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ROTEIRO+PARA+ELABORAR+PROJETO+DE+PESQUISA

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ROTEIRO PARA ELABORAR PROJETO DE PESQUISA 
 
 
 Os itens propriamente relativos ao conteúdo de projetos ora sugeridos, são 
adotados por órgãos de apoio e de fomento à pesquisa, tanto nacionais, como 
estrangeiros ou internacionais. Eles não pretendem limitar a liberdade do pesquisador, 
mas contribuir para que a proposta da pesquisa seja explicitada, quanto a requisitos 
considerados relevantes. Deste modo, cada pesquisador fica livre para atender aos 
citados requisitos da maneira que julgue mais adequada ao assunto a ser investigado. 
Neste sentido, as indicações abaixo apresentadas são apenas orientadoras da elaboração 
de projetos e, que poderão ser adotadas, ou não, de acordo com as especificidades do 
objeto a ser pesquisado. 
1. Nome do pesquisador: 
 2. Titulo do projeto: 
3. Problemática 
 Toda pesquisa parte de um problema, que deve ser formulado de maneira 
clara. Ele constitui o passo inicial da construção do objeto, e, como sabemos, mesmo 
nas ciências ditas exatas, essa construção só pode ser formulada pelo próprio 
investigador. O pesquisador terá que descrever ou dissertar sobre o problema envolvido 
em sua pesquisa, fazendo referências teóricas e/ou factuais explícitas e localizando-o no 
contexto de um debate que deseja enfrentar para contribuir para esclarecê-lo. No caso de 
fazer referências teóricas, terá que citar corretamente os autores que propuseram teorias 
ou idéias sobre o assunto a ser pesquisado, seja para contrariá-los ou para aceitá-los. No 
caso de fazer referências factuais ou empíricas, estas devem ser descritas e 
contextualizadas, de maneira que fatos ou ocorrências possam ser identificados pelos 
leitores do projeto. A importância da inteira explicitação da problemática da 
investigação reside em que dela dependem as hipóteses ou proposições a serem 
explicitadas ou demonstradas na pesquisa. O pesquisador que não consegue apresentar 
uma problemática relevante para o conhecimento do assunto, corre o risco de não poder 
fazer qualquer estudo significativo. Todo o assunto a ser pesquisado deve ser 
apresentado dentro de uma problemática. Sem problematizar o assunto da pesquisa, o 
pesquisador não enfrenta nenhum desafio acerca do conhecimento e pode se tornar um 
mero repetidor de temas já pesquisados pelos outros. A problemática permite avaliar o 
desafio a ser enfrentado para buscar o conhecimento almejado. Há também diferenças 
entre projetos elaborados para dissertações e para teses. Nestas, o grau de desafio deve 
ser maior do que naquelas. 
4. Objetivos 
Qualquer pesquisa persegue determinados objetivos. Muitas pesquisas 
não conseguem atingir plenamente seus objetivos, mas representam passos seguros e 
importantes no sentido de alcançá-los. O pesquisador pode pretender comprovar 
algumas hipóteses sugeridas ou claramente indicadas na problemática ou, pode explorar 
alguns argumentos que contribuem para explicitar hipóteses, dando assim contribuição 
importante para o avanço do conhecimento sobre o tema tratado. No 1º caso (quando 
explicitou hipóteses) tenderá a fazer uma pesquisa experimental. Poderá ainda, no 
segundo caso (quando não lhe foi possível construir hipóteses seguras) visar alcançar 
objetivos descritivos quanto ao estado atual do conhecimento de algum tema, seja em 
estudo monográfico ou ensaístico. Neste segundo caso a pesquisa tem caráter 
exploratório. O texto resultante de pesquisa, seja relatório, artigo, livro, etc., não é uma 
simples descrição, mas um trabalho que se propõe a dar conta de algumas questões 
relativas ao assunto estudado. O resultado da pesquisa pode também ser apresentado 
como um ensaio sobre a problemática, pois muitos temas, tanto no campo do direito, 
como no das ciências sociais, não se apresentam de imediato em condições de serem 
submetidos à experimentação direta. Desse modo, mesmo que os objetivos do 
pesquisador tenham sido sugeridos no item anterior (sobre a problemática) deverá ser 
completamente explicitado aqui. Os objetivos de cada pesquisa variam conforme o 
assunto tratado e quando se têm objetivos similares aos de outras pesquisas já realizadas 
sobre o assunto, deve-se fazer alguma reflexão, de caráter analógico ou comparativo, 
podendo daí resultar um dos objetivos da pesquisa. Todos os objetivos de pesquisa 
docente sempre se referem ao conhecimento que se pretende acrescentar ao assunto 
investigado. Quanto mais objetivos visa a pesquisa atender, mais ela se torna extensa. 
Porém, os objetivos devem expressar os desafios relativos à conquista do conhecimento 
que se pretende alcançar. 
5. Justificativa 
Uma pesquisa não é jamais um divertimento, por mais que se tenha 
prazer em realizá-la. Ela consumirá tempo, trabalho e dedicação do pesquisador. Na 
maioria das vezes também acarretará despesas. Por este motivo é importante elaborar 
um projeto que se apresente em condições de receber recursos, tanto da instituição onde 
a pesquisa será realizada, como de agências de fomento destinadas a conceder apoio 
financeiro ao empreendimento. Em vista disso, é necessário que o pesquisador saiba 
justificar a importância do seu estudo, quanto ao conhecimento que pode ser alcançado 
através da realização do projeto. Quando o próprio pesquisador não está convencido da 
importância de sua investigação, não poderá convencer os outros. Justificar uma 
pesquisa é apontar desafios que ela enfrentará para tratar o problema a ser estudado. 
Existem vários argumentos que podem ser usados para justificar a investigação. Por 
exemplo: a ausência de conhecimentos adequados sobre o assunto, a abordagem nova 
que está sendo submetida ao assunto, a aproximação entre disciplinas envolvidas no 
trato do objeto (interdisciplinaridade), as revisões de práticas teóricas ou técnico-
profissionais em uso, algumas comparações (no tempo, no espaço, de argumentos, entre 
outras possíveis) que sejam adequadas para esclarecer o assunto estudado, etc. Enfim, 
se o pesquisador é livre para eleger seu tema, só ele próprio é o mais indicado para 
justificar a importância de seu estudo, no sentido de que ele possa gerar conhecimentos 
relevantes. 
6. Metodologia e técnicas utilizadas 
 Não existe um método que possa ser usado para a investigação de todos os 
assuntos. Assim sendo, cada objeto de investigação requer um método a ele adequado. 
Por exemplo, se a intenção é estudar o aborto legalmente proibido, o pesquisador deve 
saber que o método estatístico não é indicado, pois sendo este fato considerado um 
crime, não encontrará registro estatístico sobre ele. As estatísticas disponíveis se 
referem aos abortos legalmente permitidos, ou seja, fatos que não constituem objeto de 
preocupação do pesquisador. No entanto, o aborto proibido, como se sabe, é praticado e 
não se dispõe de registros quantitativos confiáveis. Uma estratégia do pesquisador para 
tratar desse assunto seria o emprego de métodos qualitativos, mais adequados para 
captar as representações sobre o assunto em diferentes segmentos sociais. Colhendo 
depoimentos, fazendo entrevistas, pode o pesquisador reunir uma série de informações 
relevantes, tais como, conhecer as opiniões desfavoráveis ou favoráveis à prática do 
aborto, os motivos que levam mulheres a praticá-lo, as variações entre as opiniões e os 
motivos para praticá-lo nos segmentos altos, médios e de baixa renda, etc. É interessante 
registrar que um assunto como o aborto proibido, pode ser visto como um objeto 
empírico, como algo que acontece de fato (mesmo que não se tenha registros 
quantitativos sobre ele ) e, como um objeto pensado e representado por vários setores e 
segmentos sociais, como a igreja, os partidos políticos, as pessoas pertencentes a
classes 
sociais distintas. Num caso e no outro o aborto proibido configura dois objetos distintos 
(enquanto ocorrência empírica e enquanto representação ideológica) motivo pelo qual 
requer métodos e técnicas de pesquisa diferentes. Se a pesquisa fosse sobre violência, 
sobre conflitos específicos ou sobre normas e procedimentos jurídicos teríamos 
igualmente que dispor de categorias, de noções e de conceituações claras sobre esses 
temas, pois eles podem ser vistos de muitas maneiras, constituindo objetos distintos uns 
dos outros e entre si, embora o senso comum e a linguagem lhes atribua o mesmo nome. 
Por isso, para cada um dos objetos de investigação que neles podem ser identificados, 
ter-se-ia uma metodologia de investigação particular. A metodologia de qualquer 
pesquisa só pode ser traçada, depois que se tem o objeto claramente identificado e 
inserido na problemática que o informa e lhe dá sentido. Devido à estreita relação entre 
objeto e método, é importante considerar que cada objeto requer procedimentos 
específicos para ser demonstrado. Nestas circunstâncias, quaisquer procedimentos 
utilizados sistematicamente para demonstrar hipóteses ou argumentos centrais da 
pesquisa, podem ser considerados como constitutivos do método utilizado na 
investigação. 
 Sendo talvez a escolha adequada do método e das técnicas de coleta de 
dados e de informações, um momento que requer complexidade e adequação ao objeto 
sob investigação, este item receberá atendimento individual dos alunos interessados. 
7. Bibliografia 
 Qualquer proposta ou projeto de pesquisa deve citar a bibliografia de referência. 
Não existe nenhuma investigação a partir do desconhecido. Todo o problema de 
pesquisa insere-se em um quadro de referências que constitui o conhecimento já 
existente, mesmo que nele existam controvérsias, conforme é comum acontecer. A 
pesquisa toma este quadro de referência como existente e é obrigação do pesquisador 
fazer corretamente as citações dos autores que compõem tal quadro. Além de livros e 
artigos, figuram igualmente na bibliografia, as leis, os documentos, o material 
jornalístico, etc. conforme as referências feitas na problemática. Enfim, todos os 
elementos que informam a problemática da pesquisa devem ser rigorosamente citados. 
No início da pesquisa esta bibliografia poderá ser limitada, mas tenderá a aumentar no 
decorrer da investigação. Portanto, a bibliografia do projeto inicial não precisa ser 
exaustiva, referindo-se apenas à problemática. As referências bibliográficas deverão 
seguir as normas da ABNT.

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