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MONSTER CONCURSOS
DIREITO PROCESSUAL PENAL E ORGANIZAÇÃO JUDICIARIA E POLICIAL
Max de Souza Lima.
INTRODUÇÃO.
A Constituição Federal de 1988 traz em seu bojo instrumento que esta alinhada ao sentimento e direito fundamental do ser humano, o direito a liberdade, no art. 5º Inc. LXVIII diz “Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. 
O habeas corpus se constitui na garantia da liberdade individual diante do poder estatal, sendo anteparo de fundamental importância à pessoa diante do Estado, é uma ação que tem como objetivo a tutela jurisdicional da liberdade.
DESENVOLVIMENTO.
Historicamente o habeas corpus que significa dizer – liberte o corpo- foi a primeira garantia de direitos fundamentais, concedida por Joao sem Terra, monarca inglês na magna carta em 1215, e formalizada posteriormente pelo habeas corpus act, em 1679.
No Brasil a primeira manifestação do instituto deu-se em razão de um Alvará deferido por Dom. Pedro I em 1821, pelo qual se dava segurança de liberdade de locomoção. O habeas corpus foi usado inicialmente para garantir não só a liberdade física como também os demais direitos tina pressupostos básico a locomoção tratava-se da teoria brasileira do habeas corpus, que perseverou ate a reforma constitucional de 1926, impondo o exercício dessa garantia apenas a situações de lesão ou ameaça de lesão à liberdade de ir e vir. 
Vejamos breve resumo histórico do habeas corpus no direito constitucional brasileiro.
DECRETO Nº. 114 DE 23/05/1821 –
“fixava providencia para garantia da liberdade individual, (proibindo prisões arbitrarias)”. 
CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO DE 1824-
“Não havia previsão expressa do Habeas Corpus, na constituição do império de 1824, porém a mesma constituição tutelou a liberdade de locomoção (art.179, inc. VI VIII e IX) e também vedou qualquer hipótese de prisão arbitraria”.
CÓDIGO CRIMINAL DE 16/12/1830 –
“Pela primeira vez tivemos dentro do ordenamento jurídico brasileiro a terminologia do Habeas Corpus (art. 183-188)”.
CÓDIGO PROCESSO CRIMINAL DE PRIMEIRA INSTANCIA (LEI Nº. 127/32) –.
“Previsão expressa de garantia do Habeas Corpus (art.340-345)”.
LEI Nº. 2.033/ 71 –
“Ampliou ao assegurar o Habeas Corpus também para beneficiar estrangeiros (art.18)”.
CONSTITUIÇÃO DE 1821 –
“Pela primeira vez, tivemos a constitucionalização do Habeas Corpus in verbis – Dar-se-á habeas corpus sempre que o individuo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder”.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº. 01/26 –
Restrição da Teoria brasileira do habeas corpus, nova redação dado ao art. 77 § 22º, restringindo o remédio à liberdade de locomoção. “Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência por meio de prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoção”.
Após mudanças nas constituições de 1934, 1937, 1946, 1967. Entramos no período do AI-5 que de forma absurda suspendeu o direito e efeitos do Habeas Corpus. Que teve sua revogação através da EC Nº. 11/78.
E finalmente tivemos a constituição cidadã, de 1988 onde no seu art. 5º e inc. LXVIII trouxe a garantia expressa do Habeas Corpus.
Vale salientar que o art. 142e §2º, da mesma constituição cidadã trouxe a não aplicação do Habeas Corpus, em relação à punição disciplinar a militares.
HABEAS CORPUS PREVENTIVO.
Quando a constrição ao direito de locomoção já se consumou estaremos diante do habeas corpus liberatório ou repressivo, para cessar a violência ou a coação.
HABEAS CORPUS REPRESSIVO.
O habeas corpus será preventivo quando algum se achar ameaçado de sofrer violência ou coação a sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (a restrição à locomoção anda não se consumou). Nessa situação poder-se-á obter um salvo-conduto para garantir o livre transito de ir e vir.
DA TITULARIDADE.
O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou outrem bem como pelo Ministério publico conforme dispõe o art.654, caput, do Código de Processo Penal. “Entende-se que o titular do direito do habeas corpus é o paciente, ouse já aquele que esta na iminência de sofrer ou esta sofrendo coação ilegal a sua liberdade”. Se o próprio paciente impetra há coincidência entre o titular do direito a liberdade e o titular da ação, chama-se legitimação ordinária. Porem quando o impetrante é uma terceira pessoa ou ministério publico há dissociação entre o titular do direito material afirmado em juízo que é o paciente, e o legitimado a propositura da ação – o impetrante- nessa situação chamar-se-á legitimação extraordinária. 
O habeas corpus é uma ação constitucional de caráter penal e de procedimento especial, isenta de custas e que visa evitar ou cessar violência ou ameaça na liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. Não se trata, portanto de uma espécie de recurso, apesar de regulamentado no capítulo a eles destinado no Código de Processo Penal. 
Convém lembrar que, não obstante o esforço teórico desprendido por esses autores e o fato de o habeas corpus servir às vezes, como sucedâneo de recurso, para atacar pronunciamento judicial, está hoje fora de qualquer dúvida a sua natureza jurídica de ação, ou seja, “atuação do interessado, ou alguém por ele, consistente no pedido de determinada providência, a órgão jurisdicional, contra ou em face de quem viola ou ameaça violar a sua liberdade de locomoção”. 
CONCLUSÃO
O habeas corpus nada mais é do que um remédio constitucional, da qual nos ampara contra as ameaças arbitrárias de certos profissionais, ou situações que ponha a nossa liberdade em risco. 
Tal como disse o grande filósofo existencialista Jean-Paul Sartre: “Estou condenado a ser livre”, pois todo homem têm direito a sua liberdade, uma vez que se o homem está condenado a ser livre, a humanidade, em geral, está condenada a fazer conviver essa liberdade. 
O intuito deste artigo foi não só informar aos interessados em obter um conhecimento acerca do tema abordado, mas sim também revelar, aquilo que muitos desconhecem que a liberdade, acima de tudo é a nossa maior virtude, e sem ela, com certeza enlouqueceríamos; e por ela podemos lutar, visto que, o habeas corpus ao contrário de outros remédios constitucionais, pode ser impetrado pelo próprio ameaçado.
BIBLIOGRAFIA
Direito Constitucional, Pedro Lenza, Ed. 2014, Editora Saraiva.
Curso de Direito Constitucional, 8º Ed. 2019, Ingo Wolfgang Sarlet, Luiz Guilherme Marinone e Daniel Mitidieiro. Editora Saraiva.
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2862/Habeas-Corpus

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