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DISSÍDIOS COLETIVOS
1.SUMARIO 2. Introdução 3. Dissídios coletivos 3.1 Conceito 3.2 Distinção 3.3 Classificação 3.4 Competência 3.5 Poder Normativo da Justiça do Trabalho 3.6 Natureza Jurídica da Sentença Normativa 3.7 Condição da ação 3.8 Prazo para Instauração 3.9 Legitimidade 3.10 Requisitos 3.11 Procedimentos 4. Conclusão 5. REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS
RESUMO – este trabalho apresenta todo um estudo quanto os Dissídios Coletivos, conceitos origens, procedimento, competência, etc. Tal tema é bastante interessante e será relatado através da doutrina e de artigos da internet. O presente estudo visa explanar varias formas de entendimento quanto ao assunto.
PALAVRAS CHAVES – condições de trabalho- direitos individuais- econômicos e jurídicos- relação jurídica
ABSTRACT – Thispaperpresents a studyabouttheentirecollectivebargaining, conceptsorigins, procedure, jurisdiction, etc.. This theme is very interesting and will be reported through the doctrine of articles and the internet. This study aims to explain various forms of understanding on the subject.
KEYWORDS – working conditions, individual rights and legal-economic-legal relationship
1. INTRODUCAO
O presente trabalho visa esclarecer pontos importantes sobre os dissídios coletivos que são o processo julgado pelos tribunais para esclarecer condições de trabalho e ainda trazer um entendimento doutrinário acerca do assunto tratado para solucionar duvidas que possam surgir no decorrer do desenvolvimento do mesmo. O objetivo é a criar umentendimento mais apurado acerca dos dissídios coletivos e suas peculiaridades.
3. DISSÍDIOS COLETIVOS
3.1 Conceito:
Para Sérgio Pinto Martins Dissídio coletivo é:
“O processo coletivo julgado pelos tribunais para estabelecer condições de trabalho aplicáveis as pessoas envolvidas ou para interpretar determinada norma jurídica.”[1]
Dissídios coletivos são ações propostas à Justiça do Trabalho por pessoas jurídicas (Sindicatos, Federações ou Confederações de trabalhadores ou de empregadores) para solucionar questões que não puderam ser solucionadas pela negociação direta entre trabalhadores e empregadores[2].
3.2 Distinção
No dissídio coletivo são criadas novas condições de trabalho para a categoria. Nos dissídios individuais, o objeto é a aplicação dos direitos individuais do trabalhador. Os sujeitos nos dissídios coletivos são indeterminados, pois na maioria das vezes alcançam a categoria. Nos dissídios individuais, há empregado, de um lado, e empregador, de outro.
Nos entendimentos do renomado doutrinador Henrique Macedo Hinz:
Os dissídios coletivos podem fundar-se, na necessidade de o tribunal criar as novas normas a ser aplicadas às categorias litigantes, dado que estas não conseguiram chegar a um consenso, ou então interpretar normas laborais, na ocorrência de duvida acerca da interpretação de uma clausula de acordo ou convenção coletivos de trabalho ou mesmo de uma sentença normativa.[3]
3.3 Classificação
Os dissídios coletivos podem ser divididos em econômicos e jurídicos.Os dissídios econômicos ou de interesse são aqueles em que os trabalhadores reivindicam novas e melhores condições de trabalho. Objetiva-se a criação, modificação ou extinção de determinadas condições de trabalho. Os dissídios jurídicos, ou de direito, são aqueles em que há divergência na aplicação ou interpretação de determinada norma jurídica. A finalidade é apenas declarar o sentido de uma norma jurídica já existente ou interpreta-la. [4]
Os dissídios coletivos econômicos, tem natureza jurídica de ação constitutiva, visto que visa criar, alterar ou extinguir uma relação jurídica. Nele não se objetiva uma condenação, e o interesse em jogo é abstrato e não concreto, decorrendo daí o fato de não ter confissão quando ausente o réu da audiência de conciliação. Por se tratar de ação trabalhista, apresenta condições de ação a ser atendidas sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito, ante disposição do artigo 267 do CPC. Tem ainda legitimidade para a propositura não só as entidades sindicais, sindicato, federação ou confederação, conforme previsão do art. 857 da CLT, atendido o quórum previsto no art. 859 da CLT, mas também as empresas. O direito coletivo do trabalho inova ao atribuir competência ao presidente do TRT para instaurar o dissidio coletivo quando ocorrer greve. Também é legitimado para propor dissidio coletivo econômico o Ministério Publico do Trabalho em ocorrendo greve em atividades essenciais.[5]
Podem ainda, os dissídios coletivos serem: originários, quando inexistentes ou em vigor normas ou condições especiais detrabalho decretadas em sentença normativa. Há a criação de condições de trabalho; de revisão, quando destinados a rever normas e condições coletivas de trabalho preexistentes que se tenham tornado injustas ou ineficazes pela modificação das circunstâncias que as ditaram, isto é, em razão de fato superveniente; de declaração sobre a paralisação de trabalho decorrente de greve dos trabalhadores; de extensão, que visa estender as condições de trabalho a outras pessoas.[6]
3.4 Competência
O dissidio coletivo é uma ação de competência originária dos Tribunais Regionais do Trabalho. Estes Tribunais serão competentes para conciliação e julgamento dos dissídios coletivos instaurados na região de sua jurisdição. Se o dissidio coletivo for de âmbito nacional ou abranger o território de mais de um tribunal será competente o TST. No caso de dissidio coletivo que abrange o estado de São Paulo, e de Campinas, a competência é do primeiro (art. 2 da lei nº 7.520\86). No TST, a competência para julgamento dos dissídios coletivos é da seção de dissídios coletivos (art.2 da lei nº 7.701\88). Nos Tribunais Regionais não divididos em turmas, a competência para examinar os dissídios coletivos é do pleno. Naqueles tribunais divididos em turmas, pode-se promover a especialização de uma seção ou grupo que irá dirimir as controvérsias[7] coletivas.
3.5 Poder Normativo da Justiça do Trabalho
O Brasil prevê em sede constitucional (art.114, §2º da CF/88), a arbitragem obrigatória (heterocomposição) para a solução de conflitos coletivos do trabalho que sejamsubmetidos ao judiciário laboral. Utilizando-se desse poder, este órgão do judiciário federal, ao sentenciar, criar normas que regulamentaram, por determinado lapso temporal, as condições de trabalho dos empregados e empregadores representados no feito. Ou seja, tem-se nesse poder normativo, como o próprio nome diz uma atuação atípica legislativa por um dos órgãos do judiciário.
Assim, pode-se conceituar o poder normativo como o poder constitucionalmente conferido aos tribunais trabalhistas, para executando a atividade jurisdicional, dirimirem os conflitos laborais, mediante o estabelecimento de novas condições de trabalho, respeitando as garantias mínimas já previstas na lei.[8]
3.6 Natureza Jurídica da Sentença Normativa
A justiça do trabalho, quando julga o dissídio coletivo, emite uma norma chamada de sentença normativa. Como Carnelutti conceitua Natureza jurídica da sentença normativa é:
“Alma de lei em corpo de sentença”.
Sua natureza jurídica é realmente de ato jurisdicional, pois depende de provocação do poder judiciário. Não se trata de ato legislativo, pois não é emitida pelo poder legislativo.[9]
Uma vez prolatada nos autos do processo de dissídios coletivos econômicos, ou de interesses, a sentença normativa surte os mesmos efeitos que os acordos e as convenções coletivas de trabalho. Em verdade é ela a equivalente jurisdicional desses instrumentos decorrentes da autonomia privada coletiva. Em termos conceituais só pode ser chamada sentença normativa a decisão prolatada em dissídios coletivos econômicos de seçãoespecializada do tribunal regional do trabalho ou pela seção de dissídios coletivos do tribunal superior do trabalho.[10]
3.7 Condição da ação
Para que a parte ajuíze o dissídio coletivo é preciso que seja tentada a negociação coletiva ou a arbitragem. Recusando-se qualquerdas partes á negociação ou à arbitragem, é facultada a elas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo, de natureza econômica prevista no §2º do artigo 114 da Constituição Federal.[11]
3.8 Prazo para Instauração
Existindo convenção, acordo ou sentença normativa em vigor, o dissídio coletivo deve ser instaurado dentro dos 60 dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo pacto coletivo tenha vigência no dia imediato a este termo. Previsão no §3º do art. 616 da CLT.[12]
Prevê o artigo 856 que, na ocorrência de greve, poderá o dissídio coletivo ser instaurado exofficio, pelo presidente do Tribunal Regional, ou a requerimento do Ministério Publico do Trabalho. O art. 8º da lei 7.783/89 só permite que o dissídio coletivo seja instaurado pelas próprias partes ou pelo Ministério Publico do Trabalho, não mais fazendo menção presidente do TRT.
Em caso de greve em atividades essenciais, como de transportes coletivos, com possibilidade de lesão do interesse publico, o Ministério Publico do Trabalho poderá ajuizar dissídios coletivos, competindo à justiça do trabalho decidir o conflito. Não poderá o Ministério Publico do Trabalho ajuizar o dissidio coletivo em outros casos de greve.[13]
3.9 Legitimidade
A legitimidade ativa para instaurar o dissídio coletivo é do sindicato. Inexistindo a organização sindical profissional ou econômica, poderá o dissidio coletivo ser instaurado pela federação correspondente. Não estando a categoria organizada nem em nível de federação, a representação será feita pela confederação respectiva, artigo 857 da CLT.[14] Interessando o dissidio coletivo apenas aos empregados de uma empresa, ou a um numero limitado de empresas, ou não havendo sindicato de categoria econômica, serão as próprias empresas individualmente suscitadas.[15]
Partes: aquele que ingressa com o dissidio coletivo é chamado de suscitante. Suscitado é aquele contra o qual foi ajuizado o dissidio coletivo. Tendo o dissidio sido instaurado pelo Ministério Publico, as demais partes é que serão chamadas de suscitadas[16].
3.10 Requisitos
O dissidio coletivo terá de ser instaurada mediante petição escrita, dirigida ao presidente do tribunal, previsão no art. 856 da CLT.[17] A petição inicial terá tantas vias quanto forem os suscitados, art. 858 da CLT, [18] [19]mais uma. Na peça vestibular, serão designados e qualificados os suscitantes e suscitados e a natureza do estabelecimento ou do serviço, art. 858, a da CLT. Deve-se informar também, os motivos do dissidio e as bases para a conciliação, art. 858, b da CLT[20]. As partes deverão apresentar fundamentadamente, suas propostas finais, que serão objeto de conciliação ou deliberação do tribunal. O dissidio coletivo de natureza econômica pode ser instaurado de comum acordo pelas partes interessadas[21].
3.11 Procedimentos
Recebida eprotocolada a petição inicial, o Presidente do Tribunal marcará audiência para tentativa de conciliação, que será realizada dentro de 10 dias ou do menor prazo possível, configurando a única tentativa obrigatória de acordo. Sendo o dissidio coletivo instaurado de oficio, a audiência de conciliação costuma ser marcada o mais breve possível. A designação da audiência é comunicada às partes pelo correio, art. 841 da CLT[22].
O empregador poderá ser representado em audiência pelo gerente, ou qualquer outro preposto, que tiver conhecimento dos e cujas declarações obrigarão o proponente, previsão no art. 861 da CLT[23]. Se não forem aceitas as bases propostas, que constam da petição inicial, o presidente submeterá aos interessados a solução que lhe pareça ser a melhor para resolver o dissidio coletivo. Havendo acordo, o presidente do tribunal submeterá o requerimento á homologação do tribunal da primeira seção, previsão no art. 863 da CLT[24].
Da homologação do acordo pelos tribunais regionais caberá recurso do Ministério Publico do Trabalho, quanto a legalidade ou constitucionalidade de determinada clausula.[25]
4. Conclusão
Conclui-se que Dissídios coletivos são ações propostas à Justiça do Trabalho por pessoas jurídicas (Sindicatos, Federações ou Confederações de trabalhadores ou de empregadores) para solucionar questões que não puderam ser solucionadas pela negociação direta entre trabalhadores e empregadores.
Nos dissídios coletivos são criadas novas condições de trabalho para a categoria. Nos dissídios individuais, oobjeto é a aplicação dos direitos individuais do trabalhador. Dissídios coletivos podem ser divididos em econômicos e jurídicos. Os dissídios econômicos ou de interesse são aqueles em que os trabalhadores reivindicam novas e melhores condições de trabalho. Os dissídios jurídicos, ou de direito, são aqueles em que há divergência na aplicação ou interpretação de determinada norma jurídica. O dissidio coletivo terá de ser instaurado mediante petição escrita, dirigida ao presidente do tribunal. Se não forem aceitas as bases propostas, que constam da petição inicial, o presidente submeterá aos interessados a solução que lhe pareça ser a melhor para resolver o dissidio coletivo. Havendo acordo, o presidente do tribunal submeterá o requerimento á homologação do tribunal da primeira seção.
5. REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS
HINZ, Henrique Macedo. Direito Coletivo do trabalho. 2. Ed Saraiva, 2009.
MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=242%3
http://www.planalto.gov.br
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[1] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[2]http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=242%3
[3] HINZ, Henrique Macedo. Direito Coletivo do trabalho. 2. Ed Saraiva, 2009.
[4] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[5] HINZ, Henrique Macedo. Direito Coletivo do trabalho.2. Ed Saraiva, 2009.
[6] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[7] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[8] HINZ, Henrique Macedo. Direito Coletivo do trabalho. 2. Ed Saraiva, 2009.
[9] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[10] HINZ, Henrique Macedo. Direito Coletivo do trabalho. 2. Ed Saraiva, 2009.
[11] Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
[12] Art. 616. Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva.
§ 3º Havendo convenção, acordo ou sentença em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurada dente de 60 (sessenta) dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter vigência no dia imediato a esse termo.
[13] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[14] Art. 857. A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no Art. 856, quandoocorrer suspensão do trabalho.
[15] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[16] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[17] Art. 856. A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho.
[18] Art. 858. A representação será apresentada em tantas vias quantosforem os reclamados e deverá conter:
[19] a) designação e qualificação dos reclamantes e dos reclamados e a natureza do estabelecimento ou do serviço;
[20] b) os motivos do dissídio e as bases da conciliação.
[21] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
[22] Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
[23] Art. 861. É facultado ao empregador fazer-se representar na audiência pelo gerente, ou por qualquer outro proposto que tenha conhecimento do dissídio, e por cujas declarações será sempre responsável.
[24] Art. 863. Havendo acordo, o Presidente o submeterá à homologação do Tribunal na primeira sessão.
[25] MARTNS Sérgio Pinto, Direito Processual do Trabalho 14ª Edição Editora Atlas 2011.
TEMA: DISSÍDIO COLETIVO NO PROCESSO DO TRABALHO
1) CONCEITUE CONFLITOS COLETIVOS E DEFINA AS SUAS FORMAS DE SOLUÇÃO.
R- Do ponto de vista trabalhista, os conflitos são também denominados controvérsias ou dissídios, tendo sido utilizados, na prática, com o mesmo significado, Já o dissidio seria o conflito submetido à apreciação do Poder Judiciário, podendo ser individual ou coletivo, como na reclamação trabalhista do empregado em face da empresa ou no julgamento de greve pela Justiça do Trabalho. Suas formas de solução são: a) autodefesa b) autocomposição c) heterocomposição.
2) CONCEITUE DISSÍDIO COLETIVO.
R- Dissídios coletivos são ações propostas à Justiça do Trabalho por pessoas jurídicas (Sindicatos, Federações ou Confederações de trabalhadores ou de empregadores) para solucionar questões que não puderam ser solucionadas pela negociação direta entre trabalhadores e empregadores.
3) CLASSIFIQUE E DEFINA AS FORMAS DE DISSÍDIO COLETIVO. (DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONOMICA OU DE INTERESSE E DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA JURÍDICA OU DE DIREITO)
R- Os dissídios coletivos podem ser de natureza econômica ou jurídica. Os de natureza econômica criam normas que regulamentam os contratos individuais de trabalho como, por exemplo, cláusulas que concedem reajustes salariais ou que garantemestabilidades provisórias no emprego.
Os dissídios de natureza jurídica, conhecidos também como dissídios coletivos de direito, visam a interpretação de uma norma legal preexistente que, na maioria das vezes, é costumeira ou resultante de acordo, convenção ou dissídio coletivo.
4) DEFINA DISSÍDIOS COLETIVOS DE EXTENSÃO, DE REVISÃO E DE GREVE;
R- a) Extensão - quando buscam entender uma norma a trabalhadores que por ela não tinham sido alcançadas.
b) Revisionais - são aquelas que visam modificar norma anterior;
c) Greve- é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizada por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios.
5) A QUEM COMPETE INSTAURAR O DISSÍDIO COLETIVO? OS SINDICATOS POSSUEM LEGITIMIDADE PARA A INSTAURAÇÃO DO DISSÍDIO COLETIVO (ESTUDO DO ARTIGO 114,§2º DA CF)? 
R- Têm legitimidade para a instauração do dissídio os sindicatos, as federações ou confederações, além de empresas e das comissões de trabalhadores, nas categorias não organizadas. O Ministério Público do Trabalho poderá instaurar, de ofício, o dissídio coletivo, em caso de greve em atividades essenciais.
6) A QUEM COMPETE JULGAR O DISSÍDIO COLETIVO? QUAL O CRITÉRIO UTILIZADO PARA ADEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO?
R- A competência para processar, conciliar e julgar os dissídios coletivos de trabalho é originariamente dos Tribunais, assim compreendidos os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho. A competência originária está adstrita ao Tribunal Regional do Trabalho se controvérsia estiver veiculada aos limites territoriais do Tribunal.
Caso o dissídio extrapole a base territorial de um ou mais Tribunal Regional, será competente o TST, com exceção se o conflito abranger localidades situadas nos Tribunais Regionais do Trabalho da 2º e 15º Região, onde com base na Lei n.° 9.254/96 tem por competente o TRT da 2° Região. Menciona ainda o art. 866 da CLT que julgar conveniente poderá o Presidente do Tribunal delegar a autoridade de primeira instância a conciliação e o julgamento, apenas estes atos, para que após retorne ao órgão superior para que possa ser então decidido.
7) POR FORÇA DA DETERMINAÇÃO LEGAL CONTIDA NO ARTIGO 12 DA LEI 7520/86, A QUEM CABE O JULGAMENTO DO DISSÍDIO COLETIVO NO ESTADO DE SÃO PAULO?
R- No Estado de São Paulo, que por força de determinação legal contida no artigo 12 da Lei 7.520/86, estabeleceu como competente para o julgamento dos dissídios coletivos das duas regiões, a 2ª e a 15ª, o Tribunal Regional do Trabalho da2ª região, que neste caso, englobará a competência das duas regiões. Está é a exceção a regra onde os Tribunais Regionais do Trabalho serão competentes para o julgamento dos dissídios de âmbito regional.
8) A TENTATIVA PRÉVIA DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA CONSTITUI REQUISITO PRÉVIO E INDISPENSÁVEL À INSTAURAÇÃO DO DISSÍDIO COLETIVO? QUAL O ENTENDIMENTO DO TST NO CASO DE DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA JURÍDICA? 
R- Constitui requisito prévio e indispensável à instauração do dissídio coletivo A TENTATIVA PRÉVIA DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. Tal determinação encontra-se estabelecida no parágrafo segundo do artigo 114 da Constituição Federal que apresenta a seguinte redação:
Art. 114
§ 2º RECUSANDO-SE QUALQUER DAS PARTES À NEGOCIAÇÃO COLETIVA ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação da EC nº 45 \ 31.12.2004) 
E TAMBÉM NOS PARÁGRAFOS 2º E 4º DO ARTIGO 616 DA CLT:
Art. 616…
§ 2º – No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo desatendimento às convocações feitas pelo Departamento Nacional do Trabalho ou órgãos regionais do Ministério do Trabalho ou se malograr anegociação entabulada é facultada aos Sindicatos ou empresas interessadas a instauração de dissídio coletivo. (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 229, de 28-02-67, DOU 28-02-67)
§ 4º – Nenhum processo de dissídio coletivo de natureza econômica será admitido sem antes se esgotarem as medidas relativas à formalização da Convenção ou Acordo correspondente. (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 229, de 28-02-67, DOU 28-02-67)
Como se pode notar, a negociação coletiva é a forma preferencialmente eleita pelo ordenamento jurídico para a solução do conflito coletivo de trabalho.
Desta forma, constitui-se requisito indispensável à instauração do dissídio coletivo, a comprovação DA TENTATIVA FRUSTRADA DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA.
Assim, em se tratado da hipótese de não comprovação de prévia tentativa frustrada de negociação coletiva, o processo deverá ser extinto sem julgamento de seu mérito, por carência de ação. (falta de interesse de agir)
9-É NECESSÁRIA A ANUÊNCIA DA PARTE CONTRÁRIA PARA INSTAURAR DISSÍDIO COLETIVO? QUAL O ENTENDIMENTO DO TST?
Pensamos que o mútuo consenso deve ser tido como pressuposto de procedibilidade, sem o qual o dissídio coletivo será extinto sem ingresso no mérito das pretensões manifestadas. O entendimento do TST é que precisa da anuência da parte contrária para instaurar o dissídiocoletivo.
10-QUAIS OS PRÉ-REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL DE DISSÍDIO COLETIVO?
Constituem-se pré-requisitos da petição inicial de dissídio coletivo:
a)indicação do Tribunal ao qual será dirigida;
b) qualificação das partes suscitantes do conflito;
c) exposição dos motivos ensejadores do dissídio ou da greve, se for o caso;
d) indicação das pretensões coletivas, devidamente autorizadas pela assembléia, quandoa parte suscitante for entidade sindical de trabalhadores;
e) indicação do quorum estatutário para deliberação da assembléia;
f) delimitação da base territorial envolvida no dissídio
11-ESTABELEÇA A TRAMITAÇÃO DO DISSÍDIO COLETIVO.
Os dissídios coletivos são ações ajuizadas no Tribunal para solucionar conflitos entre as partes coletivas que compõem uma relação de trabalho. Normalmente a negociação coletiva é confundida com o dissídio coletivo e com o acordo coletivo. No primeiro existe uma tentativa de acordo entre as partes, no segundo a decisão de acordo cabe ao Judiciário. Os dissídios coletivos se instauram mediante petição inicial na qual são expostas as reivindicações.
Da Negociação Coletiva exitosa originam-se normas: o Acordo Coletivo ou a Convenção Coletiva. O Acordo Coletivo é um conjunto de normas pactuadas entre o sindicato profissional diretamente com uma ou maisempresas, sendo interpartes, ou seja, atinge somente as partes envolvidas na negociação. Já a Convenção Coletiva é um conjunto de normas acordadas entre o sindicato profissional e o sindicato patronal, atingindo toda classe ou categoria. As cláusulas resultantes não podem ser usadas como defesas em lei.
12-CONCEITUE SENTENÇA NORMATIVA E ESTABELEÇA SUA NATUREZA, SEUS LIMITES, EFEITOS E VIGÊNCIA.
Sentença normativa é uma decisão proferida pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) ou pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) no julgamento dos dissídios coletivos, Os efeitos da sentença normativa estendem-se as partes que participaram do dissídio coletivo. 
Desta forma, não serão beneficiados apenas os empregados associados da entidade sindical, mas toda a categoria, tendo em vista os efeitos erga omnes conferidos a sentença normativa. A vigência da sentença normativa será contada do dia imediato ao término da vigência do acordo ou convenção coletiva de trabalho ou sentença, quando se tratar de dissídio instaurado antes do termino do prazo estabelecido no artigo 616,§3º da CLT
13-ADMITE-SE RECURSO DA SENTENÇA NORMATIVA? QUAL? HÁ NECESSIDADE DE RECOLHIMENTO DE DEPÓSITO RECURSAL? 
Nos termos da súmula 283 do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, admite-se a interposição de Recurso Adesivo nodissídio coletivo, dispensa o recolhimento do depósito recursal, uma vez que não há a necessidade de se garantir o juízo.
14-A QUEM COMPETE O JULGAMENTO DO RECURSO RELATIVO A SENTENÇA NORMATIVA E QUAL O EFEITO EM QUE É RECEBIDO?
Das sentenças normativas cabe Recurso Ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, no prazo de (08) oito dias.
O recurso será recebido apenas no efeito devolutivo. Entretanto, pode o Presidente do Tribunal Superior do Trabalho conceder efeito suspensivo ao recurso. 
Neste caso, faculta-se ao Presidente conceder prazo de (05) cinco dias ao requerido para manifestar-se acerca do pedido de efeito suspensivo.
15-O QUE É AÇÃO DE CUMPRIMENTO E QUANDO É CABÍVEL?
É corrente o entendimento que a decisão proferida em sede de um dissídio coletivo não enseja uma sentença de natureza condenatória, mas sim, de natureza constitutiva, no qual são estabelecidas normas e condições de trabalho.
Desta forma, defende a maioria da doutrina que a sentença normativa, não tendo natureza condenatória, não poderá ser executada da forma convencional, devendo ter o seu cumprimento exigido perante o Poder Judiciário através de uma ação denominada "Ação de Cumprimento".
Livro : Direito do Trabalho. Martins, Sergio Pinto. 27ª edição. Saraiva
http://www.jurisway.org.br/