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ANESTESIA LOCAL Anestésico local: substância que, aplicada em concentração adequada, bloqueia de maneira reversível a condução nervosa. Promovem analgesia completa sem perda da consciência. Mecanismo de ação Ligam-se aos canais de sódio, impedindo o influxo e consequentemente levando à depressão da intensidade da despolarização. Logo, há bloqueio no desenvolvimento do potencial de ação propagado e de condução. Seletividade do bloqueio Dor → Frio → Calor → Toque → Pressão → Função motora O retorno ocorre na mesma ordem. Farmacocinética Absorção → Local da injeção: os níveis sanguíneos de anestésico local dependem da área, pois, quanto mais ela for vascularizada, maior será o nível sérico obtido. Logo, deve-se ter cautela ao se infiltrarem regiões como músculos intercostais, mucosas ou região massetérica. → Presença de vasoconstritor: esta associação permite o aumento do período anestésico por causar vasoconstrição local, absorção mais lenta do anestésico, permitindo elevar discretamente a dose máxima permitida. → Dose: volume e concentração podem variar, porém é importante que se empreguem doses abaixo das máximas permitidas. Distribuição Anestésicos com cadeia intermediária do tipo éster são pouco distribuídos se comparados aos do tipo amida. Metabolização e eliminação → Tipo éster: colinesterases plasmáticas → Tipo amida: hepática Eliminação, no geral, renal. Tetracaína (Início de ação: 1-5min ; Período hábil: 20-40min) → Tipo éster → Uso tópico → Uso oftálmico e em mucosas Lidocaína (Início de ação: 5-10min ; Período hábil: 60-120min) → Tipo amida → Alto poder de penetração → Uso tópico ou intravenoso - Também pode ter uso antiarrítmico Bupivacaína (Início de ação: 20-30min ; Período hábil: 2-4 horas) → Tipo amida → 4x mais potente que a lidocaína Ropivacaína (Semelhante à bupivacaína) → Tipo amida → Analgesia sensitiva sem bloqueio motor profundo Aditivos Adrenalina (epinefrina): prolonga ação do anestésico local e reduz a absorção sistêmica. Pode retardar a cicatrização de feridas e promover edema tecidual. Bicarbonato: diminui o período de latência Hialuronidase: aumenta a difusão Efeitos adversos Causas → Dose excessiva → Absorção inesperadamente rápida → Administrações rápidas → Retirada do torniquete no momento incorreto Sinais clínicos → Calafrios → Náuseas → Vômitos → Olhar fixo → Tremores, opistótono, contaturas → Perda da consciência → Morte BLOQUEIOS ANESTÉSICOS Bloqueios de cabeça Bloqueio para descorna Faz-se o bloqueio do nervo cornual, através da fossa temporal e, em raças zebuínas, do nervo auriculopalpebral de forma circular infiltrativa. Retrobulbar Introduz-se a agulha no canto interno do olho, tangencialmente ao globo ocular e rente ao tabique ósseo. Pequenos: 2ml de lidocaína 2% Grandes: 10 a 12ml Calcular dose máxima! → Cirurgias de enucleação → Também se faz bloqueio das pálpebras Infraorbitário A agulha é introduzida no forame infraorbitário. Nos carnívoros domésticos, sua localização é dorsal ao terceiro molar superior. → Cirurgias craniais ao forame, como extração dentária, sutura de gengiva.. Supraorbitário Mentoniano A agulha é introduzida no forame mentoniano. No cão, normalmente localiza-se ventral ao 2º pré-molar Volume de anestésico: 0,1 mg/kg → Faz anestesia dos lábios inferiores, incisivos, caninos, primeiro pré-molares, mandíbula e tecidos moles da região. Bloqueios de tronco Infiltrativa na linha de incisão Vantagens: simplicidade de aplicação. Desvantagens: não propicia anestesia para a região, e tem-se necessidade de realizar outras intervenções anestésicas durante o procedimento cirúrgico. Além disso, há propensão de formação de edema e dificuldade de cicatrização do local. Infiltrativa em L invertido Local do bloqueio: linha ao longo da borda da última costela e ao longo porção ventral do processo transverso lombar da última costela até a 4ª vértebra lombar. Área bloqueada: flanco caudal e ventral ao local da injeção. Desvantagens: grande volume de anestésico utilizado e bloqueio incompleto de camadas profundas da parede abdominal. Paravertebral proximal Com a agulha no sentido vertical, faz-se três aplicações: Última vértebra torácica* - L1 → L1 - L2 → L2 - L3 * T13 em ruminantes e T18 em equinos 20ml de lidocaína 2% em cada local Área bloqueada: flanco. Vantagens: anestesia pele, musculatura e peritônio. Não é necessário grande volume de anestésico. Desvantagens: difícil execução em animais obesos Complicações: possível penetração a. aorta, v. cava; perda controle motor dos membros pélvicos devido migração caudal do fármaco (bloqueio do nervo femoral) Paravertebral distal Com a agulha no sentido horizontal, faz-se as aplicações nas porções distais dos processos transversos lombares de L1, L2 e L4 10 a 20 ml de lidocaína em cada local Nervos intercostais Faz-se a anestesia de uma área compreendida por 5 costelas. A central (local de incisão), dois nervos caudais e dois nervos craniais. → Toracotomias → Analgesia de fraturas de costelas → Drenagem pleural → Analgesia pós-operatória (cirurgias torácicas) Bloqueios de membros Plexo braquial O acesso é feito pela articulação do ombro. Causa analgesia no membro anterior. Subescapular É considerada uma técnica às cegas de bloqueio do plexo braquial. O acesso também é feito pela articulação do ombro, porém entre o ombro e a primeira costela. A técnica pode ser feita através da obstrução do fluxo sanguíneo ou guiada por neuroestimulador de nervos periféricos. Área anestesiada: úmero distal, cotovelo, antebraço e pata Anestesia regional intravenosa Utiliza-se um garrote* para evitar que o anestésico vá para a via sistêmica. *Mínimo de 15 a 20min ; Máximo de 60 a 90min Grandes animais: 0,5 a 1,5 mg/kg de lidocaína Pequenos animais: 2,5 a 5 mg/kg de lidocaína Bloqueios do neuroeixo Epidural Anestésico é depositado no espaço epidural. Local de acesso: L7-S1 (cães); sacrococcígea ou intercoccígea (gatos) ; localizar articulação da cauda (grandes animais) Área anestesiada Para avaliar se a agulha está no espaço epidural, deve-se fazer o teste de resistência e da gota pendente. Podem ser utilizados diversos anestésicos, inclusive associações com opioides. Volume em pequenos animais: 0,26 ml/kg para bloqueio dos membros posteriores. No máximo 0,36ml/kg caso se deseje realizar o bloqueio de regiões mais craniais do abdômen. Cuidado com a depressão respiratória! Volume em grandes animais: 1ml/100kg (bovinos) ; 6 a 8ml/kg (equinos), sendo que 0,25 a 0,35mg/kg de lidocaína. Raquidiana Realizada no espaço subaracnoideo, diretamente no liquor. Suporta menores volumes de anestésico e é realizada entre L5 - L6 ou L6-L7. Para avaliar se a agulha está no local correto, deve-se observara saída do líquor pelo local em que se insere a seringa. Bloqueios para orquiectomias Bloqueio intratesticular Bloqueio na linha de incisão + bloqueio plexo
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