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APOSTILA SISTEMA DE ESGOTO 2015

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Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULA 
 
DISCIPLINA: COLETA E TRANSPORTE DE 
ESGOTO SANITÁRIO 
 
 
 
 
PROFESSOR: DR. ERALDO HENRIQUES DE CARVALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2015 
 
 
 
 
 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
ÍNDICE 
 
 
1. HISTÓRICO .......................................................................................................................................... 6 
1.1 Evolução dos Sistemas de Esgotamento ...................................................................................... 6 
1.2 Cronologia dos Sistemas de Esgotos no Brasil ............................................................................ 10 
2. SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO ..................................................................................................... 11 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ........................................................ 12 
3.1. Classificação de acordo com as espécies das águas servidas a serem coletadas ......................... 12 
3.1.1. Sistema de Esgotamento Unitário ou Combinado................................................................... 12 
3.1.2. Sistema de Esgotamento Parcial ............................................................................................. 13 
3.1.3. Sistema de Esgotamento Separador Absoluto ........................................................................ 14 
3.2. Classificação de acordo com as características das águas servidas a serem coletadas ............... 15 
3.2.1. Sistema de coleta de esgoto sanitário bruto ........................................................................... 15 
3.2.2. Sistema de coleta de esgoto decantado .................................................................................. 17 
3.3. De acordo com a responsabilidade da execução, operação e manutenção do sistema .............. 18 
3.3.1. Sistema Convencional .............................................................................................................. 18 
3.3.2. Sistema Condominial ............................................................................................................... 18 
3.4. De acordo com o traçado da rede .............................................................................................. 21 
3.4.1. Sistema perpendicular ............................................................................................................. 21 
3.4.2. Sistema em leque .................................................................................................................... 22 
3.4.3. Sistema radial ou distrital ........................................................................................................ 22 
3.5. De acordo com o regime de escoamento hidráulico .................................................................. 23 
3.5.1. Redes pressurizadas ................................................................................................................ 23 
3.5.2. Redes a vácuo .......................................................................................................................... 24 
3.5.3. Rede com dispositivo gerador de descarga ............................................................................. 25 
4. ELEMENTOS CONSTITUINTES DE UM SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO ............................................. 27 
4.1. Rede Coletora ............................................................................................................................ 27 
4.1.1 Ligação predial ........................................................................................................................... 28 
4.1.2 Coletor predial ........................................................................................................................... 28 
4.1.3 Coletor de esgoto secundário .................................................................................................... 28 
4.1.3.1 Coletores secundários de passeio .............................................................................................. 29 
4.1.3.2 Coletor secundário de rua.......................................................................................................... 29 
4.1.4 Coletor tronco ou principal ........................................................................................................ 30 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
4.1.5 Órgãos Acessórios de Limpeza ................................................................................................... 30 
4.2. Interceptores ............................................................................................................................. 31 
4.3. Emissário ................................................................................................................................... 31 
4.4. Sifão invertido ........................................................................................................................... 31 
4.5. Travessias aéreas ....................................................................................................................... 32 
4.6. Estação elevatória ..................................................................................................................... 33 
4.7. Estação de Tratamento de Esgoto – ETE .................................................................................... 34 
4.8. Corpo receptor .......................................................................................................................... 34 
5. ESTUDO DE CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO...................................................... 36 
5.1. Conceito .................................................................................................................................... 36 
5.2. Objetivos ................................................................................................................................... 36 
5.3. Requisitos .................................................................................................................................. 37 
5.3.1 Plantas topográficas confiáveis em escalas compatíveis; ........................................................... 37 
5.3.2 Características físicas da região em estudo ................................................................................. 37 
5.3.3 Dados demográficos disponíveis e sua distribuição espacial ...................................................... 37 
5.3.4 Comunicação local e regional ...................................................................................................... 37 
5.3.5 Acessos ........................................................................................................................................ 38 
5.3.6 Mão-de-obra ................................................................................................................................ 38 
5.3.7 Materiais de construção .............................................................................................................. 38 
5.3.8 Energia elétrica ............................................................................................................................ 38 
5.3.9 Análise do sistema de esgoto existente ...................................................................................... 38 
5.3.10 Administração do sistema de esgoto existente ........................................................................... 39 
5.3.11 Avaliação do sistema deabastecimento de água ........................................................................ 39 
5.3.12 Cadastro atualizado dos sistemas de drenagem de águas pluviais, de pavimentação, de 
telefone, de energia elétrica, entre outros ................................................................................................. 39 
5.3.13 A disposição dos resíduos sólidos urbanos.................................................................................. 39 
5.3.14 Uso da terra ................................................................................................................................. 39 
5.3.15 Legislação .................................................................................................................................... 39 
5.4. Atividades.................................................................................................................................. 40 
6. PARÂMETROS DE PROJETO ............................................................................................................... 41 
6.1 População da área a ser esgotada ................................................................................................... 41 
6.2 Coeficiente per capita “efetivo” de água (qm) – (L/hab.dia) ........................................................... 42 
6.3 Coeficientes de variação de vazão (k1, k2 e k3) ................................................................................ 42 
6.4 Coeficiente de retorno (C) ............................................................................................................... 43 
7. VAZÕES DE ESGOTO DE ESGOTO SANITÁRIO ..................................................................................... 43 
8. AS CONDIÇÕES HIDRÁULICAS EXIGIDAS ............................................................................................ 45 
9. TRAÇADO DA REDE DE ESGOTO......................................................................................................... 45 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
9.1 Localização da tubulação na via pública..................................................................................... 45 
9.2 Ligações Prediais........................................................................................................................ 48 
9.3 Tipos de ligações na rede coletora ............................................................................................. 49 
9.4.1. Sistema ortogonal – ligação simples ........................................................................................... 49 
9.4.2. Sistema ortogonal – ligações múltiplas ....................................................................................... 49 
9.4.3. Sistema radial – ligações múltiplas .............................................................................................. 50 
10. PROJETO DE REDES COLETORAS DE ESGOTO SANITÁRIO ............................................................... 51 
10.1. Cálculo das vazões de dimensionamento ................................................................................... 51 
10.1.1. Procedimento quando não existem medições de vazão utilizáveis no projeto .......................... 51 
10.2. Determinação das taxas de contribuição para o cálculo das redes coletoras ............................. 53 
10.3. Cálculo das taxas de contribuição para redes simples ................................................................ 53 
10.4. Cálculo das taxas de contribuição para redes duplas ................................................................. 54 
10.5. Cálculo das taxas para redes mistas ........................................................................................... 54 
11. HIDRÁULICA DOS COLETORES ........................................................................................................ 55 
11.1. Equações gerais ......................................................................................................................... 55 
11.1.1. Equação da energia (Bernoulli) para condutos livres .................................................................. 55 
11.1.2. Equação da continuidade ............................................................................................................ 55 
11.2. Equação da Perda de Carga contínua ......................................................................................... 55 
11.2.1. Equação de Chézy ........................................................................................................................ 55 
11.2.2. Equação de Chézy-Manning ........................................................................................................ 56 
12. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRITÉRIO DA TENSÃO TRATIVA/AUTOLIMPEZA DOS COLETORES DE 
ESGOTO .................................................................................................................................................... 59 
12.1. Tensão trativa com arraste de sólidos ....................................................................................... 60 
12.2. Determinação das declividades dos coletores de esgoto para valores convencionais de 
coeficiente Manning e de tensão trativa ............................................................................................... 61 
12.3. Considerações sobre velocidade crítica e o arraste de ar para o líquido .................................... 61 
13. CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO .............................................................................................. 61 
14. ÓRGÃOS ACESSÓRIOS DE LIMPEZA DA REDE DE ESGOTO .............................................................. 65 
14.1. Poços de visita (PV).................................................................................................................... 65 
14.2. Tubo de inspeção e limpeza (TIL) ............................................................................................... 67 
14.3. Terminal de limpeza (TL) ............................................................................................................ 68 
14.4. Caixa de passagem (CP) ............................................................................................................. 69 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
15. MATERIAIS DAS TUBULAÇÕES DE ESGOTO .................................................................................... 69 
15.1. Tubo cerâmico (manilhas de barro vidrado - MBV) .................................................................... 69 
15.1.1. Tipos de juntas .......................................................................................................................... 70 
15.2. Tubo de concreto ....................................................................................................................... 70 
15.3. Tubos de plástico ....................................................................................................................... 71 
15.3.1. Tubos de PVC (policloreto de vinila) ............................................................................................ 71 
15.3.2. Polietileno com alta densidade ................................................................................................... 71 
15.3.3. Tubos plásticos armados com fios de vidro ................................................................................. 71 
15.4. Tubos de ferro fundido .............................................................................................................. 71 
15.5. Tubos de aço.............................................................................................................................. 72 
16. CONSTRUÇÃODE REDES DE ESGOTO SANITÁRIO .......................................................................... 73 
16.1. Atividades preliminares para a execução da rede de esgoto ...................................................... 73 
16.1.1. Projeto....................................................................................................................................... 73 
16.1.2. Execução .................................................................................................................................... 73 
16.1.3. Locação da vala ......................................................................................................................... 73 
16.2. Remoção de pavimento ............................................................................................................. 74 
16.3. Escavação convencional de vala (a céu aberto) .......................................................................... 74 
16.4. Escavações especiais .................................................................................................................. 75 
16.5. Escoramento das paredes laterais das valas .............................................................................. 76 
16.6. Tipo de base de assentamento de tubulação ............................................................................. 80 
16.7. Regularização do fundo da vala e controle de declividade ......................................................... 81 
16.8. Tipos de materiais e respectivas juntas para esgoto sanitário ................................................... 82 
16.9. Execução dos órgãos acessórios ................................................................................................. 82 
16.10. Reaterro e compactação da vala ................................................................................................ 83 
16.11. Repavimentação ........................................................................................................................ 83 
17. TANQUE SÉPTICO .......................................................................................................................... 84 
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 89 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
6 
1. HISTÓRICO 
1.1 Evolução dos Sistemas de Esgotamento 
 
Os primeiros sistemas de esgotamento executados pelo homem tinham como objetivo 
protegê-lo das águas pluviais, devendo-se isto, principalmente, à inexistência de redes regulares 
de distribuição de água potável e de peças sanitárias com descargas hídricas, fazendo com que 
não houvesse, à primeira vista, vazões de esgotos tipicamente domésticos. 
Historicamente é observado que as civilizações primitivas não se destacaram por práticas 
higiênicas individuais por razões absolutamente sanitárias e sim, muito frequentemente, por 
religiosidade, de modo a se apresentarem limpos e puros aos olhos dos deuses e não serem 
castigados com doenças. 
Os primeiros indícios de tratamento científico do assunto, ou seja, de que as doenças não 
eram exclusivamente castigos divinos, começaram a aparecer na Grécia, por volta dos anos 500 
a.C., particularmente a partir do trabalho de Empédocles de Agrigenco que construiu obras de 
drenagem das águas estagnadas de dois rios, em Selenute, na Sicília, visando combater uma 
epidemia de malária. 
As referências da literatura técnica-científica, relativas a esgotamento sanitário, consideram 
a Cloaca Máxima de Roma, construída no século VI a.C, como o primeiro sistema de esgoto 
planejado e implantado no mundo. A Cloaca Máxima recebia parte dos esgotos domésticos das 
áreas adjacentes ao fórum romano e propiciava a drenagem superficial de uma área bem maior, 
essencial para o controle da malária. Nas Figuras 1 e 2 encontra-se ilustrado o sistema de esgoto 
da Cloaca Máxima de Roma. 
 
Figura 1. Cloaca Máxima: primeiro sistema de esgoto planejado e implantado no mundo. 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
7 
 
 
Figura 2. Cloaca Máxima – vista interna 
 
Na verdade, o saneamento desenvolveu-se de acordo com a evolução das diversas 
civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora renascendo com o aparecimento de 
outras. 
Como a ênfase de que as doenças eram castigos divinos às impurezas espirituais humanas 
e seus tratamentos eram resolvidos com procedimentos místicos ou orações e penitências, as 
práticas sanitárias urbanas sofreram se não um retrocesso, pelo menos uma estagnação no 
período da Idade Média. Nesta época, no Ocidente, como o conhecimento científico restringiu-se 
ao interior dos mosteiros, as instalações sanitárias como encanamentos de água e esgotamentos 
canalizados, ficaram por conta da iniciativa eclesiástica. 
Ao longo do tempo, o crescimento das comunidades, particularmente na Inglaterra e no 
continente europeu, levou a uma situação em que a disposição das excretas das populações se 
tornou impraticável. Isto levou ao uso de privadas, onde as excretas se acumulavam. Esta solução 
apresentava problemas de odores indesejáveis e também criou sérios problemas de disposição 
das excretas acumulados nessas privadas. 
A iniciativa de pavimentação das ruas nas cidades europeias, com a finalidade de mantê-
las limpas e alinhadas, a partir do final do século XII, exemplos de Paris (1185), Praga (1331), 
Nuremberg (1368) e Basiléia (1387), tornou-se o marco inicial da retomada da construção de 
sistemas de drenagem pública das águas de escoamento superficial e o encanamento subterrâneo 
de águas servidas, estas inicialmente para fossas domésticas e, posteriormente, para os canais 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
8 
pluviais. As primeiras leis públicas notáveis de instalação, controle e uso destes serviços têm 
origem a partir do século XIV. 
Em termos de saneamento, o período histórico dos séculos XVI e XVIII é considerado de 
transição. A partir do século XVI, já no Renascimento, com a crescente poluição dos mananciais de 
água, o maior problema era o destino dos esgotos e do lixo urbanos. No século seguinte, o 
abastecimento de água urbano teve radical desenvolvimento, pois se passou a empregar 
bombeamentos com máquinas movidas a vapor e tubos de ferro fundido para recalque de água, 
notadamente a partir da Alemanha, procedimentos que viriam a se generalizar no século 
seguinte, juntamente com a formação de empresas fornecedoras de água. 
A sistemática de carreamento dos dejetos domésticos com o uso da água, embora fosse 
conhecida desde o século XVI, quando John Harrington instalou a primeira latrina no palácio da 
Rainha Isabel, sua disseminação só veio a partir de 1778, quando Joseph Bramah inventou a bacia 
sanitária com descarga hídrica, inicialmente empregada em hospitais e moradias nobres. Estas 
instalações provocaram a saturação das fossas, contaminando as ruas e o lençol freático. 
A distribuição generalizada de água encanada e das peças sanitárias com descarga hídrica, 
fizeram com que a água passasse a ser utilizada com uma nova finalidade: afastar 
propositadamente dejetos e outras sujeiras indesejáveis ao ambiente de vivência. 
A evolução do conhecimento científico, principalmente na área de saúde pública, tornou 
imprescindível a necessidade de canalizar as vazões de esgoto de origem doméstica. Assim a 
solução do problema foi canalizar obrigatoriamente os efluentes domésticos e industriais para as 
galerias de águas pluviais existentes originando, assim, o denominado SistemaUnitário de 
Esgotos, onde todos os esgotos eram reunidos em uma só canalização e lançados nos rios e lagos 
receptores. 
As décadas de 1830 e 1840 podem ser destacadas como as mais importantes na história 
científica da engenharia sanitária. A epidemia de cólera de 1831/32 despertou concretamente 
para os ingleses a preocupação com o saneamento das cidades, pois evidenciou que a doença era 
mais intensa em áreas urbanas carentes de saneamento efetivo, ou seja, em áreas mais poluídas 
por excrementos e lixo, além de mostrar que as doenças não se limitavam às classes mais baixas. 
Seguindo a prática Romana, os primeiros sistemas de esgotos, tanto na Europa como nos 
Estados Unidos foram construídos para coleta e transporte de águas pluviais. Foi somente em 
1815 que se autorizou, em Londres, o lançamento de efluentes domésticos nas galerias de águas 
pluviais e, em 1847 tornou-se compulsório o lançamento de todas as águas residuárias das 
habitações nas galerias públicas de Londres. Em 1833 foi construída a primeira rede coletora de 
esgoto em Paris. 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
9 
No final do século XIX, a construção dos sistemas unitários propagou-se pelas principais 
cidades do mundo na época, entre elas, Londres, Paris, Amsterdam, Hamburgo, Viena, Chicago, 
Buenos Aires, etc. Porém nas cidades situadas em regiões tropicais e equatoriais, com índice 
pluviométrico muito superior (cinco a seis vezes maiores que a média europeia, por exemplo) a 
adoção de sistemas unitários tornou-se inviável devido ao elevado custo das obras, pois a 
construção das avantajadas galerias transportadoras das vazões máximas contrapunham-se às 
desfavoráveis condições econômicas características dos países situados nestas faixas do globo 
terrestre. 
No entanto, a evolução tecnológica nas nações mais desenvolvidas e a necessidade do 
intercâmbio comercial, forçavam a instalação de medidas sanitárias eficientes, pois a proliferação 
de pestes e doenças contagiosas em cidades desprovidas dessas iniciativas propiciava, 
logicamente, aos seus visitantes os mesmos riscos de contaminação, gerando insegurança e 
implicando, portanto, que os navios comerciais da época retirassem seus portos de suas rotas 
marítimas, temendo contaminação da tripulação e, consequentemente, causando prejuízos 
constantes às nações mais pobres e dependentes do comércio internacional. No Brasil 
relacionavam-se nesta situação, notadamente os portos do Rio de Janeiro e Santos. 
Temendo os efeitos deste desastre econômico, o imperador D. Pedro II contratou os 
ingleses para elaborarem e implantarem sistemas de esgotamento para o Rio de Janeiro e São 
Paulo, na época, as principais cidades brasileiras. Ao estudarem a situação, os projetistas 
depararam-se com situações peculiares e diferentes das encontradas na Europa, principalmente 
as condições climáticas (clima tropical, com chuvas muito mais intensas) e a urbanização (lotes 
grandes e ruas largas). 
Após criteriosos estudos e justificativas foi adotado na ocasião, um inédito sistema no 
qual eram coletadas e conduzidas às galerias, além das águas residuárias domésticas, apenas as 
vazões pluviais provenientes das áreas pavimentadas interiores aos lotes (telhados, pátios, etc.). 
Criava-se, então, o Sistema Separador Parcial, cujo objetivo básico era reduzir os custos de 
implantação e, consequentemente, as tarifas a serem pagas pelos usuários. 
Em 1879, foi criado então o Sistema Separador Absoluto cuja característica principal é ser 
constituído de uma rede coletora de esgotos sanitários e outra exclusiva para águas pluviais. 
Rapidamente o sistema separador absoluto foi difundindo-se pelo resto do mundo. 
No Brasil destacou-se na divulgação do novo sistema, Saturnino Brito cujos estudos, 
trabalhos e sistemas reformados pelo mesmo, fizeram com que, a partir de 1912, o separador 
absoluto passasse a ser adotado obrigatoriamente no país. Sua consagração veio em 1905, 
quando contratado pelo Estado para solucionar o saneamento de Santos, não só construiu e 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
10 
modernizou os sistemas de abastecimento de água e coletor de esgotos como replanejou toda a 
parte urbana, projetou as avenidas principais e os canais de drenagem, efetuou aterros de 
pântanos e construiu parques litorâneos e várias obras de proteção ambiental. 
Novas concepções de projeto surgiram como alternativa à existente, conhecida por 
convencional; vem-se desenvolvendo novos componentes, utilizando-se novos materiais na 
execução, com o objetivo de minimizar os custos de implantação das obras; tem-se ainda 
investido na utilização de novas técnicas e equipamentos de manutenção, que possibilitem menos 
agressão ao sistema e melhores condições de trabalho para as pessoas que lidam com a operação 
e manutenção dos mesmos. Com a implantação já realizada em algumas cidades brasileiras, o 
sistema denominado 100% Plástico, para redes coletoras de esgotos, tem por preceito justamente 
essa racionalização tão almejada. 
1.2 Cronologia dos Sistemas de Esgotos no Brasil 
 
A seguir está relacionada uma série de datas com registros de acontecimentos marcantes 
na história da evolução dos sistemas de esgotamento no Brasil. 
 1855 - Rio de Janeiro: contratação dos ingleses para criar sistemas de esgotamento para as 
cidades do Rio e São Paulo. 
 1857 - Rio de Janeiro: inauguração do sistema de esgotos (separador parcial) da cidade, 
tornando-se uma das primeiras cidades do mundo dotada de rede coletora de esgotos. 
 1873 - Recife: iniciada a construção da primeira rede coletora de esgotos sanitários desta 
capital. 
 1876 - São Paulo: inaugurado o primeiro sistema coletor de esgotos (separador parcial) da 
cidade. 
 1892 - Campinas: execução da rede coletora desta cidade. 
 1897 - Belo Horizonte: inauguração da cidade com água e esgotos projetados por S. de Brito. 
 1900 - São Paulo: Saturnino de Brito inventou o tanque fluxível. 
 1907 - São Paulo: Saturnino de Brito iniciou as obras de esgotos e drenagem da cidade de 
Santos. 
 1912 - Brasil: adoção do sistema separador absoluto. 
 1920 - São Paulo: invenção do tubo de ferro fundido centrifugado por De Lavaud. 
 1928 - São Paulo: construção da estação de tratamento de esgotos de Santo Ângelo 
 1962 - Campina Grande: criação da primeira empresa pública nacional de saneamento 
(SANESA). 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
11 
 1968 - Brasília: criação do PLANASA - Plano Nacional de Saneamento 
 1968 - São Paulo: criação da CETESB - Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental. 
 1973 – Criadas as Companhias Estaduais de Saneamento. 
 
2. SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 
 
O sistema de esgoto sanitário (ver figura 3) é o conjunto de condutos, instalações e 
equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar, somente o esgoto 
sanitário, a uma disposição final conveniente, de modo contínuo e higienicamente seguro. 
 
 
 
Figura 3. Desenho esquemático do sistema de esgoto sanitário. 
 
As principais finalidades na implantação de um sistema de esgoto sanitário relacionam-se 
aos aspectos: higiênico, social, econômico. 
Do ponto de vista higiênico, o objetivo é a prevenção, o controle e a erradicação das muitas 
doenças de veiculação hídrica responsáveis por altos índices de mortalidade infantil; visto que o 
sistema promove o tratamento do efluente a ser lançado nos corpos receptores naturais, de 
maneira rápida e segura. 
Estação de 
tratamento de 
esgotos 
ElevatóriaRede Coletora 
Ramal 
Predial 
Poço de 
visita 
Lançamento de 
esgotos tratados 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
Prof. Dr. Eraldo Henriques de Carvalho 
12 
Sob o aspecto social, o objetivo visa à melhoria da qualidade de vida da população, pela 
eliminação de odores desagradáveis, repugnantes e que prejudicam o aspecto visual, a estética, 
bem como a recuperação das coleções de água naturais e de suas margens para a prática 
recreativa, esportes e lazer. 
Do ponto de vista econômico, o objetivo envolve questões como o aumento da 
produtividade geral, em particular das produtividades industrial e agropastoril, devido à melhoria 
ambiental, urbana e rural; à proteção dos rebanhos e à maior produtividade dos trabalhadores. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 
Os sistemas de esgotamento sanitário podem ser classificados de acordo com as espécies e 
características das águas servidas a serem coletadas; com a responsabilidade da execução, 
operação e manutenção do sistema; com o tipo de traçado da rede coletora; e com o regime de 
escoamento hidráulico. 
3.1. Classificação de acordo com a contribuição de águas pluviais 
3.1.1. Sistema de Esgotamento Unitário ou Combinado 
O sistema de esgotamento sanitário tipo Unitário ou Combinado (ver figura 4) recolhe, na 
mesma canalização, os lançamentos das águas residuárias (esgotos domésticos e efluentes 
industriais) e as contribuições pluviais. 
 
Figura 4. Sistema de esgoto unitário ou combinado. 
 
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13 
Embora esses sistemas ainda representem uma realidade nas cidades mais antigas, 
atualmente encontram-se em franco desuso devido às seguintes desvantagens: 
 as tubulações apresentam diâmetros relativamente grandes, exigindo, portanto, maior 
volume de obras e, consequentemente, maiores investimentos iniciais, o que torna difícil a 
implantação em regiões de poucos recursos financeiros; 
 as obras são de execução mais difícil e demorada; 
 nos países de clima tropical, como o Brasil, as desvantagens são relevantes, porque as 
precipitações atmosféricas são mais intensas, obrigando o uso de maiores diâmetros; além 
disso, os recursos financeiros são poucos; 
 na ausência de águas pluviais, a vazão será drasticamente reduzida, de forma que as 
contribuições de esgoto doméstico provocarão uma abundante deposição de sólidos 
sedimentáveis, visto que a velocidade de escoamento será bem inferior; a deposição desses 
sólidos aumenta o odor e a corrosão das tubulações de concreto; 
 as galerias de águas pluviais, que em nossas cidades são executadas em menos da metade 
das vias públicas, terão que ser construídas em todos os logradouros; 
 as águas pluviais, que geralmente não necessitam de tratamento antes de sua disposição 
final, tornam-se contaminadas; 
 as estações de tratamento de esgoto sofrem elevada e desordenada variação de carga 
hidráulica (vazão), resultando em problemas operacionais e onerando consideravelmente os 
custos com o tratamento; 
Na Europa, a vazão no sistema combinado é cerca de três vezes maior que a obtida nos 
sistemas do tipo separador absoluto. No Brasil, a vazão nos sistemas combinados chegava a ser 
cerca de dez vezes maior que a obtida para o sistema do tipo separador absoluto. Vale lembrar 
que os primeiros sistemas de esgoto implantados no mundo possuíam essa concepção. 
No entanto, os sistemas unitários representam uma realidade com a qual as cidades mais 
antigas têm que conviver. Um elevado número de sistemas unitários ainda encontra-se em 
operação. A substituição de um sistema de esgoto unitário existente por um sistema separador 
representa um transtorno significativo. Em cidades com infra-estrutura sanitária mais antiga (Rio 
de Janeiro, São Paulo e Belém, por exemplo), esses sistemas ainda são mantidos. 
3.1.2. Sistema de Esgotamento Parcial 
No sistema Misto ou Separador Parcial não são admitidas as águas pluviais provenientes de 
ruas, avenidas, praças, jardins, quintais e áreas não pavimentadas, podendo ser lançadas nos 
coletores de esgoto somente as águas de telhados, pátios internos e sacadas de edifícios. 
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14 
Apesar das dimensões dos coletores de esgoto serem menores e os investimentos também 
menores, esse sistema apresenta desvantagens porque durante o período de chuva a variação de 
vazão nos coletores, elevatórias e estações de tratamento, é acentuada, dificultando a operação. 
Os primeiros sistemas de esgoto implantados no Brasil (final do século XIX) possuíam essa 
concepção. 
3.1.3. Sistema de Esgotamento Separador Absoluto 
O sistema de coleta de esgoto do tipo Separador Absoluto (ver Figura 5) recebe 
exclusivamente as águas residuárias (domésticas e industriais) e as águas de infiltração (água do 
subsolo que penetra através das tubulações e órgãos acessórios). Já as águas pluviais são 
coletadas e transportadas em um sistema de drenagem pluvial totalmente independente, 
comumente conhecido como galeria de águas pluviais. 
 
Figura 5. Rede de esgotamento separador absoluto 
 
As redes separadas cumprem, independentemente uma da outra, as regulamentações 
normativas e as recomendações de projeto nascidas da prática profissional. Assim, a rede pluvial 
pode manter diâmetros maiores sem que ocorram inconvenientes sanitários com a transferência 
de esgoto. 
No Brasil, este sistema é usado desde o início do século XX e apresenta uma série de 
vantagens: 
 menor custo, já que as tubulações são de menor diâmetro e de fabricação industrial (manilhas 
e tubos de PVC, por exemplo); 
Esgoto Sanitário 
Água Pluvial 
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15 
 pode-se fazer a implantação do sistema por partes, construindo-se inicialmente a rede de 
maior importância, e ampliando-a posteriormente; 
 redução considerável do custo com o afastamento das águas pluviais, já que a disposição final 
das mesmas pode ser feita no curso de água mais próximo da área de drenagem, geralmente 
sem a necessidade de tratamento; 
 redução da extensão das canalizações de grande diâmetro, visto que não há necessidade de 
se construir galerias de águas pluviais em todas as ruas; 
 não se condiciona e nem obriga a pavimentação de ruas públicas; 
 não prejudica o tratamento dos esgotos; 
 as condições de operação das elevatórias e estações de tratamento de esgoto são melhores, 
não sofrendo alteração significativa de vazão por ocasião dos períodos chuvosos. 
Na verdade, o sistema separador absoluto adotado no Brasil é, em parte, teórico, pois existe 
reunião de esgoto e águas de chuvas; devido a lançamentos clandestinos, principalmente, de 
águas pluviais. Desta forma, muito sistemas do tipo separador absoluto funcionam como 
separadores parciais. 
Nas ETEs tem sido praticado de forma criteriosa, na época chuvosa, o procedimento de “by-
pass” do esgoto bruto para o corpo receptor. Caso contrário, ocorreria grandes problemas 
operacionais e de desempenho das ETEs. 
3.2. Classificação de acordo com as características das águas servidas a serem 
coletadas 
3.2.1. Sistema de coleta de esgoto sanitário bruto 
 Nesse sistema o esgoto sanitário é coletado e transportado em sua forma bruta ou in 
natura, ou seja, sem ter sido submetido a qualquer tipo de tratamento, a não ser remoção de 
gordura (ver figura 6). Uma vez que os esgotos brutos contêm sólidos grosseiros em suspensão, 
faz-se necessária a utilização de diâmetros e declividades maiores do queseriam necessárias para 
transportar sua fase líquida propriamente dita. 
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16 
 
Figura 6. Sistema de coleta de esgoto bruto. 
 
A presença desses sólidos pode causar obstrução (entupimento) das tubulações; mau 
cheiro, devido à decomposição dos sólidos depositados nas tubulações; e, até mesmo, corrosão 
das tubulações, devido à reação entre os gases liberados pelo processo de decomposição com a 
umidade das paredes da tubulação. 
No entanto, vale frisar que a maioria dos sistemas de esgotamento implantados 
apresenta essa concepção, tendo em vista que as residências ficam desobrigadas de implantar e 
arcar com os custos de manutenção de sistema individual – Tanque Séptico/Sumidouro (ver figura 
7). 
 
Figura 7. Esquema tanque séptico seguido de sumidouro 
 
Caixa de Gorduras 
Caixa de Inspeção 
Ramal Interno 
Caixa de Ligação 
(Manter bem tampado) 
Alinhamento Predial 
Rede de Esgotos 
(Saneago) 
Meio-fio 
Calha 
(Água de chuva) 
Boca de Lobo 
(Prefeitura) 
Galeria Pluvial 
(Prefeitura) 
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17 
3.2.2. Sistema de coleta de esgoto decantado 
Esse sistema coleta e transporta esgoto decantado, ou seja, isento da maioria dos sólidos 
grosseiros em suspensão presentes nos esgotos domésticos. As unidades geralmente utilizadas 
para remoção dos sólidos grosseiros presentes no esgoto são os tanques sépticos, que são 
implantados individualmente em cada residência. A finalidade dos tanques sépticos é a remoção, 
por sedimentação, dos sólidos grosseiros em suspensão e a digestão da fração orgânica desses 
sólidos. 
 A rede coletora de esgoto decantado apresenta as seguintes vantagens com relação à 
rede coletora de esgoto bruto: 
 substituição de poços de visita por unidades mais simples como os tubos de inspeção e 
limpeza; 
 utilização de tubos plásticos com diâmetro mínimo de 40 mm; 
 adoção de valores menores para a velocidade do escoamento e a tensão trativa, o que resulta 
em menor aprofundamento da rede coletora; 
 a tubulação pode funcionar com seção plena; 
 significativa redução de custos (até 1/5). 
Embora o sistema apresente redução significativa de custo, a implantação de tanques 
sépticos individuais pode resultar em eventuais problemas de manutenção. O sistema exige 
remoção periódica do lodo, o que poderá trazer transtorno aos moradores. 
Desta forma, é importante que se faça uma avaliação criteriosa para optar entre um 
sistema e o outro. Na verdade, o sistema de coleta de esgoto decantado (ver figura 08) não é 
muito difundido, de forma que as poucas experiências são para condomínios residenciais e 
pequenas comunidades. 
 
 
Figura 8. Sistema de esgoto decantado. 
Rede coletora 
Esgoto 
Inspeção com 
chaminé de acesso 
Chincanas 
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18 
3.3. De acordo com a responsabilidade da execução, operação e manutenção 
do sistema 
 Considerando-se esse aspecto, os sistemas de coleta de esgoto podem ser classificados 
em Sistemas Condominiais e Sistemas Convencionais. 
3.3.1. Sistema Convencional 
 No sistema convencional, as residências geralmente estão ligadas à rede pública (no 
passeio ou no leito carroçável) por um ramal predial exclusivo (ver Figura 09). A responsabilidade 
pela execução, operação e manutenção é de competência da empresa de saneamento local ou da 
prefeitura. 
 
 
Figura 9. Desenho esquemático de um sistema de coleta de esgoto do tipo Convencional (observar 
quantidade de ramais prediais) 
 
3.3.2. Sistema Condominial 
O sistema condominial é uma solução econômica para esgotamento sanitário, que se 
apóia, fundamentalmente, na combinação da participação comunitária com a tecnologia 
apropriada. No entanto, esse sistema, objeto de freqüentes controvérsias, deve ser 
cuidadosamente estudado, procurando-se evitar conflitos futuros entre os usuários. 
O sistema em questão é uma forma de concepção do traçado de redes, em que a idéia 
central de sua implementação é a formação de um ou mais condomínio como unidade de 
esgotamento. 
A solução assemelha-se à dos ramais multifamiliares de esgoto dos edifícios de 
apartamento, sendo que no lugar de prédios e apartamentos têm-se quadras e casas, além de 
apresentar-se horizontal do ponto de vista físico. 
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19 
O ramal condominial constitui uma rede de tubulações que passa quase sempre, entre os 
quintais no interior dos lotes, cortando-os, no sentido transversal (ver Figura 10). Esta alternativa 
apresenta menor custo, visto que é possível esgotar todas as faces de um conjunto com o mesmo, 
e único, ramal (ver Figura 11). No entanto, a localização do ramal condominial também pode ser 
no passeio ou nos jardins das residências (isto é, na frente dos lotes). 
Intercalada nesta rede interna de pequena profundidade, encontra-se, em cada quintal, 
uma caixa de inspeção, à qual se conectam, independentemente, as instalações sanitárias 
prediais, constituindo um ramal multifamiliar. 
 
Figura 10. Desenho esquemático de um Sistema Condominial 
 
 
Figura 11. Detalhe da ligação do ramal condominial no sistema público de coleta de esgoto 
 
 O condomínio, informal, é alcançado através do pacto entre vizinhos, o qual possibilita o 
assentamento dos ramais em lotes particulares e disciplina a participação dos condôminos no 
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20 
desenvolvimento dos trabalhos. As obras são geralmente executadas pelos usuários do sistema 
com a ajuda do município ou empresa de saneamento. 
 O traçado do ramal deve ser o mais racional e eficaz, em face à realidade local, ou seja, 
maior relação benefício/custo quanto à segurança sanitária e ao alcance social. Na verdade, o que 
importa é a racionalidade imposta pelas condições locais, de forma que o ramal pode ser locado 
nas calçadas ou ruas. 
 A operação e manutenção desse ramal geralmente são de responsabilidade do próprio 
condomínio a que serve, de modo que cada condômino deve assumir a parcela do sistema situado 
em seu lote. 
 No local mais conveniente (um ponto baixo da quadra, por exemplo), de preferência onde 
existe espaço livre entre duas casas, o ramal sai da quadra e lança os esgotos em uma caixa de 
passagem, localizada no passeio, que integra a rede coletora pública. Desse modo, a rede coletora 
pública apenas tangencia o quarteirão-condomínio ao invés de circundá-lo como o sistema 
convencional. 
Os sistemas condominiais apresentam as seguintes vantagens com relação aos 
convencionais: 
 apreciável redução do número de ligações domiciliares (ramais prediais) ao coletor público, 
da extensão dos coletores públicos e da quantidade de poços de visita; 
 menor profundidade da rede coletora (a exigência do recobrimento das tubulações é menor 
do que no passeio e no leito carroçável); 
 baixo custo de construção dos coletores (de 50 a 60% do custo obtido com os sistemas 
convencionais); 
 menor custo de operação; 
 a qualquer tempo sem quebra de asfalto ou tumultos no trânsito, podem ser feitas as ligações 
domiciliares ou desobstrução nas linhas; 
Já as desvantagens do sistema condominial, comparado ao convencional são as seguintes: 
 sem uma política de aceitação condominial, poderão surgir conflitos entre os usuários do 
sistema; 
 coletores assentados em lotes particulares,podendo haver dificuldades de inspeção, 
operação e manutenção pelas empresas que operam o sistema; 
 uso indevido dos coletores de esgoto, tais como lançamento de águas pluviais e resíduos 
sólidos urbanos; 
 menor atenção na operação e manutenção dos coletores; 
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21 
 o êxito do sistema depende fundamentalmente da atitude dos usuários, sendo 
imprescindíveis uma boa comunicação, explicação, persuasão e treinamento. 
3.4. De acordo com o traçado da rede 
 O traçado da rede de esgotos está estreitamente relacionado com a topografia da área a 
ser esgotada, uma vez que o escoamento se processa segundo caimento natural do terreno. 
Dependendo do caimento do terreno, a rede coletora pode apresentar os seguintes formatos 
descritos abaixo. 
3.4.1. Sistema perpendicular 
 Esse sistema é mais indicado para cidades atravessadas ou circundadas por cursos de 
água. No caso, a rede é constituída por vários coletores tronco independentes, com o traçado 
mais ou menos perpendicular ao curso de água, os quais lançam seus esgotos em um interceptor 
marginal. Conseqüentemente, os coletores tronco geralmente são perpendiculares a este 
interceptor (ver Figura 12). 
A ausência de um interceptor marginal apresenta o inconveniente sanitário de se criar, na 
área urbana e no curso de água, pontos onde a poluição causada produz aspectos estéticos 
indesejáveis. 
 
Figura 12. Desenho esquemático de traçado de rede do tipo perpendicular 
Coletores tronco 
Interceptor 
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22 
3.4.2. Sistema em leque 
 Essa configuração é própria para terrenos acidentados. No caso, os coletores tronco 
margeiam os fundos dos vales ou a parte baixa das bacias, formando um traçado em forma de 
leque (ver Figura 13). 
 
Figura 13. Traçado de rede do tipo em leque 
3.4.3. Sistema radial ou distrital 
 Essa concepção de traçado é característica para cidades planas (cidades litorâneas, por 
exemplo). No caso, a cidade é dividida em distritos ou setores independentes, de forma que em 
cada um desses setores criam-se pontos de cota mais baixa, para onde os esgotos são dirigidos 
(ver Figura 14). Desses pontos baixos, o esgoto é recalcado, ou para o distrito vizinho, ou para o 
destino final. 
Interceptor 
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23 
 
Figura 14. Traçado de rede do tipo radial ou distrital 
3.5. De acordo com o regime de escoamento hidráulico 
 Em locais onde a topografia é desfavorável, lençol freático alto, solo estruturalmente 
instável ou rochoso, podem ser necessárias estações elevatórias. Para solucionar tais dificuldades, 
foram desenvolvidas, como alternativas, redes pressurizadas e redes a vácuo. 
3.5.1. Redes pressurizadas 
 Na maioria desses sistemas, os esgotos dos domicílios são coletados individualmente por 
tubulações funcionando por gravidade e são lançados em tanques, implantados dentro dos lotes, 
que servirão como um pequeno reservatório (ver Figura 15). 
Do tanque, o esgoto é lançado periodicamente em uma tubulação principal pública, 
trabalhando sob pressão, por meio de uma bomba trituradora, capaz de triturar os sólidos 
presentes no esgoto, também localizada dentro dos lotes. 
Um tanque e uma bomba são necessários a cada ponto de lançamento da tubulação sob 
pressão. A fim de reduzir os custos de implantação e operação, um único conjunto tanque/bomba 
poderá servir a vários domicílios. 
 Da tubulação principal, sob pressão, o esgoto pode ser lançado em um coletor cujo 
escoamento seja por gravidade ou em uma estação de tratamento de esgoto. 
 Embora o sistema de redes pressurizadas elimine a necessidade de pequenas estações 
elevatórias, será necessária a implantação individual de uma bomba com triturador, que, além do 
custo de implantação, acarretará custos de operação e manutenção. 
Para destino 
final 
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24 
 Vale ressaltar que as redes pressurizadas ainda são objeto de muitos estudos e discussões 
e que os parâmetros de projeto utilizados não estão otimizados. No Brasil não existe nenhum 
sistema de rede pressurizada implantado. 
 
Figura 15. Principais componentes da rede pressurizada 
3.5.2. Redes a vácuo 
 Nesse sistema, o esgoto de cada domicílio é encaminhado, por gravidade, ao injetor de 
vácuo (ver Figura 16). A válvula de vácuo sela a linha que se liga à tubulação principal permitindo 
que se mantenha o nível de vácuo requerido. O vácuo no sistema é mantido através de uma 
estação de bombeamento a vácuo, a qual pode estar localizada próxima à estação de tratamento 
de esgoto ou a qualquer outro local de lançamento. No Brasil, não existe nenhum sistema a vácuo 
implantado. 
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25 
 
Figura 16. Principais componentes de redes a vácuo 
3.5.3. Rede com dispositivo gerador de descarga 
 Em áreas planas onde o terreno apresenta baixas declividades, a implantação e operação 
de redes coletoras de esgoto sanitário podem tornar-se bastante onerosas. Estas condições estão 
presentes, por exemplo, em um grande número de cidades litorâneas da costa brasileira. Nestes 
locais têm-se geralmente solos moles e lençol freático alto, exigindo disposições construtivas 
especiais, tais como: escoramento contínuo de valas, rebaixamento do lençol, fundações especiais 
para a tubulação, etc. Conseqüentemente, a incidência dos custos relativos à escavação, 
escoramento, reaterro e recomposição da via se situa na faixa dos 80% a 90%. O custo de 
implantação e operação de áreas planas eleva-se também pelo emprego de estações elevatórias 
de esgoto nestes locais. 
 A busca de soluções de menor custo de implantação e operação de redes coletoras para 
as situações antes descritas, levou o desenvolvimento das redes coletoras de baixa declividade 
com Dispositivo Gerador de Descarga (DGD). Este dispositivo é instalado a montante do trecho, 
originando escoamento capaz de arrastar os sólidos depositados (ver Figura 17). 
 O DGD ao descarregar origina uma onda, de frente íngreme, que escoa pela tubulação 
atenuando-se ao longo de sua extensão. 
 
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26 
 
Figura 17. Detalhe do dispositivo gerador de descarga na cabeceira da rede coletora. 
 
 Estimativas preliminares mostram que o custo de implantação desse tipo de rede coletora 
pode ser cerca de 20 a 25% menor que o obtido para redes coletoras convencionais. Consideradas 
as reduções nos custos de implantação e operação de estações elevatórias de esgoto, ter-se-iam 
resultados ainda mais vantajosos. 
Cota rua 
Tampão em ferro fundido 
Diâmetro 500 mm Laje de concreto armado 
Ramal predial de esgoto 
Tubulação coletora a 
declividade reduzida 
DN 150 
Cota de saída 
Vai para o PI 
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27 
 
4. ELEMENTOS CONSTITUINTES DE UM SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO 
4.1. Rede Coletora 
Conjunto constituído por ligações prediais, coletores de esgoto e seus órgãos acessórios, 
cuja função é receber as contribuições dos domicílios, prédios e economias, promovendo o 
afastamento do esgoto sanitário coletado em direção aos grandes condutos de transporte 
(interceptores e emissários) para o local de tratamento (estação de tratamento de esgoto)e 
descarga final (corpo receptor). 
 
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28 
Figura 18. Desenho esquemático das principais partes constituintes de um sistema de coleta de 
esgoto sanitário 
4.1.1 Ligação predial 
Trecho final do coletor predial compreendido entre o limite do terreno e o coletor de 
esgoto. 
4.1.2 Coletor predial 
Canalização, instalada no interior dos domicílios, destinada a receber o esgoto do sistema 
predial, e conduzir os esgotos à rede coletora. Por se tratar de uma propriedade particular, esse 
elemento goza de uma certa autonomia. Quando se fala de “coleta” de esgoto, significa a retirada 
do mesmo de dentro dos lotes por meio dos ramais prediais. 
O diâmetro mínimo dessa tubulação é de 100 mm e a profundidade mínima depende dos 
esforços e impactos que incidam sobre as canalizações. 
Em áreas nas quais a rede coletora já está pronta, a instalação do coletor predial 
dependerá da profundidade do coletor da rua. Particularmente para os efluentes dos vasos 
sanitários, a declividade usual é de 2,0%. 
Vale frisar que em toda mudança de direção dos coletores prediais deverá ser construída 
uma caixa de inspeção. 
 
Figura 19. Corte esquemático de uma ligação domiciliar ao coletor público de esgoto. 
 
Como observado na figura 19, a ligação predial (ou ligação domiciliar), início da rede 
coletora, é o trecho final do coletor predial de propriedade particular, que o interliga ao coletor 
público e situa-se entre esse e o alinhamento do terreno. Uma caixa de inspeção aí construída 
delimita a responsabilidade de manutenção e reparação do coletor predial e da rede coletora. 
4.1.3 Coletor de esgoto secundário 
São tubulações de pequeno diâmetro (geralmente entre 100 a 150 mm) que recebem os 
esgotos apenas dos domicílios, conduzidos pelos coletores prediais, em qualquer ponto ao longo 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
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29 
de seu comprimento (obs: elas não recebem esgotos de outros coletores). Essas tubulações 
podem ser assentadas no passeio ou na rua. 
4.1.3.1 Coletores secundários de passeio 
Esses coletores, situados nos passeios dos quarteirões, recebem lançamento de esgoto 
apenas de ramais prediais e possuem diâmetro geralmente de 100 mm. 
 
Figura 20. Coletor secundário de passeio. 
Uma vez que estão mais próximos dos domicílios e que não estão submetidos ao tráfego 
intenso de veículos, os coletores são instalados com profundidade relativamente rasa. A 
profundidade mínima geralmente é estabelecida pelas companhias de saneamento 
administradoras locais. No país, os menores valores observados tem sido de 60 cm. A SANEAGO 
recomenda a localização dos coletores no centro do passeio, com profundidade mínima de 90 cm. 
No entanto, quando muito rasos, freqüentemente encontram-se sujeitos ao 
esmagamento devido à passagem dos carros quando entram nas garagens. 
Teoricamente, o passeio é a posição mais indicada para a locação dos coletores 
secundários. No entanto, a existência de outras estruturas (rede de água, por exemplo), passeios 
estreitos, posteamento e arborização desalinhados, junto às guias, poderão inviabilizar tal 
disposição. 
4.1.3.2 Coletor secundário de rua 
Destinam-se a receber os esgotos dos ramais prediais e podem ser dispostos no eixo das 
ruas, no terço esquerdo, no terço direito ou nos dois terços da rua. Em cidades com topografia 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
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30 
acidentada, dependendo da largura da rua, o coletor geralmente é lançado no terço inferior do 
lado da rua onde os lotes são mais baixos. 
4.1.4 Coletor tronco ou principal 
É o coletor de maior extensão de uma mesma bacia de esgotamento; pode haver mais de 
um, conforme o traçado da rede coletora, os demais são chamados coletores secundários ou 
auxiliares (ver figura 18). 
O coletor principal ou coletor tronco recebe esgotos dos coletores prediais e de um ou 
mais coletor secundários, conduzindo-os a um interceptor ou emissário. O diâmetro dessas 
tubulações geralmente é superior ao mínimo estabelecido por norma. 
Algumas bibliografias separam coletores principais de coletores troncos, sendo que o que 
os diferencia é o diâmetro da tubulação. O coletor tronco tem um diâmetro superior ao coletor 
principal. Na Figura 21 encontra-se apresentado o desenho esquemático da rede coletora de 
esgoto do tipo modular, indicando os coletores principal e auxiliar. 
 
Figura 21. Desenho esquemático da rede coletora do tipo modular. 
4.1.5 Órgãos Acessórios de Limpeza 
São estruturas fixas instaladas em pontos singulares da rede coletora destinadas a 
permitir os serviços de inspeção e manutenção das tubulações e, no caso da rede cerâmica, são 
desprovidos de equipamentos mecânicos. Podem ser poços de visita (PV); tubos de inspeção e 
limpeza (TIL); terminais de limpeza (TL) e caixas de passagem (CP). 
Terminal de limpeza (TL): utilizado somente para início de trecho, não sendo 
inspecionável. 
Tubos de inspeção e limpeza (TIL): utilizado nas intersecções de trechos, em substituição 
aos PV, sempre que possível, por ser mais econômico. Também não são inspecionáveis. Em Goiás, 
Apostila sobre Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário 
 
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31 
para o sistema 100% PVC, a SANEAGO recomenda o uso de TIL condominial até profundidades de 
2,5 m e de TIL radial para profundidades entre 2,5 e 4,0 m. 
Poços de visitas (PV): usados para profundidades maiores ou iguais a 4,0 m e para reunião 
de mais de 3 (três) tubulações. 
4.2. Interceptores 
São canalizações de grande porte que recebem esgotos de coletores (geralmente do tipo 
tronco), ao longo de seu comprimento, e são providos, na maioria dos casos, de poços de visita 
(PV). 
Essas canalizações não recebem ligações prediais diretas (ver Figura 18) e “interceptam” o 
fluxo de coletores, com o objetivo de proteger os cursos de água, lagos e praias, evitando 
lançamentos diretos. Desta forma, a definição de interceptor não se vincula ao diâmetro ou ao 
posicionamento dentro da rede coletora, mas apenas à função que desempenha dentro desse 
sistema. 
Quanto à localização, o interceptor é a canalização situada nas partes baixas das bacias 
(fundo de vales), em geral ao longo das margens de coleções de água, a fim de reunir e conduzir 
os efluentes de coletores a um ponto de concentração. 
4.3. Emissário 
São canalizações que recebem esgotos na extremidade de montante e as lançam na 
estação de tratamento de esgoto ou um corpo receptor (rios, lagos, mar, etc.). No caso mais geral, 
trata-se do trecho do interceptor após a última contribuição de coletores de esgoto. O emissário é 
o conduto final de um sistema de esgoto sanitário, com a função de afastar as águas servidas para 
o ponto de lançamento, sem receber contribuições durante seu percurso (ver Figura 18). 
Os emissários geralmente operam como condutos livres, embora existam emissários que 
operem como conduto forçado (emissários submarinos, por exemplo). 
4.4. Sifão invertido 
São canalizações rebaixadas, funcionando sob pressão hidrodinâmica (ver Figura 22), cuja 
finalidade é transpor obstáculos, depressões do terreno ou cursos de água, assim como rodovias, 
ferrovias, etc. Exigem operação e manutenção mais complicadas que as travessias aéreas. 
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Figura 22. Desenhos esquemáticos em corte e planta de sifões invertidos. 
 
4.5. Travessias aéreas 
As travessias permitem transportar o esgotoatravés de obstáculos, sem alterar o regime 
de escoamento, ou seja, é mantido o escoamento por gravidade (ver Figura 23). Causam impacto 
visual e podem impossibilitar navegação. 
 
 
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Figura 23. Desenhos esquemáticos das travessias aéreas. 
 
4.6. Estação elevatória 
É o conjunto de instalações destinadas a transferir os esgotos de uma cota mais baixa 
para outra mais alta. São instalações eletromecânicas destinadas a elevar os esgotos, quando 
necessário, para evitar aprofundamentos excessivos das canalizações (ver Figuras 24 e 25). 
 
Figura 24. Corte de uma Estação Elevatória de Esgoto. 
As estações elevatórias são utilizadas no sistema de esgoto sanitário, em casos como os 
seguintes: 
 na coleta, quando é necessária a elevação do esgoto para permitir a ligação ao coletor de 
esgoto, como nas soleiras baixas, em terrenos com caimento para o fundo do lote ou pisos abaixo 
do greide da rua; 
 na rede coletora, como alternativa ao aprofundamento excessivo e antieconômico dos 
coletores de esgoto; 
 no transporte, por exemplo, nas redes tipo distrital e redes novas em cotas inferiores às da 
rede existente, ou no caso de transposição de bacias, na rede distrital, característica de áreas 
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planas, quando são criados pontos de concentração com elevatórias para a transposição do 
esgoto para um único lançamento (ou ETE); 
 no tratamento ou disposição final para alcançar cotas compatíveis com a implantação da ETE 
ou com os níveis do corpo receptor. 
 
Figura 25. Conjunto Motor-Bomba submerso. 
4.7. Estação de Tratamento de Esgoto – ETE 
É o conjunto de técnicas associadas a unidades de tratamento, equipamentos, órgãos 
auxiliares (canais, caixas, vertedores, tubulações) e sistemas de utilidades (água potável, combate 
a incêndio, distribuição de energia, drenagem pluvial), cuja finalidade é reduzir cargas poluidoras 
do esgoto sanitário e condicionamento da matéria residual resultante do tratamento (ver Figura 
26). 
Nas unidades de tratamento, são utilizadas as diversas operações e processos unitários que 
promovem a separação entre os poluentes em suspensão e dissolvidos e a água a ser 
descarregada no corpo receptor, bem como o condicionamento dos resíduos retidos. 
4.8. Corpo receptor 
É qualquer coleção de água natural ou solo que recebe o lançamento de esgoto em estágio 
final. 
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Figura 26. Estação de tratamento de esgoto. 
 
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5. ESTUDO DE CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO 
5.1. Conceito 
 
Para que seja feita a implantação de um sistema de esgoto sanitário é necessário que seja 
feito seu planejamento, norteado pela NBR-9648 – Estudo de Concepção de Sistemas de Esgoto 
Sanitário. 
A norma define estudo de concepção como “Estudo de arranjos das diferentes partes de 
um sistema, organizadas de modo a formarem um todo integrado e que devem ser qualitativa e 
quantitativamente comparáveis entre si para a escolha da concepção básica, ou seja, da melhor 
opção de arranjo, sob os pontos de vista técnico, econômico, financeiro e social”. A concepção é 
elaborada na fase inicial do projeto. 
 Esse estudo tem a finalidade de: 
 racionalização do projeto e os parâmetros; 
 aumento da produtividade durante a execução (mão-de-obra, materiais, etc.) 
 melhora da qualidade da execução; 
 redução da manutenção corretiva, 
 aumento da segurança ambiental e operacional. 
5.2. Objetivos 
 Identificação e quantificação de todos os fatores intervenientes com o sistema de esgoto 
(rede de água, por exemplo); 
 Diagnóstico do sistema existente, considerando-se a situação atual e futura; 
 Estabelecimento de todos os parâmetros básicos de projeto; 
 Pré-dimensionamento das unidades dos sistemas, para as alternativas selecionadas; 
 Escolha da alternativa mais adequada mediante a comparação técnica, econômica e 
ambiental, entre as alternativas; 
 Estabelecimento das diretrizes gerais de projeto e estimativa da quantidade de serviços que 
devem ser executados na fase de projeto. 
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37 
5.3. Requisitos 
5.3.1 Plantas topográficas confiáveis em escalas compatíveis; 
5.3.2 Características físicas da região em estudo 
 
 Relevo (identificação dos acidentes e influência na concepção do sistema) 
 Informações meteorológicas; 
 Informações geológicas: natureza do subsolo, nível do lençol freático, mapas geológicos, 
relatórios de sondagem e de ensaios do solo, etc., esses dados são importantes para se 
estimar os custos de execução; 
 Informações fluviométricas: vazões de estiagem, níveis de enchentes, etc., quando esses 
dados não são obtidos por estações meteorológicas, recomenda-se visita de campo, para 
conversar com as pessoas mais velhas da região e. a partir dos dados coletados, estimar cotas 
de inundação, por exemplo. 
 Corpos receptores existentes e prováveis: informações fundamentadas para avaliação dos 
efeitos do esgoto e classificação segundo legislação vigente. De acordo com a legislação 
ambiental vigente, deve-se garantir que, no ponto de mistura das águas do rio com o esgoto, 
não seja mudada a classe do rio; desta forma, em rios com maiores vazões torna-se mais fácil 
garantir a diluição dos poluentes presentes no esgoto. 
5.3.3 Dados demográficos disponíveis e sua distribuição espacial 
 Dados censitários, obtidos no IBGE; 
 Catalogação dos estudos populacionais existentes, 
 Pesquisa de campo; 
 Levantamento da evolução do uso do solo e zoneamento da cidade, obtido na prefeitura, 
geralmente através do Plano Diretor da cidade; 
 Análise sócio-econômica do município, bem como o papel deste na região; 
 Plano diretor da cidade, sua real utilização e diretrizes futuras; 
 Projeção da população urbana baseada em métodos matemáticos, comparativos e outros 
(ano a ano); 
 Análise e conclusão das projeções efetuadas; distribuição da população e suas respectivas 
densidades por zonas homogêneas e por sub-bacias de esgotamento. 
5.3.4 Comunicação local e regional 
 Correios e telégrafos; 
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 Telefones 
 Rádio-amadores 
5.3.5 Acessos 
 Estradas de rodagem e de ferro, navegação aérea, fluvial e marítima; 
 Facilidade para transporte dos materiais e dos equipamentos necessários à execução das 
obras 
5.3.6 Mão-de-obra 
 Disponibilidade local e salários praticados; 
 Disponibilidade local de pessoal técnico para operação e manutenção e salários praticados 
5.3.7 Materiais de construção 
 Disponibilidade local e regional (o ideal é a microregião atender a obra) 
 Produção e quantidade dos materiais das indústrias locais, em face das necessidades das 
obras. 
5.3.8 Energia elétrica 
 Disponibilidade e confiabilidade; 
 Tensão, potência, freqüência; 
 Custo da tarifa de consumo, etc. 
A disponibilidade de energia elétrica influencia na concepção e no projeto executivo, uma 
vez que se deve estimar os custos de se levar energia até o local. 
5.3.9 Análise do sistema de esgoto existente 
 
 Descrição do sistema identificando todos os elementos, com análise pormenorizada das 
partes constituintes, baseadas nocadastro e informações existentes; 
 Verificar se a tubulação existente suporta a nova vazão; 
 Área atendida; 
 População esgotável por bacia contribuinte 
 Contribuição per capita; 
 Plantas de detalhes, capacidade das instalações, informações sobre a disposição do esgoto 
nas áreas não servida pelo sistema, etc. 
 
Cadastro: é a planta detalhada, que mostra como a rede projetada foi executada. 
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5.3.10 Administração do sistema de esgoto existente 
 
 Características do concessionário do serviço (organograma e número de funcionários) 
 Condições gerais de operação e manutenção do serviço (problemas de materiais e 
equipamentos de operação e manutenção) 
 Ligações prediais (custo, dificuldades de execução, tipos de ligação, material utilizado e 
evolução do número de ligações nos últimos três anos) 
 Contribuições singulares (valores conhecidos ou estimados) 
 Custo do serviço (pessoal, energia elétrica, materiais para operação, manutenção e 
administração, etc.) 
5.3.11 Avaliação do sistema de abastecimento de água 
 
 Cadastro atualizado 
 Evolução das ligações prediais nos últimos três anos 
 Consumos unitários conhecidos ou estimados 
 População abastecida e sua distribuição espacial 
 Volumes produzidos e efetivamente consumidos 
 Avaliação de perdas 
 Planta com indicação da área abastecida 
5.3.12 Cadastro atualizado dos sistemas de drenagem de águas pluviais, de 
pavimentação, de telefone, de energia elétrica, entre outros 
5.3.13 A disposição dos resíduos sólidos urbanos 
5.3.14 Uso da terra 
 Plano diretor e projetos de urbanização aprovados; 
 Evolução dos loteamentos; 
 Tipo de ocupação prevista (residencial, industrial, comercial, pública e institucional); 
 Evolução nos últimos três anos de licenciamento de construções. 
5.3.15 Legislação 
 Disposições legais em vigor na região, que possam afetar a concepção do sistema; 
 Normas vigentes em relação à passagem das canalizações nas vias de tráfego. 
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5.4. Atividades 
 
 Obtenção dos elementos citados no item requisitos, indicando as fontes; 
 Delimitação da área para qual deve ser planejado o sistema; 
 Fixação do alcance do plano e do ano de início de operação do sistema; 
 Estimativa das populações a considerar no estudo de concepção; 
 Delimitação das bacias de esgotamento contidas na área de planejamento; 
 Fixação preliminar das características dos esgotos; avaliação e caracterização das cargas 
poluidoras atuais e futuras, em função da tendência de ocupação do solo; verificação da 
necessidade de tratamento prévio do esgoto industrial antes do lançamento à rede coletora; 
 Estabelecimento das concepções sanitariamente comparáveis para encaminhamento do 
esgoto da região em estudo aos corpos receptores; 
 Avaliação, ano a ano, das vazões a considerar no estudo das concepções; verificação do 
regime de lançamento do esgoto industrial e de contribuições singulares; 
 Verificação da possibilidade de aproveitamento das instalações existentes; 
 Pré-dimensionamento dos componentes das concepções; 
 Fixação dos critérios para estimativa dos valores de investimento; 
 Fixação dos critérios para estimativa de custos de operação, manutenção e reparação, e de 
custo de energia elétrica para as concepções; 
 Estabelecimento das etapas de implantação; 
 Estimativa dos valores de investimento e de despesas de exploração de cada uma das 
concepções em estudo; 
 Descrição da concepção básica, localizando seus componentes em plantas topográficas. 
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6. PARÂMETROS DE PROJETO 
 
6.1 População da área a ser esgotada 
 
É o principal parâmetro para o cálculo das vazões de esgoto doméstico. 
Uma vez que o sistema de coleta de esgoto deverá atender a um determinado horizonte 
de projeto, faz-se necessária a projeção da população da área a ser esgotada para calcular a vazão 
de final de plano. Para tal, utilizam-se diferentes métodos de projeção, tomando-se como base, 
em geral, os dados censitários do IBGE, relativos aos últimos quatro censos. Vale frisar que a 
compatibilização das diversas projeções é de grande valia. 
Embora os métodos de projeção de população sejam importante ferramenta para o 
projeto dos sistemas de coleta de esgoto, a imprecisão dos mesmos é um fator que deve ser 
considerado durante esses estudos. Geralmente, quanto menor a área em estudo e maior o 
horizonte de projeto, maior o erro envolvido. Uma das metodologias apresentadas na literatura 
especializada é a proposta por Martins (1993) apud Sobrinho; Tsutiya (1999). 
Diversos métodos de previsão de população são aplicáveis para o estudo demográfico, 
destacando-se o método dos componentes demográficos, os métodos matemáticos (mínimos 
múltiplos quadrados e curva logística, por exemplo) e os métodos de extrapolação gráfica 
(prolongamento manual e comparação gráfica, por exemplo). 
 A evolução do crescimento populacional deve ser avaliada de forma complementar e 
harmônica ao estudo de uso e ocupação do solo, considerando o município como um todo. A 
pesquisa de campo, para definir os parâmetros urbanísticos e demográficos da ocupação atual, é 
um procedimento de grande valia durante esses estudos. O Plano Diretor do Município é um 
importante documento para consulta. 
 Além das populações totais da área de projeto, interessa também o conhecimento de sua 
distribuição no solo urbano, que deve ser dividido em áreas de ocupação homogênea, 
determinando-se para elas as respectivas densidades populacionais (hab/ha), também para o 
início e final de plano. 
 No projeto da rede coletora propriamente dita (tubulações secundárias e principais), 
utiliza-se a população de saturação da área parcelada a ser esgotada. A população de saturação é 
obtida por meio da multiplicação do número de lotes pelo número de médio de moradores por 
domicílio, obtido do IBGE. 
Avell B155 MAX
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Avell B155 MAX
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6.2 Coeficiente per capita “efetivo” de água (qm) – (L/hab.dia) 
 
Esse parâmetro representa a quantidade de água tratada efetivamente distribuída à 
população, ou seja, livre da parcela relativa às perdas no sistema de abastecimento de água. 
O consumo per capita de água é um parâmetro bastante variável entre diferentes 
localidades, dependendo de diversos fatores, de forma que seu valor deve ser preferencialmente, 
obtido junto à Concessionária de Água e Esgoto local ou adotado das normas específicas da ABNT. 
6.3 Coeficientes de variação de vazão (k1, k2 e k3) 
 
A vazão de esgoto doméstico varia ao longo das horas do dia, dos meses e das estações do 
ano, e depende de muitos fatores. Para o projeto de esgoto sanitário, são importantes os 
seguintes coeficientes de variação de vazão: 
 k1 = coeficiente de máxima vazão diária; 
 k2 = coeficiente de máxima vazão horária; 
 k3 = coeficiente de mínima vazão horária. 
Vale frisar que esses valores devem ser obtidos, preferencialmente, na Concessionária de 
Água e Esgoto local. No entanto, na falta dos mesmos, a NBR 9.649/86 da ABNT recomenda o uso 
de k1 = 1,2; k2 = 1,5; e k3 = 0,5. 
As figuras 27 e 28 ilustram as curvas de variação do consumo diário e horário de água, 
indicando o conceito dos coeficientes k1 e k2, respectivamente. 
 
Figura 27. Variação do consumo

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