Buscar

Resumão de Direito Administrativo - Marcelo Santos (IGB)-1

Prévia do material em texto

Professor Marcelo Santos 
 Direito Administrativo 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MARCELO SANTOS 
 
 É proibida a reprodução total ou parcial...... 
 
1 
 
 
 
 
 
I - ESTADO 
 
ELEMENTOS DO ESTADO 
(República Federativa do Brasil, por exemplo) 
NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
Estado é um ente politicamente organizado dotado dos seguintes 
elementos: 
 Povo; 
 Território; 
 Soberania; 
 Finalidade; 
 Governo. 
 
 Estado não é sinônimo de país; 
 Estado não é sinônimo de nação; 
 Estado não é sinônimo de Administração Pública 
 
 
PODERES DO ESTADO NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
O Estado possui três poderes, independentes e harmônicos entre si, 
cada um com sua função típica (que é a principal) e atípica (que é 
mais exercida pelos outros poderes): 
 Executivo: 
→ Função Típica: FUNÇÃO ADMINISTRATIVA = 
Administra/governa 
 → Função Atípica – Legisla; 
 
 Legislativo: 
→ Funções Típicas – Legisla e Fiscaliza; 
 → Funções Atípicas – julga e Administra; 
 
 Judiciário: 
 → Função Típica – Jurisdicional; 
→ Funções Atípicas: Legisla e Administra. 
 
 A atividade administrativa não é exercida exclusivamente 
pelo Poder Executivo; 
 O Poder Executivo não tem a função típica de julgar 
porque todas as suas decisões podem ser analisadas pelo 
Poder Judiciário – não adota o contencioso administrativo 
(da França), e sim o sistema de jurisdição una; 
 Não existe hierarquia entre os poderes; 
 Se não há hierarquia, não podem ficar delegando poderes 
entre si; 
 O poder do Estado é tripartido, e não tetrapartido, pois o 
Ministério Público não é poder. 
 
 
II – FONTES, CONCEITOS E PRINÍPIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
 Lei; 
 Doutrina; 
 Jurisprudência; 
 Costumes; 
 Princípios. 
 A lei sempre obriga a atuação da Administração Pública 
(tem força cogente), e não pode ser desobedecida nem no 
interesse da coletividade. 
 Nem jurisprudência e nem súmulas obrigam a 
Administração Pública a atuar, mas SÚMULAS 
VINCULANTES obrigam; 
 A lei é a única fonte primária. Todas as outras são 
secundárias. 
 
PRINCÍPIOS NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
Tanto os princípios expressos quanto os implícitos são 
de utilização obrigatória, e não apenas uma orientação à 
Administração Pública. 
 
 Explícitos: Têm que estar no caput do art. 37 da 
Constituição Federal, e são: LEGALIDADE, 
IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, 
PUBLICIDADE e EFICIÊNCIA; 
 
 Implícitos: Podem estar em outras leis, ou até mesmo 
subentendidos na leitura das leis. Exemplo: 
Supremacia do Interesse Público, Motivação, 
Presunção de legitimidade, Razoabilidade e autotutela. 
 
 Os princípios expressos não têm mais importância que os 
implícitos (também chamados de reconhecidos); 
 O Princípio da Legalidade Restrita é que se aplica à 
Administração (que só pode atuar se existir previsão na 
lei). Na vida privada, aplicasse o da legalidade ampla (o 
que não é proibido pela lei é permitido); 
 O Princípio da Legalidade não pode deixar de ser 
aplicado por conta de interesse público; 
 O princípio da igualdade é o corolário (resultado) do 
princípio da impessoalidade, que tem vários significados, 
entre eles, a proibição de utilizar a coisa pública para 
satisfazer interesse pessoal; 
 Não confunda autotutela (poder da Administração de 
corrigir seus próprios atos) com tutela (poder que a 
Administração Direta exerce de fiscalização sobre a 
indireta); 
 O princípio da publicidade não é absoluto, podendo ser 
relativizado no caso de segurança da coletividade ou 
preservação da intimidade dos envolvidos. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 Professor Marcelo Santos 
 
 
 
 
Professor Marcelo Santos 
 Direito Administrativo 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MARCELO SANTOS 
 
 É proibida a reprodução total ou parcial...... 
 
2 
 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
É ramo autônomo de Direito Público, que trata das 
relações que envolvem entes, órgãos ou agentes da Administração 
Pública. 
 
Apesar de pertencer ao ramo do direito público, adota 
regimes de direito público (como servidores estatutários) e de 
direito privado, admitindo, por exemplo, funcionários celetistas. 
 
 Não é ramo de direito privado; 
 Não é ramo de direito público e privado; 
 É ramo autônomo de Direito; 
 É um conjunto de regras e princípios, e não apenas de 
leis. 
 Apesar de ramo de Direito Público, adota regras de 
direitos privados em algumas hipóteses. 
 
CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
Possui dois conceitos amplamente abordados: 
 
 Objetivo (qual é o objetivo da Administração 
Pública)/Material (qual é a matéria tratada pela 
Administração Pública). DICA → o FOCO da questão 
é:O QUE FAZ a Administração. Administração Pública 
tem por objetivo a Atividade Administrativa (que é típica 
do Executivo e atípica do Legislativo e Judiciário). 
 
 Subjetivo (que significa: através de que personagens a 
Administração Manifesta sua vontade)/Orgânico 
(através de que personagens ela se organiza)/ Formal 
(por que personagens ela é formada)? DICA → o FOCO 
da questão é QUEM É a Administração: é o conjunto de 
entes, órgãos e agentes que desempenham as funções do 
Estado. 
 
 Operacional: DICA → o FOCO é DE QUE MANEIRA 
atua a Administração: É o desempenho legal, sistemático, 
técnico e perene da atividade administrativa resultante da 
função administrativa realizada pelo conjunto de entes, 
órgãos e agentes públicos. 
 
 Conceito subjetivo é sinônimo de formal ou orgânico; 
 Conceito Objetivo é sinônimo de material; 
 A atividade administrativa é aquela em que o agente 
público não está julgando (como na prolação de uma 
sentença, ou quando o Presidente da República é 
julgado pelo Senado) e nem legislando (como na 
apresentação de um projeto de lei). 
 Função Administrativa tem natureza técnica (execução 
da política), enquanto função de governo tem natureza 
política (escolha da política). 
 
III – A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
Possuímos 09 espécies de Entidades (ou entes) na Administração 
Pública (04 na direta e 05 na indireta) 
 
 DIRETA – também chamada de CENTRALIZADA: 
União, estados, DF, municípios (com os seus respectivos 
órgãos). 
 
 INDIRETA, ou Administração 
DESCENTRALIZADA: Autarquias, Fundações 
Públicas, Sociedades de Economia Mista, Empresas 
Públicas e Consórcios Públicos. 
 
 Nem ONG’s nem OSCIP’s integram a Administração 
Pública; 
 Paraestatais (SESI, SESC, SENAI, etc) são criadas por lei 
e recebem verbas parafiscais, mas não integram a 
Administração Pública; 
 Agências reguladoras não são espécies de entidades, são 
apenas qualificações dadas a algum órgão ou entidade; 
 Agências executivas não são espécies de entidades, são 
apenas qualificações dadas a autarquias ou fundações 
públicas; 
 
ENTES E ÓRGÃOS NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
A diferença básica está na Personalidade Jurídica 
(CNPJ), que permite que entes possuam direitos e deveres, 
podendo ser processados ou processar alguém no Poder Judiciário. 
 
 Entes: Possuem personalidade jurídica de direito público 
ou privado; 
 
 Órgãos: Não possuem personalidade jurídica própria. 
São unidades administrativas internas dos entes (como 
secretarias, hospitais, escolas, ministérios, etc). 
 
 Não existe hierarquia entre as entidades, nem da direta e 
nem da indireta; 
 Apesar de não existir hierarquia, aAdministração Direta 
fiscaliza a Indireta (controle ministerial); 
 Existe hierarquia entre os órgãos (que podem ser 
independentes, autônomos, superiores ou subalternos); 
 No DF, a Administração Direta integra o próprio DF 
(pessoa jurídica) juntamente com suas secretarias e 
demais órgãos, como a CLDF e o TCDF. Na esfera 
federal, é a União, que se organiza em ministérios, e 
também conta, por exemplo, com Congresso Nacional, 
STF, STJ, MPU, etc. 
 
 
 
 
 
 
Professor Marcelo Santos 
 Direito Administrativo 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MARCELO SANTOS 
 
 É proibida a reprodução total ou parcial...... 
 
3 
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
Enquanto a desconcentração é interna ao ente (criação de órgãos, 
departamentos ou delegação de funções), a descentralização é 
externa. 
 
 DESCONCENTRAÇÃO: Criação interna de órgãos ou 
delegação de funções 
 
 DESCENTRALIZAÇÃO: É pra outra entidade (quem 
possui personalidade jurídica). Tanto pode ser pra 
Administração Indireta (Por outorga: quando há 
transferência de titularidade do serviço), ou pra um 
particular que preste serviço público (delegação por 
contrato), onde há tão somente a autorização para prestar 
o serviço. 
 
 
 Criação de ministérios ou secretarias trata-se de 
desconcentração; 
 Quando há transferência de titularidade, só poderá ser 
por outorga (Administração Indireta), que é sempre 
mediante lei; 
 Na descentralização por delegação (para o particular) 
não há transferência da titularidade do serviço, e 
ocorrerá por meio de contrato ou ato unilateral da 
Administração; 
 Agências executivas não são espécies de entidades, 
são apenas qualificações dadas a autarquias ou 
fundações públicas; 
 
 
IV – AGENTES PÚBLICOS 
 
CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
É considerado agente público> 
 A pessoa física; 
 Que presta serviço público; 
 De maneira transitória ou permanente; 
 De forma remunerada ou gratuita. 
 
 Não é necessária a aprovação em concurso para 
desempenhar uma função pública; 
 Mesários ou membros do tribunal do júri são 
agentes públicos honoríficos; 
 Pessoas jurídicas não podem ser agentes públicos; 
 Não é necessária a remuneração para que se 
caracterize um agente público; 
 Servidor é quem ocupa cargo público comissionado 
ou efetivo, e é chamado de estatutário (encontrado 
na administração direta, autárquica e fundacional); 
 Empregado público é quem ocupa emprego 
público, e é chamado de celetista (encontrado nas 
empresas públicas e sociedades de economia 
mista). 
 
 V – PODERES DA AMINISTRAÇÃO 
 
CONCEITOS E ESPÉCIES NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
São prerrogativas que a Administração possui para 
desempenhar suas funções adequadamente. São: 
 
 DISCRICIONÁRIO: Quando o Administrador possui 
duas ou mais escolhas de atuação dentro da lei; 
 VINCULADO: A lei já diz tudo o que o Administrador 
deve fazer, sem deixar margem para escolha; 
 NORMATIVO: Também chamado de regulamentar, é a 
prerrogativa que tem o chefe do Poder Executivo para 
editar normas de caráter geral, como Decretos, ou 
complementar a lei; 
 HIERÁRQUICO: Serve para organizar a 
Administração, delegando e avocando funções. Envolve 
subordinação. 
 DISCIPLINAR: Utilizado na punição de agentes 
públicos ou de particulares que tenham se vinculado à 
Administração (por um contrato de licitação ou matrícula 
em escola, por exemplo); 
 DE POLÍCIA: É a prerrogativa que o Estado tem de 
regular a conduta do particular em geral em nome do 
interesse da coletividade; (Regular pode ser: aplicar 
sanções, fiscalizar, permitir, restringir direitos, editar 
normas, etc.) 
 
 O Poder Normativo não pode extinguir uma lei ou 
modificá-la. Somente é utilizada para cumprir a lei; 
 O Poder Hierárquico isoladamente não serve para 
punir; 
 O Poder Disciplinar não pune quem não tem vínculo 
com a Administração; 
 O Poder de Polícia pode ser administrativo ou 
judiciário; 
 Poder de polícia administrativa incide sobre bens (por 
exemplo, na apreensão de um veículo ou mercadoria 
vencida) ou sobre condutas (por exemplo, o direito de 
dirigir ou a liberação de um alvará); 
 Poder de polícia judiciária incide sobre pessoas que 
cometem ilícitos penais; 
 Caso o Chefe do Executivo exorbite seu poder 
regulamentar, o Poder Legislativo poderá sustar seus 
atos. 
 A Administração pode cobrar pelo efetivo exercício do 
Poder de polícia (como pagamento de taxa de 
vistoria). 
 
 
 
 
Professor Marcelo Santos 
 Direito Administrativo 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MARCELO SANTOS 
 
 É proibida a reprodução total ou parcial...... 
 
4 
USO E ABUSO DO PODER NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
O USO do poder é uma obrigação. 
 
O ABUSO do poder pode-se dar em três formas: 
 Excesso: Quando o agente extrapola os 
limites de sua atuação, ou invade a 
competência de outra autoridade. 
 Desvio de finalidade: Quando o 
administrador utiliza a máquina pública 
para algo que não seja interesse da 
coletividade. 
 Omissão: Quando o agente público, que 
é obrigado ao uso do poder, não o faz. 
 
 Uma autoridade que deixa de punir subordinado 
que comete falta administrativa também atua com 
abuso de autoridade (omissão); 
 Não é possível corrigir (convalidar) o ato praticado 
com desvio de finalidade; 
 
 
VI – ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
ELEMENTOS e ATRIBUTOS NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
Ato da Administração, é todo ato praticado pela 
Administração, como compra, venda, contratos, etc. 
Ato Administrativo são os ATOS 
UNILATERAIS da Administração, que podem criar, 
declarar, modificar, extinguir direitos, ou aplicar sanções. 
 
São elementos do ato administrativo: 
 Competência; 
 Forma; 
 Finalidade; 
 Motivo; 
 Objeto. 
 
São atributos do ato administrativo: 
 Presunção de legitimidade; 
 Autoexecutoriedade; 
 Tipicidade; 
 Imperatividade. 
 
 
 A competência e a forma podem, em regra, ser 
corrigidas (convalidadas) quando tiverem algum 
vício (desde que a competência não seja exclusiva 
ou a forma não seja exclusiva ou essencial); 
 Vícios de Finalidade, Motivo e Objeto não podem, 
em regra, serem convalidados; 
 Motivo não é sinônimo de motivação. Motivação é 
princípio, que é sinônimo de justificativa, enquanto 
motivo é pressuposto de fato (acontecimento na 
vida real) correspondente ao pressuposto de direito 
(previsão na lei para tal acontecimento), como um 
servidor que atinge 65 anos de idade (fato) e passa a 
ter direito a aposentadoria (direito); 
 A presunção de legitimidade não é absoluta, pois 
aceita prova em contrário (ou seja, é relativa); 
 Todo ato goza de presunção de legitimidade e 
Tipicidade; 
 Nem todo ato goza de autoexecutoriedade (poder de 
atuar sem necessidade de permissão do judiciário) 
ou de imperatividade (prerrogativa de dar ordens, 
independentemente da vontade do administrado). 
 
 
 
INVALIDAÇÃO, CORREÇÃO e CANCELAMENTO 
DE ATOS 
NÃO DEIXE A BANCA TE ENGANAR 
Três formas básicas de correção ou extinção de 
atos administrativos: 
 ANULAÇÃO (extinção): Por motivos de 
ilegalidades deixa de existir. (efeito ex tunc - 
corrige as relações do passado que forem afetadas) 
 CONVALIDAÇÃO (correção): Há ilegalidade, 
porém pode ser corrigido. (efeito ex tunc - corrige 
as relações do passado que forem afetadas) 
 REVOGAÇÃO (cancelamento): Somente para 
atos válidos, mas que deixaram de ser oportunos ou 
convenientes. (efeitos ex nunc – operam seus 
efeitos somente da data de revogação em diante, e 
as relaçõespassadas permanecem). 
 
 A revogação somente pode ser feita pela 
Administração Pública (mérito administrativo) no 
exercício da autotutela; 
 Convalidação também só pode ser feita pela 
Administração; 
 O Poder Judiciário poderá anular os atos por 
questões de ilegalidade ou ilegitimidade, bem como 
a Administração Pública; 
 Não poderão ser modificados os atos após o 
decurso de 05 anos, salvo nos casos de má-fé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Marcelo Santos 
 Direito Administrativo 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MARCELO SANTOS 
 
 É proibida a reprodução total ou parcial...... 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Marcelo Santos 
 Direito Administrativo 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MARCELO SANTOS 
 
 É proibida a reprodução total ou parcial...... 
 
6 
 
 
 
 
Professor Marcelo Santos 
 Direito Administrativo 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MARCELO SANTOS 
 
 É proibida a reprodução total ou parcial...... 
 
7

Continue navegando