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DIREITO ISLÂMICO – DIREITO MULÇUMANO 1. INTRODUÇÃO O Direito Mulçumano, nascido na Idade Média, hoje é base da vida de cerca de um quinto da humanidade, independentemente de suas nacionalidades. Isso se dá porque é um direito que resulta da religião islâmica. É, portanto, um direito utilizado largamente na atualidade, visto que a religião islâmica cresce em todo mundo e é o meio de unidade de vários países. 2. ORIGEM O Islamismo surgiu com Mohamad (nome que foi aportuguesado para Maomé), em Meca. O islamismo em nascimento tem um ambiente a ser compreendido. Além dos desertos, duas cidades são personagens principais desta natividade: Meca e Medina. Em 612, o profeta teve uma visão do anjo Gabriel e soube que Alá o tinha escolhido para ser seu enviado e pregar sua palavra. Mohamad ditava as mensagens, recebidas de Alá através do Anjo Gabriel, a seus seguidores para que as registrassem. Essas mensagens que os mulçumanos consideram como tendo sido ditadas pelo Anjo Gabriel foram reunidas alguns anos após a morte de Mohamad, em um livro: O Alcorão. Começando por pregar aos comerciantes, só alcançou êxito junto aos pobres e escravos, mas, em razão da influência que passou a exercer sobre aqueles, foi perseguido, passando, então, a pregar aos beduínos. Por ser bastante perseguido em Meca intensamente pela tribo coraixita, Mohamad se retirou da cidade e foi para Iatreb, que hoje se chama Medina (Medinat en Nabi, isto é, cidade do Profeta). Essa fuga ficou conhecida como Hégira e marcou o primeiro ano do calendário mulçumano. Mohamad ficou isolado em Medina por cerca de 20 anos em busca de respostas sagradas, pois intencionava transformar a religião e a sociedade. Tornou-se então, um líder religioso, político e militar, refletindo posteriormente em suas mensagens. Após este período de afastamento retornou à Meca e fundou o Islã. 3. O DIREITO DOS MULÇUMANOS 3.1 Podemos afirmar mais absolutamente do que no caso de qualquer outro direito, que este é religioso, tendo em vista que “não é uma ciência autônoma, mas uma das faces da religião”. 3.2. A principal sanção compreendida nesse direito é o estado de pecado, dessa forma o direito mulçumano preocupa-se, geralmente, muito pouco com sanções nas regras que prescreve e, pelo mesmo motivo, somente é aplicável aos fiéis. 3.3. É na puberdade que o mulçumano torna-se obrigado à lei, isso porque se considera que, partir desse período, o indivíduo possui o uso da razão. É costume preparar as crianças para o momento a partir do qual deverão obedecer a lei islâmica. 4. FONTES DO DIREITO MULÇUMANO a) O Alcorão (o livro sagrado); b) Suna (tradição relativa ao Profeta, sua vida e suas decisões); c) Idjmâ (acordo unânime da comunidade – doutores da lei - sábios); - Segundo Maomé: ‘A minha comunidade nunca chegará a acordo sobre um erro’; - É a interpretação infalível e definitiva do Alcorão e da Suna; d) Qiyâs (raciocínio por analogia); 5. O ALCORÃO 5.1. O Alcorão, o livro sagrado dos Mulçumanos, é tratado por eles como sendo de autoria divina, pois Mohamad teria ouvido do Anjo Gabriel as palavras de Alá e transmitido para os seus seguidores, que retinham suas palavras na memória (o que era comum na época) ou a escreviam no mais variado tipo de materiais, qualquer que estivessem à mão. 5.2. Está organizado em 114 capítulos, denominados suras, divididas em livros, seções, partes e versículos. Considera-se que 92 capítulos foram revelados ao profeta Mohamad em Meca, e 22 em Medina. Os capítulos estão dispostos aproximadamente de acordo com o seu tamanho e não de acordo com a ordem cronológica da revelação. 5.3. O Alcorão possui regras de comportamento, histórias de profetas anteriores, e, principalmente a exaltação a um único Deus (religião monoteísta). 5.4. Excetuando-se questões diárias muito interessantes contidas no Alcorão, esse documento tem uma mensagem muito simples: ele anuncia o juízo final e o que um bom crente deve fazer para evitar as ameaças do fogo eterno. 5.5. Os hafiz que significa 'guardião', é um termo utilizado pelos muçulmanos para designar aqueles que memorizaram completamente o Alcorão. 5.6. Apenas a versão original em árabe é considerada como o Alcorão; as traduções são vistas como sombras fracas do significado original (visto que a tradução do Árabe para outras línguas é muito difícil). 5.7. Conteúdo do Alcorão: a) Regras sobre a família (considerada sagrada), por isso há bastante rigor quanto à sua manutenção. b) Se o adultério for provado por 4 testemunhas, a punição será: Para mulheres – confinamento até a morte; Para homens – chicotadas em Praça Pública c) A poligamia é naturalmente aceita e o homem pode desposar quantas mulheres possa sustentar. d) A mulher é submissa e deve obediência ao marido. e) No alcorão não há a previsão de escravidão por dívida, pois o preceito central é de que o credor deva esperar a situação do devedor melhorar para receber o que lhe é devido. f) Há no Alcorão a previsão da Pena de Talião, apesar de a legislação prezar pela generosidade, condenando a avareza. g) Mulheres repudiadas ou enfermas devem ser ajudadas por seus parentes. h) A mentira, a falsidade e a traição são repudiadas e devem ser punidas exemplarmente. 6. SUNA 6.1. A Suna é de extrema importância para a religião e para a legislação islâmica, é o conjunto de atos, palavras e silêncios, comportamentos do Profeta Mohamad. Deste modo, é a segunda fonte da lei islâmica após o Alcorão. 6.2. Possui muitos institutos sociais com impactos jurídicos: a) Adoção – o tratamento dos filhos não era igualitário b) Asilo – protegido c) Boato – considerado crime d) Jogos e Bebidas – proibidos e) Herança – partilha desigual: filhos recebiam o dobro das filhas, a esposa ¼ e os pais 1/6.
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