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LÍNGUA PORTUGUESA - FORMAS DE LINGUAGEM - RESUMO

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LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE LINGUAGEM
UNIDADE I - A LINGUAGEM E SEUS DESDOBRAMENTOS
Linguagem não verbal utiliza apenas imagens para transmitir uma mensagem. Essa faz uso de pintura, imagens, símbolos, figuras, dança, mímica, gestos, desenhos, tom de voz, postura corporal, música e escultura como meio de comunicação. A linguagem não verbal pode ser observada até nos animais, quando um coelho levanta a orelha representa que está alarmado com algum som e/ou movimento, ou quando está com a orelha abaixada sinaliza tranquilidade. 
Linguagem verbal é quando o sujeito faz uso da linguagem oral ou escrita, pois nesse caso se utiliza da palavra como um código a ser decifrado. 
Linguagem não é um meio neutro que se torne fácil e livremente a propriedade intencional do falante, ela está povoada, ou superpovoada de intenções de outrem. Dominá-la, submetê-la às próprias intenções e acentos é um processo difícil e complexo”. (BAKHTIN, 1985, p. 271). Desta forma, a linguagem é utilizada dependendo da situação e do contexto de comunicação. Para tanto podemos fazer uso da linguagem formal (ou culta) e informal (coloquial ou popular). 
Semântica para a linguística: “num sistema linguístico, o componente do sentido das palavras e da interpretação das sentenças e dos enunciados”. 
Semântica para a filologia: “ciência que estuda a evolução do significado das palavras e de outros símbolos que servem à comunicação humana”. 
A semântica é um ramo da linguística que busca descrever o significado das palavras e/ou das sentenças. A palavra semântica tem origem do grego, uma vez que sema significa marca, sinal distintivo.
Tem semântica de todo tipo. Tem semântica textual, semântica cognitiva, semântica lexical. Tem semântica argumentativa, semântica discursiva. Todas elas estudam o significado, cada uma do seu jeito. Tamanha variedade já mostra que o estudo do significado pode ser feito de vários ângulos. Podemos investigar a relação entre expressões linguísticas e representações mentais, entre expressões linguísticas, ideologia e cultura e entre as expressões linguísticas e mundo.
Semântica formal antecede todas as outras. Ela preocupa-se em “descrever o problema do significado a partir do postulado de que as sentenças se estruturam logicamente”. (OLIVEIRA, 2003, p. 19). Um dos pioneiros nesse tipo de estudo é Aristóteles, que acredita que as relações de significado independem do conteúdo expresso, utilizando para isso o raciocínio dedutivo. Raciocínio dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinadas sentenças. Esse tipo de raciocínio trabalha no intuito de apresentar conclusões que devem, necessariamente, ser verdadeiras caso todas as sentenças sejam verdadeiras. 
Semântica formal considera, como uma propriedade central, o fato de que a língua é utilizada para falar sobre objetos, indivíduos, fatos, eventos, propriedades, descritos como externos à própria língua”. (MÜLLER; VIOTTI, 2003, p. 139). Assim, quando falamos, o referente, ou seja, o elemento ao qual nos remetemos quando nos comunicamos, o assunto da mensagem, é propriedade fundamental e, se analisado, fornece características indispensáveis para que possamos estabelecer relações e construir significado.
A semântica formal foca os estudos nos conhecimentos vividos e nos significados atribuídos por uma comunidade, que partilha da mesma uniformidade de conceito. Exemplo: “eu e você temos representações distintas de estrelas – você talvez associe a um sentimento nostálgico, eu, à euforia das viagens espaciais –, mas compartilhamos o mesmo sentido de estrela apontando um certo objeto no céu que reconhecemos como estrela”. (OLIVEIRA, 2003, p. 20, grifo nosso). 
Dentro dos estudos da semântica formal e dos estudos de Oliveira (2003) existem dois tipos de expressões: as saturadas e as insaturadas.
 As sentenças saturadas são quando expressam um pensamento completo, assim podemos identificar facilmente a referência. Exemplo: Alemanha é um país da Europa. Mas, quando as expressões são incompletas, chamamos de insaturadas, ou seja, não conseguimos localizar uma referência. Podemos citar a expressão: é um país, essa não diz nada de exato e pode ser recorrente em muitas sentenças.
Sentenças Insaturadas pelo fato de faltar argumentos que antecedem e sucedem a sentença. Desta forma, não tem como referência um valor de verdade ou falsidade, pois existem dois lugares a serem preenchidos a fim de completar a ideia.
A semântica argumentativa ou semântica da enunciação, segundo Koch (2002, p. 102), tem por função identificar enunciados cujo traço constitutivo é o “de serem empregados com a pretensão de orientar o interlocutor para certos tipos de conclusão, com exclusão de outros
A linguagem, é um jogo de argumentação enredado em si mesmo; não falamos sobre o mundo, falamos para construir o mundo e a partir dele tentar convencer nosso interlocutor da nossa verdade, verdade criada pelas e nas nossas interlocuções. A verdade que se forma na argumentação. Assim, a linguagem é uma dialogia, ou melhor, uma “argumentologia”; não falamos para trocar informações sobre o mundo, mas para convencer o outro a entrar no jogo discursivo, para convencê-lo de nossa verdade. 
A argumentação é determinante para a apreensão do sentido em um enunciado, sendo que na semântica da enunciação, o sentido está incluso na língua. Desta forma, a linguagem não tem mais uma dimensão objetiva, que retrata uma verdade que está fora dela, mas expressa o ponto de vista subjetivo ora do eu–locutor, ora do tu/alocutário no discurso. Nesse sentido, a “linguagem constitui o mundo, por isso não é possível sair fora dela. Isso porque o pensamento do outro é constituído pelo meu pensamento e, vice-versa, sendo impossível separá-los totalmente. Dessa lógica, surge a noção de polifonia, ou seja, a possibilidade de ouvir a voz de diferentes enunciadores e destinatários em um discurso estabelecendo a significação da frase e descrevendo o sentido dos enunciados. 
Na semântica da enunciação o conceito de pressuposição é substituído pelo do enunciador e esse se resolve pela hipótese da polifonia. É o conceito de ambiguidade pelo de polissemia, quando consideram que um mesm A semântica cognitiva está ligada ao surgimento da linguística cognitiva. A publicação de Lakoff e Johnson, de 1980, a Metaphors we live by marcou o seu reconhecimento. Hoje corroboram contribuições de diferentes pesquisadores com o foco da fonologia à pragmática. 
A semântica cognitiva insere-se nos paradigmas da linguística do uso, fazendo oposição aos modelos estruturalistas de Saussure, e converge seus estudos nos aspectos que dizem respeito aos processos que o falante utiliza para categorizar o mundo. Desta forma, o significado surge de dentro para fora, ou seja, é motivado, decorrente da experiência corpórea com o mundo.
 A hipótese central é que o significado é natural e experiencial e se sustenta na constatação de que ele se constrói a partir de nossas intenções físicas. (OLIVEIRA, 2003). 
A semântica cognitiva contrapõe-se a semântica formal (objetivista) no que se refere à questão de o significado pautar-se na referência e na verdade como uma única maneira de associar o símbolo e o mundo. 
A semântica cognitiva acentua seus trabalhos nos finais da década de 70 e início da década de 80, centrava no interesse de estudar o fenômeno de significação. Contudo, o fator dos estudos cognitivos foi movido pela investigação da psicolinguística de Eleanor Rosch. Ela se baseava na dinâmica fundamental de protótipos para o processo comunicativo. Desta forma, a percepção corpórea de mundo por parte do sujeito é o alicerce para estabelecer sentido no ato de interação do falante. De acordo com Lakoff e Johnson (1999), em meados da década o discurso possui um leque de significados diferentes, porém relacionados. 
O processo semântico-cognitivo da língua, em seus mais diversos usos, ultiliza-se de dois mecanismos: a Metáfora e a Metonímia. Ambas não devem servistas e tratadas aqui como simples figuras de estilo, conforme são vistas com frequência na esfera escolar. Para a semântica cognitiva, tanto uma, quanto outras são importantes e aparecem nos domínios discursivos. 
Metafora - A metáfora é um tipo de comparação, mas sem os termos comparativos (tal como, como, são como, tanto quanto, etc). Na metáfora, a comparação entre dois elementos está implícita, trazendo uma relação de semelhança entre eles.
Metonímia - É a substituição de uma palavra por outra sendo que, entre ambas, há uma proximidade de sentidos, uma relação de implicação.
Pragmática - é um ramo da linguística que estuda os significados linguísticos a partir de um contexto discursivo e não apenas pela semântica proposicional ou frásica. As palavras, mais que sua significação dicionarizada, assumem diferentes significados no uso concreto da linguagem. A pragmática está além da construção da frase, estudado na sintaxe, ou do seu significado, estudado pela semântica. Estuda, essencialmente, a significação no ato da fala, da comunicação. Como exemplo, imagine uma pessoa que diga “Você tem horas?” Repare que ele não está simplesmente interessado no objeto, mas indiretamente está pedindo informação que esse objeto oferece. Seria estranho afirmar que tem e não tomar o objeto para obter a informação, pois a pergunta indiretamente revela a intenção do locutor. 
O termo “pragmática”, como ramo da linguística, originou-se com Charles Morris, em 1938, significando o estudo da linguagem em uso. Rudolf Carnap, que trabalhara com Morris em Chicago, definiu-a como sendo a relação entre a linguagem e seus falantes. O ponto de partida da pragmática foram os trabalhos dos filósofos da linguagem.
Os estudos relacionados à pragmática com o passar dos anos passaram a ser compreendidos de forma mais filosófica, como prática social concreta, que analisa a significação linguística no contexto de uso: quem fala, quem ouve, seus objetivos, efeitos e interferências socioculturais.
Existem três domínios que exigem a introdução de uma dimensão pragmática nos estudos linguísticos: fatos de enunciação, fatos de interferência, Os fatos de instrução. 
Os fatos de enunciação - É o ato de produzir enunciados concretos. “Certos enunciados não têm por finalidade a designação de um objeto ou um evento do mundo, mas referem-se a si mesmos, ou seja, não têm função referencial, mas autorreferencial”. (FIORIN, 2011, p. 167). Existem certos fatos linguísticos que só são compreendidos em função do ato de comunicar. 
Os dêiticos: são elementos linguísticos que destacam o lugar ou o tempo em que o enunciado é produzido, portanto, podem referir-se à situação, ao momento e aos participantes em uma situação de produção do enunciado. São dêiticos: • os pronomes pessoais que indicam os participantes da comunicação eu/tu; • os marcadores de espaço, como os advérbios de lugar; • os pronomes demonstrativos (por exemplo: aqui, lá, este, esse, aquele); • os marcadores de tempo (por exemplo, agora, hoje, ontem). Note que um dêitico só pode ser entendido dentro da situação de comunicação e, quando aparece, num texto escrito, a situação enunciativa deve ser explicitada. 
Os fatos de interferência - A interferência ocorre em enunciados que implicam outros. Certos enunciados têm a propriedade de implicar outros. Essas implicações derivam dos próprios enunciados e, portanto, não exigem, para que sejam feitas, informações retiradas do contexto, da situação de comunicação. No entanto, muitos casos, a comunicação não é literal e, por conseguinte, só pode ser entendida dentro do contexto. Nesse caso, os falantes comunicam muito mais do que as palavras da frase significam. A pragmática deve explicar como os falantes são capazes de entender não literalmente uma dada expressão, como podem compreender mais do que as expressões significam e por que um falante pode preferir dizer alguma coisa de maneira indireta e não de maneira direta.
Os fatos de instrução - ou seja, as palavras do discurso, as maneiras de dizer e a ênfase na interpretação. Quem cumpre essa função são: as preposições, advérbios, conjunções, ou seja, os operadores argumentativos. Koch (1997), nos ajuda a explicar tais operadores. Operadores argumentativos São elementos da língua que indicam a força argumentativa dos enunciados, ou seja, a direção que queremos tomar ao dizer alguma coisa. Podemos dividi-los em duas noções básicas: escala argumentativa e classe argumentativa. A classe argumentativa pode ser entendida por argumentos que têm o mesmo “peso” para levar o interlocutor a uma determinada conclusão. 
Teoria dos atos de fala - observa que quando falamos, não fazemos apenas declarações, mas fazemos coisas como: ordenar, perguntar, pedir desculpas, lamentar, rogar, julgar, reclamar etc. Assim, rompe com a noção tradicional da semântica que se baseava nos valores de verdade e falsidade e propõe-se a introduzir o conceito de “performativo”. Performativo é todo enunciado que realiza o ato que está sendo enunciado. Assim, se em “eu ajoelho para rezar” temos um enunciado que pode ser verdadeiro ou falso, em “ajoelhou, tem que rezar” está implícita a ideia de comprometimento do locutor em a ação, ou melhor, com as possíveis consequências do ato por ele realizado, e não com a verdade ou a falsidade do enunciado. 
A visão performativa da linguagem é o centro dos estudos de Austin.
Enunciados performáticos - pratica de ação conforme o enunciado.
Enunciado Constativo - uma ação já efetivada
Níveis de ação linguística:
Atos locucitários - centrados no nível fonético, sintático e de referência. Diz alguma coisa.
Atos ilocucionários - que refletem a posição do locutor em relação ao que ele diz. Tem a chamada força performática. Está relacionado ao modo de dizer e como é recebido.
Atos perlocucionários - aqueles que produzem efeitos e consequências sobre o próprio locutor ou os outros , seja de influenciasr, persuadir.
Análise do discurso - A origem epistemológica da AD deu-se nos anos 60 (séc. XX), com a junção de três domínios disciplinares: a linguística, o marxismo e a psicanálise. A junção desses domínios resultou na consideração: da linguagem, da história e do sujeito respectivamente. A origem da AD deu-se a partir dos estudos de Pêcheux, na perspectiva contrária ao engessamento instaurado pelo Estruturalismo, principalmente ao que diz respeito aos estudos do objetivismo abstrato de Saussure. Saussure se pautava na lógica que a língua era um corpo fechado e podia ser explicado como um sistema, uma estrutura. Pêcheux não visou estudar a língua em si, mas buscou entender a linguagem, disso decorreu uma ruptura com o pensamento do século XIX. 
Estruturalismo: Corrente teórica da linguística baseada nos princípios do Curso de Linguística Geral (1916) de Ferdinand de Saussure, que se desenvolveu a partir dos anos 30 do século XX. Saussure é considerado o fundador do Estruturalismo. As relações entre as partes da estrutura foram descritas em termos de relações sintagmáticas (no plano do sintagma, num eixo horizontal) e paradigmáticas (no plano da semântica, num eixo vertical). 
Existem duas Análises do Discurso diferentes. Uma de origem francesa (em que vamos focar nosso estudo nesse tópico) que privilegia o contato com a História. E outra, a Análise do Discurso Anglo-Saxã, que privilegia contato com a Sociologia.
 
Fases da análise do discurso 
Primeira fase: conhecida como AD – 1 ou AAD (Análise Automática do Discurso) teve como efeito o “primado do mesmo sobre o Outro”. Ambicionava-se nessa primeira fase: a construção de um dispositivo capaz de produzir a leitura automática de um conjunto de discursos previamente selecionados e organizados segundo critérios que garantissem homogeneidade e estabilidade em termos de circunstâncias históricas e sociais de produção, numa palavra, em termos de condição de produção” (COSTA, 2005, p. 17). Nesse período, Pêcheux interpretava a noção de ideologia de Althusser, que denominava de Aparelhos Ideológicos do Estado(AIE – instituição religiosa, escolar, familiar, política) que solidificava as relações sociais. Assim, o sujeito era considerado como homogêneo, dominado pela classe dominante. O sujeito era, portanto, assujeitado, atravessado pela ideologia e pelo inconsciente, como uma maquinaria autodeterminada e fechada sobre si mesmo (GREGOLIN, 2004). 
Segunda fase: AD – 2, ou época dos tateamentos, predominou a “heterogeneidade, ao Outro”. É o início do movimento em direção à heterogeneidade, ao Outro. O movimento que ocorreu nessa fase incorporou de modo definitivo toda a força do pensamento de Foucault, a quem Pêcheux sempre considerava um adversário estimulante. Pêcheux começa a retrabalhar o conceito de ideologia, quando argumenta que “não se pode de maneira nenhuma, ser compreendida como um bloco homogêneo, idêntico a si mesmo, com seu núcleo, sua essência, sua forma típica”.
A linguagem, na fase (2), passa a ser considerada como um acontecimento, uma prática de sentido que intervém no real. A “AD se interessa pela linguagem tomada como prática: mediação, trabalho simbólico, e não só instrumento de comunicação. É ação que transforma, que constitui identidade, ao falar, ao significar, eu me significo”.
A linguagem e seus desdobramentos da ideologia, Pêcheux toma por empréstimo a noção foucaultiana de formação discursiva (FD), e reinterpreta pela lente althusseriana, sinalizando um período de polêmicas e reajustes na AD. O conceito de formação discursiva passa a ser um conceito de base da AD, que permite, assim, compreender o processo de produção dos efeitos de sentidos, a sua relação com a ideologia e atribui ao analista a possibilidade de estabelecer regularidades no funcionamento do discurso (ORLANDI, 2005). A partir disso, Pêcheux reafirma as relações “entre língua, discurso, ideologia e sujeito e formula a sua teoria dos “dois esquecimentos” (definição a seguir), sob ação da interpelação ideológica, o sujeito pensa que é a fonte do dizer, pois este se apresenta como evidência”. (GREGOLIN, 2004, p. 62, grifos do autor).
Terceira fase: AD – 3, conhecida como desconstrução dirigida, o encontro com a Nova HistóriaRessaltamos apenas que as ideias de Foucault foram centrais, pois nesta época é que Pêcheux revê todas as suas críticas à teoria de Foucault. 
Os discursos na AD (PÊCHEUX, 1988; ORLANDI, 2005) são constituídos por três diferentes formas de dizer: 
O silêncio - O silêncio na AD faz parte da constituição do sujeito, não aparece por acaso, uma vez que o ser humano é constituído por palavras e pelo silêncio, e ambas são formas de dizer. “O silêncio não está apenas nas palavras. Ele as atravessa”. O silêncio não é visível, não é diretamente observável, mas escorre entre as palavras, passa por entre a trama do discurso, “o silêncio não fala. O silêncio é. Ele significa. Ou melhor: no silêncio, o sentido é”.
O interdiscurso - esquecimento, compõe os dizeres já proferidos e esquecidos na memória discursiva. Define-se o interdiscurso como um conjunto de formulações discursivas exteriores ao sujeito enunciador, que formam, em seu conjunto, o domínio da memória. Na memória discursiva, ressoa uma voz sem nome, que constitui o discurso pela ordem do repetível (paráfrase, o mesmo). O dizer é uma estratificação de formulações já feitas, mas “esquecidas” e que vão construindo, na história, os sentidos . “Toda fala resulta assim de efeito de sustentação no já-dito que, por sua vez, só funciona quando as vozes que poderiam identificar em cada formulação particular se apagam e trazem o sentido para o regime do “anonimato” e da “universalidade”. Ilusão de que o sentido nasce ali, não tem história”. 
O intradiscurso - é o eixo da formulação discursiva. O intradiscurso é determinado pela forma como o sujeito articula a constituição do saber já esquecido (interdiscurso) e sua formulação atual (intradiscurso) num determinado acontecimento. É uma mistura, uma fluidificação de discurso exterior com o interior, isso porque “as palavras falam com outras palavras”. O intradiscurso é a formulação do discurso (o diferente), no aqui e agora do sujeito. Pelo intradiscurso temos o sujeito que intervém no repetível, abre espaço para a polissemia, a constituição de múltiplos sentidos.
Formação discursiva são as “marcas estilísticas e tipológicas que se constituem na relação da linguagem com as condições de produção. O que define a formação discursiva é sua relação com a formação ideológica”. A formação discursiva não é homogênea, tem base heterogênea, é construída pela sua interrupção, atravessada na relação com o outro, disso decorre sua constante reconfiguração: perdas, substituições, acréscimos, transferências acontecem continuamente nesse espaço: palavras, expressões e enunciados sofrem mudanças.
 Sãoum conjunto de dizeres, definem uma regularidade ou dispersão que refletem diferenças ideológicas de posição sujeitos e de formação imaginária representada. A formação discursiva representa as escolhas, os tipos de dizeres e as relações com outras diferentes formações discursivas, o que pode e deve ser dito num dado acontecimento 
Nas formações discursivas, consideramos a: 
 PALAVRA CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO 
Os sentidos da palavra estão vinculados às formações discursivas e sem as quais a palavra não existiria. Referimo-nos à palavra como uma expressão que muda de sentido dependendo de quem as emprega e do contexto em que a utiliza, “as palavras não têm um sentido nelas mesmas, elas derivam seus sentidos das formações discursivas em que se inscrevem”. Dessa forma, “as palavras recebem sentidos das formações discursivas em suas relações”. A significação é determinada pelas condições de produção. 
O contexto imediato refere-se ao campus no qual a palavra é dita, o fato de ter sido de uma forma e não de outra. Já o contexto socio-histórico-ideológico traz as formações discursivas carregadas de efeitos de sentido, ou seja, a forma como a sociedade organiza as relações de força. Essas relações se sustentam no poder desde os diferentes lugares e diferentes posições que o sujeito ocupa. 
A formação imaginária é um jogo de imagens, (quem sou, quem é ele/ de que objeto estou falando, do que ele me fala) que nos ajuda a compreender os efeitos de sentidos considerando que o discurso funciona entre o real, a incompletude, a palavra e o imaginário, a completude que se constitui no confronto entre o simbólico e o político.
UNIDADE II - LINGUAGEM ESTILISTICA
A estilística é a disciplina que se preocupa com a expressividade de uma língua, ou seja, com a possibilidade de emocionar o outro por meio do estilo empregado. 
O estilo é o objeto de estudo da retórica: a retórica é, ao mesmo tempo, uma arte da expressão literária e uma norma; instrumento crítico para a apreciação de estilos individuais e da arte de escritores renomados (GUIRAUD, 1970), a partir do século XVIII, sua concepção tornou-se obsoleta, devido à chegada de novas tendências da arte e da linguagem. Desta forma, no século XVIII essa concepção cedeu espaço para as novas tendências da arte da linguagem, ganhando força a estilística como uma “ciência da expressão” e também uma crítica dos estilos individuais. 
Conforme Parente: (três grandes dimensões da estilística).
Estilística fônica ou fonoestilística, que ressalta a expressividade do material fônico dos vocábulos tanto isolados quanto agrupados em frase. Estudam-se as assonâncias vocálicas, as aliterações, e as onomatopeias, Para tanto, o objeto de análise é o material fonético da língua, sobretudo os jogos entre sons oclusivos versus fricativos, surdos versus sonoros, entre outras oposições possíveis. Além disso, considerando a representação escrita, à estilística fônica interessam também os fenômenos da paronímia, homofonia e homografia, a entoação frasal, o ritmo , do verso ou da frase e a musicalidade inerente à palavra.
Estilística léxico-semântica ou léxico-estilística, que estuda a seleção vocabular e os fenômenosde conotação e polissemia, referentes aos valores afetivos, emotivos, ou socialmente convencionais que se aderem à significação das palavras. Assim, entram aí a exploração do vocabulário, o emprego de diminutivos e aumentativos afetivos, o emprego de diminutivos pejorativos ou maliciosos, a exploração da polissemia, da sinonímia e da paronímia, mais a exploração do antagonismo entre determinados campos semânticos. Somem-se ainda a coesão semântica obtida a partir da seleção vocabular, fenômenos de denotação e conotação, a monossemia ou monossignificação versus a polissemia ou plurissignificação, as figuras de linguagem tais como as comparações, as metáforas e metonímias, as hipérboles e as sinestesias, os neologismos (criação estilística de novas palavras) e a adequação vocabular.
Estilística sintática, cujo objetivo de análise é a ordem sintática e os fenômenos a ela inerentes, tais como ruptura da ordem sintática preferencial dentro de um verso ou de uma frase. Nesse caso, à estilística sintática interessam as variantes de colocação, suscetíveis de causar emoção ou sugestionar o próximo.
Já para Guiraud (1970), no século XX, a estilística teve quatro fases distintas:
1 Estilística estrutural ou da expressão – condiz aos primeiros estudos de Charles Bally e Karl Vossler. Bally escreveu o “Tratado de Estilística Francesa” em 1909, a partir dos ensinamentos de seu mestre, Saussure. 
2 Estilística genética ou do indivíduo – entre os estudiosos, destaca-se Leo Spitzer. Essa manteve o foco nas análises do vínculo do texto literário pautada em uma base psicológica. 
3 Estilística funcional – fase desenvolvida pelos estudos de R. Jakobson e abordou a respeito da comunicação verbal sobre os valores estilísticos. 
4 Estilística textual – esses estudos foram realizados por M. Cressot, J. Marouzeau e M. Riffaterre. Tinha como objetivo a fase de análise de textos em seus aspectos estilísticos sob princípios da linguística estrutural e da gramática gerativa.
GRANDES VERTENTES DA ESTILÍSTICA - Conforme Monteiro (2005, p. 15-41), no decorrer do desenvolvimento dos estudos estilísticos, segundo este ou aquele ponto de vista, foram se delineando pelo menos nove grandes vertentes, a saber: Vamos conceituar algumas de forma sucinta para que você, prezado acadêmico, tenha uma noção do que as diferenciam:
 Estilística retórica: é o resultado da retomada da retórica clássica. A estilística retórica pauta-se em dois grandes objetivos. Primeiro: fazer uso dos métodos linguísticos para a análise do texto literário. Segundo: preocupa-se em transpor o conceito de função poética da linguagem para o de função retórica
Estilística descritiva: os objetivos dessa vertente dos estudos da estilística partem do princípio de: análise das expressões dos fatos de sensibilidade sobre a linguagem; análise das ações dos fatos de linguagem sobre a sensibilidade. Esses objetivos seriam aplicáveis a alguns domínios, tais como: à linguagem em sua totalidade, procurando determinar os chamados “universais estilísticos”; a uma determinada língua, resultando a “estilística langue”, conforme Monteiro (2005).
Estilística idealista: é resultado das ideias esteticistas de Benedetto Croce (1866-1952). O principal postulado é a unidade do espírito humano, uma vez que esse seria a fonte de todo o conhecimento. Desta forma, entende-se que os traços fundamentais da expressão poética são a totalidade e a universalidade. Croce procurou submeter o conceito de poesia a uma investigação sistemática, segundo Monteiro (2005). 
Estilística estrutural: já a estilística estrutural está baseada em critérios objetivos, suficientes para controlar as possíveis inferências do leitor, ou seja, a metodologia de análise estilística pauta-se nos fatos “estilisticamente marcados” em oposição a outros fenômenos linguísticos “não marcados”. O que significa que o papel do leitor é importante, posto que sejam exatamente os fatos “marcados” os que surpreendem o leitor, uma vez que são imprevisíveis. Logo, aí, são fundamentais as noções de “norma” e “desvio” e a de “campos estilísticos”, proposta por Pierre Guiraud (1970).
Estilística gerativa: para Monteiro (2005), o estilo é o produto de transformações de estruturas profundas em estruturas de superfície, que variam de acordo com as regras em operação. Logo, o “efeito estilístico” é consequência de uma maneira particular do uso do dispositivo transformacional inerente à língua em nível de realização superficial. Partindo desse princípio, seria possível uma descrição do estilo a partir de um conjunto finito de regras gerativas de “estruturas profundas”. Desta forma, são essenciais os conceitos de aceitabilidade e inaceitabilidade, uma vez que no domínio da linguagem poética, deparamo-nos com muitas frases (versos) inaceitáveis nas situações comunicativas cotidianas, porém aceitáveis num determinado contexto literário. Um exemplo é o caso dos versos iniciais do Hino Nacional Brasileiro: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”, que, a rigor, é inaceitável, tomando-se como parâmetro os padrões gramaticais lógicos da língua
Estilística poética: com base em metodologia de análise linguística, a estilística poética procura descrever os níveis estruturais da linguagem poética, que seriam a fonte da “literariedade” ou “expressividade literária”. Dessa forma, a linguagem poética diferencia-se da língua prosaica pelo caráter perceptível de sua construção. Podemos perceber tanto pelo aspecto acústico, quanto pelo aspecto articulatório, ou ainda pelo aspecto semântico (MONTEIRO, 2005). 
Estilística semiótica: essa procurou ir além dos limites da frase ou verso, do texto literário, buscando uma análise da expressividade nos mais variados tipos de mensagens advindas de quaisquer outros sistemas semióticos (sistemas de signos). Nessa linha de pensamento, a estilística se aplicaria a qualquer linguagem, sobretudo às artísticas, enquanto sistemas de signos, tendo em vista dois grandes objetivos: • Primeiro: a análise da organização da obra de arte. • Segundo: a análise da tipologia do discurso literário.
FIGURAS DE LINGUAGEM
FIGURAS DE PALAVRAS - As figuras de palavras referem-se ao emprego de um termo com sentido diferente daquele que empregamos convencionalmente, visando reafirmar o movimento da linguagem, e retratar um efeito expressivo na comunicação. São figuras de palavras:
COMPARAÇÃO: ocorre a comparação quando comparamos uma ideia, ou expressão, em lugar de outra.
METÁFORA: é uma figura de palavra, que se caracteriza pela alteração do sentido. Consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo. A metáfora consiste no emprego de uma palavra com sentido que não lhe é comum ou próprio, sendo esse novo sentido resultante de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos, como observamos no exemplo anterior.
Funções da metáfora: 
Catacrese - : ocorre pela falta de um termo específico para designar um conceito, acabamos por pegar outro emprestado. Exemplos comuns de catacrese: “asa da xícara”, “céu da boca”, “dente de alho”, “pé da página”, entre outros.
Sinestesia: quando ao escrever misturamos várias sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido: visão, audição, gustação, olfato e tato. Ex.: Vou pintar a casa com uma cor quente.
 Metonímia é a figura de palavra que consiste na substituição de um termo por outro. É uma expressão do grego metonymia, que significa mudança de nome. Larousse define como "figura de linguagem pela qual um conceito é expresso por um termo a ele ligado por uma relação de causa e efeito, lugar e produto, continente e conteúdo ou parte pelo todo”. Desta forma, um termo pode ser substituído considerando uma relação de dependência que o elemento mantém com a realidade, ou seja, uma proximidade entre os termos que utilizamos para substituir uma palavra.
Exemplos de metonímia “Trabalhava ao piano, não só Chopin como ainda os estudos de Czerny”. (Murilo Mendes) Nesse caso, uma relação de causa-efeitopermitiu que o poeta usasse a palavra Chopin (compositor de uma partitura musical) para designar a própria partitura (a obra “causada” pelo autor). 
A metonímia ocorre quando empregamos: 1 O efeito pela causa ou vice-versa: “Conseguiu sucesso com determinação e suor” (trabalho). 2 O nome do autor pela obra: “Ler Guimarães Rosa é um projeto desafiador” (a obra). TÓPICO 2 | FIGURAS DE LINGUAGEM 109 3 O continente (o que está fora) pelo conteúdo (o que está dentro): “Bebeu só dois copos e já saiu cambaleando” (a bebida). 4 O substantivo concreto pelo abstrato: “Tratava-se de um papo-cabeça” (intelectual). 5 O abstrato pelo concreto: “Era difícil resistir aos encantos daquela doçura” (pessoa meiga, agradável). 6 A marca pelo produto: “Comprei uma caixa de Gilette” (lâmina de barbear). 7 O instrumento pela pessoa: “Quantos quilos ela come por dia? Quilos? Não sei, mas ela é boa de garfo” (o instrumento utilizado para comer). (Luiz Vilela) 8 O lugar pelo produto: “Queria tomar um Porto fervido com maçãs” (o vinho). 9 O sinal pela coisa significada: “O trono inglês está abalado pelas recentes revelações sobre a família real” (o governo exercido pela monarquia). 10 O singular pelo plural: “O brasileiro tenta encontrar uma saída para suportar a crise” (um indivíduo por todos). 11 A parte pelo todo: “Enormes chaminés dominam os bairros fabris da cidade inglesa”. (fábricas). 12 A classe pelo indivíduo: “Depois desse episódio, não acredito mais no Juizado brasileiro” (os juízes). 13 A matéria pelo objeto: “O jantar foi servido à base de porcelanas e cristais” (matéria de que é feito o objeto). No cotidiano, a metonímia é também muito empregada para orientar usuários em guias turísticos, terminais de transportes, ginásios esportivos, postos de gasolina e rodoviários etc. Eles vêm em forma de criptogramas, imagens ou grupo de imagens que integram uma escrita sintética, resumida.
Antonomásia: substituir um nome, pessoa ou lugar por uma expressão que o identifique com facilidade, ou seja, a ocorrência entre nome e seu aposto. Exemplos: Os quatro rapazes de Liverpool = em vez de os Beatles O mestre = Jesus Cristo A cidade luz = Paris O rei das selvas = o leão Escritor maldito = Lima Barreto O país do carnaval = Brasil
FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento trazem uma ideia implícita nos textos, uma mensagem nas entrelinhas, vai se constituir por meio da linguagem conotativa em detrimento da denotativa. São subdivididas em:
1 - EUFEMISMO - “é uma palavra ou expressão empregada no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável ou chocante”. Exemplos: “Ele enriqueceu por meios ilícitos” (em vez de, ele roubou). “Ele partiu dessa para melhor” (em vez de, ele morreu).
2 - ANTÍTESE: esta figura de linguagem você já conhecia quando estudou sobre o movimento Barroco. Vejamos, antítese é “o emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido". Exemplo: Ex.: "Os jardins têm vida e morte".
3 - HIPÉRBOLE: é uma “figura de retórica que consiste na ênfase resultante de um exagero deliberado”. Compartilhando da mesma ideia, Cereja e Magalhães (1999, p. 399) afirmam que “é uma figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero”. Exemplo: Chorei rios de lágrimas. ,
4 - IRONIA - “ocorre quando se diz alguma coisa, querendo-se dizer exatamente ao contrário” (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 399), ou seja, é uma forma de sarcasmo, quando dizemos o contrário do que as palavras significam.
FIGURAS DE SINTAXE OU DE CONSTRUÇÃO
 As figuras de sintaxe ou de construção referem-se a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. “São recursos de expressão criados com base na construção sintática da frase” (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 324)
Omissão: assíndeto, elipse e zeugma - Zeugma: consiste na omissão de um termo que já apareceu antes na frase. Ex.: “Ele prefere comida doce; eu, salgada. 
Elipse: é a omissão de um termo que será identificável pelo contexto. De um modo geral, as gramáticas da língua portuguesa assumem a “elipse” como uma figura de linguagem. Segundo Cunha (1976, p. 575), “elipse é a omissão, espontânea ou voluntária, de um termo que o contexto ou a situação permitem facilmente suprir" Para esse autor a elipse pode ser usada como um recurso estilístico, uma forma de condensar a expressão. 
Vamos conhecer alguns casos mais comuns de omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida:
a) Pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa?
b)Substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no lugar de o estádio Maracanã. 
c) Preposição - a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar de: com a camisa rota, com as calças rasgadas. 
d) Conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me entenda.
e) Verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos – E o rapaz: – Não sei de nada!, em vez de E o rapaz disse.
Figuras de sintaxe geradas pela repetição de um termo: 
Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início dos versos ou orações (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 325).
Pleonasmo: redundância para reforçar a mensagem, ou melhor, “é a repetição, por meio de palavras diferentes, de uma noção já apresentada, com o objetivo de enfatizar uma palavra ou expressão” (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 325). Ex.: “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal”! (Fernando Pessoa) .
Polissíndeto: repetição de conectivos ligando termos da frase ou do período, podemos dizer que “é o uso repetido de conjunções coordenativas” (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 325). 
Figuras de sintaxe geradas pela inversão dos fatos:
Anástrofe: Anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente. Ex.: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos", por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos. Obs.: alguns autores consideram um tipo de hipérbato. Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado). Exemplo: "Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho" (Mário Quintana).
Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase. Exemplo: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida" (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade). 
Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado. Exemplo: "A grita se alevanta ao Céu, da gente" (A grita da gente se alevanta ao Céu) (Camões).
Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase. Exemplo: "... as lojas loquazes dos barbeiros" (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros). 
Figura de sintaxe gerada pela ruptura de pensamento: 
Anacoluto: um termo solto na frase; é como se fosse uma mudança brusca de assunto. Exemplo 1: “A morte, não sei realmente se ela nos leva a lugar algum". Termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica, que normalmente deixa um elemento sem função sintática, ocorrendo geralmente depois de uma pausa sensível. Exemplo 2: "Esses patrões de hoje, não se pode confiar neles".
Figura de sintaxe gerada pela concordância ideológica: 
Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a ideia a elas associada.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino). Exemplo: "Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito" (Guimarães Rosa). 
b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural). Exemplo: "Corria gente de todos lados, e gritavam" (Mário Barreto).
c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado. Exemplo: "Na noite seguinte estávamos reunidas algumaspessoas" (Machado de Assis). 
FIGURAS DE SOM
As figuras de som ou de harmonia são outra ramificação das figuras de linguagem, essas são compostas por efeitos que se voltam para a repetição de som, às vezes com ênfase nas vogais, outra nas consoantes, também podem ser utilizadas para expressar sons produzidos por objetos (toc-toc) ou seres (au, au). Conheceremos algumas das subdivisões dessas figuras: 
Aliteração: é a repetição constante de um mesmo fonema consonantal.
Assonância: é a repetição constante de um mesmo fonema vocálico. 
Paronomásia: “é a aproximação de palavras de um texto pela sua semelhança na forma ou no som”.
Paralelismo: é a repetição de palavras ou estruturas sintáticas maiores (frases e orações etc.) que se correspondem quanto ao som e ao sentido.
Onomatopeia: criação de uma palavra para imitar um som. É, portanto, a reprodução aproximada de sons ou ruídos. “A onomatopeia consiste no aproveitamento de palavras, cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos seres. É um recurso fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor”
UNIDADE III - LINGUAGEM E EXPRESSÃO
EXPRESSIVIDADE DA FALA E DA ESCRITA: ESTILO
Sabemos que o homem emprega e pode expressar a língua por meio de duas modalidades: a fala e a escrita, segundo o contexto e a situação em que se encontra. 
A Língua Portuguesa existe em duas modalidades:
Língua Oral - A fala, enquanto prática oral, é adquirida naturalmente no dia a dia, por meio de contextos informais, através de relações sociais e dialógicas que estabelecemos com as pessoas que nos cercam. Então, outros signos se unem à linguagem oral num processo de comunicação tornando-a entendível.
Língua Escrita - possui um caráter cultural desejável, esta é adquirida e desenvolvida em contexto formal: na escola. Se pensarmos a escrita em relação à história da humanidade percebemos que esta foi criada tardiamente em relação à linguagem oral, mas hoje permeia toda a sociedade. Certamente em termos de desenvolvimento humano, a fala é o status primário.
Há uma variedade de falas utilizadas em circunstâncias diversificadas que requerem graus de formalidades e convenções diferenciadas. Falamos ou escrevemos de maneira diferente em situações diferentes, com estilos diferentes, porque cada situação exige um tipo de uso. Segundo os PCN (1997, p. 32): a questão não é falar certo ou errado e sim saber que forma utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada coisa. Caro acadêmico! Não há dúvida que a linguagem de sinais, também constitui um tipo de fala, embora não
Variações :
Quanto ao usuário Por exemplo, dependendo da sua região. Apalavra porta é pronunciada de formas diversas por gaúchos, cariocas, paulistas e mineiros
Quanto ao uso Uma mesma pessoa, dependendo da situação, utiliza as palavras de maneira diferente. Por exemplo, em ocasiões formais, no trabalho, quando se dirige a uma plateia, ou se está em família. 
As interações sociais produzem uma enorme variedade de gêneros discursivos/textuais, que estão organizados com especificidades, de acordo com suas necessidades. Parafraseando Bakhtin e Schneuwly (2004, p. 25), mencionam que “cada esfera de troca social elabora tipos relativamente estáveis de enunciados: os gêneros”. Estes gêneros se caracterizam pelo conteúdo temático, estilo e construção composicional.
Letramento é um conceito “criado para nos referirmos aos usos da língua escrita não somente na escola, mas em todo lugar. Pois a escrita está por todos os lados, fazendo parte da paisagem cotidiana” (KLEIMAN, 2003, p. 5).
O desvio intencional é um recurso presente nas produções literárias, humorísticas, publicitárias, lúdicas. Para Almeida (2001, p. 35), o desvio intencional, pode produzir efeito: 
• contraditório ou paradoxal – quando se usa um item lexical no lugar de outro, apresentando algum aspecto opositivo em relação a algum termo; 
• ambíguo – cujo item lexical utilizado aponta para significados diferentes, ou seja, admite mais de uma leitura;
 • intertextual – quando se usa um item lexical no lugar de outro, ao fazer referência a um texto já existente; 
• polifônico-incoerente: quando na enunciação, há mudança de voz, mas, no momento em que outra voz entra, há uma incoerência com relação ao que foi dito pela primeira;
 • memória social – qual exige que o destinatário faça interferências e associações com o contexto social, para ler o que está implícito no enunciado;
 • neologismo – cuja criação de um vocabulário designa uma nova realidade ou expressa opinião, sentimento; 
• referencial – quando ocorre no momento em que o enunciador troca o referente no seu discurso por outro, podendo haver até mesmo certa rivalidade – concorrência entre ambos;
 • associativo – no enunciado é estabelecida uma relação equivocada entre o elemento abordado e o sentido atribuído pelo destinatário; 
• polissêmico – em que um mesmo item lexical é utilizado num enunciado em vários sentidos. Utilizamos a escrita em paralelo com a oralidade nos contextos da vida cotidiana.
OS ELEMENTOS DA TEXTUALIDADE E APRODUÇÃO DE SENTIDO NO TEXTO: PRINCÍPIOS E A PRATICA DOCENTE
CONTEXTUALIZAÇÃO, COESÃO, COERÊNCIA E FATORES PRAGMÁTICOS: INTENCIONALIDADE, INFORMATIVIDADE, ACEITABILIDADE, SITUACIONALIDADE E INTERTEXTUALIDADE.
Intencionalidade - Refere-se ao esforço do produtor do texto em construir uma comunicação eficiente capaz de satisfazer os objetivos de ambos os interlocutores. Quer dizer, o texto produzido deverá ser compatível com as intenções comunicativas de quem o produz. 
Aceitabilidade O texto produzido também deverá ser compatível com a expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso, útil e relevante. O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo receptor permite que a comunicação apresente falha de quantidade e de qualidade, sem que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em compreender os textos produzidos. 
Situacionalidade É a adequação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto na sua produção como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e, aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações do que outro de configuração mais completa. É importante notar que a situação comunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos sobre toda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real. O homem serve de mediador, com suas crenças e ideias, recriando a situação. O mesmo objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o encaram de modo diverso. Muitos linguistas têm-se preocupado em desenvolver cada um dos fatores citados, ressaltando sua importância na construção dos textos. 
Informatividade É a medida na qual as ocorrências de um texto são esperadas ou não, conhecidas ou não, pelo receptor. Um discurso menos previsível tem mais informatividade. Sua recepção é mais trabalhosa, porém mais interessante e envolvente. O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo receptor, que não poderá processá-lo. O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que fale de informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos.
Intertextualidade Concerne aos fatores que tornam a interpretação de um texto dependente da interpretação de outros. Cada texto constrói-se, não isoladamente, mas em relação a outro já dito, do qual abstrai alguns aspectos para dar-lhes outra feição. O contexto de um texto também pode ser de outros textos com os quais se relaciona. 
RESUMO:
O homem emprega e pode expressar a língua por meio de duas modalidades: a fala e a escrita. 
Falamos ou escrevemos de maneira diferente em situações diferentes, com estilos diferentes,porque cada situação exige um tipo de uso. 
Letramento é um conceito “criado para nos referirmos aos usos da língua escrita não somente na escola, mas em todo lugar. Pois a escrita está por todos os lados, fazendo parte da paisagem cotidiana”. (KLEIMAN, 2005, p. 5). 
Quando nos comunicamos por meio da fala, ela representa um caráter individual, é também dotada de efeitos de estilo.
 O desvio intencional é um recurso presente nas produções literárias, humorísticas, publicitárias, lúdicas. 
Trabalhar o texto enquanto elemento básico no processo de ensino na sala de aula é oportunizar o desenvolvimento da capacidade de organizar o pensamento em diversas situações comunicativas.
Pautados em Antunes (2003), existem três grandes momentos para a atividade de escrever: o planejamento, a escrita, e a revisão. 
AS RELAÇÕES DE SENTIDO - Dentro dos estudos da Semântica, constatamos o dinamismo e a flexibilidade da qual se perfaz a língua, posto que uma mesma palavra possa apresentar diferentes sentidos, bastando para isso, estar inserida em um ato comunicativo, em que as palavras são definidas umas em relação às outras, podendo ser desdobradas em: polissemia, ambiguidade e as homonímias. Passamos a conhecer as principais semelhanças e diferenças entre elas.
POLISSEMIA - Segundo o dicionário é “uma palavra que possui vários significados”. Polissemia é o nome que se dá quando um vocábulo possui vários significados. A palavra polissemia compreende dois radicais: poli = muito e semia = significado. Portanto, uma palavra pode apresentar significados distintos, dependendo dos usos linguísticos em que possa aparecer.
HOMÔNIMOS - Palavras homônimas “são aquelas que se pronunciam da mesma maneira, mas têm significados distintos e são percebidas como diferentes pelos falantes da língua”, ou seja, tem o mesmo som, porém com significados diferentes. “Há homônimos que pertencem a classes gramaticais diferentes: banco (de jardim) e banco (casa de crédito) são ambos substantivos. [...] pia (lavatório) é um substantivo, ele pia (uma das tantas vozes de piar) é um verbo; e pia (piedosa) é adjetivo. Homônimas são palavras que possuem a mesma grafia e a mesma pronúncia, porém com diferentes significados. O que determina o emprego de uma palavra ou outra é o contexto
A homonímia consiste em que “um mesmo significante pode significar simultaneamente dois ou mais significados entre os quais não existe qualquer relação cognitiva. Neste caso, não se pode falar de uma palavra com vários significados, mas de várias palavras (homônimas) com o mesmo significante”.A homonímia é “fator de perturbação da boa escolha das palavras (...) que, tendo origem diversa, apresentam a mesma forma, em virtude de uma coincidência na sua evolução fonética”. Desta forma podemos encontrar uma subdivisão de homônimos. 
Subdivisão de Homônimos:
Homófonos - A palavra homófono vem do grego homo = mesmo e phonos = som. Portanto significa "mesmo som", porém com grafias e significados diferentes. A sessão demorou para começar. (Espaço de tempo de uma reunião, cinema, teatro...). A cessão de terras foi aceita. (significado de ceder, dar posse.) Saiba tudo sobre cursos de nivelamento. É só clicar nessa seção. (Divisão de repartições públicas, ato ou efeito de repartir).
Homógrafos - São palavras iguais na grafia, mas com pronúncias e significados diferentes. Exemplos: Olho (ó) verbo – Eu olho você e me admiro. Olho (ô) substantivo – Beatriz precisou operar o olho direito. 
Homônimos Perfeitos - pois se trata de palavras iguais na escrita e na pronúncia, mas com diferentes significados. Nós vamos à festa amanhã. (pronome pessoal reto). Esses nós estão bem apertados? (substantivo) Outro exemplo: Eu cedo este lugar para a senhora. (cedo = verbo) Cheguei cedo para as festividades. (cedo = advérbio de tempo).
Segundo Ullmann (1964, p. 374), existem três processos pelo qual a homonímia pode ocorrer: 
1. Convergência fonética: quando desenvolvimento de sons convergentes, isto é, quando dois ou mais itens lexicais tiveram, no passado, formas diferentes que coincidem na linguagem falada e escrita.
2. Divergência semântica: quando há o desenvolvimento de sentidos divergentes, isto é, “quando dois ou mais significados da mesma palavra se separam de tal modo que não haja nenhuma conexão evidente entre eles, a polissemia dará lugar à homonímia e a unidade da palavra será destruída”. (ULLMANN, 1964, p. 368). É o caso de palavras como canal1 (abertura, passagem de água, cavidade) e canal 2 (meio de transmissão de sinais); criação1 (obra, invenção) e criação 2 (animais domésticos criados conjuntamente), dentre muitos outros exemplos do português contemporâneo.
3. Influência estrangeira: quando palavras estrangeiras se introduzem em uma língua, adaptando-se ao sistema fonético no qual se introduziram, e coincidem com outras palavras já existentes; consequentemente, surgem pares de homônimos. De acordo com Ullmann (1964, p. 373), além de ser um processo pouco comum, “este tipo de influência estrangeira não é, pois, uma fonte separada de homonímia, mas apenas uma forma especial de desenvolvimentos fonéticos convergentes”. 
AMBIGUIDADE - A ambiguidade aparece quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão do conteúdo. O uso de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo enunciados inteiros podem acarretar um duplo sentido, se empregado de forma inadequada, comprometendo a clareza do texto. A ambiguidade pode ser utilizada de duas formas:
 • para obter um efeito de sentido no receptor, utilizada como um recurso textual; ou 
• produzida de forma involuntária, não como um recurso textual, indevida, inadequada dificultando a compreensão do texto.
METODOS E TÉCNICA DE ENSINO DOS ASPECTOS SEMANTICOS DA LINGUAGEM POR MEIO DE SEQUENCIA DIDÁTICA
Apoiados em Bakhtin (1992), os pesquisadores da Escola de Genebra reconhecem que os gêneros são enunciados orais ou escritos que atendem a um propósito comunicativo. Nesse sentido, Bronckart afirma que “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas” (BRONCKART, 1999, p. 103), o que permite dizer que operam, em certos contextos, como formas de legitimação discursiva, já que se situam numa relação sócio-histórica, com fontes de produção que lhes dão sustentação. Em outros termos, a comunicação verbal só é possível por algum gênero textual/discursivo. O certo é que, compreendida nesse contexto, a língua vai assumindo formas de organização que correspondem à atuação social dos falantes em suas interações. Essa diversidade, segundo Marcuschi (2005), vai se cristalizando em formas textuais as quais são chamadas de gêneros, “e os gêneros textuais transformam-se em instrumentos da ação social” (BRONCKART, 1999, p. 103). Bronckart (1999) retoma o conceito de gênero do discurso de Bakhtin e opta
SEQUÊNCIA DIDÁTICA - Conjunto de atividade ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizada de acordo com os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem dos estudantes, envolvem atividades de aprendizagem e de avaliação. 
O ENSINO DA LÍNGUA NA PERSPECTIVA DO TEXTO - ENFASE NA TEMÁTICA DOS GÊNEROS TEXTUAIS/DISCURSIVOS. 
DOMINIOS DISCURSIVOS - INSTRUCIONAL, FICCIONAL, JORNALISTICO, RELIGIOSO, SAÚDE, COMERCIAL, INDUSTRIAL, JURÍDICO, PUBLICITÁRIO, LAZER, INTERPESSOAL, MILITAR.
UM DOS PRIMEIROS PASSOS PARA TRABALHAR COM SEQUENCIA DIDÁTICA, PORTANTO, É DEFINIR O GÊNERO A SER TRABALHADO. ESTA É COMPOSTA POR UMA ORGANIZAÇÃO DETALHADA DE ATIVIDADES SISTEMÁTICAS FLAXÍVEIS, QUE PASSO A PASSO, VAI TRABALHANDO O GÊNERO, CONCOMITANTEMENTE, A PRÁTICAS DE LETRAMENTO.
SÃO TRABALHADOS DIDATICAMENTE EM TRÊS CATEGORIAS: OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DE TEXTOS, TAREFAS SIMPLIFICADAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS; E ELABORAÇÃO DE UMA LINGUAGEM COMUM.