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TCC MARCO CIVIL DA INTERNET - Renata M Soares Fernandes telefone 9484-93661 r a 201416781

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Campus Mooca
Renata Marcella Soares Fernandes
201416781
MARCO CIVIL DA INTERNET
REGULAMENTAÇÃO, SANÇÕES E PUNIÇÕES
SÃO PAULO
2018
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Campus Mooca
Renata Marcella Soares Fernandes
201416781
MARCO CIVIL DA INTERNET
REGULAMENTAÇÃO, SANÇÕES E PUNIÇÕES
Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao curso de bacharelado em Direito da Universidade São Judas Tadeu, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de Bacharel em Direito, sob a orientação da Profª Lucyla Tellez Merino.
SÃO PAULO
2018
	ALUNA: Renata Marcella Soares Fernandes
	TEMA: Marco Civil da Internet: Regulamentação, Sanções e Punições
	Trabalho de Curso apresentado à Coordenadoria de Trabalho de Curso da Faculdade de Direito da Universidade São Judas Tadeu, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito, sob a orientação da Profª Lucyla Tellez Merino 
	BANCA EXAMINADORA: ASSINATURA 
1º Lucyla Tellez Merino – Orientadora: 
2º A Definir– Examinador: 
	AVALIAÇÃO: 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
NOTA DA ORIENTADORA:   
MÉDIA:  
NOTA DO EXAMINADOR: 
 
RESUMO
O Direito à internet hoje está quase passando a ser um Direito fundamental, ninguém mais vive sem acessar a internet. Antes da Lei do Marco Civil da Internet ser aprovado no Brasil, provedores de acesso, conteúdo e outros, estavam prestes a limitarem seus serviços pretendendo cobrar arbitrariamente aos usuários seus serviços por períodos de navegações. A Lei trouxe também regulamentações e estabelece princípios, garantias de deveres para utilização da Internet.
Palavras chave: usuários; serviços; provedores; internet.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho, tem como objetivo esclarecer quais são os dispositivos e regulamentos de uma lei aprovada recentemente. Quais são os melhores mecanismos e a forma segura que, usuários e prestadores de serviços utilizam a Internet. Neste aspecto observaremos e esclarecemos quais são as responsabilidades de servidores, usuários e a atuação do Estado em coibir praticas abusivas, danos a coletividade e a sociedade e violação a direitos e garantias fundamentais.
A lei marco civil da internet gera alguns tipos de sanções no âmbito do direito Público ou Privado? Há punições para Empresas ou somente para usuários?
É válido dizer que o Marco Civil da Internet além de regular as atividades das prestadoras de serviços de internet, também tem atuação nas páginas de internet como por exemplo, o Google e o Facebook.
Discutiremos sobre o que originou a regulamentação, será explicado que para alguém colocar algum conteúdo ou expor alguma figura pública, física ou jurídica deve ter o discernimento e pleno conhecimento de uma conduta que não viole direito de outra pessoa a quem será exposta, porque uma vez na rede, dificilmente retrata-se e remove-se os conteúdos inadequados ou impróprios. 
Infere-se que o uso inadequado do uso das redes sociais, ou da internet de um modo geral, pode ofender o direito a imagem, a privacidade, a intimidade e a vida privada.
O artigo 7º da lei traz o rol de direitos dos usuários de Internet no Brasil e prevê a possibilidade de indenização pelo dano moral ou material decorrente de quem os violou.
Inviolável, é o sigiloso o fluxo de comunicações pela internet, na forma da lei, e as comunicações privadas armazenadas, ressalvados a ordem judicial.
Ressalta-se que o Poder Público e até mesmo instituições privadas há responsabilidade social.
Em suma, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. E o Marco civil é a primeira lei infraconstitucional que regulamenta o tema e bem esclarece ser cabível indenização por dano moral ou material decorrente de violações a intimidade e a vida privada no âmbito da internet.
É de grande interesse público e grande relevância a proteção do Poder Público a qual tem grande dever de remover itens da Internet que esta afetando a saúde e educação de crianças e adolescentes. Neste meio há certas brincadeiras perigosas que trazem riscos a integridade física e psíquica das crianças o exemplo recente foi um jogo de baleia azul em que crianças eram induzidas a cometerem suicídio se mutilando e, se cortando e ate passando fome. Como pode ocorrer um absurdo desses num sistema digital que deveria dar educação, ensino e profissionalização, não devemos generalizar, mas temos que ponderar o que é bom e o que é ruim, mas na minha visão é que fica de obrigação além dos pais vigiarem, educarem pelo princípio da prioridade: Art. 227 da Constituição Federal: 
É dever da família, da sociedade do Estado assegurar á criança, ao adolescente, ao jovem, com absoluta prioridade, o direito a vida, á saúde à alimentação, à educação, ao lazer à profissionalização, a cultura, a dignidade ao respeito, á liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligencia, discriminação, exploração e violência, crueldade e opressão.[1: Constituição Federal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 01.06.2018.]
O mundo virtual não pode ser diferente da realidade. A Internet, não é um mundo sem leis. Em alguns aspectos, até ser sancionada era um âmbito sem regulamentações. Nestes termos a lei do marco civil gera alguns tipos de sanções no âmbito do direito público ou privado? Neste trabalho veremos se há punições para empresa, ou somente usuários e para prestadores de serviço. Porque é útil dizer que ela deva servir para regulamentar também as prestadoras de serviço não somente as empresas de Internet, mas também grandes criadores de Sites conhecidos no mundo todo como Google e Facebook.
MARCO CIVIL DA INTERNET
Em 23 de abril de 2014 foi aprovado o Marco civil da Internet no Brasil para regular este mundo virtual, irreal que antes não existia lei, salvo a lei do software. E até hoje pessoas acham que neste mundo não há limites. Idosos tem até receio de um computador enquanto crianças pequenas já não vivem sem um brinquedo de tecnologia virtual e que podem ser reféns de quem pode se esconder atrás da tela de um computador. Indivíduos utilizam a Internet para a prática de pedofilia, racismo, entre outros. A tecnologia foi um avanço muitas crianças já “nascem” utilizando aparelhos eletrônicos e mergulhando neste mundo virtual. Más, os pais precisam ficar atentos para as crianças não serem lesadas por estes tais indivíduos. O Estado tem o dever constitucional na prestação da educação, em todos os níveis de ensino, inclui a capacitação integrada a outras práticas educacionais
O Marco Civil estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios sem relação a matéria.
Em primeiro lugar quando falamos do uso da internet no Brasil existe como fundamento principal o respeito à liberdade de expressão, que é direito fundamental previsto em nossa Constituição.
 Conceito
A expressão “Marco Civil da Internet” vem sendo utilizada desde a tramitação na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei nº 2.126/2011. Examinando a palavra “marco” pode ser compreendida como ponto de referência: “civil” porque se relaciona aos cidadãos; e Internet quanto ao uso da rede mundial de computadores, sobretudo no âmbito brasileiro. É um equívoco dizer que o Marco Civil da internet é a Constituição da Internet assim como alguns vêm denominando, pois se fosse assim deveríamos ter o Código da Defesa do Consumidor (CDC) como Constituição das relações do Consumo, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) como Constituição das relações trabalhistas, e assim por diante. No Brasil só temos A Constituição Federal e as Constituições Estaduais e ponto. Se fossemos chamartoda norma geral de certo segmento jurídico de Constituição, teremos a Constituição Processual, a Constituição Civil, Constituição Penal, etc. A Lei N° 12.965/2011 é fruto do Projeto de Lei nº 20126/2011, que iniciou o tramite Legislativo na Câmara dos Deputados, sendo amplamente discutido e objeto de várias audiências públicas.
 Início da Internet no Brasil 
No Brasil a Internet se iniciou em setembro de 1988. As conexões foram feitas em setor acadêmico e somente anos depois foi destinada a usuários domésticos e empresas.
Em setembro de 1988, quando no laboratório Nacional de 
Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro RJ, conseguiu acesso a Bitnet, através de 90600 bits por segundo estabelecida com a Universidade de Mayland nos EUA. Mas foi em meados de 1994, que a Internet ultrapassou fronteiras Acadêmicas e ganhou força, depois de varias pesquisas nas melhores Universidades do Mundo chegando então aos ouvidos de muitos brasileiros.
Quase no final do ano de 1994, o governo brasileiro que até então pouco tinha feito pela Internet no Brasil, divulgava através do Ministério das Comunicações, a intenção de investir na nova tecnologia. Diante disto a Embratel e a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) criaram a estrutura necessária para a Exploração Comercial da Internet.
Conteúdo da Lei n° 12.965/2014
O projeto do Marco Civil surgiu em 2009 e foi aprovado com quase unanimidade na Câmara dos Deputados em 25 de março de 2014 e no Senado Federal em 23 de abril de 2014, sendo sancionado logo depois pela Presidente da República Dilma Rousseff.
Ao longo da tramitação o conceito de neutralidade foi muito alterado.
Mas o que vem a ser neutralidade?
A Neutralidade ou Principio da Neutralidade no uso da internet, consiste no fato de que o acesso à internet pelo usuário pode dar-se de forma livre para quaisquer fins.
O Princípio da Neutralidade já era inteiramente admitido pela comunidade Jurídica Internacional. Passou a existir um interessante episódio ocorrido nos primórdios do serviço de telefonia, quando as ligações telefônicas dependiam da intermediação de uma central de telefonistas, como exemplo, nessa época, havia uma telefonista que, ao receber o pedido de um usuário interessado em estabelecer contato telefônico com uma determinada funerária redirecionava ardilosamente a ligação para a funerária concorrente pertencente a um parente.
Daí nasceu a ideia de que a telefonista, que era a ponte obrigatória do sucesso da conexão telefônica, deveria ser uma pessoa neutra e imparcial, que jamais poderia direcionar astutamente as ligações para destinos de seu interesse pessoal.
Atualmente no mundo da internet os provedores é que fazem o papel da telefonista.
Agora este serviço foi positivado pelo art. 9º, caput, da lei do Marco Civil da Internet, dispõe: “O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação”.
Contudo, há uma exceção, que é o caso de pacotes para pessoas físicas e jurídica. Empresas utilizam-se de pacotes de internet, as quais obtêm descontos por serem pessoas jurídicas que usam muito mais dados e não vivem sem o serviço de telecomunicação. Esta é a garantia da neutralidade da rede e um dever a ser obedecido pelas operadoras de telecomunicações. Dados e provedores de acesso à internet.
Mas, falando em dever, será que existe alguma punição ou sanção para os responsáveis pela transmissão, comutação e roteamento? 
 	Disciplina o art. 9º, § 2º, inciso I, da lei do Marco Civil, ao tratar de dano aos usuários, faz menção ao regime jurídico da responsabilidade civil aquiliana do Código Civil, conforme o art. 927, CC. “Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. ”
A responsabilidade aquiliana esta pautada pelo dever de não causar dano a ninguém e na obrigação de reparar o dano causado a outrem por ter cometido ato ilícito ou abuso de direito.
Assim, os responsáveis pelo roteamento, comutação transmissão tem o dever de se abster de causar danos aos usuários.
Todos os pacotes de dados devem ter o mesmo tratamento no que tange a velocidade do tráfego, não podendo o provedor reduzir a velocidade de acordo com o conteúdo acessado, sua origem e destino, o serviço ou à aplicação utilizada, ou mesmo de acordo com o “terminal que acessa” determinado serviço.
 
Responsabilidade Civil dos Provedores de Busca
Por silogismo, os Provedores de Busca, não se sujeitam a responsabilização.
No âmbito do direito do consumidor não há dano moral, quanto ao provedor de busca, mesmo após cientificado associação indevida entre o argumento de pesquisa (o nome desse consumidor) e o resultado de busca. O site eletrônico cujo conteúdo nocivo ao consumidor já tenha sido corrigido pelo responsável da página eletrônica.
Até o presente momento não há enfrentamento do STJ a hipótese em que o conteúdo nocivo é prontamente corrigido, independentemente de ação judicial ou ordem judicial.
Como assentado em julgados anteriores do STJ, os sites de busca consistem na disponibilização de ferramenta para que “o usuário realize pesquisas acerca de qualquer assunto ou conteúdo. Diante desse contexto fático, convém revisitar a essência do serviço prestado, a fim de aferir a existência de eventual falha.
Da Proteção aos Registros, aos Dados Pessoais e às Comunicações Privadas
A proteção dos dados pessoais será disciplinada na forma da lei nº 12.965/14, de acordo com o artigo 10, os provedores devem respeitar a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas envolvidas na guarda e disposição de dados pessoais, do conteúdo de comunicações privadas, de registro de conexão e de acesso a aplicações de internet. 
Ressalta-se que, a doutrina as vezes tenta fazer distinção entre vida privada e intimidade. Poderíamos dizer que, a intimidade consiste em fatos da mais profunda intimidade, revestida de um caráter muito sigiloso, tendo o seu detentor o direito de não os ver revelados a terceiro, temos o exemplo do caso da atriz Carolina Dieckmann, que teve suas fotos nuas divulgadas e compartilhadas na Internet.
Já a vida privada é a esfera menos íntima do ser humano, a natureza desse aspecto não é extremamente reservada.
Como ambas se confundem, optamos pelo uso da expressão “privacidade” em sentido amplo. Direito a Privacidade, lato sensu, abarca todas as manifestações da esfera íntima, privada e da personalidade.
A vida privada, genericamente, alcança todos os aspectos que as pessoas não gostariam que se tornassem públicos. É o que não deve ser objeto do direito à informação nem da curiosidade da sociedade atual que para isso conta com aparelhos sofisticados. Pondera-se que a evolução da informática ameaça o desenvolvimento natural da personalidade sendo isso o que justifica a tutela da vida privada.
Contudo somente ordem judicial, pode obrigar o provedor a disponibilizar registros e dados particulares, conteúdo de comunicações pessoais, registros de conexão e de acesso aplicações de internet.
Das Sanções por Violação às Garantias que Protegem os Registros, os Dados Pessoais e às Comunicações Privadas
O artigo 12 da Lei do Marco civil fixou penas para caso de descumprimento das disposições previstas em seus artigos 10 e 11 acerca da proteção aos registros, aos dados pessoais e às comunicações.
Infelizmente, o Marco Civil não traz descrições explícitas de penalidades, métodos e salvaguardas aos usuários para proteção de dados pessoais, cujo desenvolvimento é prerrogativa legal do Presidente da República. Dados são importantes, são o sangue vital de todos os países e empresas, da China ao Facebook. Portanto, é decisivo que haja discussões e debates sobre como os dados são definidos e codificados no sistema legal de um país.
Porém, como devem as empresas abordar e lidar com dados sigilosos? Como os usuários podem estar seguros de que seus dados estejam sendo armazenados de forma apropriada?E, como a lei faz a distinção entre os diferentes tipos de informações digitais (p. ex., informação anônima, informação pessoal, ou metainformação)? 
Há uma grande diferença entre usuários e empresas.
Segundo o artigo 10 da lei do Marco Civil, a empresa é obrigada a disponibilizar os registros de forma autônoma ou associados a dados pessoais ou outras informações que possam contribuir para a identificação do usuário ou do terminal mediante Ordem Judicial respeitando os Direitos e Garantias dos Usuários.
No caso da empresa responsável pela guarda dos registros, dados pessoais e informações, descumprir a Ordem Judicial as consequências são sérias: 
Art. 12.  Sem prejuízo das demais sanções cíveis, criminais ou administrativas, as infrações às normas previstas nos arts. 10 e 11 ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções, aplicadas de forma isolada ou cumulativa:
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas;
II - multa de até 10% (dez por cento) do faturamento do grupo econômico no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, considerados a condição econômica do infrator e o princípio da proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção;
III - suspensão temporária das atividades que envolvam os atos previstos no art. 11; ou
IV - proibição de exercício  das  atividades  que  envolvam os atos previstos no art. 11.
Parágrafo único.  Tratando-se de empresa estrangeira, responde solidariamente pelo pagamento da multa de que trata o caput sua filial, sucursal, escritório ou estabelecimento situado no País.[2: Lei do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14). Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em: 04.08.2018.]
Quanto aos usuários, as penas são implícitas, senão vejamos o disposto no artigo 10 e 11, da lei do Marco Civil:
Art. 10. § 1o O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a disponibilizar os registros mencionados no caput, de forma autônoma ou associados a dados pessoais ou a outras informações que possam contribuir para a identificação do usuário ou do terminal, mediante ordem judicial, na forma do disposto na Seção IV deste Capítulo, respeitado o disposto no art. 7o.
§ 2o O conteúdo das comunicações privadas somente poderá ser disponibilizado mediante ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, respeitado o disposto nos incisos II e III do art. 7o.
§ 3o O disposto no caput não impede o acesso aos dados cadastrais que informem qualificação pessoal, filiação e endereço, na forma da lei, pelas autoridades administrativas que detenham competência legal para a sua requisição.
§ 4o As medidas e os procedimentos de segurança e de sigilo devem ser informados pelo responsável pela provisão de serviços de forma clara e atender a padrões definidos em regulamento, respeitado seu direito de confidencialidade quanto a segredos empresariais.
Art. 11.  Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses atos ocorra em território nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação brasileira e os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros.
§ 1o O disposto no caput aplica-se aos dados coletados em território nacional e ao conteúdo das comunicações, desde que pelo menos um dos terminais esteja localizado no Brasil.
§ 2o O disposto no caput aplica-se mesmo que as atividades sejam realizadas por pessoa jurídica sediada no exterior, desde que oferte serviço ao público brasileiro ou pelo menos uma integrante do mesmo grupo econômico possua estabelecimento no Brasil.
§ 3o Os provedores de conexão e de aplicações de internet deverão prestar, na forma da regulamentação, informações que permitam a verificação quanto ao cumprimento da legislação brasileira referente à coleta, à guarda, ao armazenamento ou ao tratamento de dados, bem como quanto ao respeito à privacidade e ao sigilo de comunicações.
§ 4o Decreto regulamentará o procedimento para apuração de infrações ao disposto neste artigo.[3:  Lei do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14). Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em: 04.08.2018.]
PROVEDORES ESTRANGEIROS
À luz do art. 11 do Marco Civil da Internet, a legislação brasileira terá de ser obrigatoriamente respeitada por qualquer empresa estrangeira que, mesmo não tendo filial no Brasil, ofereça serviço ao público brasileiro (art.11, § 2º).[4: https://www12 senado.leg.br acesso em 31/08/2018]
É necessário indicar o verdadeiro alcance da legislação brasileira, pois não é qualquer norma brasileira que atingirá os provedores estrangeiros sem filial no Brasil, mas apenas as normas que tratam da coleta, grada armazenamento ou tratamento de registros, dados pessoais ou de comunicações, pois o que se constata é que o interesse do legislador foi apenas de submeter a legislação nacional.
O Marco Civil não cuida de conceituar a legislação que disciplinará o contrato celebrado por um brasileiro que adquire um produto em um site estrangeiro, salvo no tocante a coleta, a guarda, ao armazenamento ou tratamento de registros, dados pessoais ou de comunicações. Entretanto para definir qual a legislação disciplinará os contratos celebrados pelos brasileiros em compra á distância, em outros países não se utilizará o Marco Civil, mas a LINDB e a Jurisprudência.
Exemplo disso é, se o site estrangeiro pertence a uma Mutinacional com filial no Brasil e com marketing voltado ao mercado de consumo brasileiro, aplica-se o entendimento do STJ firmado no caso Panasonic, de modo que a legislação brasileira, o Código de Defesa do Consumidor, disciplinará o contrato.
Facebook e Fake News
No mundo das grandes plataformas, redes sociais, temos o famoso facebook, uma grande rede social utilizada no mundo todo com milhões de usuários. Alguns usuários se passam por outra pessoa física ou jurídica, com nome e, até mesmo, foto de perfil falso, “fake news”. Isto é de extrema relevância para o direito, pois temos que combater a invasão da privacidade, prevenir e garantir o nome, a imagem e a honra das pessoas. 
Ressalta-se que o assunto tem sido discutido no STF, conforme se nota no seguinte informativo:
Pois bem, o Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral na matéria discutida no Recurso Extraordinário n. 1037396, interposto pelo Facebook Serviços Online do Brasil Ltda, contra decisão da Segunda Turma Recursal Cível do Colégio Recursal de Piracicaba/SP que determinou a exclusão de um perfil falso da rede social e o fornecimento do IP (internet protocolo) de onde foi gerado.
O Recurso discute a constitucionalidade do artigo 19 da lei do Marco Civil da Internet, que exige prévia e específica ordem judicial de exclusão de conteúdo para responsabilização civil do provedor de internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por terceiros. No caso tratado nos autos, a autora da ação informou que nunca teve cadastro no Facebook, mas, alertada por parentes, constatou a existência de um perfil falso, com seu nome e fotos, usado para ofender outras pessoas. Alegando que: “diante da situação, sua vida tornou-se um inferno, então, pediu a condenação da rede social a obrigação de excluir o perfil e reparar o dano moral causado”.[5: STF analisará regra do marco civil da internet sobre responsabilização de sites e redes sociais. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=371229>.Acesso em: 09.06.2018]
Entretanto, o Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Capivari/SP deferiu apenas a obrigação de fazer (excluindo o perfil falso e fornecendo o IP) e rejeitou o pedido de Indenização.
A sentençafundamentou-se no artigo 19 do MC, segundo o qual, “o provedor de aplicações de internet só poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica não tomar as devidas providências para exclusão do conteúdo”.
Diante de toda esta discussão existe um grande problema, qual seja, a empresa proprietária da plataforma, do provedor de acesso tem a obrigação de reparar o dano causado por terceiro, ou seja, de excluir o que foi postado por terceiro, antes ou depois da ordem judicial?
As empresas de Internet só podem ser responsabilizadas, se não retirar o conteúdo (perfil falso, ofensivo), após ordem judicial determinada.
A depender do conteúdo, a própria empresa de internet, pode retirar voluntariamente, porque viola os próprios usos da plataforma, ou seja, não precisa ir ao Judiciário.
A Criptografia de ponta utilizada em aplicativos de Whatsapp
Os fatos recentes de bloqueios do WhatsApp no Brasil e de confronto entre a Apple empresa de tecnologia mais respeitada e valiosa do mundo e FBI (Federal Bueral of Investigation) nos Estados Unidos retratam um cenário de embate entre Estados Unidos-Nações e empresas que usam, em seus produtos e serviços a mais nova tecnologia criptografia de ponta.[6: REVISTA BRASILEIRA DE POLÍTICAS PÚBLICAS (Brazilian Journal of Públic Policy). Disponível em: <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4869/3658>. Acesso em: 30.08.2018.]
A criptografia é utilizada por bilhões de pessoas no mundo todo em seus aparelhos de comunicações em mensagens instantâneas, e algum tempo atrás foram prejudicadas pelo bloqueio que impossibilitou de se comunicarem e gerou grande repercussão. Muitos usuários tiveram que baixar e utilizar outros tipos de aplicativos, como por exemplo o Mensseger e Telegrama Web.
O programa de mensagens WhatsApp foi alvo de quatro decisões de bloqueio. No Brasil, três delas foram levadas à risca por não entregar conteúdo de transmissões de mensagens de investigados em inquéritos e processos penais.
Desde que implementaram a chamada “criptografia de ponta a ponta” a empresa responsável pelo aplicativo tem reiterado a impossibilidade de cumprir ordens judicias, por conta da tecnologia avançada que são protegidas e seguras por códigos que são impossíveis de serem descobertos e desvendados. Entretanto, o então Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes declarou a intenção de um Projeto de Lei e o STF convocou uma Audiência Pública para regulamentar aplicativos com tal tecnologia ponta a ponta.
CONCLUSÃO
Enfim, podemos concluir que o quesito da Lei do Marco Civil da Internet gerar alguns tipos de sanções, no âmbito das empresas prestadoras de serviços e plataformas de internet, ainda há grandes discussões no STF sobre a validade da regra do marco civil da internet sobre a responsabilização de site e redes sociais. 
A internet passou a ser utilizada por vários seguimentos sociais, sendo certo que as empresas descobriram na internet um grande caminho para valorizar seus lucros com vendas online, evoluindo muito e transformando a internet em um excelente caminho para gerar grandes riquezas. 
Contudo sendo responsável por qualquer tipo de violação as regras do CDC, Marco Civil da Internet e no Direito Civil e Penal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Jacqueline de Souza. Passado, Presente e Futuro da Criptografia Forte: Desenvolvimento Tecnológico e Regulação. Disponível em: <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4869>. Acesso em: 05.06.2018.
ALECRIM, Emerson. Senado americano aprova projeto de lei a favor da neutralidade de rede. Disponível em: <https://tecnoblog.net/243874/eua-senado-neutralidade-rede/>. Acesso em: 06.08.2018.
ARAUJO, Marilene Pereira; SANTOS, Maria Celeste Cordeiro Leite dos. O TEMPO E O ESPAÇO. FRAGMENTOS DO MARCO CIVIL DA INTERNET: PARADIGMAS DE PROTEÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA. Disponível em: <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4947>. Acesso em; 09.07.2018.
INFORMATIVO STJ. Provedor é obrigado a identificar autor de ato ilícito mesmo antes do Marco Civil da Internet.<http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%ADcias/Provedor-%C3%A9-obrigado-a-identificar-autor-de-ato-il%C3%ADcito-mesmo-antes-do-Marco-Civil-da-Internet>. Acesso em: 05.07.2018.
INSTITUTO IGARAPÉ. O Brasil e o Marco Civil da Internet. Disponível em: < https://igarape.org.br/o-brasil-e-o-marco-civil-da-internet/>. Acesso em: 05.08.2018.
JESUS, Damásio de; MILAGRE, José Antonio. Marco Civil da Internet Comentários à Lei nº 12.965/14. 1ª. ed. Saraiva: 2014.
Lei nº 12.965 de 23 de abril de 2014. Lei do Marco Civil da Internet. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em: 27.05.2018.
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Notícias STF. STF analisará regra do marco civil da internet sobre responsabilização de sites e redes sociais. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=371229>. Acesso em: 09.06.2018.
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