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Universidade da região da campanha - urcamp centro de ciências da saúde – ccs curso de medicina veterinária disciplina de Higiene e inspeção de carnes Profª. Msc. Margarete Franco ABATE DE BOVINOS Andressa Tort, Clara Soler, Daniella Quadros, Gustavo Cremona, Izadora Machado e Luana Lederhans. Bagé, Maio, 2019. Tecnologia de abate em bovinos O abate humanitário é um conjunto de procedimentos técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico. O abate de animais deve ser realizado sem sofrimentos desnecessários. As instalações completas para o abate envolvem: Currais e anexos; Rampa de acesso à matança (com chuveiros e seringa); Área de atordoamento; Sala de matança com subseções (triparia, miudeza, graxaria); Instalações frigoríficas. Fluxograma do abate Origem Transporte Jejum e dieta hídrica Banho de aspersão Insensibilização Área de vômito Sangria Desarticulação Esfola Evisceração Inspeção Divisão de carcaça Toalete Lavagem de carcaça Resfriamento Expedição e Transporte Origem Animais criados á pasto ou criados em confinamento. Transporte O transporte é rodoviário, os caminhões chamados de "caminhões boiadeiros", tipo truque, com carroçaria medindo 10,60 x 2,40 metros, com três divisões: Anterior com 2,65 x 2,40 metros; Intermediária com 5,30 x 2,40 metros; Posterior com 2,65 x 2,40 metros. A capacidade de carga média é de 5 animais na parte anterior e posterior e de 10 animais na parte intermediária, totalizando 20 bovinos. Embarcadouro na propriedade. GTA. Nota do produtor. Descanso e dieta hídrica dos animais Na chegada os animais devem permanecer em descanso, jejum e dieta hídrica nos currais por 24 horas, podendo esse período ser reduzido em função de menor distância percorrida. Esvaziamento do trato gastrointestinal (facilitar a evisceração e contaminação de carcaça); Hidratação do animal (facilitar a esfola, contaminação de carcaça, ruptura de couro); Recuperação das taxas de glicogênio no músculo (a acidificação da carne e a vida-de-prateleira). Exame Ante Mortem Atribuição exclusiva do Médico Veterinário. Exame visual do animais. Confere-se as documentações. Banho de aspersão Após o descanso os animais são levados por uma rampa de acesso ao boxe de atordoamento dotado de comportas tipo guilhotina. Nessa rampa é realizado o banho de aspersão. O local deve dispor de um sistema tubular de chuveiros dispostos transversais, longitudinais e lateralmente, orientando os jatos para o centro da rampa. A água deve ter a pressão não inferior a 3 atmosferas (3,03 Kgf/cm2) e recomenda-se hipercloração a 15ppm de cloro disponível. Insensibilização O atordoamento ou a insensibilização pode ser considerado a primeira operação do abate propriamente dito. Determinado pelo processo adequado, o atordoamento consiste em colocar o animal em um estado de inconsciência, que perdure até o fim da sangria, não causando sofrimento desnecessário e promovendo uma sangria tão completa quanto possível. A utilização de pistolas de dardo cativo (pneumática ou de explosão) provoca lesões do tecido do sistema nervoso central, disseminando-o pelo organismo animal. Sangria É realizada pela abertura sagital da barbeIa através da linha alba e pela secção da aorta anterior e veia cava anterior, no início das artérias carótidas e final das veias jugulares. O sangue é então recolhido pela canaleta de sangria. Deve-se cuidar para que a faca não avance muito em direção ao peito, porque o sangue poderá entrar na cavidade torácica e aderir à pleura parietal e às extremidades das costelas. É conveniente a utilização de duas facas de sangria: uma para a incisão da barbeIa e outra para o corte dos vasos. Estimulação elétrica A Estimulação Elétrica pode ser de baixa voltagem (20 a 70V) que deve ser aplicada ate 10 minutos depois da insensibilização, e a de alta voltagem (acima de 400V) que tem seu efeito pelo aumento da glicólise e pela ruptura das fibras musculares (violentas contrações). Esfola - Área suja A esfola inicia-se pelo descouramento manual das patas dianteiras, desarticulação dos mocotós, abertura da barbela, coureamento da cabeça e lábios. Couramento do traseiro, primeiro transpasse, couramento do outro traseiro e segundo transpasse, e animal fica pendurado pelas duas patas, após a retirada das patas traseiras e dianteiras e sua inspeção . Após ocorre a esfola da cauda e ablação e oclusão do reto, na sequência ocorre a esfola da região abdominal, dorsal e matambre (matambreira). Área Limpa Abertura do pescoço, liberação do esôfago e traqueia (com a sonda sacarolha), esôfago é amarrado na porção cranial, para evitar contaminação da cabeça. Desarticulação da cabeça, marcando no occipital o numero de identificação do animal, que também vai na articulação do carpo. Área Limpa – Retirada da Cabeça Retira-se a cabeça, que é levada para lavagem, recomenda-se água clorada sob pressão, deve-se ter especial atenção à limpeza de suas cavidades (boca, narinas, faringe e laringe) e total remoção dos resíduos de vômito, para fins de inspeção e para certificar-se da higiene das partes comestíveis. Após a cabeça é colocada na mesa móvel ou dependurada em nória específica, sendo a língua deslocada e após inspecionada junto com a cabeça. Importante haver um sincronismo entre a nória da carcaça e a mesa ou nória da cabeça, para que sejam inspecionadas juntas caso seja identificado algum problema na inspeção post mortem . Evisceração Após se inicia a evisceração, que deve ser realizada no máximo 30 min após a sangria para evitar contaminação. Abertura do externo e pélvis, liberando as vísceras da cavidade torácica, abdominal, através de um corte que passa em toda sua extensão, cuidar para não romper o trato gastrointestinal. No caso do abate de fêmeas, ocorre o deslocamento do útero, e se houver a retirada do feto (graxaria). Após os órgãos e vísceras são retirado e colocado em mesa fixa ou rolante para posterior exame. Tira todo o tubo gastrointestinal. Evisceração Após ocorre a retirada do fígado, pulmão e coração. Os rins permanecem na carcaça e são inspecionados e removidos depois. Estas operações devem ser realizadas cuidadosamente e sob rigorosa observação, com o objetivo de evitar lesões no trato gastrintestinal e urinário durante a abertura do abdômen e separação do esterno com a serra. Divisão da Carcaça As carcaças são serradas longitudinalmente ao meio, seguindo o cordão espinal (MRE - material de risco específico: Medula óssea). Submetidas a toalete para remoção dos rins, rabo, gorduras e medula. São lavadas em cabines através de jatos de água à temperatura de 38ºC e sob pressão mínima de 3 atm com o objetivo de eliminar esquírolas ósseas, coágulos e pelos. As carcaças são pesadas, tipificadas e carimbadas nas seguintes regiões: lombo, paleta, ponta de agulha e coxão. Refrigeração As meias carcaças são resfriadas para posterior corte das regiões e desossa. Para reduzir a temperatura interna para menos de 7°C, elas são resfriadas em câmaras frias com temperaturas entre 0 e 4°C. Período de 24 e 48 horas. Desossa Trata-se da área onde o corte será padronizado conforme é conhecido na forma comercial ou como o mercado exigir, por exemplo, sem osso, com ou sem gordura. Enquanto o osso é colocado em uma esteira que seguirá para descarte, a carne segue por uma outra esteira para o refile, onde serão retirados os excessos de cartilagem, sebos, gorduras, aponeuroses, etc. E onde também é feita a padronização e classificação dos cortes, que serão direcionados para uma entre as diversas linhas de produtos. Produto finalAbate Halal Obrigada!
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