Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA I: INTRODUÇÃO À PATOLOGIA Disciplina: Patologia – SDE3962 Profa. Thiara Manuele HISTÓRIA DA PATOLOGIA A história da patologia é dividida em 5 fases: o Fase humoral o Fase orgânica o Fase tecidual o Fase celular o Fase ultracelular Esta divisão descreve os conceitos utilizados para explicar a origem dos estados de doença vigentes em um determinado intervalo de tempo e segundo a corrente filosófica predominante. HISTÓRIA DA PATOLOGIA A FASE HUMORAL (IDADE ANTIGA - FINAL DA IDADE MÉDIA) VISÃO MÍTICA DE DOENÇA (Civilização antiga grega) ◦ O mecanismo da origem das doenças era explicado pelo desequilíbrio do fluido vital ou dos humores (líquidos do corpo, em particular, a água, o sangue e a linfa). Os deuses tinham o poder de controlar esse desequilíbrio, bem como de restituir a normalidade do organismo. ◦ Igreja católica. HISTÓRIA DA PATOLOGIA FASE ORGÂNICA (SÉC. XV - XVI) RENASCIMENTO CULTURAL o Nessa época, há o predomínio da observação dos orgãos do corpo, feita principalmente às custas das atividades de necrópsia (estudo do cadáver) ou de autópsia (estudo de si mesmo). http://anatomistaenecropsista.blogspot.com/2016/09/historia-da-necropsia.html HISTÓRIA DA PATOLOGIA A FASE TECIDUAL (SÉC. XVI- XVIII) o Esta fase enfatiza a estrutura e a organização dos tecidos (Lupas). É nesse período que se iniciam os primeiros estudos sobre as alterações morfológicas teciduais e suas relações com os desequilíbrios funcionais. https://historiaschistoria.blogspot.com/2015/09/o-hospital-real-de-todos-os-santos-em.html HISTÓRIA DA PATOLOGIA A FASE CELULAR (SÉC.XIX) o Com o predomínio da visão morfológica, somada à aplicação do microscópio óptico às pesquisas médicas, segue-se a Fase Celular, período considerado "inicial à Patologia Moderna". A preocupação com o estudo da célula, principalmente de suas alterações morfológicas e funcionais, é determinante na busca da origem de todo processo mórbido. https://www.timetoast.com/timelines/cell-theory--64 HISTÓRIA DA PATOLOGIA Robert Hooke (1665) o Conhecido por: Descobrimento da célula. o Nascimento: 18 de julho de 1635 na Ilha de Wight. o Morte: 3 de março de 1703 (67 anos) em Londres. o Nacionalidade: Inglês. o Instituições: Universidade de Oxford o Campos: Ciência experimental. Microscópio de Hooke (Livo Micrographia) HISTÓRIA DA PATOLOGIA A FASE ULTRACELULAR (SÉC. XX) PATOLOGIA MODERNA o É a fase atual do pensamento conceitual sobre Patologia, envolvendo conceitos sobre biologia molecular e sobre as organelas celulares. Os avanços bioquímicos e a microscopia eletrônica facilitam o desenvolvimento dessa linha de estudo. Primeiro microscópio eletrônico - 1933 - Ernst Ruska h tt p s: // w w w .n e w s- m e d ic a l.n e t/ lif e -s c ie n c e s/ H is to ry -o f- th e -E le c tr o n -M ic ro sc o p e - (P o rt u g u e se ). a sp x SAÚDE E DOENÇA Saúde: ◦ Estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive, de modo em que o indivíduo se sinta bem (saúde subjetiva) e não apresente sinais e alterações orgânicas (saúde objetiva) (Bogliolo et al., 2011). ◦ IMPORTANTE! O ambiente em que o indivíduo vive. Os diversos parâmetros orgânicos tem que ser avaliados de acordo com o contexto do indivíduo. Exemplo: Aclimatação (Temperaturas extremas, elevadas altitudes etc.) SAÚDE E DOENÇA Doença: ◦ Estado de falta de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive, no qual o indivíduo se sente mal (sintomas) e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis (sinais) (Bogliolo et al., 2011). ◦ Fatores associados: agentes infecciosos, suscetibilidade genética, estilo de vida, estresse ambiental, fatores ambientais. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA DO HOMEM Adaptado de Leavell & Clark, 1965; Pereira, 2005. O QUE É PATOLOGIA? ◦ Estudo (logos) do sofrimento (pathos); Investigações das causas da doença e as alterações associadas a nível de células, tecidos e órgãos. Sinais e Sintomas presentes no paciente o Qual a diferença entre sinais e sintomas? DIVISÕES DA PATOLOGIA • Reações básicas das células aos estímulos anormais relacionados às doenças. Patologia Geral • Respostas específicas de órgãos e tecidos especializados a estímulos definidos. Patologia sistêmica ou especial CERNE DA PATOLOGIA Todas as doenças tem uma ou mais causas que atuam por determinados mecanismos, os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos, que resultam em alterações funcionais no organismo ou em parte dele, produzindo manifestações subjetivas (sintomas) e objetivas (sinais). ◦ Etiologia ou causa: estudo das causas; ◦ Patogenia: estudo dos mecanismos; ◦ Alterações morfológicas: alterações patológicas dos tecidos; ◦ Desordens funcionais e manifestações clínicas: alterações funcionais dos órgãos e dos sistemas fechados. CERNE DA PATOLOGIA F o n te : B o g lio lo . P a to lo g ia . G u a n a b a ra K o o g a n . 8 ª e d . 2 0 1 1 . CERNE DA PATOLOGIA Etiologia ou Causa: ◦ Origem da doença, que inclui as causas fundamentais e os fatores modificadores; ◦ Fatores etiológicos: 1. Intrínsecos ou genéticos; 2. Adquiridos (infeccioso, nutricional, químico ou físico). Hipertensão, Diabetes e Câncer: Causadas por uma combinação de susceptibilidade genética herdada e varias influências ambientais. CERNE DA PATOLOGIA Patogenia: ◦ Etapas do desenvolvimento da doença; ◦ Descreve como os fatores etiológicos iniciam as alterações moleculares e celulares que originam anormalidades estruturais e funcionais – doença. Enquanto a etiologia se refere a porque a doença surge, a patogenia descreve como a doença se desenvolve. Alterações Morfológicas: o O estudo macro- e microscópico das doenças constitui a forma tradicional de análise em Patologia, tanto para investigação como para diagnóstico. Amostras diversas podem ser analisadas por exames citológicos ou anatomopatológicos de biópsias, peças cirúrgicas e autópsias. CERNE DA PATOLOGIA • Alterações morfológicas nas células e tecidos; • Métodos moleculares e imunológicos. Desordens funcionais e manifestações clínicas: “Todas as formas de lesões começam com alterações moleculares e estruturais nas células”. Séc. XIX - Rudolph Virchow – Pai da Patologia moderna. o Características clínicas (sinais e sintomas da doença). CERNE DA PATOLOGIA MÉTODOS DE ESTUDO o Citologia o Histologia o Exames anatomopatológicos o Imunohistoquímica/imunofluorescência o Biologia molecular MÉTODOS DE ESTUDO 1. Exames citológicos: ◦ Importante meio de diagnóstico de muitas doenças, principalmente neoplasias malignas e suas lesões percursoras; ◦ Detecção de agentes infecciosos e parasitários. Exame colpocitológico (Preventivo ou Papanicolau) para a detecção precoce de câncer de colo de útero. MÉTODOS DE ESTUDO 1. Exames citológicos: o Células devem ser fixadas e coradas; o Fixador mais comum é o álcool etílico 95%; oCorante hematoxilina eosina; oDetecção de células neoplásicas, parasitas e bactérias. Origem Material obtido Liquídos orgânicos Urina, liquor, liquido ascético, líquido amniótico. Punções aspirativas Pulmão, mama, linfonodos, sangue. Secreções Escarro, abcessos, árvore traqueobrônquica, conteúdo de cistos, expressão mamilar, tubo gastrointestinal. Lavados cavitáriosLavado brônquico. Raspados Pele ou mucosa - Cervicovaginal MÉTODOS DE ESTUDO 1. Exames citológicos: ◦ O resultado do exame citológico é fornecido em termos de diagnóstico morfológico das doenças e complementando, quando possível, com outros dados de interesse clínico. MÉTODOS DE ESTUDO Exame colpocitológico (Preventivo ou Papanicolau) ◦ Células do canal endocervical; ◦ Detecção de câncer do colo do útero; ◦ Detecta células anormais que podem desenvolver câncer. ◦ Fixar as células imediatamente, ainda úmidas, com álcool etílico a 95%. https://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/files/2017/12/T%C3%A9cnicas- de-estudo-em-Patologia.pdf MÉTODOS DE ESTUDO Exame colpocitológico (Preventivo ou Papanicolau). MÉTODOS DE ESTUDO Quais células estão normais e quais estão alteradas? https://kasvi.com.br/papanicolau-citopatologia/ http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=0&lang=4&Id=cyt14664&cat=F1c2 MÉTODOS DE ESTUDO ◦ 2. Exames anatomopatológicos: ◦ Biópsias: ◦ (1) Ablativas ou excisionais, quando se faz a extirpação de toda a lesão; e ◦ (2) Incisionais, quando se retira apenas parte da lesão para diagnóstico. http://www.sobrice.org.br/paciente/procedimentos/biopsia- guiada-por-imagem MÉTODOS DE ESTUDO Biópsia oAmostras acondicionadas em um fixador - Formaldeído a 4% - Previne autólise e mantem estrutura celular; oAmostras devem ser acompanhadas de informações do paciente e de outras observações clínicas para evitar diagnóstico errôneo. Biópsia em caso de suspeita de câncer pulmonar guiada. http://www.sobrice.org.br/paciente/procedimentos/biopsia-guiada-por-imagem MÉTODOS DE ESTUDO Biópsia oAmostras são parafinizadas, cortadas, coradas e analizadas; oTecidos corados com corantes simples podem ser analizados em microscópio de luz. https://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/files/2017/12/T%C3%A9cnicas-de-estudo-em-Patologia.pdf MÉTODOS DE ESTUDO Biópsia ◦ Câncer de pulmão http://anatpat.unicamp.br/la mneo13.html MÉTODOS DE ESTUDO ◦ 2. Exames anatomopatológicos: ◦ Peças cirúrgicas: ◦ São provenientes de procedimentos para tratamento cirurgico de diversas doenças, neoplasicas ou não. Podem ser simples, como a retirada da vesícula biliar ou compostas, nas quais, além do órgão ou estutura principal (p.ex. mama), são ressecados linfonodos, músculos e outros componentes. ◦ Material deve ser fixado imediatamente com formaldeído a 4%. MÉTODOS DE ESTUDO ◦ 2. Exames anatomopatológicos: ◦ Autópsia ou necropsia: ◦ É o exame post-mortem de órgãos para se determinar a causa da morte e conhecer as lesões e doenças existentes no indivíduo. ◦ A autópsia é completa quando todos os órgãos são dissecados e examinados detalhadamente. MÉTODOS DE ESTUDO 3. Histopatológico: ◦ Fragmentos de tecido cortados em parafina ou congelados e em seguida corados. ◦ A coloração universal é a hematoxilina- eosina (HE). ◦ Os corte histologicos e as preparações citológicas são examinados em diversos tipos de microscópios, sendo o mais usado o de luz. https://rsaude.com.br/umuarama/materia/exame- histopatologico-biopsia-ou-exame-anatomopatologico/9338 MÉTODOS DE ESTUDO ◦ 4. Imuno-histoquímica: ◦ É o método que utiliza anticorpos como reagentes específicos para detecção de antígenos presentes em células ou tecidos. O produto da reação antígeno-anticorpo é examinado ao microscópio em preparados citológicos, cortes histológicos de amostras incluídas em parafina ou congelados. ◦ Também é utilizada para a identificação de microrganismos como vírus, bactérias e outros agentes infecciosos. http://www.cenapro.com.br/noticias-detalhes.asp?codigo=829 MÉTODOS DE ESTUDO 4. Imuno-histoquímica: Fonte: Bogliolo. Patologia. Guanabara Koogan. 8ª ed. 2011. https://www.anticorpos.com.br/artigos /futuro-da-imuno-histoquimica-diante- da-patologia-molecular MÉTODOS DE ESTUDO 5. Técnicas moleculares: o Sondas de ácido nucleico e Hibridização in situ: São como os anticorpos porém para sequências específicas de DNA Sondas são acopladas a compostos fluorescentes ou radioativos Qualquer tipo de amostra pode ser submetido a esta técnica https://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/files/ 2017/12/T%C3%A9cnicas-de-estudo-em- Patologia.pdf Sonda para sequência do cromossomo 3 - Leucemia MÉTODOS DE ESTUDO 5. Técnicas moleculares: Reação em cadeia de polimerase (PCR): ◦ Utilizada em cortes histológicos, esfregaços celulares ou preparações cromossômicas; ◦ Indica a localização precisa, em um tecido ou célula, da sequencia de interesse. F o n te : B o g lio lo . P a to lo g ia . G u a n a b a ra K o o g a n . 8 ª e d . 2 0 1 1 . MÉTODOS DE ESTUDO https://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/files/2017/12/T%C3%A9cnicas-de-estudo-em-Patologia.pdf DÚVIDAS?
Compartilhar