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PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO INTRODUÇÃO: - Uma lesão em uma área que tem corpo de neurônio são lesões permanentes. - Os prolongamentos – axônios e dendritos – são áreas recuperáveis da célula, pois uma célula consegue reparar uma área de uma fibra. - Neurônios: células que fazem a condução do impulso, que fazem o comando da ação. - Cada célula da neuroglia tem uma ação. FUNÇÃO: Sustentação Nutrição Revestimento Isolamento Defesa - Calota craniana – aracnóide – espaço subaracnóideo – e a pia-máter em contato direto com o encéfalo. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES: • É um sistema complexo – multifuncional. - A localização da lesão é importante para diferenciar quais os tipos de conseqüências. • Alguns princípios: 1. Doenças em duas categorias: ▪ Processos patológicos: (traumas, infecções, neoplasias). ▪ Doenças particulares: (mielina, degenerações). - A doença do SNC se pensa em duas categorias, ele tem doenças próprias, ligadas as suas estruturas especificas, são particulares. E também têm as gerais, patologias inespecíficas que podem acontecer em qualquer sistema. - As vezes no sistema nervoso temos uma dificuldade histológica. É importante ter um curso clinico detalhadado, deste a entrevista com o tutor, exame físico, evolução, condução do caso. - É um sistema de difícil de diagnostico pelo patologista, pois entra em autólise muito rápido. E os sintomas as vezes não são muito específicos, que não se relacionam diretamente com a doença. 2. Vulnerável a lesões focais – defesa do sistema não é uniforme, têm áreas que são mais vulneráveis – ele é vulnerável a lesões focais. 3. Localização x função (mesma lesão com sintomas diferentes)- a localização da lesão é mais importante, do que esta causando a lesão, quanto a conseqüência. Primeira pergunta: aonde? Localizar a lesão – importante para condução do caso. 4. Vulnerabilidade seletiva – barreira hematoencefalica e vulnerabilidade do neurônio. O neurônio é mais sensível a falta de sangue do que de oxigênio. Por exemplo, um animal com hemorragia perde mais neurônios do que um com parada respiratória, pois a isquemia neuronal é letal ao neurônio. 5. Aspectos anatômicos afetam a natureza, disseminação, apresentação e o tratamento: - Alguns aspectos anatômicos às vezes são positivos, e as vezes negativos: - barreira hematoencefálica: quando os vasos entram no SNC a rede capilar tem uma proteção externa. As junções das células são muito fechadas, dificultando as passagens. Tem os astrocitos importantes para a nutrição do neurônio, mas eles são uma barreira também. Existe ainda uma membrana basal que é outra barreira. Função de proteger o sistema. É benéfico, porém às vezes não, por exemplo, quando precisa administrar um medicamento que devera atingir determinada parte desse sistema e o medicamento não atravessa a barreira. - SN imunologicamente privilegiado: forma de defesa local muito especifica. - espaço subaracnóideo com líquido: liquido banha o compartimento todo – liquor. A pressão desse liquido é distribuída por todo SN. E também dissemina rapidamente uma contaminação. - volume limitado do conteúdo intracraniano: é um compartimento que não se expande que esta dentro de uma caixa óssea, qualquer expansão da massa causa compressão = falta de perfusão. COMPLICAÇÕES COMUNS: conseqüências de patologias nesse sistema. 1- PRESSÃO INTRACRANIANA AUMENTADA E HERNIAÇÃO DO CÉREBRO: -Elevação da pressão média do líquido cefalorraquidiano. -Ocorre quando o conteúdo intracraniano aumenta além da permissão. -Sinais: cefaléia, lentidão mental, confusão, edema de papila. -Conseqüências: → Compressão → Hemorragia → Hérnias do encéfalo (infarto cerebral) - Pode ter a pressão interna aumentada por dois motivos: ou expande a massa ou expande o liquido, criando um sistema hipertenso. Pois a calota não permite expansão. Essa hipertensão vai causar compressão dos vasos, não vai haver perfusão, isquemia e infarto cerebral. As vezes ocorre uma herniação do cérebro – uma parte da massa desce para o canal, nesse caso, os vasos sofrem isquemia – região do bulbo e ponto – centro da respiração – morte súbita. Também pode ocorrer de forma iatrogênica na punção. 2- EDEMA CEREBRAL: -Aumento no teor aquoso do SNC. -Citotóxico ou vasogênico (abscessos, hemorragias, massas - tumor, infecções, traumas) – que levam a uma expansão. -Hidrocefalia obstrutiva (líquido cruza o revestimento ventricular e se acumula na substância branca. - Edema cerebral = massa em edema, o acúmulo de liquido dentro dessa massa. 3- HIDROCEFALIA: -Distensão dos ventrículos com aumento do LCR -LCR é produzido no: plexo coróide → Ventrículos → Forâmen de Monro → Aqueduto de Sylvius → Quarto ventrículo → Foramens cerebelares → Espaço subaracnóideo (reabsorvido pelas vilosidades). -Hidrocefalia -superprodução -diminuição da absorção: -comunicante -não comunicante ou obstrutiva: as vezes chamada de edema, pois o liquido acumula dentro do cérebro. - O liquor é produzido dentro do cérebro, tem um trajeto e o ponto final dele é o espaço subaracnóideo e é reabsorvido pelas vilosidades dessa meninge. Ele tem produção e drenagem constante. - Outra forma de hipertensão intracraniana é o aumento do liquor – as situações que esse liquido pode aumentar de volume – quando é superproduzido ou não é drenado. Falta de drenagem pode acontecer porque o liquor não chega nas vilosidades ou ele chega nas vilosidades da aracnóide, mas ela é doente e não sabe absorver. Quando é dificuldade de drenagem, se classifica em comunicante ou não comunicante. Comunicante é quando o liquido é produzido, chega na aracnóide mas ela não sabe absorver. Não comunicante, ele é produzido e antes dele chegar na aracnóide há uma obstrução no caminho, o liquor não comunica com a aracnóide. Liquido se acumula dentro da massa, havendo expansão, se assemelha a um edema cerebral. INFECÇÕES: -LCF: meio de cultura adequado. -Via de rápida disseminação -Nutrição arterial e drenagem venosa passam pelo espaço subaracnóideo. -4 vias: -corrente sangüínea (bacterianas fúngicas e virais). -implante direto: traumática, Punção lombar, Corpos estranhos infectados. -propagação local (seios aéreos colonizados) – seios paranasais tem ligação intima com as meninges, uma sinusite pode evoluir para uma meningite, posteriormente uma encefalite. Também pode ser por otites, infecções de dente etc. -a partir do Sistema Nervoso Periférico (virais) – migração neuronal, através das fibras nervosas. Como por exemplo, o vírus da raiva. -MENINGITES (meninges) -ENCEFALITES (parênquima cerebral) -MENINGOENCEFALITES - Considerações: observar por onde chegam estes agentes – podem vir da corrente sanguínea e para atingir encéfalo tem que ser capaz de atravessar a barreira hematoencefalica, pode vir por implante direto – trauma, corpo estranho penetrante, obj perfurocortante, procedimentos de intervenções por anestesia ou coleta de material para diagnóstico. MENINGITES Inflamação limitada às meninges e ao espaço subaracnóideo. Existem as meningites químicas e infecciosas. - As químicas são mais raras que as infecciosas. - O diagnostico de meningite: o animal apresenta cefaléia, vômitos, alterações neurológicas, convulsão. Deve se fazer o exame laboratorial com a punção do liquor para saber a diferenciação entre uma meningite bacteriana e uma viral. Químicas: -liberação ou inserção de substâncias irritativas (metotrexato, procaína).Infecciosas: 1. Meningite piogênica aguda: -geralmente bacteriana -LCR turvo ou purulento -pressão aumentada – pela inflamação aguda, edema, deve monitorar para fazer a punção – observar edema da papila do nervo óptico. -elevação de PMN – citologia do liquor – células de defesa destinadas as bactérias. -elevado teor de proteína e redução de açúcar – aumenta a proteína pois ela esta saindo junto com o exsudato – alteração de permeabilidade vascular, e redução do teor de açúcar pois ele é substrato das bactérias – utilizado de alimento para proliferação. -presença de bactérias (direto ou cultura). 2. Meningite linfocítica aguda: - Chamada de linfocítica pois o linfócito é a célula de defesa determinada ao combate viral. -viral -sinais e sintomas semelhantes à bacteriana – se faz a diferenciação pelo líquor. -evolução menos fulminante -achados liquóricos diferentes; → Pleocitose linfocítica – vai encontrar vários tipos de linfócitos dentro do esfregaço, mostrando grande diferença- predomina MN. → Moderada elevação de proteínas – menos agressão que a bacteriana, tem menos exsudação e saída de proteínas. → Teor de açúcar normal – vírus não consome açúcar. -autolimitadas – se faz o tratamento suporte. -tratamento sintomático – tratar intercorrencias. - O que dá diferencial é a citologia, tipo de célula no esfregaço e o teor de açúcar. - Seqüelas: depende – da área afetada, onde o vírus se instalou. 3. Meningite crônica: - Agentes que cronicamente se instalam em um organismo. Agentes de infecção lenta, não se livram, apenas controlam, em momentos de baixa imunidade elas se manifestam. -Mycobacterium tuberculosis -Brucella sp -tipo lento de infecção -não há padrão definido do LCR -complicações devido à reação inflamatória crônica ENCEFALITES - Sintomatologias inespecíficas, com padronização de sintomas, depende da área afetada. Infecções bacterianas: -conseqüência de meningite -infecção direta como na tuberculose Abscesso cerebral: -implantação direta por trauma. -propagação (seios). -disseminação hematogênica (pulmão, ossos, coração) -sinais de comprometimento encefálico. -morte por hérnias, aumento da pressão intracraniana, trombose ventricular. Doenças Virais: -nas fases iniciais há reação no LCR. -geralmente precedida de colonização em outro local -raiva é exceção-inoculação direta nos nervos periféricos. -LCR incolor, pressão ligeiramente aumentada, -conseqüências: depende da área afetada. DOENÇAS VASCULARES: - Se tiver um animal com um AVC – pode ser a ruptura de um vaso, um acidente vascular hemorrágico ou um acidente vascular isquêmico – trombose/obstrução – ambos vão causar morte celular, o isquêmico pela falta de oxigênio – rompe o fluxo e morre uma parte do cérebro. E o hemorrágico destrói pela pressão na artéria. Independente se for isquêmico ou hemorrágico, quando olha a área afetada observa-se uma área de necrose liquefativa e forma uma cavitação. 1-HIPÓXIA ISQUEMIA E INFARTO Neurônios: resistentes à hipóxia e vulneráveis à isquemia. Isquemia: ▪ Necrose celular individual. ▪ Necrose parenquimatosa (áreas de infarto) Termos: encefalopatia isquêmica-redução generalizada da perfusão, com lesão isquêmica ampla (profunda hipotensão)- neste caso vamos pensar em um animal que esta sangrando – baixa perfusão – hemorragia, queda da pressão, insuficiência cardíaca. Infarto cerebral-necrose focal (tromboembolismo)- necrose é sempre liquefativa – toda vez que pensamos em infarto cerebral vamos pensar em um ponto de obstrução de uma área especifica. Sintomas: torpor e coma (lesões maiores). - Hipóxia falta oxigênio, não necessariamente falta sangue – o animal para de respirar mas o coração continua batendo. Ele esta perfundindo, mas não esta ventilando. Um animal que o coração para quando tem um choque hemorrágico, baixa volemia, ele tem isquemia, hipoxia por causa do suprimento. E infarto é área morta. O cérebro é mais resistente a hipóxia do que a isquemia. 2-HEMORRAGIA INTRACRANIANA -ruptura ou diátese hemorrágica. -localização: ▪ Hemorragia cerebral: dentro do parênquima ▪ (decorrente de hipertensão) ▪ Hemorragia subaracnóidea: decorrente de aneurisma roto (atraumática). ▪ Hemorragia epidural e subdural: associada a traumatismo. ▪ Tipos mistos: produzidas por anomalias vasculares. TRAUMATISMOS 1. Fraturas de crânio 2. Lesões de meninges: - hematoma epidural (entre o crânio e a dura-máter): → Decorrente de fraturas → Sangramento arterial → Emergência cirúrgica (hérnias, compressão bulbar) -hematoma subdural (entre a dura e a aracnóide): → Decorrente de trauma contundente sem fraturas → Sintomas mais demorados (flutuação do nível de consciência) → Tratamento cirúrgico ❖ - Ruptura de uma grande artéria, aneurisma cerebral ou uma alteração de coagulação pode causar uma hemorragia cerebral. Um trauma pode causar hemorragia cerebral. Lembrar que pela disposição da meninge, tem a velocidade no qual as hemorragias acontecem. ❖ Hemorragia epidural, tem espaço para sangrar e forma um hematoma – compressão – demonstra abruptamente o grau de agressão. Subdural aos poucos causa hematoma – hemorragia sorrateira.
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