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ITER CRIMINIS CAMINHO DO CRIME 1. Cogitação → Fase irrelevante para o Direito Penal → Enquanto a ideia criminosa não ultrapassar a esfera mental, por pior que seja, não se poderá censurar criminalmente o ato. → Mesmo quando a vontade de cometer o delito é verbalizada, não se tem, como regra, ilícito penal algum. SALVO se tal manifestação oral puder violar ou periclitar algum bem jurídico. EXEMPLO: ART 286 INCITAÇÃO AO CRIME 2. Preparação → O ato ilícito sai da mente do sujeito, que começa a exteriorizar atos tendentes à sua futura execução, logo o Direito Penal não atua. → Atos considerados meramente preparatórios não são punidos criminalmente. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA PENAL: sempre que os atos representarem, em si mesmos, um perigo à ordem jurídica, ou, ainda, quando pela suma relevância do bem jurídico que o agente pretenda vulnerar, mostra-se necessária a intervenção precoce. EXEMPLO: ART 288 ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 3. Execução → Primeiro ato de execução. → Os executórios são penalmente típicos, tanto que, se o sujeito os iniciar, será punido ainda que haja a interrupção involuntária de seu agir. EXEMPLO: DISPARAR O TIRO EM DIREÇÃO À VÍTIMA; SACAR A FACA E CORRER ATRÁS DA VÍTIMA; ANUNCIAR O ROUBO ETC. 4. Consumação → De acordo com o CP, quando se fazem presentes todos os elementos da definição legal do delito. CRIMES MATERIAIS: consumam-se com a ocorrência do resultado naturalístico. CRIMES DE MERA CONDUTA: consumam-se com a ação ou omissão prevista e punida na normal penal incriminadora. BASTA A CONDUTA, POSITIVA OU NEGATIVA, PARA QUE HAJA CONSUMAÇÃO. CRIMES FORMAIS: apesar da citação ao resultado naturalístico no tipo penal, não exigem, para fins de consumação, que ele ocorra, de tal modo que, praticada conduta prevista em lei, o delito estará consumado. CRIMES PERMANENTES: têm característica de a fase consumativa prolongar-se no tempo. CRIMES CULPOSOS: apenas estarão consumados com a ocorrência do resultado naturalístico. CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS: basta a inatividade do agente para que haja consumação, sendo prescindível que à omissão se associe a ocorrência de algum resultado. CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS: são materiais, de mo que só estarão consumados com a incidência deste. 5. Exaurimento → De regra, o exaurimento apenas influi na quantidade da pena, seja por estar previsto como causa especial de aumento, seja por figurar como circunstância judicial desfavorável. CRIME TENTADO ART 14 CP: considera-se um crime como tentado quando, iniciada a sua execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. → A tentativa constitui a realização imperfeita do tipo penal. Dá-se quando o agente põe em prática o plano delitivo engendrado e, iniciando os atos executórios, vê frustrado seu objetivo de consumar o crime por motivos independentes de sua vontade. TENTATIVA PERFEITA: o agente percorre todo o iter criminis que estava à sua disposição, mas, ainda assim, por circunstâncias alheias à sua vontade, não consuma o crime. TENTATIVA IMPERFEITA: o agente não consegue, por circunstâncias alheias à sua vontade, prosseguir na execução do crime. TENTATIVA BRANCA OU INCRUENTA: quando o objeto material não é atingido. TENTATIVA CRUENTA: o objeto material é atingido. TENTATIVA ABANDONADA OU QUALIFICADA: desistência voluntária e arrependimento eficaz. TENTATIVA INIDÔNEA OU INADEQUADA: crime impossível. INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM A TENTATIVA CRIMES CULPOSOS: uma vez que o agente não deseja o resultado produzindo o resultado de maneira acidental, por imprudência, negligência ou imperícia, é totalmente incompatível com a forma tentada, em que se dá início à execução de um crime, não obtendo o resultado por circunstâncias alheias à sua vontade. CRIMES PRETERDOLOS: o agente realiza um comportamento doloso, mas o crime se consuma com a produção de um resultado agravador, que decorre de imprudência, negligência ou imperícia; isto é, ele não o desejava. CRIMES UNISSUBSISTENTES: nesses casos, ou o agente praticou o fato ou nada fez. Se o ato foi realizado, o crime se consumou; caso contrário, não existirá delito algum. CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS: o simples não fazer é suficiente para a consumação, caso o sujeito agir, não há crime. CONTRAVENÇÕES PENAIS CRIMES QUE A LEI PUNE SOMENTE QUANDO OCORRE O RESULTADO: a infração penal está condicionada à existência de um resultado. CRIMES PERMANENTES DE FORMA EXCLUSIVAMENTE OMISSIVA: quando praticados de forma exclusivamente omissiva, não admitem a forma tentada, isto porque ou o agente se omite e o fato estará consumado ou age e o crime não foi praticado. CRIMES DE ATENTADO: são aqueles que a lei equipara a tentativa e a consumação. Ou seja, tentar praticar a conduta descrita no tipo já representa realizar a norma por completo, isto é, o crime já estará consumado. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ Ocorrem quando o agente inicia a execução de um crime que pretende consumar, porém não o faz por vontade própria. DESISTÊNCIA: pressupõe que o agente tenha os meios para prosseguir na execução, ou seja, ele ainda não esgotou o iter criminis a sua disposição. ARREPENDIMENTO: subtende-se que o sujeito já tenha esgotado todos os meios disponíveis e que, após terminar todos os atos executórios, pratica alguma conduta positiva, tendente a evitar a consumação. → Voluntariedade – ele tinha mais opções e, por vontade própria, preferiu desistir ou arrepender-se, impedindo a consumação do delito. → Eficiência - significa que a consumação deve ter sido efetivamente evitada, caso contrário não incide o art. 15 CP. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E O CRIME DE TERRORISMO Pune-se a realização de atos preparatórios de terrorismo, desde que haja o propósito inequívoco de consumar tal delito. ARRPENDIMENTO POSTERIOR ART 16 CP REPARAÇÃO INTEGREAL DO DANO: a reparação deve ser, desta forma, total e, no caso de devolução do bem, há de se manter seu estado original. Admite-se, porem, o reconhecimento do benefício diante de uma reparação parcial ou da restituição da coisa em outro estado quando a vítima expressamente se contenta com tal, dando quitação. ATO DO SUJEITO: o benefício somente incidirá quando ao to for praticado pelo sujeito ativo da infração. VOLUNTARIEDADE CRIME SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA: ainda que ocorra a reparação do dano (material) ou a devolução do bem, não se recomporá, por completo, o status quo ante, justamente porque em face da natureza complexa do crime que, além de uma lesão patrimonial, produziu ofensa à integridade corporal ou psíquica da vítima. REPARAÇÃO OU RESTITUIÇÃO ANTERIOR AO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU DA QUEIXA: conduzirá a redução da pena, não sendo aplicado quando a lei previr efeito mais beneficiante ao agente. CRIME IMPOSSÍVEL → Impossível consumação, em face da absoluta ineficácia do meio empregado ou da absoluta impropriedade do objeto material. → O objeto referido pela Lei é o objeto material da infração, ou seja, a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta. EXEMPLO: ingerir medicamento abortivo para interromper a gravidez que, na verdade, é meramente psicológica. TEORIA OBJETIVA Quando não há risco ao bem jurídico, o agente não é punido. OBJETIVA TEMPERADA: somente alcança as hipóteses de ineficácia e inidoneidade absolutas. IMPROPRIEDADE OU INEFICÁCIA RELATIVAS → Há crime tentado. EXEMPLO: acionar o gatilho de arma de fogo sem que os projéteis disparem ou tentar furtar levando as mãos ao bolso vazio da vítima, que traz a carteira no outro bolso. → O meio é relativamenteineficaz quando, embora normalmente apto a macular o bem jurídico, falhou por razões acidentais.
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