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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO – CTC Amanda Carla da Cunha ENSAIO DE IMPACTO E ENSAIO KIC Florianópolis, 2018 RESUMO Este trabalho tem o objetivo de descrever o ensaio KIC e o ensaio de impacto, com a finalidade de comparar os mesmos, apontando as suas vantagens e desvantagens. Florianópolis, 2018 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO………………………………………………………...4 1.1. ENSAIO DE IMPACTO………………………………………….4 1.1.2. TESTE DE CHARPY……………………………………….4 1.2. ENSAIO K IC……………………………………………………....5 1.2.1. PROCEDIMENTOS………………………………………...6 2. ENSAIO DE IMPACTO vs ENSAIO KIC……………………………...8 3. CONCLUSÃO…………………………………………………………..9 Florianópolis, 2018 1. INTRODUÇÃO 1.1. Ensaio de impacto O ensaio de impacto é um teste dinâmico e muito usado no estudo das fraturas frágeis. Tem como principal aplicação o teste em materiais utilizados em baixa temperatura e análise da tendência de um metal se comportar de maneira frágil [1]. No ensaio de impacto, o corpo de prova é submetido a um choque por meio de um martelo pendular (figura 1). Dessa forma, após a colisão, calcula-se a energia que o corpo absorve , para que ocorra a deformação e rompimento, por meio da diferença de altura do martelo antes e depois de atingir o corpo de prova e multiplicada pelo peso do martelo, de acordo com Souza. Em geral, nos ensaios de impacto os corpos de prova possuem um entalhe, com o objetivo de concentrar tensões, localizando a ruptura. Porém vale ressaltar que, uma vez que esse entalhe facilita a ruptura, este ensaio torna-se limitado em termos significativos, tendo como principal utilidade a comparação dos materiais ensaiados. 1.1.2. Teste de Charpy O teste de impacto do tipo Charpy os corpos de prova possuem entalhes na face oposta a que será atingida pelo martelo. Existem três tipos de entalhe para essa configuração do teste de impacto: o entalhe de tipo A, que se trata de um entalhe triangular com 2 mm de profundidade e ângulo de 45°, o entalhe de tipo B (keyhole), com forma circular, com 5 mm de profundidade e o entalhe do tipo C, com forma de semicírculo com 5 mm de profundidade.(figura 2). Os corpos de prova, independentemente do entalhe possuem 10 mm de altura, 10 mm de espessura e 55 mm de comprimento. Florianópolis, 2018 Além disso, no ensaio de Charpy, os corpos de prova são bi-apoiados nos suportes, ao contrário da configuração Izod, que a peça é presa apenas de um lado, como mostra na figura 1. Esse ensaio tem como vantagem ser simples e com corpos de provas pequenos e baratos, podendo servir de forma eficiente como forma de controle de qualidade. 1.2. Ensaio KIC O ensaio KIc, é também conhecido como ensaio de tenacidade à fratura, que por definição, segundo Callister, é uma propriedade que mede a resistência de um material até obter uma fratura frágil quando tiver uma trinca presente. Através da trinca que ocorre o fenômeno de concentração de tensões, denominado de Kt, que se define quando aplicada uma tensão em um corpo, mesmo sua magnitude sendo menor que a tenacidade teórica do material, e este corpo possuir uma trinca semelhante a uma elipse que atravessa uma placa e a sua orientação é perpendicular à direção da tensão aplicada, essa tensão poderá elevar a magnitude na ponta da fenda [2]. A tensão máxima na extremidade da trinca pode ser definida aproximadamente pela expressão: σm= 2σ0 ( / ρt)1/2 (1)a Onde: σ0 = magnitude da tensão de tração nominal aplicada; ρt = raio de curvatura da extremidade da trinca; = comprimento de uma trinca superficial ou metade do comprimento dea uma trinca interna; Já o fator de concentração de tensões (Kt) é definido pela expressão: Kt = σm / σ0 = 2 ( / ρt)½ (2)a Florianópolis, 2018 Ocorrerá fratura quando, a partir de uma trinca já existente, as tensões aplicadas na extremidade da trinca ultrapassarem os valores críticos. Este valor crítico do grau de intensidade da tensão é a chamada tenacidade à fratura, representada por K Ic, definida pela expressão: KIc = Yσ (3)a √π Onde: Y = parâmetro adimensional que depende das geometrias da fenda e do corpo em questão; σ = tensão aplicada na trinca; = comprimento de uma trinca superficial ou metade do comprimento dea uma trinca interna; A tenacidade à fratura, em um contexto geral, tem o objetivo de prevenir contra falhas catastróficas. Materiais frágeis possuem baixos valores de KIc, o que significa dizer que eles são mais propensos a sofrer estas falhas. Oposto a isso, os materiais dúcteis possuem maiores valores de K Ic, já que antes de fraturar ocorre uma deformação plástica, dando um aviso prévio, evitando falhas catastróficas. 1.2.1 Procedimentos No ensaio K Ic o material, que possui uma trinca pré existente por fadiga, sofre um carregamento (flexão ou tração) para obter um crescimento estável ou instável da trinca. No crescimento instável, tem-se um único ponto que representa a tenacidade à fratura do material, determinada na instabilidade. Já no crescimento estável tem-se uma curva contínua de variação da tenacidade com a extensão da trinca. Os corpos de prova mais utilizados são os SE(B) (figura 3) e o C(T) (figura 4), o primeiro é solicitado por flexão em três pontos, já o segundo é solicitado por Florianópolis, 2018 tração. A preparação dos corpos de prova se inicia com a obtenção de uma trinca por fadiga. “De acordo com a norma ASTM E399, recomenda-se que o valor máximo do fator de intensificação de tensão não deve ultrapassar 80% do valor estimado para KIc durante o início da propagação da trinca. Quando a trinca atingir 97,5% do seu comprimento final a máxima carga de fadiga deverá ser reduzida. O valor final de Kmáx não deve exceder 60% do valor estimado para KIc.” [3] A carga máxima e a carga mínima de fadiga podem ser selecionadas em função da razão de carga, desde que atenda a seguinte relação: (4),− 1 ≤ R = P minP máx = K(f )min K(f )máx < 0 1 Onde: = razão de carga;R = carga mínima de fadiga;minP = carga máxima de fadiga;máxP = fator de intensidade de tensão mínimo;(f )minK = fator de intensidade de tensão máximo;(f )máxK A partir disso determinamos a carga PQ,correspondente ao acréscimo de 2% da trinca. Com o gráfico (figura 5), traça-se uma secante partindo da origem com inclinação de 5% em relação à inclinação da curva carga-deslocamento. Após isto analisamos as cargas, se todas as cargas antes da interseção forem menores que PS, logo PQ = PS. Entretanto, se existirem cargas maiores antes da interseção, logo PQ = Pmáx, de acordo com o prof. Dr. Geraldo Lúcio de Faria [4]. A partir da carga P Q determina-se KQ (valor condicional para tenacidade) com as seguintes expressões: ● Corpo de prova de Flexão: (5)(i) (a /W ) K = [ P iS(BB ) W N 1/2 1/2 ] f i ● Corpo de prova de Tração: (6)K(i) f (a /W ) = P i (BB W ) N 1/2 i Para KQ ser considerado igual a KIc deve-se atender os seguintes requisitos: Florianópolis, 2018 (7), , P máx , .P B a ≥ 2 5( σ ysKQ) 2 ≤ 1 1 Q “O valor da tenacidade à fratura em deformação plana significa a resistência à propagação de trinca em condições severas de triaxialidade de tensões com níveis de crescimento de trinca de 2%, para o caso de pequenas deformações plásticas.” - - Prof. Dr. Geraldo Lúcio de Faria. 2. ENSAIO DE IMPACTO vs ENSAIO KIc Os ensaios de impacto e KIc têm o objetivo de determinar as propriedades à fratura dos materiais. O ensaio KIc é utilizado para fins de projeto por serem de natureza quantitativas. Já o ensaio de impacto se restringem a comparação dos materiais ensaiados nas mesmas condições, sendo assim, possuem uma natureza qualitativa. O ensaio K Ic é mais caro comparado ao ensaio de impacto, devido aos seu equipamentos e aos seu corpos de provas mais complexos para serem produzidos [5]. Florianópolis, 2018 3. CONCLUSÃO Através dos ensaios descritos acima, conclui-se que ambos possuem os mesmos objetivos, que são obter as propriedades de tenacidade à fratura do material, além de medir sua resistência até romper fragilmente. Entretanto, os ensaios possuem aplicações diferentes. Enquanto o ensaio KIc é utilizado para fins de projetos, o ensaio de impacto é utilizado para fins comparativos dos materiais ensaiados nas mesmas condições. Florianópolis, 2018 REFERÊNCIAS [1] SOUZA, S. A; Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos; 5° Edição; Editora Edgard Blucher, 1982. [2] CALLISTER. W. Introdução a Ciência e Engenharia dos Materiais; 9ª Edição; Editora LTC. [3] Slides de Ensaio KIc; Ariel Sobral. [4] Slides de Ensaios Mecânicos dos Materiais - Capítulo 9 - Tenacidade à Fratura; Universidade Federal de Ouro Preto. [5] Slides de Mecanismos de Deformação e Fratura - Falhas; Prof. Bruno Henriques - Núcleo de Pesquisa em Materiais Cerâmicos e Compósitos CERMAT/UFSC. ANEXOS Figura 1 - Esquema movimento do martelo - Ensaio de Charpy - Callister (9 Ed) - Pág. 245. [2] Florianópolis, 2018 Figura 2 - Corpos de prova de Charpy e Izod recomendados pela ASTM e ABNT para ensaio de impacto e local de impacto do martelo - SOUZA (1982) - Pág. 84. [1] Figura 3 - Corpo de prova ensaio KIc do tipo SE(B) - [4] Florianópolis, 2018 Figura 4 - Corpos de prova ensaio KIc do tipo C(T) - [4] Figura 5 - Gráfico carga-deslocamento para o ensaio de tenacidade à fratura (ASTM E399) - [4] Florianópolis, 2018
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