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PEDIATRIA TOXICOLOGIA AULA 02 ANIMAIS PEÇONHENTOS

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Maria Beatriz Machado 
PEDIATRIA – TOXICOLOGIA – AULA 02 – ANIMAIS PEÇONHENTOS 
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS 
 Injetam veneno: 
 Serpentes 
 Aranhas 
 Escorpiões 
 Abelhas 
1. SERPENTES 
 As serpentes conseguem ter uma impulsão de ataque da distancia de 1/3 do seu corpo 
 Jararaca (bothrops) 
 Cascavel (crotalus) 
 Pico de jaca/surucucu (lachesis) 
 Coral (micrurus) 
1.1. JARARACA (BOTHROPS) 
 Prefere regiões úmidas. 
 Possuem hábitos noturnos e são mais agressivas 
1.1.1. MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO BOTRÓPICO 
 Ação proteolítica: Processo inflamatório 
 Ação coagulante: Atividade sobre os fatores X, protrombina e consumo de fibrinogênio 
 Ação hemorrágica: Hemorraginas 
1.1.2. QUADRO CLÍNICO 
 Vai haver sangramento e edema na ferida. 
 Para classificar a extensão do edema causado pela jararaca: 
 Se o edema está em somente no pé: Edema leve 
 Se o edema chega até a canela: Edema moderado 
 Se o edema atinge a coxa toda: Edema grave 
1.1.3. EXAMES LABORATORIAIS 
 Tempo de sangramento 
 Tempo de coagulação  Tempo de coagulação geralmente estará aumentado. 
 Hemograma 
 Função renal 
1.1.4. TRATAMENTO 
 Soro antiofídico específico  Soro Antibotrópico EV 
 Leve: 4 ampolas 
 Moderado: 8 ampolas 
 Grave: 12 ampolas 
 OBS: Damos para adultos e crianças a mesma dose porque estamos agindo contra a injeção do veneno, não em 
relação ao tamanho da criança. 
Maria Beatriz Machado 
1.1.5. COMPLICAÇÕES 
 Bolhas: Não podemos fazer antibioticoterapia profilática, só pode fazer se tiver infecção. 
 Gangrena: Pessoas que chegam com torniquete são casos mais graves, porque o veneno é proteolítico e local, e 
quando faz o torniquete acaba concentrando esse veneno. 
 Provavelmente o paciente vai perder o membro garroteado. Ainda, quando o paciente chega com um torniquete, 
não podemos cortá-lo de uma vez, porque o paciente pode chocar. Devemos ir soltando devagar para soltar o 
veneno devagar. 
 Abscesso 
 Síndrome compartimental: Edema começa a pressionar vasos e nervos 
 Déficit funcional 
 Insuficiência renal aguda 
 Choque 
 Hemorragia digestiva alta 
 Hemorragia do sistema nervoso central 
1.2. PICOS DE JACA/SURUCUCU (LACHESIS) 
 Distribuição geográfica: Geralmente fica em locais de mata densa fechada (como a floresta Amazônica). 
 OBS: Se for picado em beira de rio, provavelmente não será a surucucu. 
1.2.1. QUADRO CLÍNICO DO ACIDENTE LAQUÉTICO 
 OBS: O quadro clínico é igual o da jararaca. 
 Edema importante com gangrena (muitas vezes perde o membro). 
 Bradicardia 
 Hipotensão 
 Diarreia 
 Vômitos 
 Hemorragia 
1.2.2. TRATAMENTO 
 Com soro especifico: Soro antilaquético endovenoso 
 Na Amazônia (surucucu): Soro antibotrópico-laquético  Porque como o quadro clínico é muito semelhante, pode ser 
uma cobra ou a outra, então eles já usam os dois soros. 
1.3. CASCAVEL (CROTALUS) 
 Identificação: Fosseta loreal e chocalho (guizo) 
 Encontram-se nas regiões de campo do centro-sul, nordeste e Amazônia  Essa cobra prefere locais secos. 
 Nunca são encontradas no interior de florestas 
1.3.1. AÇÃO DO VENENO CROTÁLICO 
 Neurotóxica: Fração crotoxina 
 Miotóxica: Rabdomiólise  Destruição da musculatura estriada. 
 Coagulante 
 OBS: Se tem o quadro neurológico, não tem edema muito importante, não possui botão hemorrágico e dor local 
muito intensa = CASCAVEL 
 
Maria Beatriz Machado 
1.3.2. QUADRO CLÍNICO 
 Fácies miastênica ou neurotóxica ou de Rosenfeld: Para abrir os olhos a pessoa franze a testa. Fica com ptose 
bipalpebral e diplopia. 
 Mialgia: Fica com uma dor no corpo generalizada 
 Urina vermelha: Fica até cor de coca-cola 
 OBS: Esse paciente terá MIOGLOBINÚRIA (NÃO é hemoglobinúria!) devido a destruição muscular. 
1.3.3. COMPLICAÇÕES 
 Insuficiência respiratória 
 Insuficiência renal 
1.3.4. EXAMES LABORATORIAIS 
 Creatinoquinase: CK  Aumenta demais pela destruição muscular 
 Desidrogenase lática: LDH  Aumenta demais pela destruição muscular 
 Transaminase – TGO e TGP 
 Ureia, creatinina, potássio 
 Tempo de coagulação 
 OBS: Se ainda estivermos em dúvida se é jararaca ou cascavel, devemos observar a CK e LDH, porque na picada por 
cascavel esses dois parâmetros ficam tão elevados, que muitas vezes a máquina nem consegue ler o resultado do 
exame. 
1.3.5. TRATAMENTO 
 Geral: Hidratação + diurético (devido a atração do veneno pelo rim) 
 Tratamento com soro anticrotálico endovenoso: 
 Leve: 5 ampolas 
 Moderada: 10 ampolas 
 Grave: 20 ampolas 
 OBS: Esse soro pode causar choque anafilático, por isso sempre devemos estar perto com material de intubação e 
adrenalina. 
1.4. CORAL-VERDADEIRA (MICRURUS) 
 As serpentes corais verdadeiras existem em todo o Brasil e em qualquer terreno 
1.4.1. QUADRO CLÍNICO 
 OBS: O quadro clínico é parecido com o da jararaca. 
 Ptose palpebral 
 Diplopia 
 Face de Rosenfelt 
 Disfagia 
 Insuficiência respiratória: Esse é o critério que diferencia da jararaca, porque aqui ocorre uma insuficiência 
respiratória MUITO rápida. 
1.4.2. TRATAMENTO 
 Observamos a gravidade do paciente picado por cascavel pelo grau de sintomas: 
 Urina escurecida: Leve 
 Urina bem marrom: Moderado 
 Anúria: Grave 
Maria Beatriz Machado 
 O tratamento com soro antielapídico endovenoso deve ser o mais rápido possível: Dentro das primeiras 4 horas (pode 
ter evolução fatal em 2 horas)  Para não causar tantas sequelas. 
 Entretanto, havendo sintomas de envenenamento, o tratamento deve ser feito, seja qual for o tempo transcorrido 
desde o acidente. 
 Primeiros socorros: Lavar com água e sabão e levar para receber o soro. 
 OBS: Quando a pessoa chegar ao hospital, lembrar que a picada de cobra tem bactérias gram positivas e gram 
negativas, anaeróbicas e bacilos de tétano  Deve fazer profilaxia de tétano. 
2. ARANHAS 
 Quando os pacientes são picados por aranhas e chegam ao hospital, eles geralmente trazem a aranha “amassada”, ou 
não trazem. 
 Para fazer diagnóstico de qual tipo de aranha foi a picada, devemos fazer a seguinte pergunta: “Quando a aranha 
picou, doeu na hora ou doeu muito depois?” 
 Se tiver doído na hora, devemos pensar na aranha armadeira  É uma dor muito intensa 
 Se tiver doído horas depois, devemos pensar na aranha marrom 
2.1. ARANHA-MARROM (LOXOSCELES) 
 Clínica: 
 Dor local 12 horas após a picada 
 Lesão cutânea: Úlcera com área necrótica. 
 Edema 
 Mal-estar geral 
 Náuseas 
 Febre 
 Pode levar a gangrena e necrose 
 Tratamento: Soro antiloxoscélico 
2.2. ARMADEIRA – PHONEUTRIA 
 Essa aranha possui uma visão 360 graus, e consegue pular até 30 cm. 
 Tratamento: 
 Esse paciente deve receber injeção de xilocaína sem vasoconstrictor (3ml) para retirar a dor violenta  Podemos 
fazer até três injeções com intervalo de 30 minutos entre elas. 
 Caso a dor não se resolva, podemos utilizar morfina. 
 Depois que retira da dor, devemos avaliar os demais sintomas. 
 Leve: Dor local ou irradiada 
 Moderada: Dor intensa, sudorese, vômitos  2 a 4 ampolas de soro endovenoso 
 Grave: Convulsões, coma, choque, edema agudo  5 a 10 ampolas de soro endovenoso 
3. ESCORPIONISMO 
3.1. TITYUS SERRULATUS 
 Amarelo  Pode ser preto também. 
 Serrilha  Quando esse escorpião pica, ele faz espículas pequenas, chamadas de serrilhas. 
 Possui titiotoxina muito potente. 
 Os demais escorpiões desse gênero não possuem a serrilha. 
Maria Beatriz Machado 
 Tratamento: 
 Retirar a dor com xilocaína sem vasoconstritor 
 Em 90% dos casos temos dor imediatae parestesia: Devemos dar analgésicos, anestesia local e fazer observação 
por 6 horas. 
 Moderado: Começa a ter náusea, vômito, sialorreia, taquipneia, taquicardia, ansiedade, sonolência  2 ampolas 
de soro antiescorpiônico 
 Grave: Sudorese profusa, hipotermia, agitação psicomotora, convulsão, edema agudo de pulmão, priapismo, 
choque, coma  4 a 5 ampolas 
 OBS: 
 Crianças até 3 anos oligossintomáticas: Tratar somente com soro 
 Criança até 12 anos: Internação para retirar dor , e observar 12 a 24h 
 Acima de 60 anos: Internação e observação 
 Jovens previamente hígidos: Observação por 6 horas. 
4. ABELHAS E VESPAS 
 Picam e injetam uma bolsa de veneno  Se apertarmos para retirar o ferrão, estouramos a bolsa e injetamos o 
veneno. 
 A remoção dos ferrões deve ser feita sem comprimir o ferrão. 
 Controle da dor: Nifepidina 
 Combater a reação alérgica e fazer medidas gerais de suporte 
 Pode causar insuficiência renal aguda e insuficiência respiratória  Podem causar choque anafilático

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