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CADERNO - DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS JURÍDICOS

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Tópico removido do Edital: 4.8 Lei Complementar nº 840/2011 e suas alterações (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal, das Autarquias e das Fundações Públicas Distritais).
 AULA 00
Vídeo 01
> REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO (tem quem chame de Princípios Administrativos)
- Direito Privado x Direito Público: regime jurídico de direito privado é o conjunto de regras que regem a vida privada (Ex.: Código Civil).
- Regime Jurídico Administrativo: é aquilo que vai trazer a identidade do que chamamos de Direito Administrativo, o qual é formado por um conjunto de prerrogativas e restrições especialmente aplicáveis à administração pública. 
Ex.: você está acima do limite de velocidade, daí um policial municipal te manda parar (você deve parar, tendo em vista a prerrogativa do guarda); agora, se você está acima do limite de velocidade e um cidadão qualquer manda você parar, você não precisa parar, pois essa pessoa não tem essa prerrogativa. 
Outro exemplo é o fato de particulares poderem contratar quem eles bem entenderem, com base nos critério que achar melhor. Já a ADM Pública, para contratar alguém, por regra, o faz por concurso público. 
- Regime Jurídico da Administração x Regime Jurídico Administrativo:
Regime Jurídico da Administração é o conjunto de normas formado por qualquer tipo de norma / regime que a ADM Pública se submeta. Tais normas podem ser de Direito Público ou de Direito Privado – para melhor enxergar isso, tenha o exemplo do Banco do Brasil, que pode vir a conceder empréstimos ao particular que o requeira. O Banco pode conceder ou negar esse empréstimo, e este ato é regido por normas de direito privado. 
O Regime Jurídico Administrativo = Conjunto de prerrogativas + restrições que se sujeita a ADM Pública e que não se encontra nas relações entre particulares. É quando a ADM Pública está diante de regime jurídico de direito público, ou seja, ela estará diante de alguma situação em que ele terá Prerrogativas e/ou Limitações(/Restrições). 
- Prerrogativas / Limitações
Professor fala que a ADM Pública diante de Regime Jurídico Administrativo é regida tanto pelo Princípio da Supremacia do Interesse Público quanto pelo Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.
A Supremacia do Interesse Público é um princípio que acarreta prerrogativas: por ele, quando se tem um conflito entre o interesse público e o interesse privado, prevalecerá o interesse público. Tal princípio acarreta o dever da ADM Pública de respeitar os direitos e garantias fundamentais.
Exemplo de aplicação da Supremacia do Interesse Público: Cláusulas Exorbitantes: Trata-se das ocasiões em quando a ADM Pública firma um contrato com um particular - ela tem prerrogativa para alterar cláusulas do contrato unilateralmente, mas claro, respeitando os limites legais. 
O Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público é o conjunto de sujeições e restrições impostas à ADM Pública que não são aplicadas aos particulares. Os Agentes Públicos não são donos da coisa pública, o que ocorre, na verdade, é que eles estão ali apenas exercendo a função pública temporariamente. 
Um exemplo de limitação é a necessidade de realizar concursos públicos para contratar funcionários. 
Tal princípio está muito ligado ao que se chama de Poder-Dever: se você passa acima do limite da velocidade na frente de um guarda, a Lei o concede poder para te multar. Ao mesmo tempo que concede esse poder, impõe ainda o dever de aplicar a multa, prevendo que, caso não o faça, estará ele mesmo infringindo as normas. O Poder-Dever impede que o agente público se faça omisso diante de determinada situação que a lei prevê sua atuação.
- O que são Princípios? 
. Conceito de Normas = Conjunto de comandos e situações que ditam a vida da coletividade. Tais normas se dividem em 2 grupos: Regras & Princípios. 
. Regras x Princípios: Regra tem um cunho mais objetivo (ex.: CF prevê que a ADM deve fazer concurso púbico); já os Princípios possuem um comando que é mais subjetivo – deve-se fazer uma ponderação (ex.: princípio da moralidade – moralidade é muito subjetivo). 
Quando se tem uma regra, ou é tudo ou nada. Agora, os princípios possuem comandos gerais, servindo muitas vezes para auxiliar na interpretação das regras. 
Obs.: Não há hierarquia entre os princípios! A pirâmide de Kelsen apenas ilustra a hierarquia existente entre as regras. É usada a Regra da Ponderação para verificar qual dos princípios prevalecerá em um conflito. 
. Princípios Expressos x Princípios Implícitos: Os Princípios Expressos caracterizam-se pela possibilidade de identificar seu “nome em uma Lei (em sentido amplo)”. Princípios Implícitos decorrem de uma construção da doutrina / jurisprudência / de outros princípios / de regras.
Ex.: A Constituição prevê que dentro dos processos administrativos e judiciais deve-se observar o contraditório e ampla defesa – a partir deste comando, foi criada a interpretação da existência do Princípio do Contraditório e Ampla Defesa (ou seja, ele é implícito). 
Ocorre que, para provas, os princípios expressos são os constantes da CF. Considera-se implícitos os que se fazem presentes fora da CF (art. 37 CF). 
I) Expressos: Legalidade / Impessoalidade / Moralidade / Publicidade / Eficiência
II) Implícitos: (alguns exemplos) Supremacia e Indisponibilidade do Interesse Público / Razoabilidade e Proporcionalidade / Tutela / Autotutela / Motivação ; Especialidade / Contraditório e Ampla Defesa / Segurança Jurídica / etc.
Vídeo 02
> Princípios Constitucionais Expressos: Macete: L.I.M.P.E
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Quando se fala da Administração Direta, fala-se dos órgãos que compõe a estrutura dos nossos Poderes Estatais. Além dos órgãos da ADM Direta, sujeitam-se ainda a estes princípios todos os órgãos da ADM Indireta (Autarquias / Fundações Públicas / Empresas Públicas / Sociedades de Economia Mista). 
Ou seja, é correto afirmar que os princípios constitucionais expressos se aplicam às entidades administrativas de direito privado (Empresas Públicas & S.E.M).
Tais princípios aplicam-se à atuação de todos os poderes: Executivo / Judiciário / Legislativo, bem como à todos os entes Federados (União / Estados / DF / Municípios). 
- Princípio da Legalidade
Ao agente público só é possível fazer aquilo que a Lei autoriza que ele faça ou que determine o que ele deve fazer (“legalidade estrita administrativa” ou legalidade administrativa).
O Estado não só cria leis, como se submete a elas. 
O Administrado (particular) pode fazer tudo aquilo que não é proibido por lei (ele é regido pelo princípio da Autonomia da Vontade). A ADM Pública só faz o que a lei determina ou autoriza.
Existem 3 situações para o Particular: você pode agir segundo a lei; além da lei; e contra a lei. O particular não pode agir contra a lei (contra legem), mas pode agir segundo a lei e, se não houver lei, poderá ele agir além da lei. 
A ADM Pública não pode agir nem contra e nem além da lei, uma vez que na falta de lei a ADM Pública não pode atuar. 
. Legalidade x Princípio da Reserva Legal: 
Quando se fala de legalidade, geralmente essa se refere a um sentido amplo, abarcando qualquer tipo de norma, princípio e comando, devendo agir conforme o ordenamento jurídico. Agora, quando se fala de Princípio da Reserva Legal, tem-se um princípio que tem um comando constitucional, determinando que determinadas matérias somente podem ser disciplinadas por meio de lei específica (lei em sentido estrito). Decorre do Princípio da Reserva Legal, por exemplo, a exigência de que as entidades da administração pública indireta sejam criadas por lei específica e a de que, no caso das fundações, leis complementares definam suas áreas de atuação. 
Legalidade quer dizer que um servidor público deve seguir a CF, as leis, os decretos e etc. 
Exemplo de Reserva Legal: I) o DireitoPenal se submete à Reserva Legal – uma conduta somente pode ser considerada crime quando houver lei que a preveja (lei em sentido estrito – lei ordinária); 
II) na CF prevê-se que somente por lei será possível criar Autarquias e instituição de Fundação Pública, Empresa Pública ou Sociedade de Economia Mista. No caso das Fundações Públicas, deve-se saber ainda que é uma lei complementar que estabelecerá suas atribuições / áreas de atuação.
. Legalidade x Legitimidade:
Legalidade é conformidade com a lei (ou seja, se enquadra exatamente ao que a lei prevê). A Legitimidade é mais ampla, não falando apenas de lei, mas também de princípios / valores, ou seja, é algo mais subjetivo. 
Para ser legítimo não basta seguir a lei, mas deve também atender a valores / princípios. Professor fala pra tomar cuidado com essa diferenciação, pois muitas vezes essas expressões são utilizadas como sinônimos. 
Ex.: Nos atos administrativos tem-se um atributo chamado “presunção de legitimidade” que em alguns lugares é chamado de “presunção de legalidade”.
Ainda deve-se saber o que é Juridicidade: (MUITO RARO CAIR EM PROVA) é um sentido ainda mais amplo do que a legalidade. Significa que a ADM Pública deve seguir todo o ordenamento jurídico / todas normas que compõe o sistema (leis, CF, princípio, regulamentos e qualquer ato normativo!). 
. Restrições Excepcionais ao Princípio da Legalidade: 
São situações que este princípio fica relativizado de forma excepcional. O principio da legalidade sofre determinada limitação: são 3:
I) Medida Provisória (só aceita que é uma restrição excepcional – a doutrina entende assim)
II) Estado de Sítio
III) Estado de Defesa
No Estado de Sítio e de Defesa, um Decreto irá reger / limitar / condicionar o gozo de direitos que foram instituídos por lei (ex.: sigilo das correspondências). 
No caso de Medida Provisória, só decore, não tente entender: ACEITE: Medida Provisória somente pode ser adotada em situações excepcionais – apensar de ter força de lei, ela sofre uma série de limitações (prazo, etc., possibilidade de reforma, etc.).
Obs.: Princípio da Supremacia do Interesse Público: Este é um princípio não expresso não constituição. Tal princípio decorre da própria razão de ser do Estado, e não de lei expressa. Sem ele, seriamos uma anarquia
Vídeo 03
- Princípio da Impessoalidade
Deve-se ater ao fato do Agente Público atuar sempre em nome do Estado.
Suas condutas são imputadas ao Estado (responsabilidade civil do Estado). 
Da aplicação deste princípio tem-se várias consequências: 
I) Validade do Ato do Agente de Fato: Agente de Fato é uma pessoa que está trabalhando regularmente no Poder Público sem que haja qualquer vício / problema com seu processo de investidura no cargo. 
Agora, se há um vício / problema no processo de investidura (não provação em concurso público, por ex.), estar-se-á diante do chamado Agente Putativo. 
Agente Necessário: Ex.: bombeiro se depara com uma pessoa com problemas de saúde e conhece um médico que está na sena do crime – ele exige a atuação do médio, que passa a ser Agente Necessário naquele momento.
Tanto Agente Necessário quando o Putativo impõe responsabilidade ao Estado quando às consequências de suas condutas. 
ATENÇÃO: Atos realizados por Agentes Putativos diante de terceiros de boa-fé se convalidam (não se anulam) 
II) Finalidade: será sempre o interesse público, que pode ser observado sob 2 óticas: 1. Interesse Público Geral (ele é invariável, ou seja, todo ato deve ter por fundamento este interesse); 
2. Interesse Público Específico (é aquele que a lei prevê para aquele ato especifico – Ex.: um servidor público que comete infração – é de interesse público penalizar servidor que comete infração? Sim.
Ex.: remoção quando utilizada para punir alguém (realocação de servidor para uma comarca de interior) atende ao interesse público geral, mas não atende ao interesse público específico). 
Tem-se ainda o Interesse Público Primário e o Secundário. 
* Interesse Público Primário: é o interesse da coletividade como um todo – é o sentido amplo. 
* Interesse Público Secundário: é o interesse do Estado como Pessoa Jurídica. 
Ex.: Prefeito Municipal quer é dinheiro no caixa para ele fazer várias obras e ficar bem com a população – no entanto, para tal ele aumenta os tributos. O Interesse Público Secundário consiste no intuito de ter dinheiro em caixa / arrecadar (interesse da pessoa jurídica - prefeitura), já o Primário é o interesse de toda a população, o qual é ferido quando aumenta-se a tributação de forma descabida. 
III) Igualdade / Isonomia: A terceira aplicação da Impessoalidade se dá quanto ao Princípio da Igualdade e da Isonomia. O estado deve atuar de forma objetiva, sem favorecer uns em detrimentos de outros. Deve tratar de forma igual os iguais, e de forma desigual os desiguais. 
O preenchimento de cargos públicos por meio de concursos é um desencadeamento do princípio da isonomia e do princípio republicano, o qual estabelece que o patrimônio pertence a todo o povo, ou seja, não cabe ao chefe do Poder colocar ali qualquer para representar aquele patrimônio, devendo ele fazer por meio de concurso.
Isso não impede a atuação da ADM Pública no sentido de promover / conceder medidas afirmativas: 
Ex.: Cotas / Fila Preferencial / favorecimento para microempresas e empresas de pequeno porte. 
IV) Vedação à Promoção Pessoal: (Princípio da Moralidade) 
Ex.: a campanha de vacinação não é para promover a cara do prefeito que vai lá e vacina a criancinha. Não se deve usar a foto do prefeito na propaganda. 
Lembre-se: o Princípio da Moralidade está muito ligado ao princípio da impessoalidade, uma vez que, o fato de alguém se promover por meio da máquina pública, por ex., fere ambos os princípios. 
Cuidado: em prova, eles tentam vincular esta vedação ao princípio da publicidade, e não é a mesma coisa. A Publicidade exige transparência na atuação da ADM Pública. O Princípio da Impessoalidade veda que essa transparência seja utilizada para se promover. Utilizar a publicidade para autopromoção fere o princípio da impessoalidade. 
V) Impedimento / Suspeição: Estão diretamente ligados à ideia de imparcialidade / princípio da impessoalidade, uma vez que se busca justamente afastar a imparcialidade. 
Vídeo 04
- Princípio da Moralidade
Há um ponto de encontro entre o Princípio da Moralidade e o Princípio da Impessoalidade. 
Ex.: agente público que usa a publicidade para se autopromover fere a Impessoalidade e a Moralidade ao mesmo tempo. 
Quando se fala de Moralidade, tem-se que este exige da ADM Pública uma atuação ética, honesta, pautada na lealdade, probidade e boa-fé. Moralidade é atuar de forma correta!
A Moralidade vale tanto para a ADM Pública quanto para os Administrados em geral.
Tal princípio tem sua própria juridicidade: Uma conduta caracterizada por ser imoral já dá margem à anulação do ato. Ou seja, a configuração de nepotismo não está condicionada à edição de qualquer lei (Independe de lei). Destaque é dado ao fato da Moralidade ter sua aplicação realizada de forma individualizada do princípio da legalidade em vários caros. A moralidade tem sua própria juridicidade, ou seja, é possível que um ato seja legal, no entanto imoral.
Ex.: município que deseja comprar cadeiras de massagem paras as Câmaras de Vereadores. Faz o processo todo certinho, faz a licitação devida e, ao final, é possível ainda que este ato seja anulado, uma vez que é imoral um Município que não tem nem ambulância para atender a população gastar tanto dinheiro com bens dessa natureza!
A permissão de se extinguir ato em razão de seu teor imoral Independe da Existência de Lei que preveja esta possibilidade. STF entende que não precisa existir uma lei para definir o que é moral / correto. 
. Moral Objetiva: ainda que o agente não sabe do teor imoral de sua conduta, tal ato será passível de anulação em razão da imoralidade dos seus atos. 
Deste princípio decorre a vedação ao nepotismo:
. Súmula Vinculante 13: Súmula vinculante é aquela editada pelo STF (tem mais poder): Súmula por si só éum entendimento consolidado por um Órgão Judiciário (TJ, por ex.), e não tem teor obrigatório.
A diferença é que a Súmula Vinculante deve ser seguida SEMPRE! Tem força de lei, impondo obrigatoriedade:
Tal sumula prevê a Vedação ao nepotismo:
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.
. Cargo Político: (/de natureza Política): maioria destes cargos são eletivos (Presidente da República; Vereadores; Senador; etc.).
A Súmula Vinculante 13 veda nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até 3º grau inclusive para desempenhar cargo em comissão ou de confiança & função gratificada. 
Tal Súmula alcança toda administração direta e indireta (Autarquias / Fundações Públicas / Empresas Públicas e S.E.M), todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciários) e todos os Entes Federados (União / Estado / Município / DF). 
Note que aborda os cargos de natureza administrativa. Ou seja, não configura nepotismo nomear parente para ser secretário é cargo de natureza política. 
Ocorre que existem cargos de natureza política que não são eletivos: Quando tratar-se de cargo de natureza política, não se aplica a Súmula Vinculante 13, exceto quando faltar razoabilidade (ausência manifesta de qualificação ou de Inidoneidade Formal).
. Que parentes / cônjuges / companheiros não podem ser nomeados?
I) Da autoridade nomeante; e II) de servidor investido em cargo de Direção / Chefia / Assessoramento na mesma pessoa jurídica. Ou seja: 
Ex.: João (diretor) tem poder / competência para nomear para um cargo. Maria é parente de 3º grau de João, portanto não pode ser nomeada. Se Maria não for nada de João, mas se for esposa do Paulo, que também ocupa cargo de direção na mesma Autarquia, ainda não poderá ser nomeada! ISSO VEDA AS DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS (Nepotismo Cruzado). 
Lembrete: Irmão é parente de 2º grau! Conta-se o parentesco a partir de quem gerou aquela pessoa! Primo é parente de 4º grau, então não consiste violação nomear primo para cargo em comissão! Já o tio não pode!
Vídeo 05
- Princípio da Publicidade 
Estabelece que a transparência na ADM Pública é a regra, visto que esta não pode se afastar do interesse público!
* Publicidade x Publicação: A Publicação é um ato formal em que a ADM Pública faz a divulgação (Ex.: por meio de um diário oficial). Publicidade é qualquer meio de assegurar a transparência da atuação da ADM Pública (Ex.: colocar informações à população em um mural). Em que pese na maior parte das vezes o instrumento de publicidade ser a publicação, não se deve confundi-las. 
* Publicidade é um Requisitos de Eficácia do Ato Administrativo: Requisito de eficácia é o meio que fará o ato produzir efetivamente seus efeitos jurídicos. Ex.: para que um prazo possa começar a correr deve-se publicar a maior parte dos atos – ou seja, depende da publicação do ato para que ele produza efeitos. Obs.: Publicidade / Publicação não é elemento de formação do ato (não está no CoFiFoMoOb). 
* Instrumentos de Publicidade: I) Direito de petição (peticionar é pedir); II) Emissão de Certidões (direito de certidão – é o direito de solicitar certidão quanto a dados da ADM Pública; III) Transparência Ativa: é a divulgação de informações independente de provocação / solicitação (Ex.: portal da transparência). 
* Publicidade não é um Dever Absoluto: Isso se dá em razão de existirem matérias que pode-se preservar o sigilo de determinadas informações que: I) a divulgação atente contra a segurança da Sociedade / Estado; II) preservem a intimidade pessoal. 
Ou seja, tem casos que a Publicidade é relativizada nesses 2 casos. 
- Princípio da Eficiência 
Este é a casula dentre os 5 princípios expressos na CF (foi o último a ser incluso no texto constitucional – EC19/1998:” Emenda da Reforma Administrativa”).
Tal princípio estabelece que o agente público deve atuar / deve-se exigir da ADM Pública uma atuação visando alcançar Rendimento / Resultados / Qualidade / Sem Desperdícios! 
Exemplo de Eficiência: Um dos aspectos da Eficiência é a Economicidade (prevista no art. 70 CF). 
* Tal princípio tem 2 aspectos: 
I) Ligado à Organização da ADM Pública: 
Ex.: Contrato de Festão / Privatização (diminuir o tamanho do Estado aumenta eficiência) / Publicização
Obs.: A Publicização é um fenômeno em que passa-se para as Organizações da Sociedade Civil (que são entidades sem fins lucrativos) a prestação de serviços de interesse social.
II) Ligado aos Agentes Públicos: é a cobrança no sentido de exigir deles mais resultados oriundos de sua atuação: isso se dá 1) pela flexibilização da estabilidade; 2) Avaliação de desempenho. 
* Princípio da Eficiência x Legalidade: Não se pode alegar a Eficiência para vir a extrapolar o que a lei permite (em detrimento da Legalidade). 
Vídeo 06
> Princípios da Implícitos (ou “Reconhecidos”) 
São todos que não estão inclusos no LIMPE. 
1) Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade
A ADM Pública não pode cometer exageros / excessos / fazer o que é além do necessário para atender o interesse coletivo. Esses princípios são conhecidos como “princípios da vedação ao excesso.”
Ex.: Um servidor que trabalha a 20 anos chega atrasado e seu superior pune ele com uma demissão –isso viola o princípio da proporcionalidade. 
A primeira ideia dos princípios é a Limitação de Excessos & Adequação Entre Meios e Fins. Ex.: ADM Pública aplica desapropriação para a construção de uma rodovia. O meio é a desapropriação para chegar ao fim que é a rodovia, que atende ao interesse público. Se fosse possível construir a rodovia sem ter que desapropriar, então os meios não estariam em devida adequação ao fim daquele ato administrativo. 
Seu segundo sentido consiste na Limitação à Discricionariedade: quando se fala em discricionariedade tem-se um limite mínimo e um máximo para a atuação daquele agente público. O detalhe aqui é que tal limitação não consiste em controle do mérito do ato!!
Controle de Razoabilidade e Proporcionalidade alcança toda a atividade da ADM Pública, não só o exercício da atividade administrativa, alcançando também a atividade legislativa e a atividade judicial. Ex.: A ADM Pública resolve aplicar uma sanção a um servidor – se a sanção for exagerada, ela é desproporcional, portanto estará indo contra a razoabilidade (atividade administrativa. Ex2.: uma lei que estabelece que para o exercício da atividade de segurança necessita-se ter altura mínima de 2 metro e 20 centímetros, ela não estará sendo razoável, portanto não poderá esta lei entrar em vigor (atividade judiciária). 
* Critérios para descobrir se um Ato foi razoável / proporcional, ou não: Pergunta-se:
I) Houve adequação (no sentido de haver adequação entre os meios e o fim)?
II) Atendido o 1ºcritério, tem outra medida menos danosa igualmente eficaz? (Exigibilidade / Necessidade)
III) Caso negativo do 2º critério, realiza-se uma análise das Vantagens vs. Desvantagens desta medida: Se as vantagens não superam as desvantagens não se pode realizar o ato pela ADM Pública. 
! Se não atender essas perguntas, o ato será Exagerado / Desproporcional e Desarrazoado. 
2) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos
A prestação de serviços públicos deve ser ininterrupta. 
Ex.: se os ônibus entram em greve de forma generalizada, ocorreria um caos. Por isso que a greve não pode abordar todos os ônibus de uma vez, pois este serviço deve ser prestado de forma continua – em regra, ele não pode ser interrompido. 
Apesar de chamar de continuidade dos serviços públicos, este é um princípio que se aplica a toda a atividade administrativa. 
* Consequências: I) Restrição ao direitode greve dos servidores: podem eles exercer direito de greve? Sim, mas nos limites impostos por lei. Como lei específica não foi editada ainda, usa-se a legislação trabalhista para ser aplicada, no que couber, em casos de greve de servidores públicos. Os tribunais já decidiram que mesmo quando exercido o direito de greve por estes, a população não pode ser prejudicada por isso, devendo um percentual especifico ficar em atividade durante a greve. 
Obs.: Policiais Civis e demais servidores da área de segurança não podem exercer seu direito de greve (STF) 
II) Limitação a exceção do contato não cumprido: Via de regra, quando você faz um contrato com um pintor, por exemplo, que recebe semanalmente, se você deixa de pagar uma das semanas, na outra semana o pintor ‘e livre para não ir pintar sua casa. Ocorre que, em função do princípio da continuidade dos serviços públicos, quem presta serviço público e deixa de receber da ADM Publica, este terá que suportar o atraso por até 90 dias, não podendo parar a prestação do serviço até ser cumprido este prazo. 
III) Substituição & Interinidade (uma pessoa e exonerada, ainda não se sabe quem vai ocupar seu lugar, dai nomeia-se um interino para ocupar provisoriamente aquele cargo).
* Exceções ao princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: I) A falta de pagamento pode levar ao corte de sua prestação (Ex.: não pagar conta de Luz); II) Emergência / Manutenção: Ex.: um poste que cai após uma tempestade derrubar uma arvore nele, daí tem que desligar a energia daquele local para consertar.
Vídeo 07
3) Princípio da Segurança Jurídica (é um do que mais cai em prova)
Ao falar deste princípio deve-se ter que este objetiva alcançar a máxima estabilidade das relações jurídicas. 
Nós, particulares / administrados, não podemos ficar à mercê de mudanças de entendimento e interpretações constantes – caso isso ocorra, estar-se-á diante de uma violação a este princípio. 
Uma das consequências deste princípio é a vedação de uma aplicação retroativa de uma nova interpretação. 
Ex.: A ADM Pública passou a ter uma interpretação sobre uma determinada norma jurídica, neste exemplo, Ana, servidora pública, passa a ganhar um bônus no seu salário. Ela toma conhecimento e comemora, de boa-fé. Recebe por 10 meses este bônus. Mudando o pessoal da assessoria jurídica, o novo parecerista (quem emite o parecer), passa-se a dar nova interpretação à norma, não sendo mais legítimo o bônus concedido à Ana – o que a vedação exemplificada faz é que seja IMPOSSÍVEL cobrar retroativamente o bônus que ela recebeu antes da nova interpretação. O que ela recebeu de boa-fé não pode ser cobrado de volta!
Esta ideia de estabilidade de relações jurídicas já constituídas é o aspecto objetivo do princípio em tela, o qual consiste na expectativa de que se a ADM Pública tem um entendimento, ela irá manter esse entendimento. Se você estava sendo beneficiado por este entendimento, e surge um novo entendimento, não haverá dever de ressarcimento caso os valores pelos quais foi beneficiado tenham sido recebidos de boa-fé. O aspecto subjetivo deste princípio é conhecido como Princípio da Proteção à Confiança / da Confiança Legítima: A ideia é que você, administrado, quando se relaciona com a ADM Pública acredita que a atuação da ADM Pública se deu conforma o que é previsto em lei. 
* Outras aplicações do Princípio da Segurança Jurídica: (CAI MUITO POUCO EM PROVAS SABER CADA 1)
I) Direito adquirido: é uma situação em que uma pessoa preenche todos os requisitos para gozar determinado benefício no momento em que aquela lei está em vigor. 
Ex.: Um benefício exige das pessoas que elas tenham 35 anos de contribuição + 60 anos de idade para aposentar, caso forem preenchidos os requisitos, a pessoa adquire o direito adquirido – portanto, se veio a reforma depois e exige 65 anos de idade de geral ao invés de 60, e a pessoa tem 60 anos, ela já terá seu direito adquirido, não tendo que preencher o novo requisito criado na reforma. Se na legislação anterior ele tinha 59 anos e 364 dias de vida, e a reforma sai antes dele fazer aniversario, ele não terá direito adquirido!
II) Ato Jurídico Perfeito: é aquele ato que produz todos os efeitos que ele tinha que produzir com base na legislação vigente. Ele já consumou todos seus efeitos possíveis. 
Ex.: imagine que hoje no Brasil passa-se a proibir o uso de animais em circos. 
III) Coisa Julgada: é aquela decisão da qual não cabe mais recurso. É quando o Poder Judiciário edita uma decisão e tal decisão não cabe mais recurso. 
IV) Súmulas Vinculantes: jurisprudência são só referencias, podendo suas interpretações serem seguidas ou não. Ocorre que as Súmulas vinculantes são jurisprudências editadas pelo Órgão máximo do Poder Judiciário, tendo força de aplicação em todo o território nacional, obrigando a todos seguirem um entendimento padronizado. É claro que isso gera mais Segurança Jurídica. 
V) Prescrição / Decadência: São prazos – seja para mover uma ação (direito de pretensão), ou seja, para gozar de um direito. A Prescrição é um direito de ação. Decadência fala-se do próprio gozo / exercício de um direito. Isso gera segurança ao garantir que a ADM Pública não exceda tempo para instaurar procedimentos e aplicar sanções / direitos. 
VI) Segurança Jurídica (objetivo) vs. Princípio da Confiança Legítima (subjetivo): Segurança Jurídica é mais amplo, é maior, é um gênero. Confiança Legítima se vincula à boa-fé, ou seja, situações em que os administrados depositam esperança na legitimidade dos atos da ADM Pública. 
Ex.: quando você vai ao fórum e é atendido por alguém no balcão, você está depositando sua confiança de que aquela pessoa que te atende foi regularmente ingressada em sua função. 
VII) Terceiros de Boa-Fé: os atos praticados por um agente de fato (que não é putativo – que ingressou no poder público por processo regular). 
Obs.: O princípio da Segurança Jurídica é um princípio que “flexibiliza” a aplicação do princípio da legalidade – isso se dá quando observado que a anulação de atos administrativos possuem prazo prescricional. 
4) Princípio da Autotutela 
A ADM pode controlar seus Atos Administrativos atendendo à Legalidade – assim, os atos que forem considerados ilegais ou que Deixem de Atender ao Interesse Público permitem que se anule ou que revoguem, respectivamente, o ato administrativo – o nome do que dá fundamento a isto é a Autotutela. 
Súmula 473 STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Logo, revoga-se os atos que se tornam inconvenientes e inoportunos, e anula-se os atos ilegais. Anular é para algo viciado/ilegal, e revogação é para algo válido/legal, mas que deixou de ser conveniente / oportuno.
A Autotutela pode se materializar tanto de ofício quanto por provocação. O Poder Judiciário só tem competência para anular atos administrativos sem que haja provocação. 
Nos casos de revogação, o Poder Judiciário deve ser provocado. 
É possível que se exerça um controle judicial sobre este contexto, sendo cabível anulação dos atos de anulação / revogação. 
Se o desfazimento do Ato afetar direitos, ele deverá ser precedido do Contraditório e Ampla Defesa. 
* Outro Sentido do Princípio da Autotutela: Este sentido não tem na a ver com o sentido primário já tratado: Permite que a ADM Pública proteja seus bens sem necessitar de título judicial – ela pode proteger seu patrimônio, e para isso ela não precisa de tutela judicial. Ex.: se um grupo de pessoas está acampando em uma praça pública e começa a denegrir a praça, a ADM Pública pode agir sem depender de decisão judicial neste sentido. 
5) Princípio da Motivação 
É a demonstração dos pressupostos de um ato. Quando se motiva um ato, apresenta-se os fundamentos / pressupostos de fato e de direito. 
. Pressuposto de fato é o que aconteceu, de fato, no mundo real – Ex.: Servidorfaltou durante mais de 30 dias consecutivos. 
. Pressuposto de Direito é o ordenamento jurídico diz a respeito daquele fato – Ex.: no caso acima, a demissão é a consequência. 
Tal princípio constitui instrumento de controle, o qual por consequência permite o contraditório e ampla defesa. 
Motivação é uma REGRA GERAL, ou seja, todos os atos administrativos, via de regra, devem ser devidamente motivados! No entanto há exceção: 
. Exceção: Exoneração de ocupante de cargo em comissão (ela é livre – tanto a nomeação quanto a exoneração); Obs.: Se a pessoa exonerar e apresentar um motivo, tal motivo deverá ser verdadeiro, pois caso provado contrário, o ato de exoneração será ilegal (é a Teoria dos Motivos Determinantes). 
. “Motivação Aliunde” ou “Por Referência”: é quando a motivação para um ato encontra-se em um documento juntado aos autos de um processo – invés de descrever a motivação, refere-se ao documento que faz parte do processo que se refere. 
Obs.: ”Fundamentos Jurídicos” de um ato é a referência que se encontra no ordenamento jurídico a respeito deste ato, ou seja, não satisfaz o princípio da motivação por si só. Para satisfazer a motivação é necessário apresentar os fundamentos / pressupostos de direito (fundamentos jurídicos) & de fato!
Vídeo 08
(Estes desta aula não aparecem tanto em prova, mas estudaremos para ficar completo)
6) Princípio do Controle / da Tutela
Trata da relação da ADM Direta sobre a ADM Indireta – é uma relação chamada “Vinculação”. É um controle para apenas conferir se estão cumprindo seu proposito previsto em lei.
Tal controle é chamado de Tutela/Controle Finalístico ou Supervisão Ministerial, sendo realizado por um Ministério (órgão supervisor da ADM Pública Direta). 
Tal controle dá, em casos excepcionais, margem à ADM Direta exercer medida de intervenção quando esta se der por motivo de interesse público. 
Ex.: Ministério da ADM Direta exerce um controle sobre os Ministérios da ADM Indireta – tal controle é um controle sem hierarquia, logo é um controle limitado / não presumido, só podendo ser utilizado quando houver previsão legal. No controle hierárquico, pelo contrário, 
7) Princípio da Especialidade
Tal princípio decorre da Legalidade e da Indisponibilidade do Interesse Público. Quando se cria uma entidade administrativa, se faz por meio de lei (que cria / autoriza a criação – Legalidade). A lei ou autoriza a criação ou ela própria cria a entidade. Cada entidade é criada para atuar em especialidades específicas – Tal princípio se insere no sentido de descentralização administrativa – ou seja, é um incentivo à criação de entidades administrativas (que são as entidades da administração pública indireta. 
Se uma entidade foi criada para atuar na área do petróleo, ela não pode decidir de repente começa a atuar em outra área, tendo em vista o interesse público ser indisponível e o princípio da legalidade (indisponibilidade do interesse público). 
8) Princípio do Devido Processo Legal
A ADM Pública deve observar os procedimentos processuais previstos em lei. Ex.: conceder o contraditório e ampla defesa em processos punitivos ou com litígios. 
9) Princípio do Contraditório e Ampla Defesa
A ADM Pública deve conceder o direito de manifestação em processos punitivos ou com litígios.
Ex.: O PAD tem a Instauração, daí vem a fase de inquérito – essa fase de inquérito é a que se produz todas as provas – terceira fase é a de defesa e a 4ª é o julgamento. 
Obs.: o contraditório não se resume a ter direito de fazer uma manifestação em sua defesa. Tal princípio se aplica em todas as fases do procedimento – ou seja, a pessoa tem direito de participar de todo o processo para apresentar defesa e formular conclusão legal pelo órgão julgador. A parte, no exemplo acima, tem direito a acompanhar o inquérito, produzir provas em contrário, impugnar, etc. – não só apresentar uma defesa. 
10) Princípio da Hierarquia
A ADM Pública se organiza em níveis hierárquicos, dentro de uma relação chamada “relação de comando e subordinação”. Os subordinados devem cumprir as ordens superiores exceto quando manifestamente ilegais. 
Tal princípio é típico da própria função administrativa. 
Obs1.: Não há hierarquia dentro do Poder Judiciário
Obs2.: Súmulas Vinculantes e / Decisões com Eficácia Erga Omnes (eficácia para todos os processos): Uma vez decididas / editadas, não se pode decidir em contrário:
Ex.: Ação Direta de inconstitucionalidade e de constitucionalidade. 
11) Princípio da Precaução
A ADM Pública deve adotar medidas preventivas para não permitir que ocorra danos maiores / severos à coletividade. Está muito ligada às causas ambientais (inclusive é um princípio do direito ambiental). Surgindo um caso que pode vir a causar grande dano à coletividade, a ADM Pública goza da inversão do ônus da prova.
O propósito é evitar grandes danos por meio de medidas preventivas.
Ex.: Quando a ADM Pública vai conceder uma licença ambiental, a ADM Pública terá em seu favor a inversão do ônus da prova. Na dúvida, não se concede a licença em prol da população. 
12) Princípio da Sindicabilidade
Todos os atos administrativos são sindicáveis, ou seja, são sujeitos a um controle (interno / externo / judicial / social). É o controle das atividades administrativas (que abrange até mesmo a autotutela). 
Todos os atos são sujeitos a uma forma de controle, seja ele judicial, legislativo, por meio da sociedade, etc. 
13) Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade
- Presunção da Verdade (Veracidade): aqui a presunção é quanto aos fatos alegados. 
- Presunção da Legalidade: aqui fala-se do direito (encontrado no ordenamento jurídico). 
14) Princípio da Subsidiariedade 
O Estado existe com um proposito especifico = disciplinar a vida em sociedade. Os indivíduos abrem mão de parte de sua liberdade para viver em harmonia, no entanto, o Estado não pode ser o foco! O Estado deverá:
I) exercer suas funções próprias (segurança, justiça, etc.).
II) atuar de forma supletiva (na falta) em relação às questões sociais econômicas. Ele deve atuar de forma subsidiária no mercado para regulamentar determinados mercados quando a sociedade não for capaz de o fazer devidamente. 
15) Princípio da Responsividade 
O Estado deve prestar contas e poderá ser responsabilizado por suas condutas. É o princípio de que o patrimônio do Estado é do povo, e ele deve prestar contas quanto a utilização deste patrimônio, podendo ele ser responsabilizado caso faça uma má administração. 
16) Princípio da Intranscendência Subjetiva das Sanções 
As sanções não podem “extrapolar” a pessoa do infrator. 
Um administrador não pode ser prejudicado por ato de outro. 
Ex.: Se um Município deixa de prestar contas, ele será penalizado sendo o Município inscrito no cadastro de inadimplentes. Só que se o prefeito safado que fez algo errado sai, o Município não pode continuar negativado, pois deve a sanção se limitar a ser aplicada à pessoa que tem responsabilidade pela infração. 
FIM
AULA 01
Vídeo 01
> CONCEITOS INICIAIS: Estado / Governo / Administração Pública
- Estado
Entidade com poder soberano para governar o povo dentro de uma área territorial delimitada. 
No aspecto externo, o Estado apresenta-se nas relações internacionais com outros Estados soberanos. Sob o aspecto interno, tem-se ele como uma pessoa jurídica de direito público, capaz de adquirir direitos e obrigações na ordem pública (representada basicamente pelos entes federativos: União / DF / Estados / Municípios). 
. Estado de Direito: é o conceito de que o Estado não só cria as leis, mas também se sujeita a elas. 
Obs.: art. 1º CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel Estados e Municípios ... etc. (copiar o resto do artigo)
. Elementos do Estado: Povo (componente humano / pessoas) / Território (base física) / Governo Soberano (elemento condutos / detentos da soberania). Estado = Povo + Território + Governo Soberano.
. Poderes do Estado: (art. 2º CF) São 3 = Legislativo / Executivo / Judiciário.
Tal divisão de poderes se dá para evitar quetodo o poder se concentre em uma só pessoa ou órgão e serve para especializar as funções básicas do Estado.
Obs.: Tripartição Flexível: consiste na possibilidade de cada Poder desempenhar funções típicas da sua atribuição e, de modo acessório, que ada Poder também possa exercer as chamadas Funções Atípicas, com características das funções típicas dos demais Poderes. 
I) Legislativo: Tem função de legislar – elaborar normas gerais e abstratas (função típica). Sua Função Atípica pode ser administrativa (organização dos serviços internos [ex.: contratação de pessoal]) e jurisdicional (ex.: Senado julga Presidente da República nos crimes de responsabilidade).
II) Judiciário: Sua Função Típica consiste na função jurisdicional (que é a aplicação da lei para solução de conflitos). As Funções Atípicas consistem na função administrativa (contratação, promoção e punição do seu pessoal) e na função legislativa (elaboração de regimentos internos dos Tribunais). 
III) Executivo: Sua Função Típica é a função administrativa, consistente na função de aplicar a lei para prover de maneira imediata e concreta o interesse público). Sua Função Atípica é a legislativa (ex.: medidas provisórias) e tal pode não exerce nem atipicamente a função jurisdicional típica (que tem força de definitividade), mas tão somente a atípica, a qual produz apenas coisa julgada administrativa, a qual ainda está sujeita a um controle jurisdicional. 
Obs1.: Não há exclusividade no exercício das funções típicas, e sim preponderância. 
Obs2.: A Função Administrativa e exercida por todos os poderes, não apenas pelo Executivo. 
Ex.: mesa da Câmara dos Deputados, Secretarias dos tribunais do judiciário; Nomeação de servidores; Gestão do Patrimônio; realização ode licitações; etc.
 . Formas de Estado: Forma de Estado é a organização política do território:
I) Estado Unitário: 
Ex.: possui um único centro político. No caso do Brasil, temos centros políticos descentralizados, se dividindo em União / Estados / DF / Municípios, cada um tendo autonomia para legislar, gerir, etc. 
II) Estado Federado: aqui caracteriza-se pela descentralização política. Ocorre a divisão em Entes Federados. Rege-se pelo princípio da indissolubilidade = A República Federativa do BR é formada pela união indissolúvel dos Estados + DF + União + Municípios
Macete: Forma de Estado = FE = FEderação.
- Governo
É um conjunto de poderes e órgãos responsável pela função política do Estado, de comando, direção e fixação de diretrizes e planos para a atuação estatal (é como se definem as políticas públicas).
Governo é basicamente a cúpula, ou seja, a parte que vai definir as políticas públicas, enquanto a ADM Pública é aquela que executa tais políticas. 
. Sistemas de Governo: 
I) Parlamentarismo: Chefe de Estado é diferente do Chefe de Governo. 
II) Presidencialismo: (Brasil adota) Chefe de Estado e Chefe de Governo é a mesma pessoa. 
* Chefe de Estado: aquele que representa o país nas relações internacionais;
* Chefe de Governo: é o cargo mais alto na ADM Pública. 
Nos países parlamentaristas tem-se o presidente como chefe de Estado enquanto tem-se um parlamentar que é o chefe de governo. 
. Formas de Governo: 
I) Monarquia: caracterizada pela hereditariedade, vitaliciedade, irresponsabilidade do governante. É a forma de Governo mais antiga, onde o Rei fazia livremente o que bem entendia, sem se responsabilizar. 
II) República: caracteriza-se pela eletividade (pode ocorrer de forma direta ou indireta), temporalidade (há um período determinado de mandato), representatividade popular, responsabilidade do governante (ele deve prestar conta / deve ser transparente em seus atos / etc. - o patrimônio pessoa dos governantes podem vir a responder por seus atos). 
Macete: SIstema de Governo = preSIdencialismo; Forma de governo = república (“er” invertido)
- Administração Pública
Pode ser analisada no sentido estrito e no amplo.
. Administração Pública em sentido Estrito: é todo o aparelhamento estatal voltado ‘a execução das políticas públicas. 
Em Sentido Subjetivo: quem está atuando? Os Órgãos Administrativos: (I) Órgãos Públicos; (II) Agentes; (III)Pessoas Jurídicas. 
Em Sentido Objetivo: o que é exercido? A Função Administrativa: (I) Polícia administrativa; (II) Serviços públicos; (III) Fomento; (IV) Intervenção.
. Administração Pública em Sentido Amplo: abrange tanto órgãos que exercem a função política como os que executam as políticas públicas. Ou seja, trata do exercício da função administrativa + função política.
Em Sentido Subjetivo: Remete ao Sujeito – a quem exerce? Órgãos governamentais supremos Órgãos administrativos.
Em Sentido Objetivo: Remete ao Objeto – o que é realizado? Função política ou de governo; Função Administrativa. 
Obs1.: Administração Pública em Sentido Formal também nomeado Sentido Subjetivo / Orgânico: aqui trata-se do sujeito que está exercendo a função administrativa. Deve-se guardar que ao se falar em forma, trata-se do sentido formal – costuma confundir. 
. Administração Pública em Sentido Material também nomeado Sentido Objetivo / Funcional: aqui remete-se ao objeto, à atividade que é exercida.
- Função Administrativa
Possui caráter residual, ou seja, é toda aquela função que não se enquadra nas funções judiciárias e legislativas típicas.
Atividades que exteriorizam a Função Administrativa: 
I) Polícia Administrativa: restrições e condicionamentos aos direitos individuais (ex.: licenças [para dirigir]; autorizações [para construir]; etc.). O exercício do Poder de Polícia reflete o sentido objetivo da ADM Pública, o qual se refere à própria atividade administrativa exercida pelo Estado. 
II) Serviço Público: Satisfação das necessidades coletivas, sob regime de direito público. 
III) Fomento: é o incentivo à iniciativa privada (ex.: incentivos fiscais, juros, subsidiados, etc.). 
IV) Intervenção: ocorre na atividade econômica (de forma direta e indireta) e na propriedade privada (ex.: desapropriação; tombamento).
Vídeo 02
> Conceitos para entender o Direito Administrativo
- Direito = conjunto de regras impostas pelo Estado que disciplinam as regras de convivência em sociedade. 
O direito vem para tentar resolver / pacificar a convivência dos particulares.
- Direito Privado = estabelece regras de organização social e convivência a serem obedecidas pelas pessoas em suas atividades particulares. Este é marcado pela igualdade nas relações jurídicas. 
Ex.: Direito Civil e Direito Comercial
- Direito Público = estabelece regras das relações que envolvem os interesses da sociedade como um todo. Aqui, geralmente tem-se uma relação de verticalidade nas relações jurídicas. Este é marcado pela desigualdade nas relações jurídicas.
O Regime de Direito Público é regido pela legalidade, razão pela qual a ADM só poderá fazer aquilo que a lei prevê – ou seja, não há autonomia na escolha do agente público, sendo o patrimônio público indisponível. 
Ex.: Direitos Constitucional, Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Penal. 
Obs.: O Esta é quem exerce o papel de representar os interesses da coletividade ou, em outras palavras, defender o interesse público. 
Obs2.: A maioria das relações em que o Estado figura como parte são regidas, de forma exclusiva ou predominante, pelo direito público. 
Ex.: cobrança de tributos / desapropriação / licitações. 
Obs3.: Mas o Estado também pode figurar em relações jurídicas regidas predominantemente (jamais exclusivamente) pelo direito privado. 
Ex.: venda de petróleo pela Petrobrás; venda de apólice de seguro pelo Banco do Brasil. 
- Direito Administrativo
É o ramo (ou sub-ramo) do Direito Público que rege a função administrativa do Estado. 
O direito administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídica administrativa que integra a ADM Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens (patrimônio público) de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. 
. Atividade Jurídica não contenciosa = as decisões da ADMPública brasileira não possuem força definitiva.
. O que estuda o Direito Administrativo? I) Organização da Administração; II) Relação entre Estado e os participantes de uma licitação; III) Relação entre o Estado e seus servidores e empregados; IV) Conduta dos agentes públicos; V) Prestação de serviços públicos; VI) Intervenção do Estado na propriedade privada. 
. Objeto do Direito Administrativo: (I) todas as relações internas à administração pública – entre os órgãos e entidades administrativa, uns com os outros, e entre a administração e seus agentes.
Ex.: admissão de pessoal; concessão de licenças a servidores; criação de órgãos públicos). 
(II) Todas as relações entre a administração e os administrados, regidas pelo direito público ou pelo privado (Ex.: aplicação de multas de transito, contratos de aluguel firmados pela Administração, concessão de alvarás, repasse de recursos a entidades privadas). 
(III) As atividades de administração pública em sentido material exercidas por particulares sob regime de direito público (Ex.: concessão de serviços públicos). 
Obs.: Portanto, nota-se que o Objeto do Direito Administrativo se divide em 3 aspectos: 
I) Relações no plano interno (que trata da relação com seus agentes e formação dos órgãos / entidades); 
II) Relação que a ADM Pública tem com seus administrados (particulares);
III) Relação com os Serviços públicos prestados pelos particulares
. Fontes do Direito Administrativo: (GRAVAR)
* Fonte Primária = Constituição + leis em sentido formal. 
* Fonte Secundária = Normas infralegais (Ex.: uma instrução normativa; portaria normativa; decreto;)
Obs.: fonte secundária não gera direito e obrigações.
I) Lei: é a fonte mais importante quando se trata do direito administrativo. Aqui fala-se tanto de lei em sentido amplo (que inclui leis em sentido estrito)! Se a lei não resolve o problema, recorre-se às demais fontes abaixo.
II) Doutrina: é o conjunto de teses e teorias utilizadas para explicar o conteúdo das normas administrativa. É a construção que os estudiosos do direito fazem a respeito de determinada matéria. 
A doutrina não cria as leis diretamente, mas apenas as interpreta e influencia a elaboração de novas normas e o julgamento de controvérsias. É uma fonte secundária do Direito Administrativa.
III) Jurisprudência: É um conjunto de decisões reiteradas e semelhantes do Poder Judiciário sobre uma determinada matéria. Também é fonte secundária do Direito Administrativo, se caracterizando por suas decisões não serem vinculantes (a ADM Pública tem margem para decidir de forma diversa da jurisprudência), ou seja, elas não obrigam, apenas influenciam.
Pode vir a ser Fonte Primária nos casos de decisões que vinculam a ADM Pública, como é o caso da existência de Súmulas Vinculantes ou decisões com eficácia Erga Omnes. 
Obs.: A Jurisprudência tem um caráter nacionalista, ao passo que a doutrina tem escopo universalista.
IV) Costumes: São comportamentos ou práticas aceitas pela sociedade e adotados de forma continuada. 
Trata-se de uma fonte secundária do Direito Administrativo, não podendo existir costume que é contrário a lei, se limitando a apenas influenciar o trabalho do legislador. 
* Costume x Praxe Administrativa = Costume tem teor de obrigatoriedade, a praxe não. 
Obs.: O Direito Administrativo não é codificado (não há um Código de Direito Administrativo – ele se encontra previsto dispersamente na legislação). 
V) Tratados Internacionais: Não se tratam de fontes que serão sempre mencionadas em prova – se a prova perguntar especificamente deles, diga que é fonte. Se perguntar quais são as fontes, não enumere os Tratados Internacionais.
VI) Princípios;
Vídeo 03
> Sistemas Administrativos 
Sabemos que no brasil temos um principio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, ou seja, via de regra, os litígios são resolvidos pela via judicial. Logo, decisões meramente administrativas não vinculam / obrigam, ou seja, não possuem força definitiva. 
Existem 2 sistemas administrativos: 
1) Sistema do Contencioso Administrativo (modelo Francês)
O Poder Judiciário não pode intervir nas funções administrativas, ficando a própria Administração competente para resolver as lides administrativas. 
Aqui tem-se uma dualidade de jurisdição: tem-se (I) a jurisdição administrativa (formada pelos tribunais administrativos, com plena jurisdição em matéria administrativa); e (II) a jurisdição comum (formada pelos órgãos do Poder Judiciário, para resolver os demais litígios). Os tribunais administrativos aqui têm força de decisão definitiva, assim como a justiça comum decide. 
Tal sistema não é adotado no Brasil. Aqui adotamos o sistema da jurisdição única / uma.
2) Sistema da Jurisdição Única / Una (modelo usado no BR – Sistema Inglês)
Aqui todos os litígios – seja de natureza administrativa ou que envolvam interesses exclusivamente privados – podem ser levados os Judiciário. 
Ou seja, o Poder Judiciário é o único competente para decidir com força definitiva – proferir decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada. 
Tal sistema está previsto no art. 5º XXXV da CF. 
Isso não afasta, de modo absoluto, a capacidade da Administração de resolver litígios de natureza administrativa ou de controlar a legalidade e legitimidade de seus próprios atos.
Ex.: se você recebe um auto de infração de um órgão tributário, dentro deste próprio órgão você pode recorrer dessa autuação, ou seja, o fato de você poder ir ao Judiciário resolver o problema, isso não impede que a própria ADM Pública resolva determinadas matérias. 
As decisões dos órgãos administrativos, em regra, não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário.
Como regra, o Poder Judiciário pode ser buscado a qualquer tempo. Contudo, existem situações que exigem o indivíduo ter esgotado a via administrativa ou pelo menos iniciado a discussão nesta via. 
Ex.: Justiça Desportiva; reclamação contra descumprimento de sumula vinculante; habeas data (deve-se buscar a informação na via administrativa antes); mandado de segurança, caso seja possível interpor recurso administrativo cujo efeito seja suspensivo; ações previdenciárias no âmbito do INSS (deve-se provar que você pelo menos iniciou o requerimento na via administrativa – deve o INSS indeferir ou não apreciar no prazo – há exceções: ex.: quando o INSS já possui decisões reiteradas, amplamente conhecidas e expressas de que você não tem direito ao benefício). 
FIM
AULA 02
Vídeo 01
> ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - ESTRUTURAÇÃO DO PODER PÚBLICO / DA ATUAÇÃO DO ESTADO
Como o Estado presta os serviços que a Constituição prevê que ele tem o dever de prestar?
Isso é respondido com o estudo da organização administrativa. 
As Entidades, os Órgãos e os Agentes Públicos são aqueles que praticarão a Atuação Estatal. 
. Entidade: É pessoa jurídica que possui personalidade jurídica própria, ou seja, é um sujeito de direitos (ter patrimônio; contrair dívida; por exemplo) e obrigações. 
. Órgãos Públicos: são centros de competência despersonalizados, os quais cada um possui sua função interna (dentro das entidades políticas / administrativas) específica. Não são pessoas jurídicas!!!
. Agentes públicos: São os componentes /pessoas físicas do Estado. 
Nosso estudo foca nas Entidades e nos Órgãos.
- Entidades
Existem as Entidades Políticas (União, Estados, DF e Municípios) e as Entidades Administrativas.
As Entidades Políticas gozam da autonomia política, ou seja, tem capacidade de se auto organizar e legislar. 
Tal capacidade de criar lei se refere à criação de Lei em sentido estrito, ou seja, cria lei que gera obrigações ; / direitos de imediato. Decorre da CF!
Entidade Administrativa: não possui capacidade legislativa nem de se auto organizar. Quem organiza e define a estrutura destas entidades é o seu ente instituidor. São as entidades da Administração Indireta
Ex1.: União objetivou descentralizar a prestação dos serviços relativos à previdência social, daí criou o INSS, que é uma autarquia do poder federal. 
Ex2.: União objetivou criar uma Sociedade de EconomiaMista para exploração de petróleo – PETROBRAS. 
- Descentralização & Desconcentração (UMA DAS MATÉRIAS QUE + CAI EM PROVA!)
. Descentralização Política x Administrativa: a política se refere a um fenômeno que acontece ao nível da Constituição Federal. Acontece quando os Entes descentralizados (Estados / Municípios / DF) desempenham atribuições próprias. Tal atuação não constitui delegação ou concessão do ente central. 
Ex.: Municípios tratando de matéria vinculada ao transporte público. 
A Administrativa acontece quando entes políticos transferem a execução (e em alguns casos a titularidade) dos serviços para outros entes. Ocorre sempre por lei, contrato ou ato administrativo. 
Não há hierarquia em nenhuma hipótese de descentralização (há apenas tutela e fiscalização). 
Descentralização dá origem aos Entes (Entidades administrativas) ou delegatários de serviços públicos. 
. Desconcentração: Note que em casos de descentralização, tem-se sempre duas pessoas jurídicas / entidades distintas. A Desconcentração é o fenômeno que dá origem aos Órgão Públicos, que são os entes despersonalizados (sem personalidade jurídica). 
Trata-se da técnica administrativa de distribuição interna de competência. 
Ela ocorre dentro de uma mesma pessoa jurídica. 
Aqui, ao contrário de todas as formas de descentralização, existe hierarquia / subordinação (há controle hierárquico). Obs.: Em regra, não há hierarquia no exercício das funções jurisdicional e legislativa:
Pode ocorrer nas entidades políticas e nas entidades administrativas. Ex.: Criação de Ministérios; divisão de uma autarquia em unidades regionais.
 * Classificações: (I) Em razão da matéria: Ex.: Ministérios da Saúde; da Economia; da Educação;
(II) Por hierarquia: Ex.: Ministério e, abaixo dele, uma superintendência e, abaixo, uma delegacia. 
(III) Territorial ou Geográfica: Superintendência do INSS no Norte, no Sul, no Nordeste. 
Macete: descENtralização = cria Entidade / descOncentração = cria Órgão;
- Descentralização & Centralização
Na descentralização tem-se uma competência que originariamente pertence a uma entidade política, a qual vai passar esta competência para outra entidade – tal entidade pode ser:
I) Entidade Administrativa: descentralização por outorga / por serviços / técnica / funcional: (+ CAI)
Acontece quando se cria uma entidade administrativa (que é a administração pública indireta). 
Tal descentralização goza da chamada presunção de definitividade, não tendo prazo determinado p/ findar.
Aqui transfere-se tanto a titularidade quando a execução da competência a pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado. Tal competência só poderá ser retirada por meio de nova lei. 
Para criar entidade administrativa deve-se ter uma Lei, que vai criar ou autorizar a criação da entidade administrativa. Autorização é necessária quando pretende-se criar Empresas Públicas ou Sociedades de Economias Mistas – a criação dessas se dá no dia que o Estatuto Social da empresa/sociedade é registrado no Órgão Competente. Por outro lado, para criar Autarquias, basta uma lei que a institua – criada a lei, existente passa a ser a Autarquia. 
Obs.: não há hierarquia entre as entidades administrativas! A relação existente entre a ADM Direta e a Indireta é realizada por meio de vinculação, não subordinação ou hierarquia!
Ex.: Criação das Agencias Reguladoras (Anatel, Anvisa, Anac, etc.; Criação da Empresa de Planejamento e Logística EPL.
II) Entidade Privada: descentralização por delegação / por colaboração: quando se delega uma atribuição para entidade privada. Nessa descentralização tem-se a delegação da prestação de serviços públicos. Tal descentralização ocorre ou por meio de contrato (bilateral – é a regra geral) ou por meio de ato administrativo (ato unilateral de autorização de serviços públicos – ex.: exploração do serviço de taxi em alguns Municípios é feita por meio de autorização [em outros Municípios é por meio de permissão]). 
Os contratos são de concessão ou permissão de enquanto os atos são de autorização de serviços públicos.
Via de regra, existem prazos para essa concessão: 
(I) nos contratos o prazo é determinado no próprio contrato; 
(II) por meio de ato administrativo o prazo é indeterminado, podendo ser revogado a qualquer momento. 
Aqui de igual forma não tem hierarquia (ou seja, não há subordinação) nem dependência financeira. 
Ex1.: A União tem delegado nos últimos anos a prestação / exploração dos serviços de aeroportos – vem uma empresa privada e passa a realizar a exploração destes serviços. 
Ex2.: Você tem seu serviço de telefonia, e ele é prestado por empresa privada. Esta prestação de serviço só é possível pois a União concede a eles este direito. 
Ex3.: Delegação da exploração de rodovias. Ao invés do Estado fazer a manutenção de todas as rodovias, ele delega essa função a uma empresa privada que irá cobrar pedágios para circular nelas. 
Ex4.: Concessão do direito de prestar serviços de transporte rodoviário público. 
III) Território Federal: descentralização geográfica / territorial (É a que menos cai em prova)
Ocorre quando se cria um Território Federal. 
Território é definido por sua área geográfica. Não há hoje no Brasil nenhum Território Federal. 
A Capacidade administrativa dos Territórios é genérica, ao contrário das Autarquias (como o INSS) que possuem funções específicas. Capacidade Genérica é a capacidade de prestar / atuar nas mais diversas áreas / serviços. 
Vídeo 02
> Órgãos Públicos
Pessoas gozam de personalidade jurídica, uma vez que é uma pessoa de direitos. 
Órgãos são centros de competências internos, que não são sujeitos de obrigações. Ou seja, não possuem personalidade jurídica própria. 
Órgãos Públicos podem excepcionalmente figurarem como partes em processos nos casos em que forem defender suas prerrogativas! Caso não seja para isso, não podem figurar como partes!
Se teve problema com Órgão Federal, ajuíze a ação contra a União! Se o Órgão for Estadual, contra o Estado!
Imagine a União, que é uma pessoa política – ela tem seu patrimônio, seus direitos, ela pode firmar contratos com terceiros, pode entrar em processo judicial – por que? Pois ela tem personalidade jurídica. 
O Ministério da Educação é um Órgão da União, logo, quando ele firma um contrato, quem está firmando este contrato é a Própria União. Se um dia você fica insatisfeito com algum ato do Ministério da Educação, você ajuizará uma ação em face da União. O Ministério não tem patrimônio, quem tem é a União.
- Teorias do Funcionamento dos Órgãos
1ª) Teoria do Mandato: os Órgãos Públicos concederam um mandato para que aquele Órgão agisse em seu nome. É como se a União tivesse feito uma procuração para ser representada. 
Tal teoria só não explica como o mandato é concedido. 
2ª) Teoria da Representação: aqui os Órgãos Públicos representam a pessoa política da qual ela faz parte. É mais ou menos a relação que ocorre na tutela, quando alguém representa um incapaz. Tal teoria foi abandonada também. 
3ª) Teoria do Órgão / da Imputação / da Imputação Volitiva (adotada no BR): Para ela, a atuação dos Órgãos Públicos é imputada ao Estado, ou suja, ao Ente Público da qual ela faz parte. 
- Criação de Órgãos Públicos
Dentro de cada poder tem-se uma forma de criação distinta. 
. Poder Executivo: depende de lei forma (lei que é aprovada no âmbito do Pode Legislativo, que vai autorizar a criação do Órgão). É uma iniciativa do chefe do Poder Executivo que é aprovada pelo Poder Legislativo (art. 61, parágrafo 1º, II, “e” da CF). 
Aqui tem-se o chamado Decreto Autônomo (previsto no art. 84, VI “a” da CF): através deste decreto é possível dispor sobre organização e funcionamento da administração – ocorre que tal decreto não pode aumentar despesas nem criar ou extinguir Órgãos Públicos. 
Ex.: Pode o presidente por meio deste decreto alterar as atribuições de determinados Órgãos Públicos. 
. Poder Judiciário / Tribunal de Contas / Ministérios Públicos: também depende de lei formal, ou iniciativa do STF, ou dos Tribunais Superiores ou TJ`s , TC`s e MP`s– isso mostra a autonomia dos poderes, uma vez que dependendo do âmbito, cada um terá seu específico julgador. 
. Poder Legislativo: Aqui não se exige lei, mas sim atos das respectivas casas. Ex.: A Câmara dos Deputados podem criar seus Órgãos internos conforme o art. 54, IV CF e, conforme art. 52, XIII CF o Senado Federal pode dispor sobre sua organização interna, podendo criar ou extinguir seus respectivos Órgãos, sem que haja lei neste sentido. Não havendo lei, ocorre, geralmente, por meio de disposições. 
- Capacidade dos Órgãos Públicos
Em regra, os Órgãos Públicos não figuram em juízo, uma vez que não possuem capacidade processual.
Exceções (personalidade judiciária): (não é = personalidade jurídica):
I) Órgãos Públicos de estatura constitucional possuem capacidade processual especial para defesa de suas prerrogativas e competências. 
Ex.: TCU está sendo privado de julgar as contas de um ADM Público. Ou seja, ele está sendo privado de exerce ruma de suas atribuições / competência – se por algum motivo ele está sendo impedido de exercer sua competência, pode o próprio TCU impetrar ação para discutir sua prerrogativa. Não receber recursos para exercer suas atribuições também ensejaria essa possibilidade. 
II) Situações que envolvam Órgãos destinados à defesa dos interesses e direitos dos consumidores.
Ex.: PROCON: se em alguma situação o PROCON seja mero Órgão Público, sem deter personalidade jurídica própria (na maioria dos Entes da Federação ele goza disso), poderá ele próprio ingressar em juízo para defesa do direito dos consumidores. 
III) O MP e as Procuradorias gozam de capacidade processual em diversos processos, assim como as Procuradorias (são Órgãos criados para figurar em processos judiciais em nome das entidades que representam). 
- Classificações dos Órgãos Públicos (cai em prova, mas cai pouco- não se mate p decorar)
. Quanto a Posição Estatal: 
I) Independentes: são originários da CF e representativos dos Poderes de Estado, sem qualquer subordinação – ou seja, Não possui qualquer subordinação hierárquica ou funcional, estando sujeita apenas a controle constitucional. 
O macete para saber se é independente é olhar para cima – se não houver ninguém, então é.
São eles.: Presidência da República / Câmara dos Deputados / Senado Federal / STF / STJ / demais tribunais superiores / TC / MPU.
II) Autônomos: é aquele que está quase no ápice da organização, estando somente abaixo dos órgãos independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica. 
Ex.: Ministérios / Secretarias dos Estados e Municípios / Advocacia-Geral da União. 
III) Superiores: estes tem sim algum poder de direção, controle, decisão e comando, mas estão sujeitos à subordinação de chefia mais alta e não gozam de autonomia administrativa nem financeira. 
Ex.: gabinetes, secretarias-gerais, inspetoria-gerais, procuradorias, coordenadorias, departamentos, divisões, etc. 
IV) Subalternos: possuem atribuições de mera execução (/atendimento), tendo pouco (ou nada) de poder decisório. 
Ex.: portarias; seções de expediente. 
. Quanto a Estrutura: 
I) Simples / Unitários: Aqui tem-se um único centro de competências que exerce suas funções de forma concentrada. Ele é basicamente a ponta da linha de uma distribuição hierárquica. 
II) Compostos: Estes por sua vez reúnem diversos órgãos menores em sua estrutura, como consequência da desconcentração administrativa. 
Ex.: Ministério da Justiça quando subdividido internamente em Órgãos menores – se um desses Órgãos menores se subdivide, também será composto – se esse órgão não se subdivide mais, ele será simples;
. Quanto a Atuação Funcional: 
I) Singulares / Unipessoais: aqui a decisão fica na mão de um único agente público, o qual é o Chefe ou Representante. 
II) Colegiados / Pluripessoais: atuam / decidem pela manifestação conjunta de seus membros. 
Ex.: Congresso Nacional / STF / Tribunais de Contas / CARF (Conselho ...)
Vídeo 03
> Administração Direta e Indireta
Obs.: Quando se cria uma entidade administrativa (órgão público, por ex.), está-se praticando a descentralização administrativa. Quando se extingue uma entidade administrativa pratica-se a centralização.
Obs2.: As entidades do 3º setor e paraestatais não compõe nem a ADM Direta nem a Indireta! Não fazem parte da Administração Pública. 
- Administração Pública Direta
Também chamada de Administração Pública Centralizada. 
Aqui tem-se os serviços prestados diretamente pelos órgãos das pessoas políticas. 
No âmbito do Poder Executivo tem-se a presidência da República (âmbito federal), os Governos e Prefeituras dos Estados (secretarias dos estados e dos municípios e seus órgãos subordinados). 
No âmbito do Poder Judiciário tem-se outros entes.
- Administração Pública Indireta
Criada a partir do processo de descentralização da ADM Pública. Também conhecida como ADM Pública descentralizada. Aqui fala-se de pessoas jurídicas (possuem personalidade jurídica) que não possuem autonomia política, ou seja, essas entidades não gozam de competência para legislar. 
São elas: Autarquias / Fundações Públicas / Empresas Públicas / Sociedades de Economia Mista (S.E.M). 
Os Consórcios Públicos (cai pouquíssimo) são compreendidos como uma 5ª categoria da ADM Indireta por alguns autores. Consórcio Público é pessoa jurídica formada por diversos entidades públicas. Quando o Consórcio Público é de Direito Público, ele integra a administração de todos os entes de fazem parte. Tais consórcios são considerados autarquias interfederativos (pois fazem parte de vários entes da federação). 
Ex. de Consórcio: Vários Estados reúnem dinheiro para construir um hospital. 
* Características Comuns de TODAS entidades administrativas: 
I) Possuem personalidade jurídica própria, logo, podem responder por seus atos, possuem patrimônio e receita próprios, autonomia técnica / financeira / administrativa. 
II) Sua criação / autorização e extinção são condicionada à previsão legal (lei cria ou autoriza a criação).
III) Todas entidades administrativas possuem finalidade específica – tal finalidade está previsto na lei que criar aquela entidade (princípio da especialidade).
Ex.: INSS atua na área de previdência; o Banco Central atua no setor financeiro;
IV) Não existe subordinação / hierarquia entre a ADM Direta e Indireta. O que existe entre as duas administrações é a VINCULAÇÃO. Tal vinculação serve para fins de tutela, também chamado de Controle Finalístico / Supervisão Ministerial. Tutela e Controle Hierárquico se diferenciam pois este segundo é um controle pleno. Tutela já é um controle limitado, que só pode ocorrer nos casos / situações previstas em lei.
V) Todas se submetem ao controle do Tribunal de Contas, do Poder Judiciário e do Ministério Público. 
VI) Todas entidades administrativas se submetem ao dever de licitar! Há sim uma exceção, mas se for questionado de forma genérica, afirme que todas estão sujeitas!
- Criação das Entidades Administrativas
Art. 37, inciso XIX da CF: “somente por lei especifica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar neste último caso, definir as áreas de atuação”
Tal lei específica mencionada no dispositivo acima pode criar a entidade ou autorizar a criação desta. 
. Quem é criado diretamente por lei? Somente as Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público.
Pelo texto constitucional, todas as outras entidades (Empresas Públicas / S.E.M / Fundações Públicas) tero lei que autorizam suas respectivas criações - a efetiva criação ocorre com o deferimento do registro dos atos constitutivos da entidade pelo respectivo órgão competente. 
Note que o STF entendeu que quando a Fundação Pública é de Direito Público, ela será criada diretamente por lei, assim como as Autarquias. Se for de Direito Privado, será necessária uma lei que autorize sua criação. 
Detalhe é que no caso das Fundações, todas devem ter uma lei complementar que servirá para definir a área de atuação das fundações públicas. Tal leiainda não foi editada. Na prática elas atuam em áreas de interesse social (saúde, / educação / previdência complementar / etc.). 
* Criação x Natureza Jurídica das Entidades Administrativas: 
Obs.: Natureza Jurídica é se a entidade é de direito público ou privado
Obs2.: Note que quando a lei AUTORIZA, fala-se de entidade de direito privado. Quando a entidade é diretamente criada pela lei, esta tratar-se-á entidade de direito público. 
- Criação de Subsidiárias
Subsidiária é como se fosse um “filho da entidade matriz”, atuando em setores específicos. Sua diferença para os órgãos é que estas possuem própria personalidade jurídica. 
Art. 37, inciso XX da CF: “depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada”.
Note que se exige a autorização expressa em lei para que estas sejam criadas e para que participem. 
Autorização Legislativa: ocorre por lei – o STF foi convocado a se pronunciar a respeito: Afirmou que a autorização pode constar em dispositivo genérico, até mesmo na própria lei que criar ou autorizar a criação da entidade matriz. 
- Contrato de Gestão
Art. 37, parágrafo 8º da CF: A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
. Existem 2 tipos de contrato de gestão:
1) Firmados Entre a ADM Pública e as Organizações Sociais; 
2) Firmado dentro da própria ADM Pública cujo objetivo é aumentar a autonomia gerencial / orçamentária / financeira dos Órgãos e Entidades Públicas. 
Vídeo 04
- As Autarquias
. Conceito: É uma pessoa jurídica de direito público (uma vez que sua criação ocorre diretamente por meio de lei – quando entra em vigor, nasce a entidade autárquica) criada por lei, com capacidade de autoadministração (gozam de autonomia própria para fazer sua própria gestão), para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.
A Autarquia é um serviço público personalizado (ou descentralizado), isso quer dizer que seu processo de criação se deu por meio de descentralização. Trata-se de uma extensão da ADM Direta, não sendo um órgão. 
. Patrimônio: Possuem patrimônio e receita próprios. Tal patrimônio é considerado um bem público, sendo por isso submetido aos princípios da impenhorabilidade e imprescritíveis (não são passíveis de usucapião), tendo ainda um processo especifico de alienação (professor não gosta da expressão inalienabilidade, pois faz parecer que não é alienável, no entanto quando o patrimônio é desafetado (não ter finalidade pública específica – ex.: Escola Pública abandonada). 
. Atividade: São designadas para exercer atividades típicas (exclusiva) de Estado, ou seja, aquelas atividades que são desempenhadas pela própria ADM Direta (polícia / controle / fiscalização / etc.). Agora, Autarquias não SÓ exercem atividades típicas / exclusivas de Estado, podendo exercer outros serviços de interesse da coletividade – o que ela não pode é explorar atividades econômicas. 
Obs.: A Autarquia não tem capacidade legislativa, não podendo criar leis. Sua capacidade é de autoadministração, podendo apenas realizar sua própria gestão. 
Obs2.: Lembre que para diferenciar uma Autarquia de uma Fundação, lembre-se que a primeira consiste na atribuição de personalidade jurídica para um serviço público. Já fundação atribui a um patrimônio.
. Pessoal: o regime jurídico que rege o pessoal que trabalha em uma autarquia é o mesmo que rege o pessoal da ADM Direta (Regime Jurídico Único / Estatutário). 
. Prerrogativas: Oriundas do regime jurídico especial, as Autarquias gozam das prerrogativas da Fazenda Pública, quais sejam: (quase não cai – não se mate para decorar)
I) Imunidade tributária recíproca: um ente da Federação não pode tributar outro ente;
II) Prazos Processuais em dobro; 
III) Duplo Grau de Jurisdição Obrigatório ou chamado também de Remessa Obrigatória;
IV) Regime de Precatórios: bens impenhoráveis, portanto, perdendo uma ação, paga-se por precatório. 
V) Prescrição Quinquenal: prazo de 5 anos para que se possa mover ação pleiteando contra Autarquia; 
. Foro Competente: é onde vai tramitar uma ação contra uma autarquia. Se for uma Autarquia Federal, tramitará no âmbito Federal. Se for Estadual ou Municipal, tramitará na Justiça Estadual. 
. Nomeação e Exoneração dos Dirigentes de Autarquias: Lembre que a ADM Indireta pode estar presente em todos os Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo). Tendo isso por base, deve-se ater que a maior parte da ADM Indireta se concentra no Poder Executivo, e será esta ADM que trataremos a nomeação agora: I) é realizada pelo chefe do Poder Executivo (art. 4º, XXV da CF).
II) em regra, é o próprio chefe do Poder Executivo que faz a nomeação e exoneração – geralmente estes cargos são de livre nomeação e exoneração, podendo, em casos específicos, por meio de lei, exigir-se que o Senado Federal aprove a nomeação.
III) pode alguma norma exigir aprovação do Poder Legislativo para exonerar? NÃO, a lei não pode fazer isso! Pode criar o condicionamento para nomear, mas não para exonerar. Será inconstitucional se submeter à aprovação do Legislativo, 
. Conselhos Profissionais: Todos os Conselhos Profissionais são Autarquias Federais, ou seja, fazem parte da União, até mesmo os conselhos de âmbito regional; quem trabalha nestes conselhos é considerado servidor público estatutário, sendo contratados mediante concurso público. TODOS CONSELHOS se enquadram nestes detalhes destacados, menos a OAB! A OAB não faz parte da ADM Pública! OAB não é Autarquia Federal, portanto não está sujeita ao controle do Tribunal de Contas da União!
. Autarquias de Regime Especial: Professor destaca que não existe uma lei específica que rege as Autarquias, não havendo previsão expressa de qual seria o regime jurídico que o rege. Verdade mesmo é que o próprio Direito Administrativo não possui seu código. 
Como cada Autarquia é criada por lei específica, tal lei definirá seu regime jurídico. Ocorre que há um grupo de autarquias (agências reguladoras) que possuem maior autonomia que as demais quanto à relação com a ADM Pública Direta – tal maior autonomia se exaure com o fato do mandato de seus membros ser fixo (possuem prazo determinado), ou seja, não são mais passíveis de livre exoneração (isso não impede a exoneração por meio de processo administrativo disciplinar ou decisão judicial). 
Sendo espécie de Autarquia, estas integram a ADM Pública Indireta. 
Ex.: Agências Autárquicas Reguladoras / Agência Reguladora: São espécies de Autarquias que passaram a ser instituídas para realizar atividades de fiscalização, controle e regulação de serviços públicos e suas atividades econômicas (não se pode afirmar que elas EXPLORAM atividades econômicas – apenas regula e disciplina). Ou seja, pode-se dizer que elas atuam em setores estratégicos da atividade econômica, mas não exercem a atividade em si. 
Apesar de serem criadas com intuito de fazerem ter maior autonomia / independência (afastamento de subordinação / hierarquia), estas não estão afastadas do controle feito pelos 3 Poderes (Judc. / Legis / Exec.)
Tal espécie de Autarquia elabora decisões de cunho exclusivamente técnico!
São elas: Aneel, Anatel, ANP, Anvisa, ANS, ANA, ANTT, Antaq, Ancine, Anac; Universidades Federais as vezes são constituídas como Autarquias – nestes casos, se submetem a um regime especial; Consórcios Públicos de Direito Público; (agências reguladoras é o melhor / mais cobrado dentre outros exemplos para estudar para provas).
. Agências Autárquicas Executivas / Agência

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