Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Química Orgânica I Funções Orgânica – 2ª parte Éteres • Definição: • Derivados da substituição dos 2 H de uma molécula de água por grupamentos alquila; • H2O + 2 R R-O-H R-O-R • Nomenclatura: • Éteres simples: • Nome do grupamento alquil(a) (em ordem alfabética) + éter; • Ex.: Etil-propil-éter; Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Éteres • Éteres complexos (derivados alcoxilados): • Nome do grupamento alquil + metoxi + nome da cadeia principal; • Ex.: metil-metóxi-heptano • Éteres cíclicos: • Heterociclos de oxigênio; • Nomenclatura vulgar: Óxido de + nome do composto cíclico; • Ex.; Óxido de ciclo-hexano Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ • Propriedades físicas • Semelhantes aos Hc de mesmo peso molecular; • Muitos são insolúveis em água; • Solventes importantes para compostos orgânicos; • PE relativamente baixos; Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Éteres GRUPOS FUNCIONAIS (CARBONILA) • Grupos funcionais com Oxigênio ligado ao Carbono por dupla ligação; • Aldeídos; • Cetonas; • Ácidos Carboxílicos; • Ésteres; • Amidas; • Anidridos; • Halogenetos de acila; Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Aldeídos • Definição: • Função derivada da ligação do C da carbonila (>C=O) a 2 H ou a 1 H e 1 grupo alquila; • Fórmula geral: -COH; • Nomenclatura: • Sufixo al (UIQPA) Ex.: propanal; • Derivados dos nomes dos ácidos carboxílicos: ácido acético acetaldeído; Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Cetonas • Definição: • Substituição dos H da carbonila por 2 grupos alquila; • Fórmula geral: R2-C=O ou R1R2-C=O • Nomenclatura: • Sufixo ona na maior cadeia que contenha a carbonila. • Ex.: 2-butanona (metil-etil-cetona), 3-buteno-2ona (metil-vinil-cetona); Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Propriedades de aldeídos e cetonas • PE intermediários entre os Hc e os álcoois de mesma massa molecular; • Aldeídos de baixa massa apresentam odor desagradável, enquanto as cetonas, pelo contrário; • Cetonas são muito empregadas em perfumes, aromatizantes, medicamentos; Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Ácidos Carboxílicos • Definição: • Combinação de uma carbonila e uma hidroxila; • Fórmula geral: -COOH; • Nomenclatura: • Ácido + Hc cadeia principal e sufixo -óico (UIQPA) • Ex.: ácido hexanóico (6 C) • Considera-se o C da carboxila o número 1; • Até 5 C, nomenclatura vulgar é mais usada; Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Ácidos Carboxílicos • Ácidos Monocarboxílicos: • Ácido fórmico: HCOOH (ácido metanóico); • Ácido acético: CH3 COOH (ác. etanóico); • Ácido propiônico: CH3 CH2 COOH (ác. propanóico); • Ácido butírico: CH3 CH2 CH2 COOH (ác. butanóico); • Ácido valérico: CH3 CH2 CH2 CH2 COOH (ác. pentanóico); Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Ácidos Carboxílicos • Ácidos Dicarboxílicos: • Ácido oxálico: HOOC-COOH ; • Ácido malônico: HOOC-CH2-COOH; • Ácido adípico: HOOC-(CH2)4-COOH (ác. hexanodióico); Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Ácidos Carboxílicos • Ácidos carboxílicos cíclicos: • Quando a carboxila é substituinte na cadeia principal, usa-se o prefixo carboxi- e a numeração correta; • Ex.: 2-carboxi-ciclo-hexanona • Ainda, pode-se colocar a palavra ácido antes do nome do HC principal, seguida de carboxilíco; • Ex.: Ácido ciclo-butano-carboxílico Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Ácidos Carboxílicos • Propriedades químicas: • Sais orgânicos (sais ácidos); • Ésteres; • Amidas; • Anidridos; • Halogenetos de acila; Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Compostos benzênicos • Benzeno • Fórmula molecular: C6 H6 • Apesar de ser um composto altamente insaturado, apresenta menor reatividade; • Reações mais lentas, pois necessita de energia na forma de calor e catalisadores; • Obs.: alquenos (HC alifáticos) reagem diferentemente, muito mais rapidamente; • Não há relação clara entre a estrutura e o odor das moléculas orgânicas! Logo, compostos benzênicos são aqueles insaturados e pouco reativos; • Os compostos aromáticos apresentam propriedades similares ao BENZENO! Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Compostos benzênicos • Benzeno • Kekulé (Fenômeno da Ressonância) Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Compostos benzênicos • Benzeno • Fenômeno da Ressonância (Kekulé ) I II III IV V • As formas ressonantes mais estáveis apresentam maior número de ligações covalentes (I e II); Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ + - - + + - + + + - - - Compostos benzênicos • Benzeno • Nomenclatura de derivados: • Alquil-benzenos: arenos • Ex.: metil-benzeno (tolueno); etil-benzeno; isobutil-benzeno, difenil-metano; • Substituinte FENIL(A): Φ, Ph ou C6 H5-; • Grupamentos benzênicos: arila (Ar); • Dois substituintes no anel benzênico: • Orto (o) • Meta (m) • Para (p) • Ex.: dimetil-benzeno (xilenos) Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ Compostos benzênicos • Substituições • Orto (o) • Ex.: o-xileno • Meta (m) • Ex.: m-xileno • Para (p) • Ex.: p-xileno Prof. Gil Lucido, PPI/CEQ CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 Química Orgânica I ISOMERIA ISOMERIA ISOMERIA Isomeria é o fenômeno em que compostos orgânicos têm a mesma fórmula molecular, sendo diferentes. ISOMERIA Etimologicamente, significa partes iguais. 1. ISO, igual 2. MEROS, partes ISOMERIA Os compostos (modelos ao lado) são diferentes. As propriedades físicas não são iguais. ISOMERIA Mas as substâncias têm a mesma fórmula molecular (C4H10O). São, portanto, ISÔMEROS. ISOMERIA I S O M E R I A (COMPOSTOS DIFERENTES, MAS COM MESMA FÓRMULA MOLECULAR) PLANA ESPACIAL DE CADEIA DE POSIÇÃO GEOMÉTRICA ÓPTICADE FUNÇÃO METAMERIA ISOMERIA PLANA É aquela que ocorre quando a diferença entre os isômeros pode ser explicada observando-se apenas as fórmulas estruturais planas. ISOMERIA PLANA DE CADEIA DE POSIÇÃO METAMERIADE FUNÇÃO DE CADEIA Também chamada isomeria de núcleo, é aquela em que os isômeros têm cadeias ou núcleos diferentes. DE POSIÇÃO É aquela que ocorre quando os isômeros têm a mesma cadeia carbônica, mas diferem na posição de ligantes ou de ligações duplas ou triplas. DE FUNÇÃO Também chamada isomeria funcional, é aquela que ocorre quando os isômeros pertencem a funções químicas diferentes. DE FUNÇÃO Outros exemplos... C4H8O2 C6H14 C5H12 TAUTOMERIA Os casos mais comuns de tautomeria ocorrem entre: 1. Aldeído e enol; 2. Cetona e enol. É o caso particular de isomeria funcional em que os dois isômeros ficam em equilíbrio químico dinâmico. TAUTOMERIA Exemplo de tautomeria envolvendo aldeído e enol. TAUTOMERIA Exemplo de tautomeria envolvendo cetona e enol. METAMERIA Também chamada de isomeria de compensação, é aquela em que os isômeros diferem pela posição de um heteroátomo na cadeia. METAMERIA Outros exemplos ... ISOMERIA ESPACIAL ISOMERIA ESPACIAL GEOMÉTRICA ÓPTICA É aquela que pode ser explicada por meio de estruturas (fórmulas) espaciais. É também chamada ESTERIOISOMERIA. Alquenos (Olefinas) e Alquinos (HC insaturados) • A insaturação nos átomos de carbono desses hidrocarbonetos, dá origem às propriedades características dos alquenos e alquinos. • Os HC cujas moléculas contêm uma ligação dupla carbono-carbono,são chamados “alquenos”. Apresentam arranjo trigonal (ângulo de ligação de 120°C) Os alquenos oferecem a possibilidade adicional para a formação de isômeros. A cadeia é numerada de modo que o átomo de carbono da ligação dupla tenha o menor número possível. Isomerismo Cis-Trans Uma das características da ligação dupla C=C, é que os átomos de C não apresentam rotação uns em relação aos outros a temperaturaspróximas ou até consideravelmente superiores à T ambiente. Ligações simples ⇒ Giram livremente a esta temperatura. A restrição de rotação de grupos unidos por dupla ligação carbono-carbono resulta em um novo tipo de isomerismo. Estes pares de compostos são isômeros (possuem a mesma fórmula molecular C2H2Cl2 e C4H8) e suas estruturas não são superponíveis. No entanto, não são isômeros estruturais (A ordem de ligação dos átomos é o mesmo em cada um) Diferem entre si somente no arranjo espacial de seus átomos Isômeros deste tipo ⇒ Estereoisômeros (Isomeria Cis-Trans ou Geométrica) Também chamada isomeria CIS-TRANS. Os compostos têm a mesma fórmula estrutural plana, mas há que se considerar átomos ligantes espacialmente. Veja exemplos que seguem. ISOMERIA GEOMÉTRICA carbono hidrogênio cloro ISOMERIA GEOMÉTRICA Modelos para o composto ClCH=CHCl Com base nos modelos apresentados, repare que: No primeiro caso, os dois átomos de cloro estão no mesmo lado do plano que divide a molécula. Essa figura é chamada forma cis. (cis = mesmo lado) ISOMERIA GEOMÉTRICA No segundo caso, os dois átomos de cloro estão em lados opostos do plano que divide a molécula. Essa figura é chamada trans. (trans = através) ISOMERIA GEOMÉTRICA Se são diferentes, como ficam os nomes dos compostos, respectivamente? ISOMERIA GEOMÉTRICA ISOMERIA GEOMÉTRICA • Cis-1,2-dicloro-eteno • Trans-1,2-dicloro-eteno É condição para existir isomeria cis-trans, a existência de dupla ligação e que apresentam a estrutura: ISOMERIA GEOMÉTRICA R1 diferente de R2 e R3 diferente de R4 e podendo R1(ou R2) ser igual ou diferente de R3 e R4. Existe, ainda, isomeria em compostos cíclicos. Conforme ramificações “acima” ou “abaixo’ do plano que divide a molécula, teremos isomeria cis ou trans. ISOMERIA GEOMÉTRICA Modelos para o composto 1,2-cloro-ciclopropano Carbono hidrogênio cloro No primeiro modelo, os átomos de cloro estão do mesmo lado do plano do anel: é a forma cis. No segundo modelo, um átomo de cloro está acima e outro abaixo do plano do anel: é a forma trans. ISOMERIA GEOMÉTRICA Como ficam os nomes dos compostos, respectivamente? Cis-1,2-dicloro-ciclopropano Trans-1,2-dicloro-ciclopropano A isomeria cis-trans está presente nos óleos vegetais, os chamados poliinsaturados devido às ligações duplas presentes nas moléculas. ISOMERIA GEOMÉTRICA ISOMERIA GEOMÉTRICA Quando margarinas são produzidas, visando à obtenção de consistência sólida, o acréscimo de hidrogênios (hidrogenação) satura as moléculas favorecendo o aumento de colesterol e triglicérides no sangue. ISOMERIA ÓPTICA Para tentar compreender porque ocorre isomeria óptica, façamos, inicialmente algumas comparações visíveis de assimetria, visto ser tal conceito determinante nesse caso. ISOMERIA ÓPTICA Assimetria das mãos. Repare a imagem especular. ISOMERIA ÓPTICA Não é possível superpor a mão direita sobre a esquerda. Elas são diferentes, ou melhor, assimétricas. ISOMERIA ÓPTICA Esse tipo de assimetria é dito quiral, palavra que vem do grego CHEIR, que significa mão. ISOMERIA ÓPTICA Perceba que a tentativa de sobrepor as moléculas de ácido lático, a fim de obter compostos iguais é frustrada. Aqui, como nas mãos, há assimetria ou “quiralidade”. ISOMERIA ÓPTICA Isso que dizer que existem dois tipos de ácido lático? ISOMERIA ÓPTICA A resposta é sim. Por exemplo, existe um tipo de ácido lático que é produzido no leite e outro, nos músculos, quando temos cãibras. ISOMERIA ÓPTICA Os ácidos láticos apresentados têm isomeria óptica. Por que isomeria ”óptica”? ISOMERIA ÓPTICA Tudo começou com Louis Pasteur estudando propriedades ópticas relacionadas às formas de cristais de sais de amônio de tártaro presentes no vinho. ISOMERIA ÓPTICA Munido de uma pinça, uma lupa e muita paciência, Pasteur separou os cristais do sal de amônio, submetendo-os a um feixe de luz polarizada, num aparelho chamado polarímetro. ISOMERIA ÓPTICA Perceba que os cristais tem formas assimétricas. Pasteur observou o comportamento das soluções de ambos ao polarímetro. ISOMERIA ÓPTICA Esquema de um polarímetro. A luz, ao passar pela amostra, é desviada para direita ou para a esquerda. ISOMERIA ÓPTICA Diz-se que as amostras de sais de tártaro testadas por Pasteur são opticamente ativas, pois desviam a luz polarizada, para a direita ou para a esquerda. ISOMERIA ÓPTICA Lembrando que Pasteur separou os sais em dois grupos, qual o comportamento frente à luz polarizada? ISOMERIA ÓPTICA A amostra que desviou a luz para a direita chama-se dextrógira (+) e para a esquerda, levógira (-). ISOMERIA ÓPTICA A mistura de ambas não desvia a luz e Pasteur chamou-as mistura racêmica. ISOMERIA ÓPTICA Em 1815, Biot descobriu que muitas outras substâncias (açúcar, cânfora,...) tinham esse comportamento: atividade óptica. ISOMERIA ÓPTICA Hoje se sabe que tal comportamento é devido a carbono ligado a quatro grupos diferentes entre si: carbono assimétrico ou quiral. ISOMERIA ÓPTICA Voltando ao ácido lático. H C CH3 C* COOH OH Exemplo de quiralidade e conseqüente ATIVIDADE ÓPTICA. Repare que o carbono central é assimétrico. Está ligado a quatro grupos diferentes. ISOMERIA ÓPTICA Atenção! Uma mesma molécula pode apresentar mais de um carbono assimétrico, o que multiplica a quantidade de isômeros ópticos para uma mesma fórmula molecular. ISOMERIA ÓPTICA ISOMERIA ÓPTICA Como ficam os nomes dos isômeros do ácido lático? 1. Com desvio para a direita: ácido-2-hidróxipropanóico (+) 2. Com desvio para a esquerda: ácido-2-hidroxipropanóico (-) ISOMERIA ÓPTICA Concluindo Para conhecer o comportamento químico de uma substância, muitas vezes, bastam suas fórmulas moleculares ou estruturais planas. ISOMERIA ÓPTICA Concluindo Há, porém, moléculas especiais que originam isômeros. Esses podem apresentar, além de comportamentos químicos diferentes, comportamentos fisiológicos inesperados. ISOMERIA ÓPTICA Concluindo É o caso, por exemplo, do medicamento “talidomida” usado para enjôos na gravidez. ISOMERIA ÓPTICA ISOMERIA ÓPTICA ISOMERIA ÓPTICA Porque não foram realizados testes suficientes em relação a um dos isômeros, muitas crianças cujas as mães utilizaram-no nasceram sem dedos das mãos ou pés.
Compartilhar