motores em deficientes. Rio de Janeiro: Atheneu, 1986. 
SASSAKi R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro. VVVA, 1997. 
SCHIAVON, L. M. O Projeto crescendo com a ginástica: uma possibilidade na Escola. Dissertação de (mestrado). Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, SP: [s.n], 2003. Disponível em: http//libdgi.unicamp.br/document/?code=vtls000300852
SOLER, R. Educação Física inclusiva na escola: em busca de uma escola plural. Rio de janeiro: Sprint. 2005. 
SOUZA, P.M. Educação Física adaptada para pessoas portadoras de necessidades visuais especial. Escolar. Revista digital, Buenos Aires. Ano 12 número 111, Agosto de 2007. Disponível em: htt ://wwwefdesporte.com 
STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Inclusão: Um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. 
ANEXO 1
AUTORIZAÇÃO
Conhecendo os objetivos da pesquisa, concordo em participar do estudo, ciente que a pesquisa não oferece nenhum risco a minha integridade física e mental, como também, que me é permitido retirar meu consentimento em qualquer momento, excluindo minhas informações do conjunto de dados.
Nome (apenas iniciais) ......................................................................................
RG...........................................Instituição...........................................................
E-mail (opcional)................................................................................................
Assinatura.............................................................Data: / /2019
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado (a) Orientador (a) Professor (a)
Contamos com sua participação no presente estudo, cujo objetivo é investigar sobre o tema Inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais nas aulas de Educação Física. Para tanto, solicitamos que você responda o questionário elaborado especificamente para esse estudo. Informo que o procedimento não oferece risco algum à integridade física ou moral dos participantes. A pesquisa não oferecerá riscos, despesas ou benefícios diretos aos participantes.
Vale ressaltar que sua cooperação é voluntária e sigilosa, sendo os dados utilizados exclusivamente para fins de pesquisa e sendo permitida a retirada do consentimento a qualquer momento da pesquisa sem punição ou prejuízo do participante. Qualquer dúvida poderá ser esclarecida via e-mail.
Agradecemos sua colaboração.
Luiz Fernando de França
(acadêmico)
E-mail: nandoo_slp@HOTMAIL.COM
ANEXO 3
QUESTIONÁRIO
Você possui alguma especialização em Educação Física Adaptada?
Você já deixou de incluir algum aluno com deficiência física em suas aulas de Educação Física? Por quê?
A instituição em que leciona possui estrutura arquitetônica para alunos com deficiência Física?
Os alunos com deficiência física podem atrapalhar de certa forma o andamento e o desenvolvimento da turma?
Qual a iniciativa os alunos com deficiência física têm com relação às aulas de Educação Física?