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1 SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO EDUCAÇÃO FÍSICA CAMILA ANDRADE GUARNIER LEONARDO MARQUES DE SOUZA MATIAS ANTONIO NANTET SILVA GLEICIANA PEREIRA DORDENONE “ATIVIDADES ESPORTIVAS INCLUSIVAS NA ESCOLA’”. Trabalho de produção textual apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de: Atividades esportivas inclusivas na escola. Portifólio interdisciplinar. Orientadores: Nelson Lopes Mendonça. Guarapari/ES 2020 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO. .................................................................................................... 3 2. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 5 3. COSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. ..8 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 10 3 1. INTRODUÇÃO. A idéia de inclusão escolar é muito extensa e complexa. Em sua intensidade a inclusão não se reduz apenas à inclusão dos alunos com deficiência, seja ela, motora, sensorial ou cognitiva, mas se desdobra a todos os indivíduos no processo educacional. As pessoas passaram a compreender que a inclusão social ou escolar está cada vez mais em evidencia no âmbito educacional, devido as pessoas com deficiências passarem a ter a consciência do seu direito ao acesso e aos bens públicos e à segurança de uma educação de qualidade que respeite e atenda a sua formação plena. Esse movimento de inclusão das pessoas com deficiência é algo atual. Com a democratização da escola nasce a contradição inclusão / exclusão. Começa, então, o ingresso das pessoas com deficiência às escolas, mas, num processo de juntar e não de inclusão. Toda essa mudança, ainda que branda e pouco expressiva, provoca futuras e respeitáveis modificações no cenário para experimentos de uma educação inclusiva (BRASIL, 2007). Segundo Carvalho (2000), no fim do século XX muitos tumultos e modificações ocorreram, especialmente, na situação da educação especial presente no Brasil desde o período imperial. Aparecem, então, aqueles bordões “Educação para todos”, “Todos na escola”, “Escola para todos”. A Lei n° 4.024 de 1961 – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN) garantia o direito à educação em escolas regulares para as crianças portadoras de alguma deficiência ou superdotadas. Porém, na década de 70, houve um atraso na caminhada da política de inclusão com a lei n° 5.692/71 que protegia o tratamento especializado para os alunos com necessidades especiais, reforçando, assim, a segregação desses alunos em salas especiais. Nessa época cria-se o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) órgão que tinha responsabilidade sobre a educação especial no Brasil expandindo o movimento da integração escolar dos indivíduos com restrições físicas ou mentais A Constituição Federal, em seu artigo terceiro, inciso quinto, delibera que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm como objetivo fundamental “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Outros artigos como o 205 que estabelece: 4 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 56). A inclusão defendida pelo PNE é extensiva também a inclusão da diversidade humana que não está, somente, limitada às pessoas com deficiência, mas dos “diferentes”, como o homossexual, o negro, o índio, o pobre, dentre outros. Preocupado com a formação dos profissionais de educação, sob a ótica da inclusão escolar, o Conselho Nacional de Educação estabelece em 2002 a resolução CNE/CP n° 1/2002 que obriga as instituições de ensino superior a ajustar os currículos dos cursos de licenciaturas inserindo nestes conteúdos que possibilitem aos futuros docentes a compreensão sobre as diversidades e as especificidades de cada aluno. A Educação Física também representa parte significante na concretização desse processo. Contudo, assim como as demais disciplinas, se depara ainda com muitas dificuldades não estando totalmente preparada para lidar com esse tipo de situação. Estamos assim, imersos numa realidade cercada de dúvidas, angústias e indagações. Partindo dessas considerações, o objetivo desse artigo é realizar uma meta-análise levantando algumas questões referentes a prática pedagógica da Educação Física escolar inclusiva, dialogando sobre as possíveis dificuldades que docentes e discentes podem apresentar, bem como também destacando algumas sugestões que possas contribuir para que a educação inclusiva realmente aconteça. 5 2. Desenvolvimento O principal desafio da nova reforma do ensino exige um intenso trabalho de conscientização da necessidade da uniformidade do portador de necessidades especiais na escola regular e conjeturam o desenvolvimento de um programa de conscientização de professores, técnicos, auxiliares, famílias e comunidade sobre a integralidade. É que não basta que somente os professores que vão receber essas crianças com necessidades especiais em suas classes sejam os únicos sensibilizados, é necessário que a escola como um todo tenha noção dessa nova missão. A educação, como um processo de muitas transformações deve ser acompanhada por todos os profissionais da área, em todos os setores que existem na comunidade escola. Hoje, percebemos que tanto os professores, quanto os alunos, pais e comunidade em geral têm necessidades diferenciadas de um tempo atrás. A questão da inclusão de crianças com necessidades educativas especiais na rede regular de ensino insere-se no contexto das discussões, cada mais em evidência, relativas à integração de pessoas portadoras de deficiências enquanto cidadãos, com seus respectivos direitos e deveres de participação e contribuição social. Pode-se dizer que esta discussão mais ampla sobre inclusão, fundada na movimentação histórica decorrente das lutas pelos direitos humanos, não mais se constitui numa novidade, se levada em consideração que tais princípios já vêm sendo veiculados, em forma de Declarações e diretrizes políticas pelo menos desde 1948, quando da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em suas nuances, entretanto, ou seja, no que diz respeito aos vários cenários em que tais princípios de participação e direitos humanos se inserem, incluindo-se o educacional (tão frequentemente preconizado como uma das principais alavancas de crescimento e projeção sociais do mundo moderno). Crer-se que a formação docente e a procura da qualidade do ensino para crianças com necessidades educativas especiais abrangem, pelo menos, dois tipos de formação profissional: a dos professores do ensino regular que 6 trabalham com o conhecimento que já possuem e saibam utilizar tais conhecimentos com os alunos com “necessidades educativas especiais” que possivelmente podem estar na sua sala de aula; é a de professores especialistas nas variadas “necessidades educativas especiais” que possam atender diretamente os alunos com tais necessidades ou também a auxiliar o professor do ensino regular em sala de aula. Apesar dos avanços dos ideários e de projetos político-pedagógicos, muitas instituições de ensino ainda não programaram ações que favoreçam a formação de seus professores para trabalharem com a inclusão. Para tanto, é importante que eles compreendam o contexto sócio histórico da exclusão e o daproposta de inclusão. Além disto, que possuam o domínio básico de conhecimentos que os auxiliem a se aproximarem das pessoas com deficiência, no sentido de integrarem com elas, obtendo assim subsídios para atuarem pedagogicamente (LIMA, 2002, p.122). O processo de inclusão escolar, de um aluno com necessidades especiais propõe ao profissional de Educação Física uma oportunidade de aprimorar seu aprendizado com esse público, onde o mesmo entende que para ajustar um ensino de qualidade é necessário se capacitar e elucidar suas dificuldades. Uma vez fortalecida essa formação o professor deve eliminar qualquer pré-conceito diante do aluno com necessidades especiais, uma dificuldade nesse processo é a capacitação do professor para lidar com essa inclusão, uma vez que o professor não foi preparado para incluir, o professor precisa querer e considerar o objetivo da aula de Educação Física. Incluir um aluno dentro das aulas de educação física se faz necessário para quebrar o paradigma que envolve a disciplina, professor, família e escola. O trabalho com crianças com necessidades especiais exige do profissional de educação física uma formação atual, para conseguir seguir o aluno durante a ascensão do desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas. Por meio do movimento o professor precisa perceber a sua deficiência educacional e integrar o aluno dentro de uma classe heterogênea. Ao incluir o aluno com Síndrome de Down nas aulas de Educação Física é preciso assegurar-se de que o mesmo pode participar das atividades elaboradas pelo professor. 7 O professor ao lidar com uma criança necessidade especial específica, como a síndrome de Down, faz-se necessário antes, um trabalho de interação das demais crianças da turma da deficiência do aluno em questão e a conscientização das mesmas e de como elas poderão se adaptar ao aluno com Síndrome de Down. O conceito de inclusão da criança portadora da Síndrome de Down nas aulas de educação física, é proporcionar que ela vivencie as habilidades corporais e a cultura corporal de uma maneira que ela possa desenvolver e aprender movimentos corporais vivenciando movimentos e ainda tendo a possibilidade da interação social com os demais alunos. Mesmo com suas limitações físicas, mentais e psicológicas o aluno com Síndrome de Down pode e deve participar efetivamente das aulas de Educação Física, pois essas aulas permitem que a criança consiga evoluir e aprender os conteúdos, desde que os mesmos sejam passados de maneira planejada e com um maior número de repetições do que as outras crianças. As modalidades de exercícios mais recomendadas para o portador da Síndrome de Down são a caminhada, natação, corrida e andar de bicicleta, todo esse aprendizado adquirido nas aulas de educação física permite ao aluno com síndrome de Down avançar nos aspectos motores, cognitivo e social. Enfim, o professor de Educação Física deve sempre estar atento ao fato de que as atividades elaboradas por ele precisam estar adequadas à capacidade do aluno portador da Síndrome de Down e, na medida em que o mesmo vai se desenvolvendo, o trabalho deve progredir com a mesma velocidade e complexidade, provocando um avanço estrutural em seu cotidiano. Para que essa intervenção tenha resultados positivos, é necessário ter o conhecimento da causa, assim sendo, todos os professores precisam buscar conhecer efetivamente as peculiaridades dessa deficiência, e de cada aluno, bem como a natureza e a importância de cada tarefa motora ou proposta de trabalho elaborada. 8 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A prática esportiva por parte dos deficientes físicos está em constante expansão e desenvolvimento. O número de praticantes cresce a cada dia. As pessoas estão deixando de lado antigos e retrógrados preconceitos e desconfianças e estão se utilizando dessa importante e fundamental ferramenta em seus programas de lazer, esportes competitivos ou mesmo fisioterápicos. Diversas pesquisas na área estão sendo desenvolvidas, e os benefícios proporcionados pela prática regular de exercícios físicos ou esportes adaptados estão sendo debatidos e expostos pela mídia diariamente. Os educadores físicos e demais profissionais da saúde que trabalham com este público devem estar atentos para as novas descobertas. Além disso, têm a obrigação de participar ativamente do processo de divulgação, propagação e evolução das modalidades esportivas adaptadas. A evolução da prática esportiva para deficientes teve um crescimento considerável desde seu surgimento há pouco mais de 60 anos, porém, acredita-se que ainda pode-se contribuir de forma significativa para o futuro e progressão das modalidades adaptadas. A legislação contempla a inclusão escolar e social dos deficientes físicos, e, devido a isso, acredita-se que cada vez mais aumentará a participação e abrangência em programas desportivos adaptados. O Brasil está cada vez mais conquistando seu espaço em competições. Recentemente, nossos atletas tiveram o melhor rendimento brasileiro dos jogos Parapan-americanos em toda a história da competição. A delegação chegou a incríveis 257 medalhas, sendo 109 de ouro, 74 de prata e outras 74 de bronze. O segundo lugar no quadro geral, o Canadá, não chegou à metade das medalhas de ouro brasileiras, com apenas 50 conquistadas. O esporte além de estimular a autonomia e a independência, bem como prevenir doenças secundárias, a prática da atividade física pode resultar em benefícios de Nível Motor, cognitivo e afetivo. Quando falamos de atividades físicas e esporte adaptado nas escolas públicas e privado, sabemos que os professores na sua grande maioria sentem-se despreparados para trabalharem http://www.toronto2015.org/ 9 com esta clientela ou com os novos conceitos exigidos quando atendemos alunos com deficiência física. A educação Física para alunos com necessidades especiais enfatiza a normalidade da diversidade, das diferenças e salienta a adaptação de atividades fundamentais no desenvolvimento da criança num todo. Uma educação eficaz de crianças com necessidades especiais não é obrigação somente da escola, mas da família, sociedade, política, todos trabalhando em conjunto para se obtiver uma educação inclusiva de qualidade. Recursos são importantes, mas caso a escola não possui, não é motivo para deixa de realizar a atividade. O professor poderá substituí-los pelos existentes ou condicioná-los. Incluir o aluno portador de deficiência nas atividades físicas será para o professor, uma experiência desafiadora e recompensadora. Dar oportunidade a esse aluno para que ele prove sua capacidade de vencer suas limitações, aumentando sua realização pessoal e descobrindo sua potencialidade. 10 Referências PAULANI, Leda Maria. Modernidade e discurso econômico. São Paulo: Boitempo, 2005. PAULANI, L. M. Modernidade e discurso econômico. São Paulo: Boitempo, 2005. DA SILVA, Ricardo Diorges e FERREIRA, Saraiva Juliana. “Intervenções na educação física em crianças com síndrome de Down.”. Acesso em 30/04/2020; Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3784/2598 GONÇALVES, Maria Cristina; PINTO, Roberto Costa Curta Alves; TEUBER, Silvia Pessôa. Aprendendo a Educação Física. Jogos Volume 2 e 4. https://vidamaislivre.com.br/especiais/esporte-adaptado-a-importancia-e-os-desafios/ “Política nacional de educação especial na perspectiva da Educação Inclusiva”.Acesso em: 28/04/2020; Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690- politicanacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva- 05122014&Itemid=30192 “Benefícios da atividade física sobre o sistema cardiorrespiratório, como também, na qualidade de vida de portadores de lesão medular: uma revisão”. Acesso em: 22/04/2020;Disponível em: http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/download/26/25 “Bioenergética do metabolismo celular: ATP e exercício físico”. Acesso em: 22/04/2020; Disponível em: http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/revistafisiologia/article/view/3595/5578 “A biomecânica em educação física e esporte.”. Acesso em: 20/04/2020; Disponível em:: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1807-55092011000500003&script=sci_arttext http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3784/2598 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politicanacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politicanacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politicanacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192 http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/download/26/25 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1807-55092011000500003&script=sci_arttext
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