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Rua Paissandú, 1200 • Passo Fundo (RS) • Cep 99010-101 • (54)3046-8001 Falência e Recuperação (Lei 11.101/2005) RECUPERAÇÃO JUDICIAL OBJETIVOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. *Principal: superar a crise econômica, patrimonial e financeira do empresário ou da sociedade empresarial. *Razão: que as atividades da empresa não sejam encerradas e, com isso, sejam mantidos os empregos, os interesses dos credores, do fisco e dos consumidores. *Segue a ideia do princípio da preservação da empresa - Evitar a falência para que a empresa cumpra com a sua função social. *A ideia da Recuperação Judicial é salvar a ATIVIDADE ECONÔMICA fonte de riqueza para o empresário, para os trabalhadores, para o Governo, para a comunidade. PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL 1ª fase: Postulatória. Vai ser pedida a Recuperação. Quem pode pedir? Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III – possuir há mais de 2 (dois) anos a exploração da atividade econômica; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei; V – estar devidamente registrado OBS: empresário IRREGULAR (que não está inscrito na junta comercial) NÃO pode requerer o pedido de recuperação judicial. Petição Inicial e documentos: Art. 51. Efeitos da decisão que defere o processamento da Recuperação Judicia: Art. 52. I – nomeação do administrador judicial; II – suspensão, por 180 dias, das ações e execuções contra o devedor, exceto as que demandem quantias ilíquidas; III - dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. IV - determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial; V - ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. Rua Paissandú, 1200 • Passo Fundo (RS) • Cep 99010-101 • (54)3046-8001 PLANO DE RECUPERAÇÃO Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. OBS: é difícil fazer um plano de recuperação em 60 dias. Por isso, é aconselhável, quando pedir a recuperação, já ter um plano encaminhado. 2ª fase: Deliberativa – vai ser deliberada sobre a aprovação do plano de recuperação judicial. Esta aprovação ocorrerá na assembleia geral dos credores ou por meio de decisão judicial. O que é preciso para aprovar? 1) todas as classes (Art. 41) de credores deverão aprovar a proposta. I – trabalhistas e acidente de trabalho; II – com garantia real; III – quirografários, privilégio geral e especial, subordinados; IV ME ou EPP. 2) Quantidade: A) Art. 45, §1º nas classes II e III deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. B) Art. 45,§2º nas classes I e IV deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. OBS: Art. 45, §3º: O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito. *O plano de recuperação tem que alterar a forma de que o credor vai receber o crédito. A prática diz que aqueles que forem prejudicados (ex.: receber em mais vezes) tem direito a voto. E SE NÃO CONSEGUIR TODAS AS APROVAÇÕES EM TODAS AS CLASSES? * Nesse caso, o juiz poderá aprovar, desde que, cumulativamente: Art.58 § 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; Rua Paissandú, 1200 • Passo Fundo (RS) • Cep 99010-101 • (54)3046-8001 II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. OBS: § 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. OBS 2: Art. 56, § 4º Rejeitado o plano de recuperação pela assembleia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor. 3ª fase – Execução: Art. 61 – Concedida a Recuperação Judicial - o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. Se descumprir dentro dos 2 anos: § 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. Se não cumprir depois de 2 anos: Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei.
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