PCP - pesquisa de campo psicologia organizacional

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UNIVERSIDADE PAULISTA
PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
EDUARDA DE QUADROS
GABRIEL DE ANDRADE COELHO
GIOVANNA BONAVOGLIA DE FIGUEIREDO
JULIA OTONI RUSSO
MICHEL HABIB JUNIOR
TALITA DA SILVA SANTOS 
 
 
TRABALHO DE CAMPO
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
 
 
 
 
 
SANTOS 
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A área organizacional da psicologia começa a tomar forma no começo do século XX, após o advento da Revolução Industrial e o aumento de problemas de eficiência dos trabalhadores, uma visão mais prioritária do comportamento e condições emocionais do homem na indústria começara a se formar, e com ela a psicologia organizacional dava seus primeiros passos, convergindo a psicologia aplicada ao ambiente do trabalhador e suas condições. (ROTHMANN, 2017). Este trabalho visa analisar as informações dadas sobre a psicologia organizacional e compará-las com a real vivência dos profissionais da área, suas convergências e divergências.
Atualmente, a atividade do profissional desta área consiste em assessorar e intermediar a relação entre a gestão e o profissional, seja por meios de seleção de pessoal adequado aos padrões da empresa e treinamento de novos ou antigos funcionários em planos de carreira, levantamento de qualidades necessárias para determinada função, aplicação de testes psicológicos e utilização de variados instrumentos para determinar a qualidade do candidato ou funcionário para atuar no mercado, aplicação de medidas preventivas e remediarias em prol da resolução de conflitos e melhor desempenho técnico e emocional do funcionário da empresa; o psicólogo organizacional em todas as suas atividades se dispõe a intermediação entre o patrão e o empregado, prezando pela saúde mental e boas condições dos trabalhadores da empresa sem comprometer os interesses do mercado, tendo uma grande importância dentro da área da psicologia e da área do trabalho como um todo por proporcionar maior diálogo entre os pilares das empresas e contribuir para a saúde do homem em seu ambiente de trabalho, local de extrema relevância na modernidade.
O psicólogo organizacional trabalha sempre em contato com empresas, geralmente distribuído entre assessorias de recursos humanos terceirizadas ou no núcleo das próprias empresas e junto da realidade dos funcionários e gestores, ambos lócus de trabalho partilhando da mesma importância e exercendo atividades distintas. Segundo o texto “Quem são as psicólogas brasileiras? ” Publicado no Conselho Federal de Psicologia em 2013, durante uma pesquisa realizada em 2012 foi constatado que a segunda principal área onde atuam psicólogas (a maior fatia na proporção de gênero dentro da profissão) é a organizacional, na qual 12% das mulheres psicólogas trabalhavam na época, o que indica uma grande relevância da área na atuação profissional.
DESENVOLVIMENTO - CONDENSAÇÃO E RELAÇÃO TEORIA X FALAS DOS PROFISSIONAIS OU ANÁLISE
Caracterização do trabalho de campo, contexto e área de atuação
De acordo com Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2009), a atuação profissional de Psicologia Organizacional e do Trabalho pode ser dividida em campos interdisciplinares, sendo eles a Psicologia Organizacional, a Psicologia do Trabalho e Gestão de Pessoas. 
As maiorias das profissionais entrevistadoras trabalham atualmente como consultoras de Recursos Humanos, sendo uma delas assistente de Recursos Humanos. Suas atividades são de análise do trabalho, com definição de competências exigidas para os cargos e análise de postos de trabalho, treinamento, com desenvolvimento de carreiros e planos de sucessão, apoio e desenvolvimento de material instrucional, implementação de política de estágios, e de recrutamento e seleção, onde há uma identificação de potenciais candidatos aos postos de trabalho, planejamento do processo seletivo, realização de avaliação psicológica com o objetivo de seleção, análise de resultados, recomendações consolidadas em laudos específicos e atuação nos processos de admissão. 
Uma das entrevistadoras conta sobre o que são as avaliações psicológicas com o objetivo de seleção e menciona uma nova atividade que inclusive a maioria das profissionais entrevistadas adotaram:
[...] a gente está falando de testes de personalidade, testes de atenção, testes de raciocínio lógico, testes de raciocínio espacial, tem também hoje em dia – que está sendo muito solicitado nas empresas, até por uma questão normativa – a avaliação psicossocial. 
A Avaliação Psicossocial consiste em compreender os aspectos comportamentais e de perfil psicológico, com foco na estrutura psíquica do trabalhador, visando sua saúde dentro do ambiente de trabalho.
As três consultorias de Recursos Humanos aqui analisadas encontram-se na mesma cidade de Santos-SP, e seus ambientes de trabalho possuem características adequadas de acordo com as normas do Conselho Federal de Psicologia, referente as responsabilidades do psicólogo:
Art. 9º -É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. 
Portanto, salas específicas para reuniões, treinamentos, entrevistas e avaliação psicológica, sendo elas isoladas para garantir a privacidade e o sigilo, e além destes critérios citados pelas profissionais, uma das entrevistadas comenta sobre a infraestrutura, mas também destaca as condições adequadas de atendimento:
Para mim, as condições adequadas é você sempre ter a disposição materiais de apoio de qualidade. Então por exemplo quando fazemos uma avaliação psicológica, precisamos ter testes adequados para aquilo que precisamos fazer. No que diz respeito de infraestrutura, precisamos de computadores e impressoras em boas condições, precisamos deste tipo de hardware.
Como trabalham em consultorias, as psicólogas organizacionais entrevistadas trabalham conjuntamente com outros profissionais que lhes ajudam com as atividades de recrutamento e seleção, e treinamento, sendo estes também psicólogos consultores. Mas, também há profissionais da área comercial e financeira. Uma das entrevistadas diz que a equipe também contém analistas e diretores. 
Referente à autonomia e satisfação com ao exercício da profissão, a maioria se manifesta positivamente. Uma das entrevistadas comenta sua insatisfação, destacando a situação do mercado de trabalho:
Ultimamente, as empresas têm reduzido custos. Então, às vezes elas não estão mais solicitando, terceirizando os processos de avaliação, os testes, estão fazendo mais internamente. Então, tem tido uma decaída, a gente fica mais insatisfeito por causa disso, o mercado de trabalho também deu uma recuada, então antes se tinham várias, agora não.
População atendida
As características dos clientes atendidos dependem do local de atuação, mas na área organizacional existem vários perfis. Esses clientes chegam ao psicólogo por meio do site da empresa, indicações de pessoas que já trabalharam ou de empresas terceiras.
A contribuição destes profissionais para a população é estimular as pessoas a pensar e refletir mais e ajudá-las a buscar uma solução, com isso melhorar a autoconfiança dos indivíduos, ou seja, ajudá-los a entrarem em contato com seus conteúdos emocionais.
Formação profissional
A graduação é um direcionamento, porém o psicólogo deve buscar sempre mais, é preciso estar em uma constante pesquisa e atualização de conhecimento. Cursos, projetos da faculdade, estágios são recursos que enriquecem a formação.
A formação posterior à graduação é essencial, pois ajuda o profissional a se aprofundar na linha a qual escolheu.
Trabalhos sobre a formação e atuação do psicólogo, no geral e nas áreas específicas, vêm sendo desenvolvidos desde a década de 50, no Brasil. Contudo, pode-se afirmar (Zanelli, 1992) que, no que tange especificamente à Psicologia Organizacional, tais estudos apresentam-se em menor quantidade.
 
PsicologiaOrganizacional é a denominação amplamente empregada no Brasil para designar estudos de cunho acadêmico ou teórico e as aplicações da psicologia no âmbito das atividades laborais ou das organizações de trabalho. Psicologia do Trabalho é algumas vezes utilizada para conotar matizes políticas ideológicas ou, mesmo, no sentido direto das relações ou tarefas laborais. Em um sentido inclusivo, tem-se preferido a denominação Psicologia Organizacional e do Trabalho.
Mercado de trabalho
Referente ao mercado de trabalho para as mais experientes, as psicólogas alegaram uma decaída por conta da situação que o país se encontra. Porém, este se encontra mais exigente se comparado há anos atrás. Portanto, todas as profissionais ressaltaram o estágio como fundamental para recém-formados. 
A expectativa para o futuro do mercado de trabalho para psicólogos organizacionais é positiva; a maioria diz que a tendência é crescer. Porém, há um advertimento de uma das psicólogas que se diz respeito ao profissional do coaching – o coach:
pessoas que não são realmente especializadas, não apresentam uma vivência, uma formação adequada na área tenta atuar no lugar dos profissionais formados. Tentam oferecer “milagres” e soluções que realisticamente não são possíveis. Isso é extremamente prejudicial, vemos muitos estragos sendo feitos por conta disso. Os psicólogos clínicos tem uma demanda grande para reparar os efeitos disso, os psicólogos organizacionais também. Quanto mais for valorizado o profissional de RH, mais se abrem as portas para podermos propagar esse conhecimento e esse trabalho bem feito e embasado.
Além deste, também há uma observação interessante referente á exigência atual das empresas:
As empresas estão num movimento de cada vez mais contratar comportamento do que contratar experiência, isso é uma mudança que a gente tem percebido ao longo dos anos na área organizacional, que faz para mim todo o sentido. Por isso essa preocupação de desenvolver comportamento e competências vai crescer cada vez mais. A área de seleção, a tecnologia está aumentando cada vez mais a cada dia na nossa área de seleção, então tem sido desenvolvidos programas, aplicativos, cada vez mais sofisticados que estão fazendo uma parte do nosso trabalho e aí a gente deixa de ter uma atuação operacional - porque esses programas estão já fazendo grande parte desse trabalho – e a gente fica em uma parte mais estratégica do processo seletivo. Acho que a tecnologia vai vir mais forte na área de seleção talvez a gente perca um pouco de espaço, mas em contrapartida, na área de treinamento a gente tende a crescer cada vez mais.
A jornada de carreira da maioria das profissionais é parecida; estágio dentro de uma empresa e promoção destas pela mesma a que se encontram até hoje. Já uma das profissionais conta ter passado por várias empresas após o estágio e inclusive contou ter sido sócia de uma empresa de consultoria até ter sua própria, a qual mantêm atualmente. A remuneração depende do porte da empresa que emprega o profissional. E, além disso, o psicólogo geralmente não é registrado, tendo assim os possíveis cargos de assistente, auxiliar, analista de Recursos Humanos, analista de DHO (Desenvolvimento Humano Organizacional) ou consultor de Recursos Humanos, dizem a maioria das entrevistadas. 
CONCLUSÃO
O trabalho sempre foi imprescindível em todas as comunidades humanas, seja de forma rudimentar e direta visando a sobrevivência, seja nas megalópoles com códigos de ética profissional muito bem estabelecidos. Muito embora possuam estruturas rígidas e funcionais, em sua grande maioria, os ambientes profissionais ainda são compostos por pessoas e todas as suas complexidades. Posto isso, tem-se em vista a importância da psicologia organizacional, que visa compreender os fenômenos do comportamento humano inseridos no contexto profissional. O psicólogo organizacional possui diversas funções como recrutamento, treinamento, seleção, acompanhamento, além de gerir conflitos e fazer a gestão de planos de carreira, e por sua importância, é valioso o contato de psicólogos recém-formados e estudantes com essa área da ciência. Espera-se assim que o trabalho aqui desenvolvido tenha sido esclarecedor e incentivador, além de expor os pormenores desta área da Psicologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZANELLI, J. C. O psicólogo nas organizações de trabalho, 2009. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=6WkRkP3hWqAC&oi=fnd&pg=PA8&dq=zanelli+psicologia+organizacional&ots=-mZZRs4L8m&sig=RnSogmLvsTvrMJP6h178i7GtJ0o#v=onepage&q=zanelli%20psicologia%20organizacional&f=false> Acesso em: 12 mai. 2019.
 BASTOS, A. V. B.; GALVÃO-MARTINS, A. H. C. Psicologia: Ciência e Profissão: O que pode fazer o psicólogo organizacional, 1990. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931990000100005&lng=pt&tlng=pt> Acesso em: 12 mai. 2019.
ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil, 2014. Disponível em: <file:///C:/Users/55139/Downloads/Psicologia_organizacoes_e_trabalho_no_Br.pdf> Acesso em: 12 mai. 2019.
XIII Plenário do Conselho Federal de Psicologia. Código de ética profissional do psicólogo, 2005. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf> Acesso em 12 mai. 2019.
ZANELLI, J. C. Formação e atuação do psicólogo organizacional: uma revisão da literatura. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1995000100009>. Acesso em 13 mai. 2019.
ROTHMANN, Ian. Fundamentos De Psicologia Organizacional E Do Trabalho. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2017.
Lhullier L. A.; Roslindo J. J.; Moreira R. A. L. C. UMA PROFISSÃO DE MUITAS E DIFERENTES MULHERES: Quem são as psicólogas brasileiras? , 2012. 
Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2013/03/Uma-profissao-de-muitas-e-diferentes-mulheres-resultado-preliminar-da-pesquisa-2012.pdf>. Acesso em: 10 mai. 2019