Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fibra Bruta Nutrição Animal Paulo Henrique da Silva Barbosa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Medicina Veterinária Introdução Os carboidratos representam a principal fonte de energia na dieta dos animais onívoros e herbívoros. São consumidos em maior quantidade. Carboidratos: Amido Parede celular vegetal Carboidratos mais simples: Monossacarídios Glicose Frutose Galactose São os menores açúcares. São moléculas simples. Monossacarídios – Açúcares Glicose (hexose): Molécula básica para a síntese de amido e da celuilose. Principal produto da digestão dos carboidratos – monogástricos. Fonte imediata de energia. Frutose (pentose): Ocorre livre em folhas verdes, frutos e mel. Dissacarídeos Ocorre diferença na ligação dos açúcares entre si, que promove um processo distinto durante a digestão. Sacarose: cana de açúcar e beterraba (Glicose – Frutose) Maltose: Produto da hidrólise do amido (Glicose- Glicose) Galactose: Ocorre no leite (Galactose – Glicose) Beterraba Forrageira Prensa a beterraba, separa o líquido que tem o açúcar e sobra o bagaço (Europa). O Brasil compra esse bagaço da poupa da beterraba que contém uma fibra de altíssima qualidade principalmente usado para a alimentação de cães e gatos em pequenas quantidades. Não tem- se esse tipo de fibra produzido no Brasil. Ocorre um padrão de fermentação no intestino grosso dos pequenos animais. Polissacarídeos União alongada. Parede Celular Vegetal Amido: Carboidratos de reserva das plantas o Amilose: Fração mais solúvel. Predomina ligações de glicose alfa -1,4 o Amilopectina: Fração mais insolúvel. Predomina ligações de glicose alfa-1,4 e alfa-1,6 Anatomia do Milho Amido: Amilose = alfa – 1,4 Amilopectina = alfa – 1,6 (amido resistente que apresenta menor digestibilidade. Enzimas têm dificuldade de reconhecer esse substrato na digestão) Alguns animais têm dificuldade de digerir amilopectina (amido resistente) como o cavalo. Quando se oferece excesso de milho para o cavalo, o milho não vai ser digerido no intestino delgado e vai para o ceco onde as bactérias fermentam, produzem gases e ácido lático, as bactérias morrem e liberam aminas vaso ativas que têm tropismo pelo casco. Gera laminite. Para que isso não acontece faz-se um tratamento industrial/processamento (tratamento térmico, temperatura, pressão e umidade) para que o carboidrato do milho mude sua estrutura, geleificando-o, melhorando sua digestibilidade e o milho torna-se um alimento seguro para o cavalo. Mandioca, milho, aipim e batata são amidos resistentes que o cavalo não digere na sua forma natural, devem ser processados. Digestão do amido em Monogástricos O amido passa pelo estômago onde não será digerido e vai para o intestino onde sofrerá ação da amilase pancreática e quebra o amido em dissacarídeos e oligossacarídeos. A alfa amilase pancreática atua na digestão luminal, na luz do tubo digestivo. Tem outra etapa que ocorre nos enterócitos, uma digestão local dos dissacarídeos e oligossacarídeos através da liberação de enzimas engoclucanazes e digerem os dissacarídeos, oligossacarídeos até mono, liberando glicose, frutose e galactose. Potanto, o produto final da digestão do carboidrato amido é glicose, frutose e galactose que são monossacarídeos. [ Colocar foto do celular ] Parede Celular Vegetal O que difere o amido da parede celular vegetal é a conformação das ligações. Na parede celular vegetal os polissacarídeos são ligados por ligações beta- 1,4. Nenhuma enzima de mamífero é capaz de reconhecer essa conformação beta-1,4. Desenvolvimento da planta Quando a planta nasce, é muito frágil até que cresce e vai ficando rígida, estruturalmente mais resistente. A parede celular da planta jovem é fina, a planta tem muito mais conteúdo vegetal. A planta vai se desenvolvendo e essa parede ficando cada vez mais espessa, mais resistente e o conteúdo celular vai diminuindo. Basicamente, a parede celular vegetal é composta por três carboidratos: Celulose: Como se fosse um feixe, é exclusivamente composta por ligações beta-1,4. Hemiceluloses: Une um feixe de celulose ao outro, mantendo a estabilidade da fibra. Apresentam composição química beta mas têm pequenas diferenças na cadeia, não são feixes tão longos, têm menor comprimento e são mais digestíveis, mais fáceis de serem fermentadas por causa do tamanho menor. Pectina: Substância cimentante, ocupa os espaços vazios deixados pelas ligações entre as duas fibras de celulose e hemicelulose. É beta mas em contato com substâncias ácidas do trato digestivo vira um gel e solubiliza mas não é digerida. A pectina naturalmente é a que mais puxa água, segura água no lumem intestinal. Observação: a Lignina também faz parte da parede celular vegetal mas NÃO é um carboidrato, é um fenil propano, é indigestível. Nem as bactérias digerem lignina. Não é tóxica para bactérias, somente não é digerida. O grande problema é que quanto mais velha a planta se torna, mais reduz o valor nutricional, pois a reposição de lignina é muito grande. Quanto mais velha a planta, maior o teor de lignina. O teor de lignina tem uma correlação com a capacidade do animal de digerir essa fibra. A lignina atrapalha as bactérias que têm que encostar no substrato pra digerir. A lignina bloqueia fisicamente a ligação das bactérias para fazerem a digestão. Quanto maior a quantidade de lignina (barreiras físicas) a bactéria consegue digerir menos o substrato. A lignina tem uma propriedade química, é hidrofóbica, qual a implicação clínica disso? Fezes ressecadas, cólica. Pode causar até obstrução da víscera. Alimento volumoso de baixa qualidade com altíssima concentração de lignina que é hidrofóbica, tende a provocar esse quadro clínico no animal. Esses três componentes da parede celular vegetal são carboidratos. A laranja é prensada na indústria, retira-se o suco e o bagaço é desidratado e utilizado como fonte de fibras na alimentação de animais domésticos. Os carboidratos são fermentados no rumem e produzem AGVs Acetato – Lipogênico Propionato – Glicogênico Butirato – Lipogênico e pratic5--amente fica todo no rumem servindo de energia para as células das papilas ruminais. Conceitos de Fibra Parede celular vegetal: Estrutura anatômica da planta que é extremamente complexa. Fibra Bruta: Resíduo insolúvel em solução ácida e alcalina que se perde quando incinerada a 500º (Aula prática – definição metodológica) Definição nutricional: Fibra dietética: Polissacarídeos não digeridos ou absorvidos no trato gastrointestinal. Conceito da nutrição animal: Se refere a parte do alimento que não pode ser digerida pelas enzimas do trato digestivo dos mamíferos, portanto não resulta em açúcares como metabólicos. Técnicas de Análise Análise quantitativa: Quantifica parede celular vegetal e não dá muita informação nutricional por isso, pois não caracteriza as diferentes frações da fibra. Gravimétrica Resíduo insolúvel em solução ácida e alcalina que se perde quando incinerada a 500º Não caracteriza as diferentes frações da fibra (celulose, hemicelulose e pectina). Weende ( Fibra Bruta – FB) Amostra seca e desengordurada Inserir em bequer de 600mL A digestão ácida remove o conteúdo celular. A pectina some nessa análise, o que seria a melhor parte da fibra. Exemplo do Quadro: Peso da fibra = 0,35 MS% = 88,13% 1,28g = 100% 0,35g = x FB = 27,34% Correção para Matéria Seca: 27,34% FB ______ 88,13 MS x _______________ 100% X = 31,02% de FB na MS.Técnica que Qualifica a Fibra para dizer a qualidade do material fibroso que compõe o alimento. VAN SOEST (Sistema de Detergente) Usa-se detergente para lavar a fibra. Separação das frações cobstituintes dos alimentos por meio de detergentes. Detergente neutro: solubiliza o conteúdo celular da parede celular resultando em fibra em detergente neutro (FDN) Contabiliza (celulose + hemicelulose + lignina + parte de pectina) 1ª Análise) FDN = Fibra em Detergente Neutro Perde-se os resíduos de pectina, ficando celulose + hemicelulose + lignina É muito difícil quantificar a pectina porque ela se perde, solubiliza, vira gel. 2ª Análise) FDA = Fibra em Detergente Ácido Resta celulose e lignina Última Análise) Análise específica de lignina
Compartilhar